PESQUISA APONTA VIABILIDADE NA PRODUÇÃO DE SORGO COM ÁGUA SALOBRA

Uma pesquisa 
realizada na Universidade Federal Rural do Semi-Árido constata a 
viabilidade de produção de sorgo irrigado com menos água e em condições 
de salinidade elevada. O experimento, que foi montado em março e está na
 primeira colheita, é fruto da pesquisa de pós-doutorado da engenheira 
agrícola, Andréa Costa, do Programa de Pós-Graduação de Manejo de Solo e
 Água, sob a orientação do Dr. José Francismar de Medeiros.
A pesquisa tem 
grande importância para a economia da região ao associarmos a 
viabilidade do sorgo sacarino na produção do etanol. Ao compararmos com a
 cana de açúcar, o sorgo sacarino produz mais que o dobro da quantidade 
de combustível. “Um hectares de sorgo produz 5 mil litros de etanol, 
enquanto que um hectares de cana de açúcar produz 7.2 mil, com o 
diferencial que o sorgo tem três colheitas ano, enquanto que a cana de 
açúcar, apenas uma”, explica o pesquisador.
O experimento vem 
sendo realizada nas variedades de sorgo graníferos, forrageiros e 
sacarinos com o objetivo de testar a produtividade da planta com a 
utilização de menos água e com salinidade acima do recomendado. “Sabemos
 que o sorgo é tolerante ao estresse hídrico e a pesquisa vai comprovar 
até que ponto a cultura suporta esse estresse”, frisa Francismar 
Medeiros. O trabalho é de grande valia para os produtores da região do 
semiárido que convivem com a escassez de água, possibilitando aos 
agricultores produzirem mais com menos água. “Isso, sem nenhum prejuízo 
na produção”, enfatiza.
Dados preliminares 
da pesquisa apontam não haver prejuízos no rendimento da planta com a 
utilização de água salobra em concentração de até 5,0 dS/m (decímetro 
por metro) de sal. Outras culturas, como o milho, o melão e a melancia, 
por exemplo, a concentração máxima sem prejuízo a plantação gira em 
torno de 2.0 e 2,5 dS/m de sal.
A redução em 25% na
 quantidade de água utilizada é outro importante dado da pesquisa. 
“Constatamos que não houve prejuízos na produção ao utilizar água 
salobra e em menor quantidade”, afirma Francismar Medeiros. O professor 
enfatiza ainda que o sorgo é um cereal moderadamente tolerante a 
salinidade e a aplicações de lâminas de irrigação por gotejamento.
O experimento com 
sorgo instalado na Fazenda Experimental Rafael Fernandes vem sendo 
estudado com três cultivares – Graníferos, para a produção de grãos; 
Forrageiros, para alimentação dos animais e, Sacarinos, utilizados nas 
destilarias para a produção de açúcar e álcool. As plantas são 
submetidas a três diferentes lâminas de irrigação e com água em quatro 
diferentes concentrações de sal, englobando no estudo duas pesquisas de 
pós-doutoramento e uma de doutorado.
Outro diferencial do experimento com sorgo é a utilização da manta de muiching para
 o controle das ervas daninhas e a manutenção da umidade do solo. “A 
manta além de facilitar o manejo da cultura, retém por mais tempo a água
 no solo”, explicou Andrea Costa, autora da pesquisa “Influência da 
lâmina de irrigação e do uso de água com salinidade elevada na produção 
de sorgo para produção de biomassa, grãos e sacarose”, do 
pós-doutoramento.
“Os dados 
preliminares indicam que mesmo com a redução da quantidade de água em 
25%, o experimento obteve rendimento como tivesse sido irrigado em 100% 
conforme a cultura exige”, afirmou Andrea. A pesquisa também tem a sua 
importância uma vez que a água encontrada na região apresenta elevada 
concentração de sal.
Concluído o ciclo 
da cultura que é de 90 dias, fase atual da pesquisa, o experimento segue
 com o corte e as análises do material produzido, aonde serão avaliados o
 volume, brix (teor de açúcar), a produtividade, massa (verde e seca) e a
 produção de grãos.
Fonte: Assessoria de Comunicação da UFERSA 
 
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