Tempo seco contribui para aumento de casos de conjuntivite em ovinos
Diminuição da umidade do ar e o aumento da poeira podem contribuir para a ocorrência de conjuntivite em ovinos
A diminuição
da umidade do ar e o aumento da poeira podem contribuir para a
ocorrência de conjuntivite em ovinos. O outono em algumas regiões do
país significa tempo seco. Nesses casos, o pecuarista deve ficar atento
aos sinais clínicos dessa enfermidade. Lacrimejamento, acúmulo de
sujeira ao redor dos olhos, fechamento constante dos olhos e vermelhidão
da mucosa inferior são alguns dos sintomas da doença.
De acordo com o veterinário Raul
Mascarenhas, da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), a
conjuntivite pode evoluir para um quadro mais grave chamado
ceratoconjutivite. Nesse caso, além dos sinais comuns da conjuntivite,
ocorre opacidade da córnea. “O produtor deve observar se há uma mancha
branca nos olhos que começa pequena e tende a se expandir tomando toda a
região. Se a ceratite evoluir nos dois olhos simultaneamente, o animal
apresentará movimentos sem direção, indicando uma cegueira parcial ou
total. Com o agravamento da ceratite haverá o rompimento do globo
ocular, quando isto ocorrer, a cegueira será irreversível”, conta
Mascarenhas.
Como toda inflamação, a conjuntivite,
segundo o veterinário, é uma resposta do sistema imunológico a
determinada agressão, que pode ser física, causada, por exemplo, por
partículas de poeira; química, provocada por produtos químicos em
contato com os olhos; ou biológica, ocasionada por micro-organismos,
principalmente bactérias. “Na maior parte dos casos nos ruminantes, a
conjuntivite é de origem infecciosa, porém tem sua instalação facilitada
por agressões físicas como a diminuição da lubrificação dos olhos,
decorrente da baixa umidade do ar, e o contato com partículas de poeira
em excesso, que também podem levar micro-organismos para os olhos”,
explica.
Os prejuízos para os pecuaristas estão
relacionados à redução de produção de carne e leite, devido ao
desconforto causado pela doença, até a perda de cordeiros, matrizes e
reprodutores decorrente dos casos de cegueira.
Tratamento
Normalmente, a conjuntivite não necessita
de tratamento. Ela tende a regredir de forma espontânea. O tratamento só
é necessário para a ceratoconjutivite.
Nesses casos, a medicação será a base de
antimicrobianos tópicos em formulação oftalmológica e/ou de uso
parenteral (intramuscular, subcutâneo ou endovenoso). O tratamento deve
ser feito com indicação de um médico veterinário.
Prevenção
Medidas de manejo e de higiene com
objetivo de reduzir a poeira ambiental nos apriscos, controle de moscas e
controle da umidade em galpões de confinamento são eficientes para
redução da quantidade de animais acometidos pela conjuntivite.
Também existem vacinas, recomendadas quando a ceratite ocorrer em muitos animais.
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