Barragem Subterrânea: uma opção de sustentabilidade para o semiárido do Nordeste
 Foto: FAÉ, Veramilles Aparecida
 Foto: FAÉ, Veramilles Aparecida
 A Barragem Subterrânea é uma tecnologia que vem sendo implementada em 
vários estados do Nordeste que consiste, essencialmente, na utilização 
de uma lona plástica que desce no solo a profundidades de 3 a 5 metros, 
em valas que são cavadas pelos próprios trabalhadores em regiões 
declivosas de suas plantações. Desta forma, como a água não escorre para
 o lado a jusante da barragem por ficar retida (‘barrada’) na lona, o 
solo a montante da barragem fica umedecido durante todo o ano, 
tornando-se apto para o cultivo. Além disso, existe um sangradouro para 
quando ocorrem fluxos de água acimas do esperado, o que permite que esta
 água adicional seja acumulada a jusante da barragem na forma de poços. A
 ideia da barragem, portanto, é que, em áreas de instabilidade hídrica, 
como é o caso do semiárido brasileiro, a água das poucas chuvas que 
ocorrem durante o ano fiquem concentradas no interior do solo a montante
 desta lona (barragem), de forma que a umidade do solo permita o cultivo
 de subsistência durante todo o ano, inclusive em períodos de escassez 
de chuvas. A tecnologia é de domínio público e algumas pesquisas com 
barragem subterrânea vêm sendo desenvolvidas desde a década de 80. 
Algumas destas pesquisas, conduzidas pela Embrapa, permitiram a 
incorporação de melhorias (a utilização de lonas plásticas, em vez de 
pedras, é fruto destas pesquisas) e faz com que a Embrapa mantenha-se 
reconhecidamente na fronteira do conhecimento no que diz respeito à 
utilização desta tecnologia. A Embrapa Solos engajou-se no estudo das 
barragens subterrâneas por meio da execução de projetos de PD&I que 
abordam o tema da captação e retenção de água de chuva, e seus impactos 
na propriedade e na vida dos agricultores em cinco estados do Nordeste 
brasileiro: Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Ceará. É uma pesquisa 
com visão holística e participativa, onde a valorização do saber local é
 determinante. Recentemente, a tecnologia também passou a ser adotada, 
com bons resultados, no município de Quissamã/RJ (interior do estado do 
Rio de Janeiro), que também sofre com instabilidade hídrica durante o 
ano. 
 
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