Há mais de 13 anos a caprino-ovinocultura para corte no Brasil era 
uma atividade praticamente inexistente. Predominava a criação para 
subsistência, principalmente nas cidades do interior nordestino. De 
forma isolada criadores começaram a enxergar a oportunidade de 
profissionalizar o setor e iniciaram a seleção genética de raças 
originárias do Nordeste, como a de ovinos Santa Inês. O objetivo era 
conseguir chegar a um melhor padrão racial que atendesse ao mercado de 
carne no país.
Em 1998, a visão de negócio de um pecuarista pernambucano começou a 
mudar a história da atividade. Luiz Felipe Brennand decidiu aproveitar a
 vocação natural da região e instalar o Rebanho Caroatá, em Gravatá, 
agreste de Pernambuco, a 90 Km do Recife.
Com foco no melhoramento genético de raças voltadas para produção de 
carne, resolver investir na raça de caprinos Boer, de origem 
sul-africana. “A raça possui grande potencial e reúne três qualidades 
essenciais para uma criação produtiva: alta taxa de fertilidade, carne 
de qualidade e excelente adaptação às regiões tropicais”, justifica o 
pecuarista. Para dar início à criação com alta qualidade, ele conta que 
importou campeões e filhos de campeões do Texas, e embriões da África do
 Sul.
Em seguida, o criador decidiu investir nos ovinos Santa Inês e 
adquiriu exemplares de tradicionais pecuaristas do país. “A raça Santa 
Inês foi uma opção natural porque é tipicamente brasileira e originária 
do Nordeste”, afirma.
Sempre disposto a investir, Luiz Felipe diversificou a produção em 
2003 importando 250 embriões de ovinos da raça Dorper. Na época já 
funcionava em Baixa Grande, a 240 Km do Salvador, o Rebanho Caroatá na 
Bahia. A terceira raça foco do rebanho ganhou os territórios baianos e 
foi desenvolvida por ser especializada na produção de carne, para 
acompanhar o movimento crescente do mercado de carnes caprinas e ovinas 
no Brasil.
Atualmente, o Rebanho Caroatá possui 1.726 animais, sendo 444 
caprinos e 1.282 ovinos. São 576 ovinos Santa Inês, 97 ovinos Dorper, 
186 caprinos Boer e 18 caprinos Sawana. O rebanho também contabiliza 609
 receptoras ovinas e 240 receptoras caprinas.
ALTA GENÉTICA  - Para chegar ao mais alto patamar de 
qualidade dos animais, o Rebanho Caroatá se valeu das mais modernas 
técnicas de reprodução animal. O programa de coleta de embriões 
implantado com cerca de 300 matrizes doadoras fez da genética do rebanho
 um modelo e referência para todos os criadores e interessados na 
atividade do país. Como resultado, durante seis anos Luiz Felipe 
Brennand foi escolhido o melhor criador e expositor da raça Boer do 
Brasil, e os animais com o afixo Caroatá estão sempre se destacando em 
exposições pelo país.
O pecuarista acredita que, a exemplo do que aconteceu nos Estados 
Unidos, América Central e México, o consumo de carne de caprinos e 
ovinos vai crescer em larga escala no Brasil nos próximos anos. Para 
incentivar o início desse crescimento, há sete anos Luiz Felipe propaga 
as qualidades das raças em eventos na Região Nordeste. Os leilões 
Caroatá, Pompeu Borba e Três Ases e Um Curinga, realizados todos os anos
 nas cidades de Gravatá-PE, Recife-PE, João Pessoa-PB e cidades que 
sediam as exposições Nacionais das raças Boer, Santa Inês e Dorper, são 
parada obrigatória de quem deseja entrar na caprino-ovinocultura. Em 
2006 foi promovido o primeiro Três Ases e Um Curinga no Sudeste, em 
Bauru-SP, para levar a qualidade da genética pioneira do Nordeste para a
 região que mais cresce e investe na atividade. Desde 2007 o leilão 
passou a acontecer na capital paulista, durante a Feinco – Feira 
Internacional de Caprinos e Ovinos.
Luiz Felipe Brennand explica que para começar a suprir a demanda 
interna pela carne de cabrito e cordeiro e para produzir animais 
destinados para corte, é preciso antes investir em animais de elite e 
melhorar geneticamente os rebanhos. “Por esse motivo estamos vendo essa 
onda de leilões e a valorização de animais. O momento é de correr atrás 
de boa genética para formar os rebanhos”, contextualiza.
As carnes de cabrito e cordeiro fazem parte do cardápio de grandes 
restaurantes do país e representam uma alternativa de alimentação rica 
em proteína e ferro e pobre em gordura. O consumo de carne de caprinos e
 ovinos per capita no Brasil é de 1,5 kg/ano. No Nordeste, o consumo 
alcança um índice de cerca de 2,5 kg por habitante/ano.
Fazenda possui projeto modelo para produção de matrizes
Situada no município de Baixa Grande, a 240 quilômetros de 
Salvador-BA, a Fazenda Serra Azul foi adquirida em 1968 pelo patriarca 
da família pernambucana Brennand, Cornélio Coimbra de Almeida Brennand. 
Há mais de 10 anos as oportunidades no agronegócio começaram a apontar 
para a caprino-ovinocultura. Foi quando Luiz Felipe Brennand, filho de 
Cornélio, começou a investir em Pernambuco e na Bahia, e montou o 
Rebanho Caroatá. Exemplares foram trazidos dos Estados Unidos e embriões
 foram importados da África do Sul para formar uma criação de alta 
genética, hoje uma referência nacional nas raças de caprinos Boer e 
ovinos Santa Inês e Dorper, que promove leilões em várias partes do 
país. 
Com o crescimento explosivo da caprino-ovinocultura no Brasil, e já 
tendo à sua disposição a base genética do Rebanho Caroatá, a família 
decide iniciar na Fazenda Serra Azul a implantação de um grande projeto 
destinado à produção de matrizes Santa Inês e Dorper. O estado escolhido
 para sediar o projeto tem a vantagem de ter o maior rebanho caprino do 
país e o maior de ovinos do Nordeste, este último já com grande presença
 do sangue Santa Inês.
O rebanho de ovelhas e cabras tem cerca de 10 mil fêmeas, nos mais 
diversos graus de sangue. Luiz Felipe Brennand explica que a demanda 
surgida com os novos rebanhos em formação no País foi indicando as 
quantidades de Prov’s e Puras a serem ofertadas em cada uma das raças.
O manejo de Serra Azul é uma verdadeira revolução, feita a partir da 
introdução simultânea no semi-árido das técnicas de Voisin e do 
confinamento total dos cordeiros e cabritos. “O objetivo é conseguir um 
animal entre 30kg e 35kg de peso vivo, entre 120 dias e 150 dias de 
nascido. Desde o nascimento até os 15 dias as crias permanecem 
alimentadas exclusivamente pelas mães, que vêm aleitá-las no galpão três
 vezes ao dia. A partir dos quinze dias até a apartação passam a 
consumir ração concentrada e feno, alterando-se os aleitamentos para 
dois por dia, a partir dos trinta dias de nascidos”, detalha Luiz Felipe
 Brennand.
As matrizes, durante todo o ano, permanecem em regime de pastejo a 
campo, com a complementação de dois tipos de sal proteinado, um para a 
época das águas e outro para a seca. Os cordeiros e os cabritos 
permanecem, mesmo depois de apartados, nos galpões até atingirem 30kg a 
35kg. Neste momento as fêmeas são transferidas para um Voisin de recria,
 onde deverão permanecer até os 40kg aguardando a estação de monta 
seguinte. Na fazenda Serra Azul, a primeira estação monta acontece em 
agosto e setembro, e a segunda em dezembro e janeiro. Essa programação 
de datas é para que os nascimentos aconteçam nas estações das águas, 
privilegiando o aleitamento. O não seqüenciamento é para permitir o uso 
de um mesmo galpão de confinamento para dois lotes de matrizes em 
reprodução.
Durante o período em que as fêmeas estão sendo recriadas, elas são 
readaptadas ao regime de pastejo a campo, com a diminuição continuada da
 oferta de ração concentrada. No mesmo momento em que são transferidas 
para a recria, os machos, que não possuem desenvolvimento ou 
caracterização racial para servirem como reprodutores, são levados para 
abate.
Nota do Blog:
Iniciei uma experiencia com um reprodutor Boer. De imediato tenho a dizer que estou satisfeito.Rústico, bastante arisco, se alimenta bem e tem um ganho de peso excelente. Vou aguardar o cruzamento com a cabra mistiça. 
                
                
                
                
                
                
                
                
                
                
                 
                                           

 
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