Melhor convivência com o Semiárido desenvolve produção e vida de família cearense
José
Soares, 44 anos, tem orgulho de ser agricultor familiar. Casado há 22
anos com Francisca Vieira, 41, Seu Zé, como gosta de ser chamado, nasceu
e foi criado no campo, herdou o dom pela agricultura do pai e pretende
passar tudo o que sabe para seus três filhos, Diego, Déborah e Ana
Clara. Apesar das dificuldades climáticas onde mora, na Comunidade de
Atalho, a 15 quilômetros de Quiteranópolis (CE), a família não desiste e
nem pensa em sair do meio rural, que tanto apaixonou José Soares.
“Eu nasci na agricultura. Meu pai tinha plantação de
cana de açúcar. Cresci vendo meu pai fazer rapadura, plantar mandioca,
abóbora. Já plantei de quase tudo”, conta o patriarca, que possui uma
propriedade de 50 hectares, denominado Sítio Alegre, no sertão do Ceará.
“Nós já sofremos muito com a seca. Teve uma época que perdemos mais de
10 hectares de plantações por causa da falta de chuva”, lembra.
Dona Francisca e Seu Zé deram a volta por cima. “Era
um sofrimento muito grande, no início. Quando recomeçamos, aprendemos a
lidar um pouco melhor com a falta de chuva, mas, com o tempo, fomos
aperfeiçoando”, conta. Há cinco anos, ele teve a ajuda dos primos para
cavar uma cacimba, espécie de poço feito para encontrar lençóis
aquáticos e que acumula água pluvial.
A partir de então, as coisas melhoraram muito para a
família de José Soares. Com a cacimba, vieram as polpas de frutas e as
vendas para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que
motivaram ainda mais o marido de Dona Francisca. “Sempre gostei de
plantar. Aqui é o meu lugar. Não ligo pra shopping, asfalto, cidade.
Enquanto eu estiver em contato com a natureza, o resto não importa”,
conclui.
Plano Safra Semiárido
A perspectiva de futuro de José Soares já era
positiva, mas ficou ainda melhor depois que a presidenta Dilma Rousseff
anunciou, nessa quinta-feira (4), o Plano Safra Semiárido, que vai
disponibilizar R$ 4 bilhões para a agricultura familiar durante o
ano-safra 2013/2014.
Neste primeiro Plano com
foco regional, as ações são voltadas para estimular os sistemas de
produção de convivência com o Semiárido, que tanto beneficiaram a vida
de José Soares e sua família.
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