DEFENSIVOS
Mesmo com aumento do registro de defensivos agrícolas, venda caiu
Comercialização de produtos teve queda entre 2016 e 2017, de acordo com dados do Ibama. No mesmo período, o número de registros cresceu
Apesar do aumento do número de registros 
de defensivos agrícolas no país, que vem acontecendo nos últimos dois 
anos, a venda desses produtos registrou redução no período. 
De 2016 para 2017, o número de registros 
de defensivos passou de 277 para 405, segundo dados do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No mesmo período, o valor total 
das vendas de ingredientes ativos no país caiu de 541.861,09 toneladas 
para 539.944,95 toneladas, de acordo com o Boletim Anual de Produção, 
Importação, Exportação e Vendas de Agrotóxicos no Brasil, elaborado pelo
 Ibama.
“O fato de haver mais marcas disponíveis 
no mercado não significa que vai aumentar o uso de defensivos no campo. O
 que determina o consumo é a existência ou não de pragas, doenças e 
plantas daninhas. Os agricultores querem usar cada vez menos em suas 
plantações, pois os defensivos são caros e representam 30% do custo de 
produção”, explica o Coordenador-Geral de Agrotóxicos e Afins da 
Secretaria de Defesa Agropecuária, Carlos Venâncio.
Em 2018, o número de defensivos 
registrados foi de 450 e nos seis primeiros meses deste ano o número 
chegou a 211. O valor está na média dos dois últimos anos: no primeiro 
semestre de 2018, foram registrados 208 produtos e nos seis primeiros 
meses de 2017, o número de defensivos registrados chegou a 171.
Em 2019, apenas um produto traz um 
ingrediente ativo novo, os demais são produtos genéricos que já estavam 
presentes em outros produtos existentes no mercado.
Aumento da concorrência
O aumento da velocidade dos registros nos 
últimos anos se deve a ganhos de eficiência possibilitados por medidas 
desburocratizantes implementadas nos três órgãos, em especial na Anvisa,
 que modernizou seu processo a partir de 2015.
O objetivo da aprovação de produtos 
genéricos é aumentar a concorrência no mercado e diminuir o preço dos 
defensivos, o que pode refletir na queda do custo de produção. Já a 
aprovação de novos produtos tem como objetivo disponibilizar novas 
alternativas de controle mais eficientes e com menor impacto ao meio 
ambiente e à saúde humana.
Atualmente, estão aprovados no país 2.173 
produtos formulados de agrotóxicos e afins. Os produtos formulados são 
os produtos autorizados para controle de pragas na agricultura 
brasileira que podem ser adquiridos pelos produtores rurais em lojas 
especializadas mediante a emissão do receituário agronômica. No entanto,
 destes, cerca de 48% não são efetivamente comercializados por decisão 
das empresas detentoras dos registros.
Segundo Venâncio, pelo fato de a demanda 
de defensivos estar relacionada à ocorrência de pragas no campo, 
espera-se inclusive que o registro de novos produtos ocasione no médio 
prazo uma diminuição no consumo. “Além dos novos produtos serem menos 
tóxicos que os já autorizados, as exigências de dosagens a campo são 
significativamente menores quando comparados a produtos mais antigos. 
Temos novos produtos com dosagens eficientes de até 10 g de produto 
formulado/ha, podendo substituir produtos que demandam dosagens mais 
altas para controle das mesmas pragas agrícolas, explica o coordenador".
Comercialização
O Boletim de comercialização é elaborado 
pelo Ibama com base em dados que as empresas com produtos agrotóxicos, 
componentes e afins registrados no Brasil apresentam semestralmente aos 
órgãos federais e estaduais responsáveis pelo controle e fiscalização 
dessas substâncias. A não apresentação ou a apresentação de informações 
incorretas motiva a aplicação de sanções previstas na legislação.
Os dados sobre comercialização em 2018 serão divulgados pelo Ibama em setembro.
 
 
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