Origem
Essa
raça teve início em 1957, por D.S.U.Cilliers e seus filhos, por meio do
acasalamento de fêmeas coloridas com um reprodutor branco. O núcleo
inicial expandiu-se para cerca de cem outros na África do Sul. Desde o
início, a seleção pretende obter animais de coloração branca e muito
resistente aos parasitas, com eficiente produtividade de carne. O
Savana, portanto, é fruto de um programa "profissional" de produtores de
carne em condições climáticas adversas. Aí está o seu grande valor.
O hábitat destas cabras brancas seria no campo
tipo Savana, perto do rio Vaal, vivendo em condições extremamente
precárias. Como resultado de natural seleção, pela lei inexorável da
natureza, somente teriam sobrevivido os mais aptos, restando apenas os
mais aptos. Por isso, informa-se que o manejo sanitário é muito
facilitado na raça Savana.
Descrição - A cabeça é
triangular, com os chifres levemente penteados nas fêmeas. As orelhas
são de comprimento médio a longo, pouco maior que na raça Anglo-Nubiana
mas menores que nas raças Mambrina ou Bhuj.
A pele é flexível e
grossa, com pêlos curtos brancos. A pele é totalmente pigmentada de
negro. Como resultado dessa seleção natural, a pele, como os chifres,
cascos e toda pequena área visível da pele, é totalmente negra. A
coloração negra da pele é uma condição de seleção para enfrentar a
insolação africana.
O Savana é um caprino alto: os machos podem
passar de 130 kg. As fêmeas pesam normalmente entre 60-70 kg. É uma raça
tipicamente voltada para produção de carne. Os animais são compridos,
de boa conformação de carcaça, lombo comprido e largo, com pernil
bastante fornido. Os aprumos são bem definidos com membros fortes,
ligamentos robustos, bom desenvolvimento muscular, ossos, quartelas e
cascos muito fortes.
O Savana, cabe repetir, é uma raça feita por selecionadores tradicionais e, portanto, é uma "coleção" de virtudes.
Homologação
- Em reunião acontecida em 21.11.93, na cidade de Olierivier, ficou
decidido formar uma Associação para essa raça de caprinos.
Aproximadamente 12 criadores estavam presentes e foi fundada a
Associação de Criadores da Raça Savana Branca (Savannah White Goat
Breeders' Society) para realizar o registro genealógico.
No Brasil
Num
esforço do Governo, a Emepa - Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária
da Paraíba, foi até à África do Sul pesquisar e trazer material
genético inédito no Brasil: Dorper, Boer e Savana. Da raça Savana,
escolheu as melhores matrizes que encontrou durante a viagem, já
segregadas numa central, em Bloenfontein. Adquiriu uma grande quantidade
de embriões para iniciar um criatório no Brasil.
As
transferências de embriões aconteceram numa sensacional maratona
técnica, reunindo esforços de uma equipe sul-africana e brasileira, com
animais Boer, Dorper e Savana - ao mesmo tempo. Foi uma iniciativa que
merece ser repetida em dezenas ou centenas de pontos, dentro do Brasil,
acelerando o desenvolvimento da caprino-ovinocultura. Somente com
episódios como esse é possível mudar, com rapidez, o cenário de
primitivismo em um cenário de modernismo.
Os animais começaram a
nascer no início do ano 2000, prenunciando um novo tempo para a pecuária
de caprinos de corte no Brasil. Não é difícil afirmar que a raça Savana
poderá vir a ocupar um grande papel no cenário nacional, como a raça
bovina Nelore. Afinal, ambos são de grande rusticidade e são brancos,
com as extremidades negras, para reduzir a pressão dos raios
ultravioletas.
Obviamente, os criadores de Nelore - que já se
interessam pela criação de caprinos de grande porte - têm agora a mais
importante contribuição do mundo: uma raça branca, de grande porte,
especializada em corte, feita por dedicados especialistas.
O
confronto entre os dois titãs brancos, no Brasil - um bovino, outro
caprino - dará motivo para escrever muitas páginas e, sem dúvida, mudará
o cenário da pecuária de corte.
PADRÂO RACIAL
|
IDEAL
|
PERMISSÍVEL
|
DESCLASSIFICANTE
|
I. CABEÇA |
Forte,
ligeiramente curva, nariz relativamente amplo e não afinados, boca
razoavelmente larga, com lábios superiores e inferiores bem musculosos.
Os dentes inferiores deverão se encaixar corretamente na almofada da mandíbula. |
|
Nenhum defeito da boca ou dos maxilares será tolerado. |
- Perfil
|
Sub-convexo a convexo
|
Ligeiramente retilíneo
|
Côncavo
|
- Orelhas
|
Relativamente grandes e de forma oval, penduradas e caídas junto à cabeça. Deverão ser também bem pigmentadas.
|
|
Orelhas pregueadas no sentido vertical, torcidas, muito curtas.
|
- Chifres
|
Fortes, de comprimento médio, moderadamente seprados e bem posicionados, com crescimento para traz e moderada curvatura.
Nos
machos os chifres são ligeiramente mais pesados e fortes do que nas
cabras. Na base deverá haver uma distância razoável entre os chifres.
Nos machos devem ser mais forte. |
|
Demasiados longos ou fora de proporção.
|
- Olhos
|
Vivos e circundados por pele e pálpebras pigmentadas
|
|
Olhos azuis |
|
IDEAL
|
PERMISSÍVEL
|
DESCLASSIFICANTE
|
II. PESCOÇO |
Bem implantados, musculoso e de moderado e comprimento.
|
|
Muito longo, muito curto ou muito delgado. |
|
IDEAL
|
PERMISSÍVEL
|
DESCLASSIFICANTE
|
III. TRONCO
|
Comprido e profundo. Largo no dorso, espáduas bem desenvolvidas e com amplas e bem distribuídas massas musculares.
|
|
Má distribuição muscular. |
- Peito
|
Amplo e com uma profunda e larga massa muscular.
|
|
Pouca musculatura. Estreito, interferindo nos aprumos. |
- Linha Dorso-lombar
|
Retilínea e ampla
|
|
Lordose |
- Tórax
|
Profundo com costados bem arqueados e musculosos, e com costelas bem separadas. Cernelha ampla e arrendondada.
|
|
Cernelha com ligamentos frouxos. |
- Ventre
|
Amplo, profundo e de boa capacidade.
|
|
|
- Ancas
|
Bem separadas, musculosas e arredondadas
|
|
|
- Garupa
|
Ampla e comprida, com inclinação suave.
|
|
Curta, estreita ou excessivamente inclinada. |
|
IDEAL
|
PERMISSÍVEL
|
DESCLASSIFICANTE
|
IV. MEMBROS |
Fortes, bem posicionados, e proporcionais ao corpo. Articulações fortes e bons aprumos.
|
|
Distância do cotovelo ao casco muito longa. Quartelas compridas. Insuficientes musculação. |
- Cascos
|
Fortes e escuros
|
Pequenas rajas brancas
|
Despigmaentados. |
|
IDEAL
|
PERMISSÍVEL
|
DESCLASSIFICANTE
|
V. ÓRGÃOS GENITAIS
|
|
|
|
- Testículos
|
Bem desenvolvidos e simétricos
|
|
Pequenos ou anormais |
- Bolsa Escrotal
|
Pele solta e flexível
|
Pequena bipartição na extremidade distal, não superior a 5 cm.
|
Presença de outras anormalidades que não aquelas descritas como permissíveis. |
- Tetas
|
Uma teta de cada lado
|
Até duas tetas separados de cada lado.
|
|
- Vulva
|
Bem conformada com intensa pigmentação.
|
|
|
|
IDEAL
|
PERMISSÍVEL
|
DESCLASSIFICANTE
|
VI. APARELHO MAMÁRIO |
|
|
|
- Úbere
|
Bem conformado, com bons ligamentos suspensórios e uma teta funcional em cada lado.
|
Presença de não mais que duas tetas funcionais individualizadas, em cada metade do úbere.
|
Presença de outras anormalidades que não aquelas descritas como permissíveis. |
- Tetos
|
De pequeno a médio tamanho, bem formadas.
|
|
Tetas juntas em forma de cacho.
|
gg
|
IDEAL
|
PERMISSÍVEL
|
DESCLASSIFICANTE
|
VII. PELAGEM |
Pêlos brancos, curtos e lisos.
|
Durante
os meses de inverno, os caprinos poderão desenvolver uma pequena camada
suplementar de pêlos de proteção mais finos e fofos do tipo lã.
Orelhas com intensa pigmentação nas extremidades.
|
Presença de outras que não aquelas descritas como permissíveis.
|
- Pele
|
Totalmente escura.
|
|
Pelo pouco pigmentada.
|
- Mucosa
|
Escura
|
|
|
gg
|
IDEAL
|
PERMISSÍVEL
|
DESCLASSIFICANTE
|
VIII. APTIDÃO
|
Carne e Pele
|
|
|
Fonte: Revista O Berro |
Nenhum comentário:
Postar um comentário