CAPRINOS E OVINOS
Ferramenta digital vai ajudar produtores a controlar doenças
É um sistema de inteligência territorial que permite compartilhar informações sobre pequenos ruminantes em nível mundial
Por:
Embrapa
Uma nova
ferramenta digital interativa vai oferecer ao setor produtivo
informações sistematizadas sobre as principais doenças de caprinos e
ovinos na Região Nordeste do Brasil. Denominado CIM Zoossanitário, o
instrumento desenvolvido pela Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), parceiros
institucionais e produtores representa uma inovação na área de defesa
sanitária, porque possibilita também analisar riscos e definir
estratégias para controle de doenças já existentes e prevenção de novas.
O CIM Zoossanitário é o mais novo ambiente
do Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos (CIM), um
sistema de inteligência territorial que permite compartilhar informações
sobre pequenos ruminantes em nível mundial. Sua apresentação ao público
será na terça-feira (19/11), durante o Semiárido Show, em Petrolina
(PE).
A produção de caprinos e ovinos no Brasil é
uma atividade de extrema importância para o Semiárido brasileiro, que
concentra 90% dos rebanhos caprinos e 60% dos ovinos. A atividade abre
possibilidades de mercados e gera desenvolvimento para sistemas de
produção familiar, contribuindo para a segurança alimentar e inclusão
produtiva das famílias. Entretanto, muitos dos sistemas de produção
ainda são ambientes propícios à proliferação de doenças. A nova
ferramenta digital é a resposta da ciência às demandas crescentes do
mercado de alimentos por produtos que congreguem qualidade e
sustentabilidade, incluindo cuidados relacionados à saúde e ao bem-estar
animal.
De acordo com o pesquisador Selmo
Fernandes, é importante que o criador tenha acesso a essas informações,
porque as doenças causam grande impacto na produtividade dos rebanhos e
necessitam de atenção quanto às formas de transmissão e disseminação.
Por isso precisam ser notificadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA). “São enfermidades que provocam a diminuição da
produção de leite, mortalidade das crias, redução da vida útil dos
animais, perda de peso, desvalorização da pele, aborto esporádico, além
de se disseminarem rapidamente”, explica.
A supervisora do Núcleo Regional de Defesa
Agropecuária do Norte, da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do
Ceará (Adagri), Iracelma Arruda, acredita que o setor produtivo carece
de informações sobre as patologias que acometem os rebanhos e, na
maioria das vezes, passam despercebidas porque não são identificadas
pelos produtores. “Doenças de notificação compulsória não são informadas
aos serviços veterinários oficiais e não são tratadas com a devida
importância e cuidados necessários, colocando em risco, algumas vezes, a
saúde pública. Acredito que o CIM Zoossanitário constitui-se numa base
sólida para a elaboração de programas de controle e erradicação de
enfermidades”, afirma.
Zoneamento Zoossanitário
O pesquisador Raymundo Rizaldo explica que
o Zoneamento Zoossanitário é uma ferramenta utilizada para determinar
quais regiões, dentro de um determinado espaço geográfico, apresentam
problemas sanitários e enfermidades, com o objetivo de se estabelecer
estratégias de manejo, prevenção e controle de doenças, contribuindo
para o desenvolvimento da cadeia produtiva. “Antecipar-se às perguntas e
investigar o futuro, no que tange à questão da epidemiologia das
enfermidades, é um processo contínuo em sanidade animal para caprinos e
ovinos”, explica.
Segundo o chefe-adjunto de Transferência
de Tecnologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, Cícero Lucena, os dados que
estão sendo disponibilizados no CIM Zoossanitário congregam estudos que
vêm sendo feitos há mais de dez anos e se intensificaram a partir de
2013, com o projeto realizado em parceria com o MAPA. Ele afirma que a
equipe de sanidade animal está definindo estratégias para atualização e
ampliação desse zoneamento como uma das prioridades da Empresa.
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