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Preço da mandioca atinge maior patamar em um ano
De acordo com agentes das indústrias, especialmente as de fécula, muitos mostram necessidade de intensificar o processamento
Os preços da 
raiz de mandioca estão em alta há oito semanas consecutivas, atingindo, 
na semana passada, o maior patamar em 12 meses. Segundo pesquisadores do
 Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP,
 esse cenário é resultado da baixa oferta do produto na maior parte das 
regiões levantadas pela Equipe.
A restrição da oferta, por sua vez, se 
deve à menor disponibilidade de lavouras a serem colhidas e ao pouco 
interesse produtor pela comercialização. Já nas propriedades que ainda 
detêm volume a ser colhido, as condições climáticas desfavoráveis 
reforçam a restrição na oferta.
Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea
 verificam disputa acirrada entre empresas por lavouras de mandioca. 
Diante disso, a moagem continua baixa e a ociosidade industrial chegou a
 73% da capacidade instalada.
De acordo com agentes das indústrias, 
especialmente as de fécula, muitos mostram necessidade de intensificar o
 processamento, com o objetivo de repor os estoques, o que deve manter 
elevado o interesse pela raiz. Pesquisadores do Cepea ressaltam, no 
entanto, que não há expectativa de aumento da oferta de matéria-prima no
 curto prazo.
Entre 11 e 14 de novembro, o valor médio 
nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 395,85
 (R$ 0,6884 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), aumento
 de 5,3% frente ao da semana anterior e o maior patamar desde a segunda 
quinzena de novembro de 2018. Já considerando-se os efeitos da inflação 
(os valores da série do Cepea foram deflacionados pelo IGP-DI de 
outubro/19), a média atual é a maior desde fevereiro de 2019.
Ainda de acordo com dados do Cepea, o 
rendimento médio de amido esteve em 492,32 gramas na semana passada, 
queda de 1,8% frente ao do período anterior e o mais baixo da série 
histórica do Cepea, iniciada em 2011.
O Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE) estima que, neste ano, a área que será colhida com 
mandioca no Brasil deve ser de 1,32 milhão de hectares, recuo de 2,8% 
frente à de 2018. Já a produtividade é estimada em 15 toneladas por 
hectare, avanço expressivo de 6,7% em relação à de 2018. Como resultado,
 a produção estimada para o Brasil é de 20 milhões de toneladas, 3,6% 
acima daquela de 2018. 
 
                
                
                 
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