quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Feiras orgânicas são saída contra a extrema pobreza

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Diagnóstico revelado na pesquisa deve auxiliar a colocar políticas públicas no segmento em prática
Garantia de fiscalização e controle nas feiras agroecológicas do Ceará, tanto no que se refere à qualidade orgânica quanto a se evitar a interferência de atravessadores; incentivo a práticas solidárias; busca pela adequação entre a legislação e a realidade dos produtores; maior acesso ao crédito. Estas foram algumas conclusões apresentadas no estudo "Feiras Agroecológicas no Ceará", realizado pelo Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT), em parceria com o Núcleo de Economia Solidária da Universidade Federal de Pernambuco (Necso/UFPE), com o apoio do Banco do Nordeste (BNB) e do Governo do Estado. "Se não fossem as feiras, a parcela da população na extrema pobreza seria ainda maior", ressaltou um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, o professor da UFPE, Roberto Alves de Lima, ontem no miniauditório do BNB/Passaré.

O titular da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA), Nelson Martins, acredita que a pesquisa terá parcela importante para ajudar na erradicação da miséria no Estado. "Vamos usar o diagnóstico encontrado para melhorar nosso trabalho de comercialização dos produtos da agricultura familiar. Também queremos, até 2014, erradicar a situação de extrema pobreza", afirmou.

Realizada entre 2009 e 2010, a pesquisa de campo abordou três níveis: produtores, feirantes e entidades que organizam as feiras. O documento apresentou uma espécie de perfil dos feirantes e do processo de organização e de produção, das feiras agroecológicas, em municípios cearenses. Foram consultadas feiras nas cidades de Itapipoca, Trairi, Fortaleza (Feira do Benfica) e Crato. "Foi uma experiência muito rica. A pesquisa nos possibilitará outros links para a aplicação de políticas públicas envolvendo os feirantes", afirmou outro responsável pelo estudo, o analista de mercado de trabalho do IDT, Junior Macambira.

Sustentabilidade
Outro responsável pelo estudo, o professor da UFPE, Tarcísio Patrício de Araújo, destaca que nos últimos anos passou a existir uma preocupação crescente com o desenvolvimento sustentável e com alimentos isentos de agrotóxicos. "Os produtos orgânicos têm tido o consumo ampliado. No entanto, a produção em bases orgânicas ainda não alcança 3% da área agrícola total, no mundo. Por aqui essa fatia é ainda menor", frisou.

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