Pesquisa do Mapa mostra que vegetais comercializados no Brasil são seguros para consumo
Monitoramento
PNCRC,
 que monitora tanto resíduos de pesticidas como de contaminantes 
químicos e biológicos em produtos de origem vegetal, aponta que 92% das 
amostras estão dentro do nível de conformidade
O
 Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Produtos de 
Origem Vegetal (PNCRC/Vegetal) realizado entre 2015 e 2018 mostrou que 
92% das amostras analisadas estão dentro do nível de conformidade, ou 
seja, os vegetais são seguros para consumo. O PNCRC monitora tanto 
resíduos de defensivos agrícolas como de contaminantes químicos 
(exemplo: arsênio e cádmio) e biológicos (exemplo: micotoxinas e 
Salmonella) em produtos de origem vegetal. São analisadas amostras de 
produtos nacionais e importados. 
Desse valor, 53% não apresentaram 
nenhum resíduo e contaminante e outros 39% das amostras apresentaram 
valores abaixo do Limite Máximo de Resíduos (LMR) estabelecido no 
Brasil. O levantamento é realizado pelo Departamento de Inspeção de 
Produtos de Origem Vegetal (DIPOV), da Secretaria de Defesa Agropecuária
 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 
Outros 8% das amostras apresentaram 
inconformidades. Desse total, 7% representam inconformidades 
relacionadas a resíduos de pesticidas e 1% mostraram a presença de 
contaminantes.
Os resultados do PNCRC se 
assemelham aos divulgados pela Autoridade de Segurança Alimentar 
Europeia (EFSA – European Food Safety Authority) e pela Administração de
 alimentos e remédios dos Estados Unidos (FDA - Food and Drug 
Administration) sobre o tema.  
“Os números mostram que os resultados encontrados no Brasil estão 
plenamente de acordo com os parâmetros internacionais. Então, os 
produtos brasileiros são seguros, inclusive internacionalmente”, diz o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Glauco Bertoldo.>> Veja aqui a apresentação do DIPOV

Foram analisadas 4.828 amostras de 42 
alimentos coletadas para análises laboratoriais realizadas pelos 
Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA). As amostras 
coletadas são obtidas em centrais de abastecimentos, estabelecimentos 
beneficiadores e propriedades rurais. 
O Plano do Ministério da Agricultura 
complementa o Programa de Análise de Resíduos em Alimentos (PARA), 
realizado pela Anvisa, em um sistema maior de monitoramento de resíduos 
de agrotóxicos em alimentos no Brasil.
Defensivos agrícolas
O maior número de amostras 
analisadas pelo PNCRC foi direcionado para o monitoramento de ocorrência
 de resíduos de defensivos agrícolas, pois os contaminantes químicos e 
biológicos são detectados em menor número de produtos de origem vegetal 
e, portanto, em menor frequência. 
Na análise exclusiva para 
presença de resíduos de pesticidas, o resultado do período é de 89% de 
conformidade. Em 2018, chegou a 92% de conformidade. 
Outros 11% das amostras apresentaram 
inconformidades, como o uso de produtos não permitidos para a cultura 
(6,6%), pesticidas acima do limite máximo de resíduos (2,75%) e uso de 
agrotóxicos proibidos no Brasil (1,54%).
“O fato de um defensivo agrícola 
não permitido para a cultura ter sido detectado não significa, 
necessariamente, risco para a saúde dos consumidores. Isso acontece 
muitas vezes em pequenas culturas, que não encontram produtos 
apropriados para a utilização. A detecção de defensivos acima do Limite 
Máximo de Resíduos indica que o uso do produto foi inadequado, não 
seguindo as orientações da bula do produto.”, explica Bertoldo. 

Análises
O PNCRC analisou no período 42 produtos
 de origem vegetal: batata, tomate, manga, citrus, cebola, beterraba, 
alho, abacaxi, pimentão, alface, cenoura, banana, amendoim, kiwi, milho 
pipoca, soja, morango, castanha do brasil, pimenta do reino, trigo, 
feijão, arroz, milho canjica, milho grão, pêra, café grão cru, goiaba, 
melão, farelo de soja, cevada malteada, café torrado, amêndoa de cacau, 
castanha de caju, amêndoa doce, pistache, aveia, milho verde, suco de 
uva, vinho, mamão, maçã e uva.
As amostras são encaminhadas aos LFDAs,
 que conduzem análises multiresíduos com metodologias validadas e 
acreditadas pela CGRE/Inmetro com reconhecimento internacional, para 
escopo de variadas matrizes incluindo frutas, hortaliças, grãos, 
temperos e matrizes especiais. O método multiresíduos de agrotóxico 
considera a análise de mais de 200 princípios ativos com perspectivas de
 ampliação rápida para mais de 300. 

Dos 42 produtos de origem vegetal analisados nos quatro anos, a maioria apresentou mais de 90% de conformidade ao longo do período analisado, como alho, batata, café, milho (canjica e pipoca), entre outros. Nas inconformidades abaixo de 80% (a maioria por uso de produtos não registrados para a cultura) aparecem pimentão e morango.

Europa e Estados Unidos
Os resultados de 2018 do PNCRC/Vegetal se assemelham aos 
apresentados pela Autoridade de Segurança Alimentar Europeia (EFSA – 
European Food Safety Authority). O mais recente resultado de 
monitoramento divulgado pela EFSA (2017) revelou que 54.1% das amostras 
não continham resíduos quantificáveis (NQ), 41.8% continham resíduos em 
concentração iguais ou menores que aquelas legalmente permitidas e 4.1% 
continham resíduos em concentração superiores àquelas legalmente 
permitidas. 
O relatório americano de 2017 elaborado pela Administração de alimentos e remédios dos Estados Unidos (FDA - Food and Drug Administration)
 mostra que 52.5% das amostras domésticas analisadas não continham 
resíduos detectáveis e 96.2% das amostras foram avaliadas como 
conformes, mais uma vez se assemelhando a conformidade observada em 2018
 no PNCRC/Vegetal. 
Se consideramos os Limites Máximos de Resíduos estabelecidos pelo Codex Alimentarius
 ou pela Comissão Europeia, os índices de conformidades do PNCRC/Vegetal
 seriam ainda maiores, porque a legislação brasileira é mais restritiva 
que a internacional.Ações
Após os resultados do PNCRC/Vegetal, o 
Mapa investiga todas as não conformidades identificadas com objetivo de 
proporcionar orientação quanto aos resíduos presentes e visando a 
garantia de conformidade e qualidade nos produtos colocados para consumo
 da sociedade. 
O Mapa utiliza em seus métodos de 
controle e fiscalização a Instrução Normativa Conjunta nº 02 de 2018, 
que estabelece a obrigatoriedade de rastreabilidade por todos os entes 
da cadeia de produção e comercialização de produtos de origem vegetal. A
 garantia da rastreabilidade permite visualizar toda cadeia produtiva e 
atuação no caso de necessidade de investigação.
 
                         
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