Produtores de SC usam sistema alternativo para aquecer a água
Método aproveita o calor do fogão a lenha para deixar a água quentinha.
Invenções levam um pouco de conforto para os moradores da zona rural.
Aquecimento de água através da serpentina instalada no fogão a lenha é bem conhecido no meio rural. A agricultora Lucy Giroto acorda cedo e bota água pro café no fogão a lenha. Uma cena comum, a diferença esta na chaminé do fogão a lenha, que tem uma parte mais grossa, com dois canos adaptados. É que o fogão funciona como um aquecedor de água e aproveita o calor que sairia pela chaminé e seria desperdiçado.
O sistema, batizado de "trocador de calor", é bem simples. O criador do equipamento é o eletricista aposentado José Alcindo Alano. O trocador de calor é capaz de atender uma família de quatro pessoas e armazena até 200 litros de água.
A água aquecida abastece o chuveiro e a torneira da cozinha. A água começa um pouco fria por causa do cano, mas logo já vem uma água bem morninha. Lucy Giroto, que pensou em instalar uma torneira elétrica, poderá lavar a louça com água quente e sem gastar. “Todas as visitas que vieram acharam um espetáculo”, diz a agricultora.
Desde que a chaminé foi instalada, a conta de luz da família caiu quase pela metade. Pelo "trocador de calor", Lucy e seu marido, Orilto, vão pagar cinco parcelas de R$ 70 em cinco anos. O equipamento chegou até a casa dos agricultores por meio de um programa social da secretaria de agricultura do estado e da empresa de energia de Santa Catarina, a Celesc. Deve beneficiar, até o fim do ano, 200 famílias.
“Quando tem a instalação deste sistema, ela trabalha sobretudo com eficiência energética, é economia de energia”, afirma Vivane Blayer Remor, da Celesc.
A seleção dos agricultores é feita pela Epagri, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural. Produtor de leite do município de Frei Rogério, também em Santa Catarina, Celso Maciel de Oliveira, não tem o "trocador de calor" em casa, mas usa outra invenção do catarinense Alano para tocar a propriedade: um sistema de aquecimento de água por energia solar.
A coleta de energia é todo feita com materiais alternativos. Tubos de PVC, garrafas pet e caixinhas de leite. A água fria que sai da caixa d'água desce por um cano para o coletor e circula pelos tubos de PVC. As caixinhas de leite, pintadas de preto, aquecem com o sol e as garrafas PET retém o calor. Assim a água fica quentinha e segue de volta pra caixa d'água.
“A água dentro de reservatório, tanto num boiler como numa caixa d’água, sofre uma divisão normal pela diferença de densidade. Então toda a água quente vai pra cima e começa a aquecer de cima pra baixo”, explica Alano.
A temperatura na caixa chega não ultrapassa 55ºC, para que o sistema de PVC aguente. “É preciso manter o chuveiro elétrico, porque quando não tem sol, não tem água quente”, diz Alano.
Celso Maciel de Oliveira montou o equipamento sozinho, pagou por volta de R$ 400 pelo material. Por enquanto, usa a água aquecida para limpar os equipamentos de ordenha, mas ainda precisa fervê-la para atingir a temperatura de 75ºC.
O aquecedor já é utilizado em vários municípios do Brasil e principalmente em Santa Catarina e no Paraná. Em Florianópolis, está instalado em creches públicas e casas de bairros da periferia da cidade. Alano registrou a patente do aquecedor, mas permite o uso da ideia com algumas restrições. “O uso político partidário e a produção dele em escala comercial, por empresa ou coisa parecida. Mas é totalmente livre para todas as pessoas, associações de moradores, cooperativas de baixa renda”, diz Alano.
José Alano, aposentado, virou um Professor Pardal, disposto dividir seu conhecimento para melhorar a vida de gente que nem conhece.
A cartilha feita para montar o aquecedor com garrafas PET pode ser obtida gratuitamente e não tem despesas com correio. O endereço para pedir uma é:
Celesc
Caixa Postal - 480
Florianópolis/SC
Cep - 88034-900
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