Biodiesel: produção de oleaginosas da agricultura familiar incrementa aquisição por usinas  
06/12/2011 06:20
    Responsável pela produção da maior parte dos alimentos que chegam,  todos os dias, à mesa dos brasileiros, a agricultura familiar começa a  se destacar, também, na produção e venda das oleaginosas que dão origem a  uma das mais importantes fontes de energia renovável do planeta: o  biodiesel. As novas culturas, que convivem cada vez mais com a produção  de alimentos — prioridade dos agricultores familiares —, já propiciaram  que, nos três primeiros trimestres deste ano, as aquisições da  matéria-prima do combustível (grãos e óleos) realizadas pelas usinas de  biodiesel atingissem R$ 1,15 bilhão. A previsão é de que o total chegue a  R$ 1,4 bilhão até dezembro, com crescimento de 32% em relação ao R$  1,058 bilhão de 2010, quando as vendas dispararam 56% em comparação aos  R$ 677,34 milhões de 2009.   
O cálculo é do coordenador geral de Biocombustíveis da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Marco Antônio Viana Leite. De acordo com ele, mais do que um complemento na renda dos pequenos agricultores, o biodiesel representa uma reserva de mercado para todos os produtores de oleaginosas, sejam eles de médio e grande portes da Região Sul, onde já estão mais organizados; de menor porte, no Centro-Oeste, onde a maioria vive em assentamentos; ou produtores de mamona no Nordeste, região onde vivem cerca de 40% dos agricultores familiares.
Para Marco Antônio, a previsão de crescimento de 32%, em reais, para este ano, se confirmada, é bastante significativa, ainda que o volume por agricultor registre aumentos menores. “O que ocorre, na verdade, é um aumento da produtividade e, eventualmente, da área plantada, por parte dos agricultores familiares”, observa. Especificamente em relação à soja, os grandes agricultores ainda respondem pela maior parte da produção e da venda, em termos de volume bruto. Mas a tendência, de acordo com o coordenador da SAF, é que a diferença vá diminuindo. “Estamos com uma nova Instrução Normativa, que deve entrar em vigor ainda este ano, e que aumenta a obrigatoriedade de compra de percentuais da agricultura familiar. Então, no médio prazo, caminhamos para um equilíbrio”, analisa Leite.
O biodiesel é um combustível renovável derivado de óleos vegetais, como soja, girassol, mamona, soja, babaçu e demais oleaginosas, ou de gorduras animais, usado em motores a diesel. Desses óleos vegetais que compõem o biodiesel, a soja responde por 84%. Para se identificar, em todo o mundo, a concentração do biodiesel na mistura com o diesel mineral, convencionou-se usar a letra B seguida do número que corresponde à quantidade de biodiesel na mistura. Assim, se uma mistura tem 5% de biodiesel, é chamada B5; se tem 20% de biodiesel, é B20. Atualmente, o biodiesel vendido nos postos pelo Brasil possui 5% de biodiesel (B5).
O cálculo é do coordenador geral de Biocombustíveis da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Marco Antônio Viana Leite. De acordo com ele, mais do que um complemento na renda dos pequenos agricultores, o biodiesel representa uma reserva de mercado para todos os produtores de oleaginosas, sejam eles de médio e grande portes da Região Sul, onde já estão mais organizados; de menor porte, no Centro-Oeste, onde a maioria vive em assentamentos; ou produtores de mamona no Nordeste, região onde vivem cerca de 40% dos agricultores familiares.
Para Marco Antônio, a previsão de crescimento de 32%, em reais, para este ano, se confirmada, é bastante significativa, ainda que o volume por agricultor registre aumentos menores. “O que ocorre, na verdade, é um aumento da produtividade e, eventualmente, da área plantada, por parte dos agricultores familiares”, observa. Especificamente em relação à soja, os grandes agricultores ainda respondem pela maior parte da produção e da venda, em termos de volume bruto. Mas a tendência, de acordo com o coordenador da SAF, é que a diferença vá diminuindo. “Estamos com uma nova Instrução Normativa, que deve entrar em vigor ainda este ano, e que aumenta a obrigatoriedade de compra de percentuais da agricultura familiar. Então, no médio prazo, caminhamos para um equilíbrio”, analisa Leite.
O biodiesel é um combustível renovável derivado de óleos vegetais, como soja, girassol, mamona, soja, babaçu e demais oleaginosas, ou de gorduras animais, usado em motores a diesel. Desses óleos vegetais que compõem o biodiesel, a soja responde por 84%. Para se identificar, em todo o mundo, a concentração do biodiesel na mistura com o diesel mineral, convencionou-se usar a letra B seguida do número que corresponde à quantidade de biodiesel na mistura. Assim, se uma mistura tem 5% de biodiesel, é chamada B5; se tem 20% de biodiesel, é B20. Atualmente, o biodiesel vendido nos postos pelo Brasil possui 5% de biodiesel (B5).
A elevação desse percentual para, por exemplo, 6%,  como defendem alguns especialistas, seria bem-vinda na medida em que  aumentaria a quantidade de energia limpa utilizada e reduziria a emissão  de poluentes como monóxido de carbono e enxofre. Mas essa alteração  ainda depende de algumas adequações. Segundo Marco Antônio, o aumento  será interessante para o Brasil se vier acompanhado de inclusão social,  produtiva e de uma política que atenda todas as regiões e não apenas as  mais competitivas. “Não se trata de um simples aumento; tem um contexto  ambiental, social, econômico, microrregional, territorial. Caso  contrário, corremos o risco de ficar igual à cana, cuja produção está  concentrada em São Paulo”, alerta.   
O Programa     
Criado pelo Governo Federal em janeiro de 2005, por meio da Lei 11.097, o Programa Brasileiro de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) surgiu com a finalidade de estimular a produção e uso do biodiesel de forma sustentável, com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, via geração de emprego e renda. O PNPB prevê, entre outras vantagens, a redução de tributos federais sobre a produção de biodiesel, desde que as empresas produtoras incluam, em seus projetos, a agricultura familiar, obtendo, assim, o Selo Combustível Social, um instrumento de incentivo ao setor produtivo e que tem contribuído para o desenvolvimento do programa. O resultado, após seis anos, é que, praticamente, todos os projetos no mercado contam com a participação dos agricultores familiares.
Criado pelo Governo Federal em janeiro de 2005, por meio da Lei 11.097, o Programa Brasileiro de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) surgiu com a finalidade de estimular a produção e uso do biodiesel de forma sustentável, com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, via geração de emprego e renda. O PNPB prevê, entre outras vantagens, a redução de tributos federais sobre a produção de biodiesel, desde que as empresas produtoras incluam, em seus projetos, a agricultura familiar, obtendo, assim, o Selo Combustível Social, um instrumento de incentivo ao setor produtivo e que tem contribuído para o desenvolvimento do programa. O resultado, após seis anos, é que, praticamente, todos os projetos no mercado contam com a participação dos agricultores familiares.
Graças ao PNPB, existem, atualmente, 63 Polos de  Biodiesel no Brasil, que abrangem 1.091 municípios, onde o MDA concentra  esforços de organização da base produtiva de diferentes tipos de  oleaginosas produzidas pela agricultura familiar. Os polos de produção  de biodiesel do Ministério também identificam as potenciais áreas  produtoras e realizam ações de integração entre as empresas interessadas  em trabalhar na região.   
“Poderíamos definir da seguinte maneira: dentro do  Programa Brasil Sem Miséria temos três motes. O primeiro são as  políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família; o segundo, é o  acesso a políticas públicas, como o Luz Para Todos; e o terceiro, a  inclusão produtiva. Então, o PNPB vem nessa direção. Claro que com  dificuldades, com desafios, mas que estão sendo superados nessa  caminhada”, avalia Marco Antônio.   
No Brasil, o número de agricultores que participam  do PNPB passou de 15 mil em 2005, para 51 mil em 2009, e alcançou 100  mil em 2010. A previsão é de que, em 2011, chegue a 112 mil. Para se ter  uma ideia da importância dessa evolução, em termos regionais  (Nordeste), esses números foram, respectivamente, de 16 mil, 17,7 mil,  41 mil e projeção de 45 mil para 2011. O aumento dessa participação, no  entanto, depende de resultados de pesquisa, desenvolvimento e  investimento (PD&I) em oleaginosas sustentáveis e de incentivos para  compensar as desvantagens competitivas das regiões mais carentes.   
Na Região Norte, o Programa de Produção Sustentável  de Palma de Óleo funciona como alternativa estratégica para a  diversificação de matérias primas para o biodiesel, geração de energia  para comunidades isoladas, recuperação de áreas degradadas,  regularização fundiária e geração de renda. Atualmente, existem 10  empresas já instaladas ou em processo de instalação realizando parcerias  com 2.000 famílias de agricultores familiares que acessam o Pronaf Eco  Dendê.   
A grande importância da produção de biodiesel está  nos benefícios sociais e ambientais que esse novo combustível pode  trazer. Além de representar uma alternativa de energia limpa, o  biodiesel contribui para a geração de empregos no setor primário, algo  bastante relevante em termos de desenvolvimento social. Com isso,  evita-se o êxodo do trabalhador no campo e se reduz o inchaço das  grandes cidades, favorecendo o ciclo da economia autossustentável,  essencial para a autonomia do país.   
Para o economista da Associação Brasileira das  Indústrias de Óleos Vegetais, Daniel Furlan Amaral, a agricultura  familiar é o grande diferencial do PNPB. “O olhar do governo para o  pequeno produtor é um ponto muito positivo. E não só para o produtor de  soja, mas também de outras culturas que passaram a ser mais  incentivadas, como a canola, a palma e a mamona. Do mesmo modo, outras  regiões passaram a ser mais valorizadas, como o Norte e Nordeste”,  explica. Furlan também elogia as revisões feitas pelo governo, por meio  de Instruções Normativas, no Selo Combustível Social, concedido aos  produtores que promovam, comprovadamente, a inclusão e o desenvolvimento  regional.   
Selo     
Dentre os benefícios que o selo propicia aos produtores de biodiesel, destacam-se o regime diferenciado nos tributos PIS/Pasep e Cofins, bem como participação assegurada de 80% do biodiesel negociado nos leilões públicos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Atualmente, 35 empresas já operam com o Selo Combustível Social, estimulando e fortalecendo mais de 100 mil famílias e 60 cooperativas de agricultores familiares produtoras de oleaginosas em todo o País, dentro de um parque industrial composto por 60 usinas.
Dentre os benefícios que o selo propicia aos produtores de biodiesel, destacam-se o regime diferenciado nos tributos PIS/Pasep e Cofins, bem como participação assegurada de 80% do biodiesel negociado nos leilões públicos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Atualmente, 35 empresas já operam com o Selo Combustível Social, estimulando e fortalecendo mais de 100 mil famílias e 60 cooperativas de agricultores familiares produtoras de oleaginosas em todo o País, dentro de um parque industrial composto por 60 usinas.
Da capacidade total de produção de biodiesel  comercializada no País em setembro de 2011 (6,0 milhões de m3 por ano),  quase 90% (ou 5,4 milhões) tinham o selo. Até o fim de 2010, 60% das  usinas de biodiesel em todo o País trabalharam com agricultores  familiares e apresentavam o selo. Para participar do mercado de  matéria-prima do biodiesel, os agricultores familiares ou cooperativas  podem ofertar seu produto a uma empresa produtora do combustível que  possua o selo.   
Até agosto de 2011, o Centro-Oeste e Sul respondiam  pela maior participação regional da produção de biodiesel, com,  respectivamente, 38,9% e 38%. Apesar da liderança, a região Centro-Oeste  vem perdendo espaço a cada ano, já que em 2008 respondia por 45,1% da  produção, enquanto o Sul apresentava apenas participação de 26,8%.   
No cenário mundial,  desde os anos 1990, vários países começaram a avançar na produção e  consumo do biodiesel, motivados basicamente pela consolidação do  conceito de desenvolvimento sustentável. O Brasil tem se situado sempre  entre os três maiores produtores e consumidores, com pequenas diferenças  em relação aos líderes. Na produção e no uso do biodiesel, a Alemanha  está na frente com, respectivamente, 2,611 bilhões de m3 e 2,764  bilhões. Em termos, ainda, de produção, o Brasil aparece em 2º. lugar,  com 2,397 bilhões e a Argentina em 3º. lugar, com 2,056 bilhões. Já o  segundo maior consumidor é a França, com 2,689 bilhões, seguida do  Brasil, com 2,449 bilhões de m3.   
Cooperativas     
Outra forma de organização estimulada pelo Governo Federal para o desenvolvimento do biodiesel são as cooperativas. As usinas com o Selo Combustível Social podem adquirir diretamente dos agricultores familiares ou de suas cooperativas agropecuárias. Com a venda coletiva, em grandes quantidades, é sempre possível negociar melhores preços com as empresas. Em 2008, a participação das cooperativas era semelhante à venda de agricultores familiares mas, depois, no ano passado, passou a ser o dobro. “Estamos dando foco nas cooperativas porque se o agricultor familiar tiver um empreendimento dele, futuramente ele poderá deixar de ser vendedor de soja ou de óleo e virar um produtor de biodiesel, efetivamente”, disse Marco Antônio.
Outra forma de organização estimulada pelo Governo Federal para o desenvolvimento do biodiesel são as cooperativas. As usinas com o Selo Combustível Social podem adquirir diretamente dos agricultores familiares ou de suas cooperativas agropecuárias. Com a venda coletiva, em grandes quantidades, é sempre possível negociar melhores preços com as empresas. Em 2008, a participação das cooperativas era semelhante à venda de agricultores familiares mas, depois, no ano passado, passou a ser o dobro. “Estamos dando foco nas cooperativas porque se o agricultor familiar tiver um empreendimento dele, futuramente ele poderá deixar de ser vendedor de soja ou de óleo e virar um produtor de biodiesel, efetivamente”, disse Marco Antônio.
 
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