“O acesso ao crédito e a obtenção de terras são ferramentas  imprescindíveis para o crescimento do País”. A afirmação foi do ministro  do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, no primeiro dia do IV  Seminário Nacional do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). O  evento, que é realizado pelo órgão e ocorre  anualmente em Brasília,   segue até o dia 3 de dezembro. O tema em debate é o combate à pobreza  rural. Produtores, representantes do Ministério do Desenvolvimento  Social e de sindicatos e entidades ligadas ao desenvolvimento agrário  participam dos debates, que estão focados em  alternativas para a  redução da pobreza rural, para a inclusão social e para o aquecimento  econômico do Brasil.    
Dentre as diversas ações empreendidas pelo MDA para  o combate à pobreza rural, destaca-se o Programa Nacional de Crédito  Fundiário (PNCF). Criado em 2003 com o objetivo de financiar a compra de  terras e oferecer condições dignas para trabalhadores rurais, a  iniciativa beneficia atualmente mais de 90 mil famílias em 21 estados da  Federação. Os recursos destinados para o PNCF somam cerca de 2,4  bilhões de reais. A meta é incluir mais 12 mil famílias no próximo ano.    
Alguns dados do programa Brasil Sem Miséria, do  Governo Federal, ajudam a compreender melhor a importância do acesso ao  crédito: a concentração de pessoas que vivem com menos de R$ 70 por mês,  ou seja, em situação de pobreza extrema, é bem maior no meio rural.  Dos  16, 2 milhões de brasileiros dessa estatística, 47% estão fora das  áreas urbanas. Outro número que chama atenção é que a minoria das  pessoas que vivem em meio rural são proprietárias de terras, apenas 28%.  “Por isso, financiamentos específicos para agricultores familiares são  tão relevantes. Com posse da terra, o trabalhador rural pode investir em  sua produção e tornar sua propriedade e produto competitivos, gerando  renda e empreso. Alguns casos de sucesso comprovam essa veracidade”,  destacou o assessor da Secretaria de Agricultura Familiar do MDA Paulo  Pereira.    
O assessor faz referência a exemplos como o de  Washington Diniz. O produtor de café do Sul de Minas Gerais viu a vida  de sua família passar por uma evolução desde que começou a participar do  programa de crédito fundiário em 2007. “Adquirimos uma área que  praticamente não produzia, mas começamos a cultivar. Já tínhamos  experiência com o cultivo. Porém, sempre tivemos dificuldade em manter a  posse da lavoura.  Com o crédito, vencemos esse obstáculo para o  desenvolvimento. Nossa propriedade, mesmo  pequena, produz de maneira  sustentável aproximadamente 40 sacas de café por ano”, comemorou  Washington.    
Para o ministro Afonso Florence, o  desafio de  acabar com a miséria no Brasil Rural é grande, mas com a integração de  estratégias e políticas públicas, mais brasileiros devem sair da linha  da pobreza nos próximos anos. Florence explicou que dentre os 28 milhões  de pessoas que viviam em demasia de falta de recursos e melhoraram a  situação financeira por meio das iniciativas do Governo Federal, mais de  4 milhões pertenciam ao meio rural. “Essas famílias tiveram um  incremento aproximado de 60% em suas rendas. Elas fazem parte de uma  imensa mobilização social, do qual os brasileiros são protagonistas e  por isso viraram holofotes para países pobres”, destacou.    
As ações do Ministério    
Ainda no seminário,  outras alternativas para diminuir a pobreza no Brasil rural  foram  apresentadas pelo MDA , entre elas o programa Brasil Sem Miséria Rural,  que já atende 33 mil famílias em todo o País, sendo 25 mil agricultores  familiares. A estratégia é incluir produtivamente os trabalhadores  rurais, atuando diretamente com os produtores. Mais uma ação prevista  pelo Ministério é o e-commerce da agricultura familiar, que deve  promover comercializações de grande porte para os agricultores por meio  da internet, facilitando a integração entre compradores e vendedores. O  ministro Afonso Florense ressaltou ainda a renegociação da dívida dos  agricultores familiares, aprovada recentemente pelo Conselho Monetário  Nacional (CMN), além da previsão de juros mais baixos para o Pronaf.    
Sobre o Crédito Fundiário      
       
O Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) é uma iniciativa da Secretaria de Reordenamento Agrário que dá oportunidade ao trabalhador rural de adquirir imóvel por meio de financiamento, individual ou coletivo. Além da terra, o agricultor pode construir sua casa, preparar o solo, comprar implementos, ter acompanhamento técnico, entre outros, para se desenvolver de forma independente e autônoma.
O Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) é uma iniciativa da Secretaria de Reordenamento Agrário que dá oportunidade ao trabalhador rural de adquirir imóvel por meio de financiamento, individual ou coletivo. Além da terra, o agricultor pode construir sua casa, preparar o solo, comprar implementos, ter acompanhamento técnico, entre outros, para se desenvolver de forma independente e autônoma.
 As condições são  diferenciadas e o trabalhador rural tem até 20 anos para quitar a  dívida, dependendo do crédito solicitado. Podem participar do programa  agricultores e agricultoras rurais sem terra, arrendatários, além de  parceiros, meeiros, agregados, posseiros e proprietários de terra cuja  dimensão é inferior ao módulo rural. O PNCF prevê ainda ações de  incentivo às mulheres, jovens e negros rurais.    
 
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