terça-feira, 4 de outubro de 2016

Comissão Pedagógica Nacional do Pronera analisa propostas de novos cursos



Integrantes da Comissão Pedagógica Nacional (CPN) do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) participaram nesta quinta (29) e sexta-feira (30), em Brasília (DF), da terceira reunião ordinária deste ano com objetivo de avaliar e aprovar novos cursos para públicos atendidos pelo Incra – a exemplo de acampados, assentados e quilombolas.
A restrição orçamentária determinada a todos os órgãos federais pelo Poder Executivo, como forma de equilibrar as contas públicas, foi a principal dificuldade para aprovação de novos cursos apontada pelos participantes da reunião, entre os quais servidores do Incra, professores universitários e de institutos federais de educação, além de representantes de movimentos sociais.
O representante da Diretoria de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento do Incra, César Aldrighi, afirmou, na abertura do encontro, que a direção da autarquia está buscando formas de viabilizar tanto a execução dos cursos existentes, como a implantação de novos. “A manutenção e melhoria no Pronera é um sentimento arraigado no Incra, pois os resultados obtidos na educação e qualificação do público atendido deixam claro que estamos no caminho certo. As dificuldades podem ser superadas pela união do Incra, instituições de ensino e movimentos sociais”, disse Aldrighi.
Para o coordenador Geral de Educação do Campo e Cidadania do Incra, Iradel Freitas da Costa, o desenvolvimento do campo e a educação devem andar juntas. “A agricultura familiar só vai se desenvolver se a população rural tiver conhecimento, educação acessível e de qualidade. Com as parcerias entre Incra, universidades e público atendido o Pronera vai evoluir mais ainda”, assegurou Costa, que é agricultor familiar e professor licenciado de escola no assentamento Barreiro – localizado no município de Limeira do Oeste (MG).
O professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Jonas Duarte destacou a importância do Pronera para o interior do Brasil e acrescentou que os profissionais presentes à reunião estão pensando no que é melhor para a educação no campo e a reforma agrária. Já o professor da Universidade de Brasília (UnB) Rafael Villas Bôas comentou que a educação no campo consegue estabelecer vínculos fortes entre as instituições de ensino e os movimentos sociais.
O representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Edgar Kolling, fez um resgate histórico da atuação dos movimentos sociais na defesa de uma educação no campo de qualidade e inclusiva. “Historicamente a força do Pronera, da educação no campo, está na quantidade de estudantes participantes do Programa, viabilizado pelas parcerias do governo com universidades e movimentos sociais”, ressaltou.
Pronera
Nos seus 18 anos de existência, o Pronera já atendeu 167,6 mil alunos na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e formou 9,1 mil no Ensino Médio. Também graduou no Ensino Superior 5,3 mil pessoas, viabilizou cursos de especialização a 1,7 mil graduados, além de pós-graduação em Residência Agrária a outras 1,5 mil pessoas.
CPN
A Comissão Pedagógica Nacional – composta por 40 representantes de movimentos sociais e sindicais do campo, de universidades públicas e do Incra – coordena as atividades didático-pedagógicas do Pronera, definindo e propondo indicadores de desempenho e instrumentos de avaliação dos cursos, além de apoiar e orientar os colegiados executivos estaduais.
São ainda atribuições da Comissão emitir parecer técnico-pedagógico dos projetos, avaliar e acompanhar em conjunto com as superintendências regionais do Incra as ações do Pronera nos estados. Outra tarefa importante é a articulação de parcerias para ampliar e implementar cursos do Programa.

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