Pesquisas mostram a viabilidade do plantio de palma forrageira
O seminário técnico realizado no
auditório da sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do
Norte (EMPARN) nesta segunda-feira (29) reuniu técnicos, pesquisadores e
convidados de várias instituições para apresentação e discussão da
“Viabilidade Econômica da Produção de Palma Forrageira Irrigada e
Adensada”. O tema foi exposto pela zootecnista Suênia de Araújo Dantas e
pelo pesquisador da Embrapa/EMPARN, Guilherme Ferreira, que falou sobre
a execução do projeto que tem a parceria do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) e Banco do Brasil.
No início do seminário, o assessor de
agronegócios da Superintendência Estadual do Banco do Brasil, Pedro
Libero da Silva, falou sobre as linhas de financiamento oferecidas pela
instituição para pequenos, médios e grandes produtores rurais que
desejarem produzir palma forrageira em sequeiro ou irrigada. Ele deu
detalhes sobre questões como juros, carência e prazo de amortização.
PESQUISA
A primeira palestrante foi a zootecnista
Suênia Flávia de Araújo Dantas, funcionária do Banco do Brasil em Natal,
com curso para Especialista MBA em Agronegócio na PECEGE/ESALQ/USP em
2016. Ela teve como referência o projeto de palma forrageira da EMPARN. O
resultado das pesquisas constata a viabilidade econômica da produção de
palma forrageira irrigada e adensada no semiárido Potiguar.
Utilizando gráficos, tabelas e
fotografias, a pesquisadora mostrou em seu trabalho que o semiárido pode
ser um excelente cenário para a implantação de projetos de produção de
palma irrigada e adensada por apresentar, em grande parte, clima
desfavorável à produção dessa cultura em sistema de sequeiro. A
irrigação e adensamento surge, então, como alternativa viável
economicamente para investidores.
A análise dos dados foi feita
considerando-se o custo de produção de um hectare no município de
Apodi/RN. Foram analisados o investimento, custos de manutenção,
rentabilidade e estimativa de crescimento ao longo de 8 anos. Por meio
de fluxo de caixa foram obtidos o Valor Presente Líquido [VPL], com taxa
mínima de atratividade de 8%, taxa interna de retorno [TIR] e o
payback, assim como o cálculo do ponto de nivelamento.
O projeto foi considerado economicamente
viável, com a constatação de VPL igual a R$ 105.892,49 e TIR de 88%. O
lucro líquido anual do projeto alcançou R$ 22.552,20, o que acumulado
durante oito anos pode atingir R$ 158.319,80. Com base no payback, o
investidor teria retorno do investimento inicial em 1 ano e 9 meses. A
produtividade mínima para que a atividade desse lucro foi de
70.103kg/ha/ano.
DISTRIBUIÇÃO
Na segunda etapa do seminário, o
pesquisador da Embrapa/EMPARN, Guilherme Ferreira da Costa Lima,
coordenador do projeto, relatou o que está sendo executado em pesquisa e
na distribuição de raquetes de palma em várias regiões do Estado. Em
junho está prevista a distribuição em municípios do Oeste, segundo o
pesquisador. São raquetes de palma forrageira das variedades Orelha de
Elefante Mexicana e Miúda para agricultores familiares. As ações
acontecem em parceria com o IDIARN, EMATER-RN, Secretarias Municipais de
Agricultura e a ASA/Trairi.
A EMPARN coordena e executa no Rio Grande
do Norte o convênio celebrado com a Secretaria Especial de Agricultura
Familiar e do Desenvolvimento Agrário, que contempla atividades de
pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologias voltadas à
utilização da palma forrageira como reserva forrageira estratégica para o
semiárido nordestino.
Entre as metas do convênio estão a
implantação e acompanhamento de bancos de raquetes sementes de palma
forrageira tolerantes à cochonilha do carmim (Dactylopius opuntiae) a
fim de repovoar áreas atingidas pela praga e formar barreiras para
impedir a propagação oriunda dos municípios com maiores índices de
infestação monitorados pelo Idiarn. Apesar da escassez hídrica, as
unidades continuam sobrevivendo, sendo monitoradas através de visitas
dos técnicos do projeto com levantamentos e controle de pragas como a
cochonilha de escama.
Periodicamente são feitas análises de solo
e acompanhamento de estande para avaliar necessidades de replantio no
início do inverno. Com o resultado das atividades desempenhadas pela
equipe do projeto, a EMPARN foi convidada para atuar como uma das
coordenadoras e executoras do “V Congresso Brasileiro de Palma e Outras
Cactáceas”, em parceria com a FAERN e SEBRAE, que acontecerá em
Parnamirim, nos dias 7 a 8 de agosto de 2017.
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