Produtor não deve sofrer com impacto negativo no preço do boi gordo
Análise foi apresentada durante workshop online
Análise foi apresentada durante workshop online, promovido pela Allflex, sobre as perspectivas para o setor em 2020
A pecuária de corte e o valor da arroba do
boi gordo não devem ser prejudicados pelo atual cenário de crise
sanitária. É o que sinaliza a análise de mercado apresentada durante o
workshop online promovido pela Allflex, líder mundial em identificação e
monitoramento animal. Com o tema o “Mercado do boi gordo 2020 e o
futuro da pecuária de corte”, o evento ainda abordou gestão dos negócios
da fazenda, redução de riscos, gestão da produção e de pessoas, além
das oportunidades de negócios para este ano.
O webinar contou com a participação de
especialistas do mercado do boi gordo, como o zootecnista e diretor
comercial da Allflex, Ivo Martins e o médico-veterinário e analista do
mercado do boi gordo Rodrigo Albuquerque. A mediação foi feita por
Miguel Cavalcanti, especialista em agronegócios, criação bovina e
mercados agropecuários fundador e CEO da AgroTalento.
Segundo Rodrigo Albuquerque, mesmo diante
de um cenário desafiador como o atual para muitos setores da economia,
no caso da pecuária é preciso ter um panorama de como reagiu o preço do
boi gordo em anos anteriores. “Em 2019, tivemos um ano muito bom. Diante
disso, como funcionam os anos de pós-choque de preços, como 2020?
Analisando os últimos 13 anos do comportamento deste mercado, vemos que
em anos posteriores aos choques de preços não temos uma explosão no
segundo semestre. A ocorrência do passado não é fator decisivo, mas são
peças fundamentais para entendermos o que vai acontecer daqui para
frente”, explicou.
“Perto de todos os acontecimentos que já
passamos e estamos no mês cinco de 2020, a arroba caiu em 3,5%. Podemos
considerar que isso é pouco em ano de pandemia, de colapso econômico e
desastre de saúde. Em termos de preço, para a pecuária, é algo que está
longe de ser um ano de prejuízos. Não vamos ver a catástrofe que muitos
apregoam e que acabam deixando o produtor em situação de fragilidade”,
enfatizou.
Albuquerque ainda aposta que é provável
que o preço do boi não seja “esmagado” ao final da safra e pouco
provável que haja uma valorização estratosférica na entressafra. “Na
pecuária é muito barulho e pouca crise. As commodities apresentam
padrões de comportamento e o ano de 2020 não vai evoluir tanto em
relação a ele mesmo, mas em relação a 2019 há uma grande evolução”,
ressaltou.
Gestão é a chave do sucesso para a pecuária moderna
Com as perspectivas de cenário
apresentadas, o especialista reforçou a necessidade de uma gestão
eficiente dos negócios para atuar com excelência na pecuária atual. “O
produtor precisa fazer gestão. Muitos ainda não sabem nem o valor do seu
custo de produção, quantos bois produzir e por quanto esse boi vai ser
entregue para obter lucratividade”, apontou.
Para começar a gerir de forma eficiente,
Albuquerque ressaltou a necessidade da identificação animal, pois ela é a
porta de entrada para se aperfeiçoar na atividade e obter um controle
maior do rebanho e do negócio. “A identificação animal é a base de tudo
para uma pecuária moderna”, disse.
Para o diretor comercial da Allflex, Ivo
Martins, a identificação animal pode ser adotada por todos os
produtores, independente do tamanho da fazenda ou quantidade de animais.
“Ainda há um estigma que somente os grandes produtores fazem
identificação animal. A gestão pode e deve começar a ser formatada pela
identificação visual e, posteriormente, o produtor traçar um plano para
chegar em uma identificação eletrônica, por exemplo. Mas é preciso dar o
primeiro passo e tomar decisões baseadas nas informações coletadas da
porteira para dentro”, comentou.
Outro ponto abordado no webinar foi sobre a
resistência de investimentos e adoção de novas tecnologias, o que
muitas vezes causa conflitos entre gerações. No entanto, o debate entre
os participantes sinalizou que este tipo de postura tem mudado nos
últimos anos. “A adoção de tecnologia tem sido uma realidade e a cultura
tem mudado entre os produtores. Existem ainda algumas barreiras, mas o
que temos visto é o crescimento impressionante nos últimos anos. Está
claro que as novas gerações, que estão tomando a gestão nas fazendas,
estão atentas que para fazer uma gestão eficiente é preciso ter uma
gestão inteligente dos dados”, ressaltou Martins.
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