A Bahia sediará, no próximo dia 7 de fevereiro, o lançamento da  Rede Brasil Rural, ferramenta virtual criada pelo Ministério do  Desenvolvimento Agrário (MDA) para fortalecer a agricultura familiar  aproximando produtores, indústrias, agentes de logística e setor  público. O estado foi escolhido para sediar o lançamento regional do  Nordeste por ter o maior número de agricultores familiares do país  -  são mais de 665 mil estabelecimentos.    
O lançamento acontece no auditório da Secretaria de Estado de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia (Seagri), às 14h30, com a presença do ministro Afonso Florence e do governador da Bahia, Jaques Wagner.
Além do ato de lançamento, dirigentes e representantes de cooperativas de agricultores da Bahia aprenderão, num curso de capacitação ministrado pelo MDA nos próximos dias 6 (à tarde) e 7 (pela manhã), como operar suas compras e vendas usando a Rede Brasil Rural. Após o término da oficina, que acontecerá na EBDA, será realizado o ato público que marcará o lançamento oficial da RBR no Nordeste.
Por meio do portal, lançado em Porto Alegre, em 13 de dezembro de 2011, agricultores familiares de todo o Brasil, representados por suas associações e cooperativas, negociam diretamente com fornecedores e empresas de transporte a compra e a entrega de insumos necessários para qualificar ainda mais a sua produção. A pesquisa eficiente e as compras coletivas garantem melhor preço de insumos e matérias-primas, além de permitir à agricultura familiar reduzir os custos dos produtos, de transporte e de estocagem.
O lançamento acontece no auditório da Secretaria de Estado de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia (Seagri), às 14h30, com a presença do ministro Afonso Florence e do governador da Bahia, Jaques Wagner.
Além do ato de lançamento, dirigentes e representantes de cooperativas de agricultores da Bahia aprenderão, num curso de capacitação ministrado pelo MDA nos próximos dias 6 (à tarde) e 7 (pela manhã), como operar suas compras e vendas usando a Rede Brasil Rural. Após o término da oficina, que acontecerá na EBDA, será realizado o ato público que marcará o lançamento oficial da RBR no Nordeste.
Por meio do portal, lançado em Porto Alegre, em 13 de dezembro de 2011, agricultores familiares de todo o Brasil, representados por suas associações e cooperativas, negociam diretamente com fornecedores e empresas de transporte a compra e a entrega de insumos necessários para qualificar ainda mais a sua produção. A pesquisa eficiente e as compras coletivas garantem melhor preço de insumos e matérias-primas, além de permitir à agricultura familiar reduzir os custos dos produtos, de transporte e de estocagem.
Depois de explicar o funcionamento da Rede Brasil  Rural, os instrutores do MDA responsáveis pelas oficinas de capacitação  também começarão a fazer o cadastramento das cooperativas e associações  de agricultores familiares da Bahia e de outras regiões do Nordeste na  RBR. Inicialmente, o MDA realizará as oficinas em dez estados (Minas  Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Santa Catarina,  Ceará, Pernambuco, Pará e Espírito Santo) escolhidos por apresentarem  maior número de Declarações de Aptidão ao Programa Nacional de  Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP).    
Criada pela Secretaria de Agricultura Familiar  (SAF) do MDA, a DAP é utilizada como instrumento de identificação do  agricultor familiar para acessar políticas públicas, como o Pronaf. Para  obtê-la, o agricultor familiar deve dirigir-se a um órgão ou entidade  credenciado pelo MDA, munido de CPF e de dados acerca de seu  estabelecimento de produção (área, número de pessoas residentes,  composição da força de trabalho e da renda, endereço completo). A  capacitação  prosseguirá durante o mês de fevereiro.    
Destaque para o Semiárido    
A produção da agricultura familiar na Bahia é bastante diversificada. Segundo informa o delegado federal titular da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário na Bahia (DFDA-BA/MDA), Welliton Rezende Hassegawa, no semiárido — onde se encontra mais da metade dos municípios baianos — destacam-se os empreendimentos da agroindústria familiar que beneficiam produtos como o mel, leite (em especial o beneficiamento para a produção do leite em pó), doces derivados de frutas nativas (em particular frutas da caatinga como umbu, goiaba, maracujá do mato, caju), castanha de caju, derivados da mandioca (desde a fécula ou goma, até produtos como beiju e biscoitos), derivados da cana-de-açúcar (em especial a cachaça e rapadura).
A produção da agricultura familiar na Bahia é bastante diversificada. Segundo informa o delegado federal titular da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário na Bahia (DFDA-BA/MDA), Welliton Rezende Hassegawa, no semiárido — onde se encontra mais da metade dos municípios baianos — destacam-se os empreendimentos da agroindústria familiar que beneficiam produtos como o mel, leite (em especial o beneficiamento para a produção do leite em pó), doces derivados de frutas nativas (em particular frutas da caatinga como umbu, goiaba, maracujá do mato, caju), castanha de caju, derivados da mandioca (desde a fécula ou goma, até produtos como beiju e biscoitos), derivados da cana-de-açúcar (em especial a cachaça e rapadura).
“Também são encontradas cooperativas que beneficiam o  cacau (chocolate, chocolate em pó, doces), carne de cabrito e cordeiro,  artesanato de fibras naturais como o sisal, palhas de bananeiras, cipó e  outras matérias-primas", acrescenta Welliton.  
Ao todo, estima-se que existam mais de 200  cooperativas de produção na Bahia, inclusive contemplando as  cooperativas organizadas exclusivamente por mulheres. Destas, mais de 70  são filiadas à Unicafes, e outras dez são filiadas à Unisol Brasil.  “Atualmente, cerca de um terço destas possuem DAP Jurídica. Apesar dos  avanços nesta última década na organização destas cooperativas, ainda há  muito para se desenvolver nesse segmento no Estado”, avalia o delegado.   
Otimismo entre as cooperativas    
O lançamento da Rede Brasil Rural no Nordeste enche de esperança as cooperativas que pensam em baratear seus custos, aumentar a produção e até contratar mais trabalhadores. É o caso da Coopercuc, localizada em Uauá (BA), e que ainda agrega cooperados dos municípios baianos de Curaçá e Canudos; e da Cooperúnica, na Paraíba, que reúne os 12 grupos do Talentos do Brasil, entre os quais as mulheres bordadeiras do coletivo Dois Pontos, no município de Alagoa Nova.
O lançamento da Rede Brasil Rural no Nordeste enche de esperança as cooperativas que pensam em baratear seus custos, aumentar a produção e até contratar mais trabalhadores. É o caso da Coopercuc, localizada em Uauá (BA), e que ainda agrega cooperados dos municípios baianos de Curaçá e Canudos; e da Cooperúnica, na Paraíba, que reúne os 12 grupos do Talentos do Brasil, entre os quais as mulheres bordadeiras do coletivo Dois Pontos, no município de Alagoa Nova.
A Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e  Curaçá (Coopercuc), criada em 2004, trabalha com o fruto do umbuzeiro,  árvore que domina a paisagem do único bioma exclusivamente brasileiro e  mais expressivo da região Nordeste, a Caatinga, no semiárido da Bahia. O  umbu — do tupi-guarani “árvore que dá de beber” — é responsável pela  sustentabilidade e fonte de renda para mais de 180 cooperados e 400  famílias dos três municípios baianos.  
É a partir dos derivados do umbu que a cooperativa  produz geleias e compotas, além de doces de goiaba, manga e maracujá da  Caatinga, produzidas em 18 mini fábricas instaladas em comunidades  rurais dos municípios de Canudos, Uauá e Curaçá, no Território da  Cidadania Sertão do São Francisco, e centralizada na sede da  Cooperativa, em Uauá. Tudo com a marca da produção orgânica e da  preservação do bioma.  
“Para nós, esse portal caiu do céu; há muito tempo  nós sonhávamos com algo parecido, mas que era impossível de se fazer  sozinho. Quando a cooperativa surgiu, a ideia era produzir para o  sustento das famílias. Depois vieram os pedidos de vizinhos que queriam  enviar os doces para os parentes que moravam longe e, assim, fomos  crescendo. Agora, graças ao MDA, vamos dar passos maiores, aumentando a  nossa produção e as nossas vendas”, comemora o presidente da Coopercuc,  Adilson Ribeiro dos Santos.  
Segundo Adilson, a maior parte dos produtos da  Coopercuc é vendida para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do  MDA ou distribuída na merenda escolar, com vendas em vários estados do  país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Rio  Grande do Norte e em várias cidades da Bahia. Os produtos da Coopercuc  também já chegaram à Europa. Em 2011, a cooperativa participou da  Biofach, a maior feira mundial de produtos orgânicos, realizada em  Nuremberg, na Alemanha, e comercializou para uma empresa da Áustria 30  mil unidades de sua cartela de dez produtos à base de umbu, maracujá da  Caatinga e goiaba, com certificação orgânica e de comércio justo.    
Na Paraíba, a expectativa da presidente da Cooperativa Central Única das Artesãs (Cooperúnica), Ana Glória, é ainda mais otimista. “A Rede Brasil Rural vem para acabar com o nosso problema, que hoje está na comercialização. Vamos poder adquirir a matéria-prima junto aos fornecedores a um custo menor. A parceria com os Correios também é fantástica, pois gastamos muito com Sedex. Às vezes, o frete chega a sair mais caro que o produto, o que prejudica muito o negócio”, explica.
Na Paraíba, a expectativa da presidente da Cooperativa Central Única das Artesãs (Cooperúnica), Ana Glória, é ainda mais otimista. “A Rede Brasil Rural vem para acabar com o nosso problema, que hoje está na comercialização. Vamos poder adquirir a matéria-prima junto aos fornecedores a um custo menor. A parceria com os Correios também é fantástica, pois gastamos muito com Sedex. Às vezes, o frete chega a sair mais caro que o produto, o que prejudica muito o negócio”, explica.
A dirigente acredita que, a partir do aumento da  produção e da renda proporcionados pela Rede Brasil Rural, a Cooperúnica  deve passar a empregar mais bordadeiras. “São mais de duas mil mulheres  trabalhando com cerca de dois mil produtos diferenciados. Não tem como  não dar certo”, enfatiza Ana Glória. Atualmente, a Cooperúnica reúne 18  cooperativas em 12 estados e tem 90% de mulheres entre seus integrantes.   
Como cooperativa dedicada à moda sustentável, a  Cooperúnica participa do Programa Talentos do Brasil, coordenado pelo  MDA, e está lançando uma coleção de sandálias feitas exclusivamente para  a Copa do Mundo de 2014. Produzidas com 30% de borracha da floresta  amazônica e criadas para a campanha de valorização da marca “Eu amo o  Brasil”, as sandálias já estão sendo vendidas para as redes de  supermercados.  
Catálogo para hotéis
Entre os estabelecimentos que deverão se beneficiar com o lançamento da Rede Brasil Rural na Bahia estão os hotéis de luxo do estado, que já adquirem os alimentos produzidos pela agricultura familiar. Em 25 de novembro do ano passado, a Associação Brasileira de Hotéis da Bahia (Abih-BA), em parceria com o governo do Estado e o MDA, promoveu um jantar com produtos da agricultura familiar.
O evento, realizado no Dia do Hoteleiro, marcou o  lançamento de um catálogo com opções de alimentos produzidos pela  agricultura familiar baiana e que poderão ser adquiridos pela rede  hoteleira baiana do estado para satisfazer o paladar exigente de seus  hóspedes e turistas. A publicação foi elaborada pela União das  Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Estado da  Bahia (Unicafes-BA), em parceria com o MDA, o governo do estado da  Bahia, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), os bancos do  Brasil e do Nordeste, Sebrae e Conab.  
“Nessa festa, lançamos para o trade os produtos da  cesta competitiva da agricultura familiar, que foi bastante elogiada  tanto pela diversidade dos itens como pela qualidade dos mesmos", lembra  o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia  (ABIH-BA), José Manoel Garrido.  
Do cardápio do jantar promovido pela ABIH-BA  constaram somente alimentos fornecidos por cooperativas baianas de  agricultores familiares. O prato principal — cordeiro e tilápia —, bem  como a entrada, as caipifrutas e até as sobremesas — doces, chocolates e  frutas — foram todos produzidos pela agricultura familiar. Até as  flores usadas na decoração foram cultivadas pelos pequenos agricultores  baianos.  
Segundo Manoel Garrido, em março deste ano a entidade  vai oficializar o convênio com o MDA oferecendo um café da manhã aos  responsáveis pelas compras dos hotéis e mostrando a eles a  potencialidade e a diversificação dos produtos resultantes dessa  parceria, da qual também fazem parte a Secretaria da Agricultura,  Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia (Seagri) e a  Superintendência de Agricultura Familiar (Seagri/Suaf).  
“A Seagri vai disponibilizar os produtos numa central  de abastecimento onde poderemos solicitar as compras, evitando, assim,  os intermediários que aumentam os custos e eliminam a vantagem da venda  direta”, informa Garrido.  
Segundo o superintendente de Agricultura Familiar do  governo do estado da Bahia, Wilson Dias, das cerca de 200 cooperativas  atualmente existentes no estado 25 são certificadas dentro do padrão de  qualidade que as habilita a fornecer produtos para a rede hoteleira  baiana.  
 
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