segunda-feira, 5 de junho de 2017

Um mito que deve ficar para trás

ARTIGO

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Mesmo que um estudo sério desmonte um mito, muitas vezes a versão sem fundamentos retorna algum tempo depois. A mentira costuma ter uma capacidade impressionante de disseminação. No caso da produção de frangos, não tem sido diferente. É recorrente ouvirmos que a carne da ave contém hormônios para acelerar o crescimento.

Ocorre que a própria legislação brasileira proíbe a utilização desse tipo de substância. Se algum produtor fizer uso de hormônio em qualquer etapa, estará sujeito a penalidades. Isso também inviabilizaria a exportação, já que mais de 150 países que compram frango brasileiro também têm esse veto. As granjas e frigoríficos são inspecionadas por técnicos de fora, e o produto é testado quando chega ao seu destino.  
Mas vou além da legislação. De acordo com pesquisa da Embrapa, o uso de hormônios não ofereceria vantagem técnica. Isso porque, se utilizados, seriam decompostos pelo sistema digestivo do animal e não gerariam o efeito desejado. Além disso, em termos práticos, seria uma grande dificuldade fazer a administração individual nas aves. Por fim, há o aspecto econômico: o custo extra tornaria mais caro o produto num mercado altamente competitivo.

Em outras palavras, tudo conduz contra a utilização de hormônios nos frangos. Porém, o desenvolvimento mais rápido da ave tem justificativa: é a combinação de tecnologia, pesquisa, genética, alimentação adequada e sistema integrado entre produtores e frigoríficos. Simples assim. 
O maior beneficiado disso tudo é o consumidor, que tem em sua mesa um produto de qualidade reconhecida. E o brasileiro sabe disso, tanto que o consumo chegou a 43 kg per capita por ano, três vezes mais do que há duas décadas. Trata-se de um proteína com forte componente social: além de ser acessível, representa a geração de renda para mais de 10 mil famílias gaúchas. Contra um mito, só nos resta apresentar a verdade. 

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