Problema em barragem atrasa transferência de água do São Francisco para regiões secas do NE
Uma seca de cinco anos tem atingido bacias de rios e matado plantações e gado em quantidade recorde em quatro Estados do Nordeste
A ruptura nesta
sexta-feira de parte de uma barragem de um reservatório num canal de
transferência de água do rio São Francisco para regiões atingidas pela
seca no Nordeste deve adiar a inauguração do projeto de 3 bilhões de
dólares, disseram autoridades.
O presidente Michel Temer deveria abrir o
primeiro de dois canais na semana que vem, segundo autoridades do
Estado da Paraíba, onde a segunda maior cidade, Campina Grande, está
rapidamente ficando sem água.
O Ministério da Integração Nacional,
responsável pelo projeto, afirmou que as empresas construindo o canal
estavam trabalhando para conter o que o ministério chamou de um
“vazamento” na barragem de Barreiro.
Um engenheiro que trabalha na construção
do canal disse à Reuters que as estações de bombeamento foram
paralisadas e que o reservatório terá que ser esvaziado para se reparar a
barragem, atrasando a finalização dos trabalhos em dias ou talvez
semanas.
"Nós ainda não sabemos por que a
barragem rompeu. Haverá um atraso para se chegar ao fluxo planejado em
termos de volume de água”, afirmou ele, pedindo para não ser
identificado, pois não estava autorizado a comentar.
O ministério, em comunicado, informou
que não havia "risco estrutural" à barragem, que foi construída para
reter 5 milhões de metros cúbicos, mas comunidades vizinhas foram
alertadas sobre a situação.
Uma porta-voz do presidente Temer disse
que ele não estava no momento planejando viajar para cortar a fita do
projeto cuja construção já leva 12 anos e tem sido postergada por causa
de disputas políticas e corrupção.
Uma seca de cinco anos tem atingido
bacias de rios e matado plantações e gado em quantidade recorde em
quatro Estados do Nordeste, que estão desesperados para receber a água
bombeada do rio São Francisco.
Os 400 mil habitantes de Campina Grande
têm feito racionamento de água por dois anos e enfrentam a possibilidade
de verem suas torneiras secas se a água transferida não chegar logo.
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