Produção de caprinos e ovinos é tema de debates no Agrinordeste
Aspectos como alimentação, custos de produção e recursos hídricos na criação dos animais estarão em debate no evento
A
25ª edição do Agrinordeste trará, entre os dias 23 e 25 de agosto,
debates sobre produção, mercado, recursos hídricos e alimentação animal
para a criação de caprinos e ovinos. As discussões acontecerão no ciclo
de palestras sobre Caprinovinocultura, promovido durante os três dias do
evento, que acontece no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda,
com participação da Embrapa e representantes do setor produtivo.
A programação será dividida em painéis, voltados para o debate de temas considerados prioritários para as cadeias produtivas, como a nutrição animal. A preocupação com a segurança alimentar dos rebanhos é destaque na palestra da pesquisadora Ana Clara Cavalcante, da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), que falará sobre sistema de manejo de plantas forrageiras nativas e adaptadas ao semiárido nordestino para caprinovinocultura. Entre as opções, o consórcio do pasto nativo com gramíneas dos gêneros Panicum e Brachiaria, que têm mostrado resultados interessantes no fornecimento de forragem em quantidade e qualidade.
“Há pelo menos cinco modelos integrados de produção, desenvolvidos na região Nordeste, que contemplam elementos do pasto nativo e da introdução de plantas adaptadas, que viabilizam a pecuária em ambientes considerados pouco produtivos”, frisa a pesquisadora, que integra o projeto Forrageiras para o Semiárido, parceria da Embrapa e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que testa forrageiras tolerantes à seca nos nove estados do Nordeste e em Minas Gerais, para indicar aos produtores rurais alternativas para a alimentação dos animais.
Alimentação dos rebanhos também será tema da palestra do engenheiro agrônomo Lucas Oliveira, analista da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), que apresentará aos participantes as potencialidades do Serviço de Assessoria Nutricional Remota para Pequenos Ruminantes (AssessoNutri), lançado em julho. O AssessoNutri está disponível para que produtores, associações, cooperativas e órgãos públicos possam contar com um serviço de orientação nutricional remota para os criadores de caprinos e ovinos.
O objetivo é que, por meio de amostras de fezes de animais, o produtor tenha dados mais precisos sobre a alimentação dos rebanhos e tenha acesso a dietas balanceadas específicas para cada etapa do ciclo de produção, otimizando também os custos com alimentação. Lucas Oliveira mostrará, no painel, as possibilidades de pacotes para aquisição do serviço.
A nutrição de caprinos e ovinos também será abordada pelo pesquisador Tadeu Voltolini, da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), com palestra sobre estratégias alimentares para a criação destes animais em regiões de semiárido.
Custos e eficiência produtiva
A discussão sobre custos e eficiência produtiva também estará em pauta no Agrinordeste. O pesquisador Klinger Magalhães, da Embrapa Caprinos e Ovinos, fará abordagem sobre os custos na produção de pequenos ruminantes, com foco no planejamento e gestão de atividades nas propriedades rurais. “Queremos trazer essa discussão para a rotina dos produtores. Ao levantar custos, o criador pode planejar melhor, ver quais atividades estão onerando o sistema e quais dão lucro. A gestão da propriedade é um tema que tem conquistado espaço”, afirma ele.
Já o pesquisador Fernando Reis, do Núcleo Centro-Oeste da Embrapa Caprinos e Ovinos, destacará a importância de produtores monitorarem seus rebanhos por meio do acompanhamento de índices zootécnicos, que refletem resultados das etapas de produção, como ganho de peso e taxa de fertilidade. “Variações nestes índices podem trazer mais impacto aos custos de produção que a própria variação de preço dos insumos”, ressalta Fernando.
Uso de águas subterrâneas
A presença na Agrinordeste é uma grande oportunidade de dialogar e apresentar conhecimentos e tecnologias que podem auxiliar na eficiência dos sistemas de criação pecuária nas áreas mais secas da região. Desta forma o pesquisador Gherman Garcia Leal de Araújo, da Embrapa Semiárido, explica sua participação no evento com a palestra “Zootecnia biossalina: um novo potencial a ser aplicado à caprino-ovinocultura do semiárido”.
Segundo ele, a idéia é mostrar o potencial das águas subterrâneas com “certo nível de salinidade” na implantação e cultivo de espécies tolerantes como palma, gliricídia e erva sal para estabelecer uma estrutura forrageira nas propriedades. Da mesma forma, podem ser usadas no abastecimento de água dos rebanhos.
De acordo com o pesquisador, o uso dessas águas pode incrementar as produtividades das forrageiras em até 100% quando comparado com aquelas alcançadas nas áreas onde os plantios dependem exclusivamente do regime de chuvas. A quantidade de poços perfurados no Semiárido, estimada em 250 mil, indica o quanto podem promover de produção pecuária e segurança alimentar na região.
Ele destaca, contudo, que esses recursos irão impactar de forma sustentável se os cultivos forem feitos de forma racional, estratégica e sazonal, a fim de reduzir impactos como a salinização dos solos. Por exemplo: concentrar o seu uso nos períodos entre 60 e 90 dias quando a seca se intensifica na região.
Agrinordeste 2017
O Agrinordeste é promovido pela Federação de Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), com oapoio do Sebrae, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Pernambuco (Senar/PE), Banco do Nordeste e Governo do Estado de Pernambuco. Sua 25ª edição acontece de 23 a 25 de agosto, no Centro de Convenções de Pernambuco (Av. Prof. Andrade Bezerra s/n – Olinda-PE). Além da Caprinovinocultura, o evento traz palestras sobre outros segmentos, como Avicultura, Bovinocultura de Leite, Cana de Açúcar, Fruticultura e Horticultura.
A programação completa do ciclo de palestras sobre Caprinovinocultura pode ser acessada clicando aqui: https://www.agrinordeste.com.br/2017/palestras
A programação será dividida em painéis, voltados para o debate de temas considerados prioritários para as cadeias produtivas, como a nutrição animal. A preocupação com a segurança alimentar dos rebanhos é destaque na palestra da pesquisadora Ana Clara Cavalcante, da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), que falará sobre sistema de manejo de plantas forrageiras nativas e adaptadas ao semiárido nordestino para caprinovinocultura. Entre as opções, o consórcio do pasto nativo com gramíneas dos gêneros Panicum e Brachiaria, que têm mostrado resultados interessantes no fornecimento de forragem em quantidade e qualidade.
“Há pelo menos cinco modelos integrados de produção, desenvolvidos na região Nordeste, que contemplam elementos do pasto nativo e da introdução de plantas adaptadas, que viabilizam a pecuária em ambientes considerados pouco produtivos”, frisa a pesquisadora, que integra o projeto Forrageiras para o Semiárido, parceria da Embrapa e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que testa forrageiras tolerantes à seca nos nove estados do Nordeste e em Minas Gerais, para indicar aos produtores rurais alternativas para a alimentação dos animais.
Alimentação dos rebanhos também será tema da palestra do engenheiro agrônomo Lucas Oliveira, analista da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE), que apresentará aos participantes as potencialidades do Serviço de Assessoria Nutricional Remota para Pequenos Ruminantes (AssessoNutri), lançado em julho. O AssessoNutri está disponível para que produtores, associações, cooperativas e órgãos públicos possam contar com um serviço de orientação nutricional remota para os criadores de caprinos e ovinos.
O objetivo é que, por meio de amostras de fezes de animais, o produtor tenha dados mais precisos sobre a alimentação dos rebanhos e tenha acesso a dietas balanceadas específicas para cada etapa do ciclo de produção, otimizando também os custos com alimentação. Lucas Oliveira mostrará, no painel, as possibilidades de pacotes para aquisição do serviço.
A nutrição de caprinos e ovinos também será abordada pelo pesquisador Tadeu Voltolini, da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), com palestra sobre estratégias alimentares para a criação destes animais em regiões de semiárido.
Custos e eficiência produtiva
A discussão sobre custos e eficiência produtiva também estará em pauta no Agrinordeste. O pesquisador Klinger Magalhães, da Embrapa Caprinos e Ovinos, fará abordagem sobre os custos na produção de pequenos ruminantes, com foco no planejamento e gestão de atividades nas propriedades rurais. “Queremos trazer essa discussão para a rotina dos produtores. Ao levantar custos, o criador pode planejar melhor, ver quais atividades estão onerando o sistema e quais dão lucro. A gestão da propriedade é um tema que tem conquistado espaço”, afirma ele.
Já o pesquisador Fernando Reis, do Núcleo Centro-Oeste da Embrapa Caprinos e Ovinos, destacará a importância de produtores monitorarem seus rebanhos por meio do acompanhamento de índices zootécnicos, que refletem resultados das etapas de produção, como ganho de peso e taxa de fertilidade. “Variações nestes índices podem trazer mais impacto aos custos de produção que a própria variação de preço dos insumos”, ressalta Fernando.
Uso de águas subterrâneas
A presença na Agrinordeste é uma grande oportunidade de dialogar e apresentar conhecimentos e tecnologias que podem auxiliar na eficiência dos sistemas de criação pecuária nas áreas mais secas da região. Desta forma o pesquisador Gherman Garcia Leal de Araújo, da Embrapa Semiárido, explica sua participação no evento com a palestra “Zootecnia biossalina: um novo potencial a ser aplicado à caprino-ovinocultura do semiárido”.
Segundo ele, a idéia é mostrar o potencial das águas subterrâneas com “certo nível de salinidade” na implantação e cultivo de espécies tolerantes como palma, gliricídia e erva sal para estabelecer uma estrutura forrageira nas propriedades. Da mesma forma, podem ser usadas no abastecimento de água dos rebanhos.
De acordo com o pesquisador, o uso dessas águas pode incrementar as produtividades das forrageiras em até 100% quando comparado com aquelas alcançadas nas áreas onde os plantios dependem exclusivamente do regime de chuvas. A quantidade de poços perfurados no Semiárido, estimada em 250 mil, indica o quanto podem promover de produção pecuária e segurança alimentar na região.
Ele destaca, contudo, que esses recursos irão impactar de forma sustentável se os cultivos forem feitos de forma racional, estratégica e sazonal, a fim de reduzir impactos como a salinização dos solos. Por exemplo: concentrar o seu uso nos períodos entre 60 e 90 dias quando a seca se intensifica na região.
Agrinordeste 2017
O Agrinordeste é promovido pela Federação de Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), com oapoio do Sebrae, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Pernambuco (Senar/PE), Banco do Nordeste e Governo do Estado de Pernambuco. Sua 25ª edição acontece de 23 a 25 de agosto, no Centro de Convenções de Pernambuco (Av. Prof. Andrade Bezerra s/n – Olinda-PE). Além da Caprinovinocultura, o evento traz palestras sobre outros segmentos, como Avicultura, Bovinocultura de Leite, Cana de Açúcar, Fruticultura e Horticultura.
A programação completa do ciclo de palestras sobre Caprinovinocultura pode ser acessada clicando aqui: https://www.agrinordeste.com.br/2017/palestras
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