China e EUA devem 
retomar compras de carne bovina no Brasil ainda este semestre. Ambos são
 mercados estratégicos, que darão uma perspectiva boa para o futuro das 
exportações no país e oito plantas já foram aprovadas para atender o 
mercado chinês.
No próximo dia 19, o Primeiro Ministro 
Chinês, Li Keqiang, estará no Brasil acompanhado de representantes do 
serviço veterinário para assinar o acordo sanitário. Esse protocolo gera
 o documento oficial que irá junto com a carga para China.
Para 
Fernando Sampaio, diretor executivo da ABIEC, Associação Brasileira da 
Indústria Exportadora de Carne, o mercado asiático é interessante. “A 
China tem um consumo per capta baixo, porém uma grande população com 
crescimento de renda acelerado”.
Segundo o protocolo exigido pela
 China, o Brasil terá que tornar mais rígido o sistema de 
rastreabilidade e somente os bovinos com até trinta meses poderão ser 
embarcados para o país. Sampaio explica que isso não será um impeditivo 
aos novos negócios.
“Em relação às exigências, não há nada que 
nos preocupe. Abatemos a maioria dos animais com idade inferior a trinta
 meses. Já a rastreabilidade serve para o caso de acontecer alguma 
ocorrência sanitária, termos como encontrar a origem do problema, ou 
seja, a fazenda onde teve o foco de alguma doença. E isso o Brasil é 
capaz de fazer”.
Atualmente, o Brasil exporta para a China cerca 
de 300 mil toneladas por ano e a perspectiva é de crescimento. E isso 
deve se concretizar, segundo Sampaio, porque outros fornecedores 
tradicionais como Austrália e EUA, não serão capazes de atender a 
evolução da demanda da nação asiática.
“Com o aumento do consumo 
na China e na Ásia, o Brasil vai entrar como uma alternativa 
competitiva, porque esses outros países não tem condições de atender a 
demanda toda que vai surgir. O Brasil tem boas condições de pegar uma 
fatia dessas exportações”.
Mercado dos EUA
Enquanto
 isso, a Embaixadora dos EUA, Liliana Ayalde, esteve no Brasil 
recentemente e afirmou que os acordos para compra de carne bovina in 
natura pelos EUA estão avançando. Para Sampaio, “Toda etapa técnica já 
foi feita. Só falta a publicação oficial da exportação. Essa publicação 
depende apenas de um gesto político, esperamos que com a ida da 
Presidente Dilma aos EUA em junho, esse anúncio possa acontecer”.
O
 processo de abertura de mercado começou há bastante tempo. “Foi feito 
uma análise de risco por conta do Brasil não ter um território 
totalmente livre de febre aftosa. A liberação seria para quatorze 
estados brasileiros para enviar a carne in natura”, explica o diretor da
 ABIEC.
Nos EUA, o perfil das compras é mais pela oferta do 
dianteiro magro e esse poderia ser um atrativo para conquistar o mercado
 norte – americano.
Esse tipo de produto é bastante utilizado 
para a fabricação de hambúrguer, por exemplo, e os EUA tem o maior 
mercado de carne industrializada do mundo. Os cortes de dianteiro não 
são tão utilizados no Brasil. “O mercado interno consome mais traseiro 
do que dianteiro e dianteiro tem que colocar na exportação”, explica 
Sampaio.
Exportações brasileiras
Atualmente,
 o Brasil é o único país que consegue ampliar significativamente a área 
de rebanho e pastagem, portanto, a oferta de carne para exportação vai 
suprir outros mercados no mundo e fazer com que o Brasil se torne a 
longo prazo o maior player de carne bovina.
“O foco grande está 
na Ásia, em países como Indonésia e Tailândia que não dependem de 
petróleo e vão precisar importar carne. Também temos no Marrocos e na 
Turquia, especialistas estudando o mercado de carne”, conta Sampaio.
 
 
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