Pesquisadoras da Embrapa orientam sobre o bom uso da vacinação de bovinos
As pesquisadoras Emanuelle Baldo Gaspar, da Embrapa Pecuária Sul e Lenita Ramires dos Santos, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte prepararam um documento que ajuda ao produtor rural entender como usar e melhor aproveitar o efeito das vacinas na proteção do rebanho. Para as pesquisadoras “ Vacinas são produtos biológicos gerados a partir de vírus, bactérias e outros microrganismos causadores de doenças. Estes produtos podem conter os microrganismos vivos, inativados ou apenas partes destes. As vacinas têm a função de prevenir doenças pela estimulação do sistema de defesa do animal, também chamado sistema imunológico, e não devem ser confundidas com medicamentos, que são drogas (produtos químicos) usadas para tratar doenças. Enquanto medicamentos têm efeito imediato, as vacinas demoram pelo menos cerca de 15 dias para começar a fazer efeito.”Para as pesquisadoras Emanuelle e Lenita, existe uma confusão para o que os produtores entendem. E elas esclarecem: “Embora muitas pessoas tratem como termos semelhantes, vacinação e imunização não são sinônimos. Enquanto que vacinação refere-se ao ato de inocular a vacina, imunização diz respeito à proteção adquirida contra a doença. Uma imunização de 100% da população ou do rebanho seria, obviamente, o ideal, porém, este valor é virtualmente impossível de se alcançar. Mesmo vacinas consideradas boas têm, muitas vezes, índices de efetividade ao redor de 85 a 90%. Mas por que isso ocorre?”
Mais uma vez a explicação das cientistas é valoriza o conhecimento científico: “O sistema imunológico do animal é composto por células e órgãos que têm a habilidade de identificar e diferenciar aquilo que é estranho daquilo que é próprio ao organismo. Acontece que, assim como várias características – tais como cor de pelagem, cor dos olhos, altura, taxa de conversão alimentar – variam de indivíduo para indivíduo, a habilidade do sistema imunológico em reconhecer o que é estranho também varia individualmente. Para que uma vacina seja eficaz, os microrganismos que a constituem, ou suas partes, têm que ser reconhecidos como estranhos e estimular o sistema de defesa a montar uma resposta adequada que vai proteger contra futuras infecções. Assim, uma mesma vacina pode ser reconhecida com eficácia (e induzir imunidade) pelo sistema imunológico da maioria dos indivíduos, mas não ser por alguns outros. Essas diferenças entre indivíduos de uma população têm origem genética e não podem ser alteradas. Porém, diversos outros fatores que influenciam negativamente a resposta à vacinação são manipuláveis e podem ser minimizados pelas boas práticas de vacinação.” Concluem as pesquisadoras.
Não deixe de ler nos próximos dias as recomendações Emanuelle Baldo Gaspar, da Embrapa Pecuária Sul e Lenita Ramires dos Santos, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, sobre os cuidados para aumentar a eficiência da vacinação nos rebanhos.
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