Selo vai identificar no exterior produtos do agro de origem brasileira
GAF 2018
Em
 evento internacional , o ministro da Agricultura fez projeções do setor
 para os próximos dez anos e divulgou dados de preservação na área rural
O
 selo Brazil Agro - Good for Nature do Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento voltado para produtos da pauta de exportações 
do país foi apresentado nesta segunda-feira (23), em São Paulo, durante o
 evento internacional Global Agribusiness Fórum 2018 (GAF. O objetivo do
 selo é associar produtos do setor a sua origem, a condições de 
qualidade, de sustentabilidade e de padrões internacionais. 
A identificação faz parte de uma 
política de incentivo à abertura de novos mercados, por meio de um plano
 continuado de negociações internacionais, que visa consolidar a imagem 
do país como produtor e exportador de produtos seguros para os 
consumidores. É uma das medidas voltadas para atingir a meta de 
conquistar de elevar a participação do Brasil no mercado mundial de 
alimentos dos atuais US$ 96 bilhões para cerca de US$ 146 bilhões
O desenvolvimento do selo foi discutido
 com empresários na sede da FIESP, em junho. A apresentação na sede da 
entidade, à época, fez parte de exposição sobre a Estratégia para 
Abertura, Ampliação e Promoção no mercado internacional do agro 
brasileiro. Entre as exigências para obtenção do selo, estão as boas 
práticas e o bem estar animal, o cumprimento da legislação, a 
conformidade internacional, que inclui a execução de programas de 
integridade (compliance), o uso sustentável dos recursos e a preservação
 do meio ambiente.
Durante palestra no evento, o ministro 
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que nove 
associações que representam dezenas de empresas demonstram interesse em 
aderir ao selo.
Próximos dez anos
Nos próximos dez anos, o Brasil vai 
produzir 70 milhões de toneladas de grãos a mais, segundo Maggi, 
saltando de 232 milhões de toneladas para uma safra de 302 milhões t em 
2027/2028, puxadas principalmente pela soja (156 milhões t) e milho (113
 milhões t), incremento de 30%. As carnes (bovina, suína e de frango) 
devem passar de 27 milhões t para 34 milhões t, em alta de 27% (+7 
milhões t) no mesmo período. 
“O uso crescente de tecnologia, como 
plantio direto na palha, de sementes certificadas e novos métodos de 
cultivo, têm sido responsável pelo aumento da produção agrícola (30%) e 
corresponde ao dobro da variação de área de grãos (+14,5%)”, explicou o 
ministro, ao comentar a projeção agropecuária para a safra 2027/2028.
Maggi destacou ainda o fato de que a 
área usada para a agricultura não vai aumentar nem 15%. A pecuária 
também tem introduzido novas tecnologias em escala crescente. O uso de 
raças melhoradas, uso de medicamentos, controle de cruzamentos, boas 
práticas de manejo, entre outras técnicas e procedimentos, têm 
contribuído para o desempenho e a melhoria da produção.
Os números integram o estudo da 
Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e
 Abastecimento e da Secretaria de Gestão e Desenvolvimento Institucional
 da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (SIRE/Embrapa).
A pesquisa envolveu dados da Companhia 
Nacional de Abastecimento (Conab), Embrapa, Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
 (IPEA), FAPRI (Food and Agricultural Policy Research Institute) e do 
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department
 of Agriculture/USDA, sigla em inglês).
Cadastro ambiental
Maggi divulgou dados da Embrapa a 
partir de novas inserções de imóveis ao Sistema Nacional de Cadastro 
Ambiental Rural (SiCAR), que está sendo finalizado, que revelam o papel 
de produtores na preservação ambiental. Agricultores, pecuaristas, 
silvicultores e extrativistas destinam à preservação da vegetação nativa
 mais de 218 milhões de hectares, o equivalente a um quarto do 
território nacional (25,6%), de acordo com a Embrapa Territorial.
Os números foram levantados a partir 
das informações do SiCAR pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Na 
média, cada produtor rural utiliza apenas metade de suas terras, de 
acordo com os dados. A outra metade é ocupada com áreas de preservação 
permanente (às margens de corpos d’água e topos de morros), reserva 
legal e vegetação excedente. O centro de pesquisa estimou o valor do 
patrimônio fundiário imobilizado em preservação ambiental e chegou à 
cifra de R$ 3,1 trilhões.
 
                         
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