Luz vermelha da seca já foi acesa, diz Jales
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Completada a metade do primeiro
mês de uma quadra que deveria ser chuvosa e que compreende
principalmente o período de março a maio, um balanço dos mananciais do
Rio Grande do Norte indica “muita preocupação” – para usar as palavras
do secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Gilberto Jales.
Nesta
quinta-feira, a pedido do JH, o secretário atribuiu cores aos efeitos
da seca: “Se estávamos no amarelo há muito tempo, o sinal vermelho já
foi aceso no estado, onde 12 municípios entraram oficialmente em colapso
de abastecimento”, reconheceu. Entre as cidades com problemas estão
Equador, Carnaúba dos Dantas, Serra Negra do Norte, Pilões, João Dias,
Luiz Gomes, Água Nova e Rafael Fernandes.
Com as obras de
adutoras em andamento, disse Jales, a expectativa é que o fornecimento
de água em metade desses municípios possa ser restabelecido ainda no
primeiro semestre. Mas, para a outra metade, admitiu, a saída continua
nas mãos de São Pedro.
Uma das tentativas de minimizar
esse problema é a recuperação de cerca de 800 poços que já existem, mas
estavam fora de operação por motivos variados. Gilberto Jales disse esta
manhã que, num primeiro momento, 96 deles foram reativados dentro da
emergência e outros 50 estão sendo trabalhados com recursos próprios do
governo do estado.
“Numa segunda etapa, a ser desencadeada imediatamente, a meta é recuperar outros 250″, garantiu.
Embora
importantes, o secretário reconhece que muitos desses poços foram
encontrados secos ou sem condições técnicas de operação. Parte deles,
por ter à disposição água salobra, só poderá atender outras finalidades a
menos que recebam dessalinizadores, cuja instalação também está nas
previsões orçamentárias.
Gilberto Jales afirma que, apesar
de um paliativo pontual junto às comunidades mais afastadas, a
recuperação de poços representa, na prática, uma redução importante na
presença de carros pipa.
Em Pilões, no Seridó, por
exemplo, ele citou que um único poço em funcionamento representa o
equivalente em fornecimento, com seus seis mil litros/h de vazão, a
presença de um carro pipa a cada hora e meia.
Segundo
Gilberto Jales, cuja atuação chegou a ser elogiada por representantes da
Federação da Agricultura durante a expedição Retratos da Seca,
realizada no mês passado, todos os investimentos feitos em adutoras no
estado dependem, porém, das condições gerais dos mananciais. E isso, é
claro, depende de chuva.
“O que temos, por enquanto, são
precipitações abaixo da média, distribuídas irregularmente e veranicos
que são ruins para a agricultura”, lembrou Jales. “Com a estiagem a se
manter assim, a saída será reduzir ainda mais a oferta de água e
acelerar, como vem sendo feito, as obras de adutoras na esperança de não
passarmos no futuro pelo que vivemos agora”, afirmou.
Fonte: O Jornal de Hoje
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