domingo, 29 de janeiro de 2023

 

O Nordeste brasileiro pode produzir o primeiro tomate híbrido rasteiro desenvolvido no país                                                       

O BRS Sena, primeiro tomate rasteiro híbrido desenvolvido no Brasil, tem mostrado potencial para produção no Nordeste. Experimentos controlados pela Embrapa em Alagoas desde 2020 vêm apresentando resultados promissores para posicionamento do produto em diferentes nichos de mercado.

O nordeste não tem tradição na produção de algumas hortaliças, em razão do calor intenso e do excesso de umidade, que propiciam a ocorrência de doenças e dificultam a produção. Ocorre que uma planta, originalmente adaptada a climas ameno, tem uma amplitude térmica ideal entre 10 e 30 graus Celsius. Na região nordestina, as temperaturas variam de 25 a 35 graus. Nesse ambiente, as plantas do tomateiro são mantidas a condições fisiológicas extremas. “Por isso, ninguém acreditava que seria possível produzir no nordeste”, conta a analista  Flávia Teixeira , engenheira agrônoma da  Embrapa Hortaliças , que atua na  Embrapa Alimentos e Territórios  (AL).

Os trabalhos de campo são realizados pela Embrapa no estado alagoano há três anos e incluem cultivos de cenoura, pimenta e alho, mas o tomate é o que tem chamado mais atenção de produtores pelo seu potencial de agregação de valor.

O híbrido BRS Sena apresenta frutos alongados, firmes, com peso médio de 70 gramas, são algumas de suas características. Destacam-se, ainda, a produtividade e o grau brix. Além disso, os pesquisadores apontam a resistência às doenças fúngicas causadas por  Fusarium oxysporum  f.sp. lycopersici , raças 1 e 2,  Verticilium dahliae  raça 1, à pinta-bacteriana ( Pseudomonas syringae  pv. tomato raça 0), aos nematoides-das-galhas ( Melodoigyne javanica  e  M. incógnita ), ao begomovírus e à mancha-bacteriana ( Xanthomonas  sp.).

Para Klecio Santos, presidente da Cooperativa Pindorama, empresa que apoiou um plantio-piloto, uma parceria com a Embrapa tende a gerar boas oportunidades para os agricultores da região, uma vez que permite ampliar o leque de produção. “A tecnologia integrada pelo órgão tem feito com que o homem do campo vença as adversidades e alcance novas conquistas”, disse. “Quanto mais produtos de qualidade no mercado, maior será a geração de emprego e renda, e o brasileiro terá uma alimentação mais segura, saudável e nutritiva”, ressalta Santos.

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