VENDAS EXTERNAS
Coronavírus não diminui exportações para a China, diz FGV
“Na realidade, elas cresceram"
Pesquisadores do Centro de Estudos do
Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) indicaram que, apesar
da importância da economia chinesa para o desempenho comercial na
agropecuária do Brasil, até fevereiro não foi possível observar
contração das exportações.
“Na realidade, elas cresceram, quando comparadas a fevereiro de 2019
(para evitar sazonalidade), ou a janeiro de 2020 (para tentar reduzir o
efeito do dólar mais caro)”, informa o estudo.
Nesse cenário, o coordenador do FGV Agro e ex-ministro da
Agricultura, Roberto Rodrigues, o mercado de carnes foi o que mais
cresceu. “Mesmo com a gravíssima crise causada pelo Coronavírus, as
exportações para lá, em fevereiro, cresceram espetacularmente em carnes:
foram 70,80% mais dólares em carnes de aves e suínos em relação a
fevereiro de 2019 e 43,50% a mais de carne bovina. Isso compensou com
folga a redução de 13,20% das exportações de soja. E compensou também a
queda das nossas importações de insumos e têxteis da China, que foi de
10%”, completa.
No entanto, no comércio internacional poderá haver menor volume
exportado e menor preço em dólar recebido. “Esse deve ser o principal
canal de transmissão para o agronegócio brasileiro”, destaca o
relatório. “Haverá maior dificuldade para receber importações e, talvez,
preços mais altos, e também maior aversão ao risco dos agentes do
mercado financeiro”, indica.
“Isso gera maior fuga de capitais, dólar mais alto e,
consequentemente, maior dificuldade de obter financiamento externo”,
ressalta o FGV Agro. Para Roberto Rodrigues, “é preciso acompanhar
atentamente o que vai acontecer nos próximos meses”.
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