dia de campo
                
Governo investe em algodão agroecológico e promove dia de campo para atrair agricultor
Os resultados serão demonstrados na próxima quarta-feira (7)
Para incentivar o 
resgate do algodão, cultura que gera renda e cidadania às famílias 
agricultoras paraibanas, o Governo do Estado, por meio da Empresa de 
Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater-PB), está 
investindo fortemente no cultivo do algodão agroecológico.
Os resultados serão demonstrados na 
próxima quarta-feira (7), durante um dia de campo, em Nazarezinho, no 
Alto Sertão. Com parceria da Prefeitura Municipal local e da 
Emabrapa/Algodão, o evento começa às 8h no sítio Trapiá, pertencente ao 
casal produtor Alcino Alves Pedrosa e Maria Vânia de Lima, com 
estimativa de público em torno de 500 pessoas, entre extensionistas, 
agricultores e autoridades do setor público agrícola, segundo 
informações do coordenador regional da Emater em Sousa, Assis 
Bernardino.
Dividido em cinco estações – 
Apresentação e introdução, Sistema de produção do algodão, Manejo 
agroecológico, Aspectos econômicos e comercialização e Derivados do 
algodão –  o dia de campo, além de mostrar a viabilidade econômica que a
 cultura oferece, vai focar na diversidade agrícola, enfatizando o 
sistema de consórcio com o milho, o feijão, o gergelim, dentre outras 
culturas convencionais da agricultura familiar. O campo de multiplicação
 de sementes consorciado com gergelim tem uma área de um hectare e 
estimativa de produção de 1.200 quilos de algodão e 400 quilos de 
gergelim. A variedade cultivada é a BRS 286, desenvolvida pela Embrapa 
Algodão.
De acordo com o assessor estadual de 
Agroecologia da Emater, Ricardo Pereira, a introdução do algodão 
agroecológico na agricultura familiar já é uma alternativa viável do 
ponto de vista do incremento na geração de renda do agricultor. Ele 
explicou que enquanto o algodão convencional, uma das fontes mais 
poluidoras do meio ambiente, é comercializado o quilo por R$ 1,20, a 
Indústria Têxtil Norfil S/A, empresa parceira do Projeto Algodão 
Paraíba, está comprando o quilo do algodão orgânico branco em rama por 
R$2,40.
Conforme Ricardo, uma das vantagens de 
se produzir ecologicamente correto reside na busca de equilíbrio do 
ecossistema para resultar em plantas mais resistentes a pragas e 
doenças. Nos campos do Algodão Paraíba o manejo é feito com adubos e 
inseticidas naturais, como o extrato de castanha de caju, o macerado de 
pimenta do reino e o biofertilizante de plantas. Já o monitoramento é 
feito de forma sistemática, com avaliação de presença de pragas nas 
culturas consorciadas.
O Projeto – Iniciado em 2015, em 
Unidades Técnicas Demonstrativas (UTDs), o Projeto Algodão Paraíba já 
está sendo implantado em 14 municípios paraibanos e ganhando destaque 
internacional. O objetivo principal é garantir a participação do 
agricultor familiar na cadeia produtiva do algodão orgânico e, com isso,
 melhorar os índices de produção e baixar seus custos.
Na implantação do projeto foram 
observados todos os programas e políticas públicas existentes e como 
poderiam beneficiar as famílias agricultoras. Após todas as articulações
 e entendimentos foram identificados e selecionados sete pólos de 
produção: Médio e Alto Sertão, Curimataú, Borborema e Agreste, firmados 
os contratos de compra e venda, por fim elaborado o cronograma de 
atividades que compreende época de plantio, capacitação modular dos 
agricultores, implantação de UTDs e realização de dias de campo, como 
este ocorrerá em Nazarezinho.
Segundo o diretor técnico da Emater, 
Vlaminck Saraíva, responsável pela elaboração  do projeto junto com o 
coordenador de Operações, Alexandre Alfredo, o Algodão Paraíba tem como 
meta resgatar a história do desenvolvimento do povo nordestino com um 
grande diferencial por estar baseado nos princípios da agroecologia e da
 economia solidária. “É uma experiência inovadora de desenvolvimento 
local sustentável com enfoque participativo na gestão da produção e 
comercialização, onde é possível as famílias agricultoras discutirem com
 extensionistas sobre a melhor época e forma de plantio, demandarem a 
necessidade real da pesquisa e negociarem diretamente com empresas 
compradoras do algodão” enfatizou.
São dezenas de famílias agricultoras 
beneficiárias do Projeto Algodão Paraíba em municípios jurisdicionados 
pelas regiões administrativas da Emater de Sousa, Itaporanga, Patos, 
Areia, Itabaiana, Picuí e Campina Grande. A ação conta com importantes 
parcerias da Embrapa/Algodão e da iniciativa privada, por meio da 
Indústria Textil Norfil S/A, que possui uma unidade de fiação em João 
Pessoa e compra toda a produção.
 
                 
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