Quem vale mais: o Pré-Sal ou as ovelhas e cabras?
O  Brasil descobriu um tesouro de trilhões, em forma de petróleo, longe do  Nordeste. Será que essa fortuna será utilizada, de verdade, a favor do  homem simples do Brasil? É difícil prever que sim, mas é fácil prever  que não.
O  Nordeste está em cima de petróleo, em várias regiões. Este petróleo, no  entanto, pouco tem melhorado as condições dos sertanejos nordestinos.
O  Nordeste está em cima de notáveis jazidas de minerais: mármores,  granitos, etc. - mas, novamente, não se vê melhora do povo nordestino  por conta disso.
O Nordeste tem uma fabulosa chance de turismo à beira-mar, mas os recursos não chegam ao sertão.
Várias  tentativas foram feitas para alavancar o Nordeste: IOCS, DNOCS, SUDENE,  etc., mas o ambiente de pobreza tem permanecido. No atual Governo Lula,  até um programa de distribuição de "bolsas de dinheiro" foi ampliado,  mas não se percebe um melhoramento no status-quo da região. As "bolsas"  não enriqueceram a região. O atual Governo, diga-se de passagem, é o  mais "sortudo" que já existiu na História: teve dinheiro, liderança,  vento a favor, se não mudou a imagem brasileira é porque faltou o  básico, como nos demais governos: faltou enxergar a realidade  brasileira. Brasília é uma blindagem contra a realidade.
Por que será?
A  explicação é uma só: nunca um Governo prestigiou o suor do homem que  trabalha no chão. Isso porque nunca um Governo assumiu o chão em que  pisa. O Brasil, em geral, continua sendo tratado como uma colônia que  enriquece meia dúzia de pessoas que dominam os corredores de Brasília. O  destino do dinheiro é decidido em Brasília, longe do chão brasileiro. É  fácil verificar as fortunas feitas por parasitas governamentais  atrelados aos governos.
É  fácil explicar: se o Governo garantisse um bom preço para o leite;  haveria um oceano de leite para o povo e também para exportar. 
Se o governo garantisse o preço da carne; haveria tanta carne que o país seria considerado o celeiro do mundo. 

Se o governo garantisse um baixo preço do petróleo; as indústrias poderiam se desenvolver, gerando milhões de empregos. 
Se o Governo garantisse a renda para o homem-do-campo, o país seria a maior potência mundial. 
Acontece  que mais de 50% do dinheiro arrecadado pelo Governo desaparece e fica  por isso mesmo, ou seja, não há recuperação. O povo, portanto, não tem  entrado nas contas governamentais. O povo somente aparece quando se  aproximam as eleições. E, lamentavelmente, é enganado, eleição após  eleição!
Voltando  ao Nordeste: qual a visível riqueza do chão sertanejo? A pecuária  rústica, conforme ilustrado até na Bíblica, destacando-se as cabras e  ovelhas, claro! Então por que nenhum Governo até hoje resolveu  prestigiar a carne, o leite, a pele, etc. - garantindo um preço honesto e  justo? Se assim o fizesse, milhões de propriedades teriam tranquilidade  para produzir e dariam emprego a dezenas de milhões de pessoas. Seria  uma felicidade enorme para a população sertaneja. Por que não faz? Ora,  porque os caminhos da política não coincidem com o caminho da felicidade  social. Muito pelo contrário, os governos querem uma população  sofredora, dócil, manipulável, ignorante, semianalfabeta, pois ela é a  garantia de voto fácil. 
Assim,  não importa qual partido político venha a ser eleito, se ele não tiver  compromisso com o chão brasileiro! Esperar que algum governo venha a ter  esse compromisso é pecar por excesso de otimismo.
O  fato é que, na caatinga nordestina, mais valem a cabra e a ovelha do  que o petróleo do Pré-Sal. O Governo, porém, com certeza, irá despejar  bilhões no Pré-Sal (financiados pelo BNDES) e, de novo, deixará o chão  brasileiro sem garantia de futuro. Jogará dinheiro no ralo que não terá  longo futuro e deixará de investir no chão, onde o futuro será eterno.  Para piorar, apresenta o Pré-Sal como se fosse a solução mágica para o  país! 
Já  se passaram os “impérios” da cana, do ouro, do café, do cobre, da  indústria, agora vive-se a era do petróleo, do biodiesel, etc. - tudo  sem conseguir atrelar o dinheiro ao bem-estar do homem que produz. O  governo adora varinhas mágicas, mas não tem escrúpulo quando resolve  destruir uma legítima riqueza nacional. Por isso, os “impérios”  nasceram, cresceram e morreram, sem melhorar a vida dos brasileiros.
O  suor do brasileiro merecia ser prestigiado; suor do brasileiro  sertanejo; que vive no campo; que não tem horário para trabalhar; que  não tem regalias; que só é lembrado para ser punido com impostos e  fiscalização da pesada e incompreensível burocracia. O pobre sertanejo  só é mostrado como sofredor para compensar as amarguras do homem urbano!
O  que falta é uma mudança de ótica para o Governo: falta enxergar o chão  brasileiro, o homem que ali trabalha, tendo ao lado suas cabras e  ovelhas.
Conclusão:  se prestigiasse as cabras e ovelhas do Nordeste, o atual Governo já  estaria dando um bom sinal de que, finalmente, o Brasil começa a ter  "Governo brasileiro, de verdade". Estaria resolvendo um problema  centenário, por meio do esforço da própria civilização que ali insiste em viver. Este  exemplo poderia, depois, ser levado para o restante do país e, como  resultado, o país logo se transformaria na maior potência do mundo.
Assim  como o Brasil construiu, sozinho, o “império” da carne de gado, já vai  construindo, também, os alicerces do “império” da carne ovina e caprina.  Com ferramentas institucionais adequadas, o governo poderia gerar  milhões de empregos no campo e consolidando mais essa formidável riqueza  para a nação, que garante muito mais bem-estar para as pessoas do que o  decantado Pré-Sal.
 
 
       
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