ETANOL
O álcool etílico  ou etanol é produzido pela fermentação da cana-de-açúcar. A Raízen se  destaca como uma das maiores produtoras de etanol no país, com produção  anual de2,2 bilhões de litros. Em linha com sua visão de ser reconhecida  globalmente pela excelência no desenvolvimento, produção e  comercialização de energia sustentável, investe no combustível de matriz  limpa e renovável, com tecnologia e talento que são referência no  Brasil e no mundo.
  O potencial inovador da Raízen na área industrial também está  presente no processo de fabricação do etanol. A organização inovou ao  instalar peneiras moleculares em suas usinas. Esses equipamentos  permitem a obtenção do etanol anidro sem a necessidade da utilização do  desidratante ciclo-hexano, técnica que permite a obtenção de um produto  puro e não poluente.
  A Raízen exporta parte da sua produção de etanol, composto por  álcool para fins industriais, álcool neutro e Etanol carburante. Os  principais clientes são empresas de exportação e importação que  distribuem o produto a diversos países.
  No mercado interno, a Raízen comercializa, principalmente, etanol  anidro e hidratado carburante por meio de sua rede de postos Shell, além  de outros distribuidores de combustíveis no Brasil, como a Petrobras  Distribuidora S.A., Texaco Brasil S.A. Produtos de Petróleo, a Cia  Brasileira de Petróleo Ipiranga, entre outros.
Confira abaixo os tipos de etanol fabricados pela Raízen e suas utilizações:
  
Etanol Hidratado Carburante
Utilizado diretamente nos motores dos veículos.
  
Etanol Hidratado Padrão Nacional
Utilizado para uso doméstico e para a fabricação de éter.
  
Etanol Hidratado Padrão Japão
Mesmo uso do padrão nacional, porém trata-se de um etanol de melhor qualidade, mais demandado para exportação.
  
Etanol Hidratado Neutro
Etanol mais puro e  odor neutro, utilizado para consumo humano em indústrias de cosméticos,  bebidas, produtos farmacêuticos, etc.
  
Destilado alcoólico
Obtido através da mistura de etanol neutro e água desmineralizada,  gerando um produto de graduação alcoólica menor que do hidratado neutro  para a fabricação de bebidas alcoólicas.
  
Etanol Anidro Carburante
Utilizado como aditivo na mistura com a gasolina.
  
Etanol Anidro Industrial
Usado na formulação de produtos de limpeza, indústria química e para a fabricação de tintas e vernizes.
  Etanol: Fatos e Mitos
A experiência brasileira com etanol de  cana-de-açúcar é o mais bem sucedido programa de combustível alternativo  já desenvolvido no planeta.
 O país é o único no mundo que combina uma ampla frota de veículos bicombustíveis - os chamados carros 
flex - com a produção e a distribuição eficiente de etanol em larga escala.
  O objetivo desta série* é esclarecer os principais fatos e mitos  sobre essa energia limpa e renovável, que é hoje a mais avançada  alternativa aos combustíveis fósseis, e parte da solução na busca por um  mundo de baixo carbono.
  
1. O que é etanol?
  Ao contrário do  petróleo, que é um recurso finito, o etanol renovável é um combustível  normalmente produzido a partir de plantas cultivadas, como a  cana-de-açúcar, o milho, a beterraba, o trigo e a mandioca. No Brasil, o  etanol é produzido a partir da cana-de-açúcar, que é a matéria prima  mais eficiente que se conhece até hoje para a sua produção comercial. O  balanço energético (unidade de energia obtida x unidade de energia  necessária para a produção) do etanol de cana é aproximadamente sete  vezes maior que o obtido pelo etanol de milho, produzido nos EUA, e  quatro vezes maior do que o obtido pelo etanol de beterraba e o de trigo  utilizados na Europa.
  
2. O uso do etanol no Brasil
  O etanol de  cana é reconhecido no mundo inteiro como uma importante fonte de energia  limpa e renovável. Enquanto o mundo busca alternativas ao petróleo, o  Brasil já usa etanol em larga escala há mais de 30 anos. Neste período,  adquirimos enorme experiência na produção e uso do etanol de  cana-de-açúcar. E hoje podemos dizer, com orgulho, que dominamos essa  tecnologia com elevados índices de excelência e competitividade. Desde o  lançamento dos veículos flex no Brasil, em 2003, o uso do etanol em  substituição à gasolina evitou a adição de mais de 100 milhões de  toneladas de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Essa quantidade equivale  a, por exemplo, dois importantes países da América do Sul - Colômbia e  Peru, juntos - deixarem de emitir CO
2 por um  ano. Diferentemente da gasolina e do diesel, o etanol praticamente não  contém enxofre, partículas e outros poluentes da atmosfera. Em casos de  vazamento de combustível, o impacto ambiental do etanol também é muito  menor do o da gasolina ou do diesel, pois o produto é biodegradável.
  3. O etanol e a gasolina
  No Brasil, toda  a gasolina, seja ou não para uso automotivo, contém de 20% a 25% de  etanol anidro (0,4% de água, em volume). O percentual exato varia,  conforme decisões políticas e econômicas governamentais. Praticamente  todos os postos de combustíveis do país oferecem etanol hidratado puro  (4% de água, em volume) para carros a álcool e modelos flex. Hoje quase  90% dos carros fabricados no Brasil possuem tecnologia flex. O etanol  aditivado, lançado recentemente no mercado, possui uma formulação de  aditivos que otimiza o consumo e a limpeza do motor. O motor flex foi  projetado para usar tanto etanol como gasolina, em qualquer proporção.  Ou seja, não é necessário alternar combustíveis no tanque. Quando o  motorista pisa no acelerador, um sensor identifica a quantidade de  álcool combustível com base no teor de oxigênio dos gases de escape, e o  motor é ajustado automaticamente. Além dos benefícios ambientais e  melhor desempenho do veículo em relação à gasolina, o etanol também se  mostra vantajoso em termos econômicos. Mesmo com um conteúdo energético  menor, o que torna o seu consumo (km/l) maior, o preço competitivo do  etanol em grande número dos estados do país faz com que o seu uso seja  mais vantajoso para o consumidor.
  4. Por que o preço do etanol varia tanto ao longo do ano?
   Em geral, o preço do etanol é mais atrativo do que o da gasolina para a  maioria dos brasileiros. Contudo, ele pode apresentar variações  significativas em diferentes épocas do ano. Os preços do etanol são  definidos pela oferta e pela demanda, a exemplo do que acontece com as  frutas, cereais e demais produtos de origem agrícola, que são  influenciados pelo andamento da safra. A safra na região Centro-Sul,  onde está concentrada a maior parte da produção, ocorre entre os meses  de abril a novembro. No período de entressafra, quando a colheita da  cana não está sendo realizada, os preços normalmente tendem a ser  maiores. Assim como acontece com o etanol, o preço internacional do  petróleo também apresenta elevada volatilidade. Essas oscilações,  contudo, não são tão sentidas no mercado brasileiro de gasolina. O que  só é possível porque quase toda a produção de gasolina do país é  realizada por uma única empresa. Portanto, diferentemente do que  acontece com o etanol, cujo preço é definido em um mercado competitivo,  com mais de 400 unidades produtoras em operação, o preço recebido pelo  produtor de gasolina não é determinado apenas pelas leis de mercado.
  5. Por que o preço do etanol varia de uma região para outra?
   No Brasil, a alíquota do ICMS cobrado sobre o etanol combustível varia  entre 12% a 28%. O imposto estadual cobrado sobre o etanol - ICMS - é  fundamental na formação do preço final do produto em cada região. Nos  estados de São Paulo, Paraná, Bahia e Goiás, a incidência de impostos  sobre o etanol é mais baixa, o que beneficia diretamente os  consumidores. Outros estados, no entanto, ainda adotam alíquotas de ICMS  mais elevadas para o etanol.. Além do diferencial de imposto cobrado  nos estados, o preço de bomba em cada região também depende dos custos  de transporte do etanol e das margens de comercialização praticadas por  distribuidoras e postos revendedores.
  6. O que é o etanol de segunda geração?
   Empresas e governos de todo o mundo estão empenhados em buscar  alternativas ao petróleo. Uma das mais promissoras é o chamado etanol de  segunda geração, produzido a partir de todo tipo de biomassa vegetal  (celulose), o que inclui até mesmo o lixo orgânico. Nesse cenário, o  bagaço e a palha da cana - dois subprodutos do processamento da cana -  são excelentes alternativas para o Brasil. Quando eles forem plenamente  utilizados, a produtividade por área do etanol brasileiro poderá  praticamente dobrar, permitindo o aumento da produção do combustível sem  expansão das áreas cultivadas.
  7. Por que o Brasil é referência em biocombustíveis?
   O etanol é um produto que sempre apresentou excelentes propriedades  para ser usado como combustível. O famoso Ford modelo "T", que  revolucionou a história da indústria automobilística, foi concebido  originalmente por Henry Ford para rodar com etanol. Pesquisadores  brasileiros estudam o produto desde a década de 1920, e muito se  aprendeu sobre a sua produção e uso na agricultura, na produção  industrial e na tecnologia dos motores. Com a criação do PROÁLCOOL, em  1975, resposta pioneira do Brasil à primeira crise mundial do petróleo, o  etanol ganhou grande impulso e se integrou definitivamente à matriz  energética brasileira. Hoje, mais de 400 usinas produzem açúcar e etanol  em 22 estados brasileiros, com impacto direto ou indireto em mais de  1.000 municípios. A vocação agrícola do país e os investimentos  realizados em pesquisa e desenvolvimento são alguns dos fatores que  continuam a impulsionar a utilização do etanol.
  8. Produzindo bioeletricidade a partir da cana-de-açúcar
   A chamada bioeletricidade é a energia elétrica gerada pela queima da  biomassa (o bagaço e a palha da cana-de-açúcar) em caldeiras de alta  pressão. Graças à produção simultânea de etanol e bioeletricidade, a  cana-de-açúcar já responde por 18% da matriz energética brasileira. É a  segunda principal fonte de energia do país, atrás apenas dos derivados  de petróleo. Atualmente, todas as usinas de açúcar e etanol já são  auto-suficientes em energia elétrica, mas ainda fornecem relativamente  pouco do excedente para o mercado. Trata-se de energia limpa e renovável  para o sistema elétrico brasileiro, próxima aos grandes centros de  consumo e disponível nos meses da safra de cana, que coincidem  justamente com o período mais seco do ano no Centro-Sul do País, quando  os reservatórios das hidroelétricas estão em seus níveis mais baixos.  Com políticas públicas de incentivo equilibradas, o setor  sucroenergético teria o potencial de gerar 14.400 megawatts médios até o  final da próxima década, o que equivale a uma vez e meia a eletricidade  gerada por Itaipu, ou 15% das necessidade do Brasil.
  9. O setor sucroenergético e o meio ambiente
   Em 2009, o setor sucroenergético se comprometeu com o fim da queima da  cana-de-açúcar no campo - uma antiga prática usada para facilitar o  corte manual. As usinas e os fornecedores firmaram voluntariamente  acordos com o governo para antecipar a mecanização da colheita da  cana,que prevêem compromissos com a proteção das matas ciliares, a  conservação do solo e dos recursos hídricos e a redução das emissões  atmosféricas. Nas áreas de expansão da cana-de-açúcar no Sudeste e  Centro-Oeste, novas usinas somente são autorizadas sob a condição de  mecanização total da colheita da cana. Além disso, práticas como o  controle biológico de pragas, o uso de subprodutos da cana como  fertilizantes e ações para redução do consumo de água são aprimoradas  continuamente. Cientes da necessidade de aferir e reduzir o impacto  ambiental de suas atividades, é cada vez maior o número de empresas do  setor que se submetem regularmente à certificação de seus sistemas de  gestão e publicam relatórios de sustentabilidade.
  10. A expansão da cana-de-açúcar ameaça a Amazônia?
   O cultivo da cana-de-açúcar está historicamente concentrado no Nordeste  e no Centro-Sul do Brasil, a milhares de quilômetros das franjas da  floresta amazônica. Além disso, condições climáticas, agronômicas,  logísticas e econômicas tornam extremamente difícil produzir a  cana-de-açúcar com eficiência na região. Para esclarecer essa questão  recorrente, o governo brasileiro propôs o Zoneamento Agroambiental da  Cana-de-Açúcar. Criado por legislação específica em 2009, estabelece a  proibição do plantio da cana em regiões sensíveis como a Amazônia e o  Pantanal, permitindo seu cultivo apenas em áreas já ocupadas pela  produção agropecuária e proibindo qualquer desmatamento adicional para  expansão da cana-de-açúcar.
  11. A produção de etanol compete com a de alimentos?
   O plantio de cana para a produção de etanol ocupa atualmente uma área  4,8 milhões de hectares, ou seja, apenas 1,5% de todas as terras aráveis  do país. Colocando esse dado em perspectiva: se consideramos a  participação atual do etanol no mercado nacional de combustíveis, o  Brasil precisaria de apenas 2% de suas terras cultiváveis para abastecer  toda a frota nacional de veículos leves exclusivamente a etanol. Desde  1960, a área de cultivo de cana-de-açúcar apresentou uma taxa de  crescimento de 3% ao ano, sem prejudicar o avanço de outras culturas. É  importante notar que metade desse incremento foi utilizado para produção  de açúcar. As estatísticas oficiais de produção agrícola mostram que,  paralelamente à expansão da cultura da cana, o Brasil vem batendo  recordes na produção de grãos, oleaginosas, carnes, laticínios e fibras  têxteis. Somente na última década, dobramos a produção de grãos e já  somos o terceiro maior exportador mundial de produtos de origem  agropecuária, com notáveis ganhos de produtividade.. A agricultura no  país avançou principalmente sobre grandes áreas de pastagem degradadas.  No Brasil, a cana-de-açúcar não apenas não compete com os alimentos como  ainda tem enorme potencial para produzir muito mais etanol e  bioeletricidade por área cultivada. Isso será possível com o pleno  aproveitamento do bagaço e da palha de cana para produção do etanol de  segunda geração.
  12. O etanol em números
  O Brasil é o  único país do mundo onde o consumo de um combustível alternativo, o  etanol, supera o consumo de gasolina. A emissão de gases de efeito  estufa que contribuem para o aquecimento global, dos quais o gás  carbônico (CO²) é o principal, é 90% menor quando se queima etanol em  vez de gasolina. Isso acontece porque a cana-de-açúcar, por meio da  fotossíntese, absorve no seu crescimento quase a mesma quantidade de CO
2  que é gerado nas etapas de produção, transporte e consumo do etanol.  Graças à produção simultânea de biocombustíveis e bioeletricidade, a  cana-de-açúcar já é a principal fonte de energia renovável do Brasil, à  frente das hidrelétricas. Hoje, mais de 400 usinas produzem etanol,  açúcar e bioeletricidade no Brasil. A safra de cana-de-açúcar em 2009/10  atingiu cerca de 600 milhões de toneladas, o que faz do país é o maior  produtor de cana e o maior exportador mundial de açúcar e de etanol.  Aproximadamente 9 em cada 10 carros novos vendidos no Brasil são flex.  Em março de 2010, a frota flex atingiu a histórica marca de 10 milhões  de veículos flex. Doze montadoras oferecem cerca de 90 modelos de carros  flex por preços equivalentes ao das versões movidas apenas à gasolina. O  etanol produzido a partir da cana-de-açúcar já é matéria-prima para a  produção do chamado "plástico verde". Nesse processo, o etanol é  transformado em bio-etileno, base de produção de bioplásticos, que reduz  consideravelmente a dependência de fontes fósseis. Na produção de  combustíveis fósseis, cerca de 20 países, muitos deles situados em  regiões politicamente instáveis, abastecem os quase 200 países e  territórios do mundo. Enquanto isso, quase 100 países já cultivam a  cana-de-açúcar, e têm potencial para se tornarem produtores,  consumidores e exportadores de etanol renovável.
  13. As práticas de trabalho no setor sucroenergético
   Mais de um milhão de brasileiros trabalham hoje no setor  sucronergético, um dos que mais geram emprego formal no país. Em 2008, o  governo federal, os trabalhadores e os empresários do setor  sucroenergético assinaram o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as  Condições de Trabalho na Indústria da Cana-de-Açúcar. Trata-se de uma  iniciativa pioneira, que vai proporcionar um vigoroso salto de qualidade  nas condições e relações de trabalho, particularmente nas atividades  desenvolvidas no campo. Se uma máquina elimina cerca de 80 empregos no  corte manual da cana, sua introdução também resulta em cerca de 20 novos  empregos mais qualificados e melhor remunerados (operador de  colhedeira, tratorista, soldador, mecânico de manutenção, etc.). Com a  substituição gradual do corte manual da cana pelo mecanizado, foram  implantados programas como o RenovAção, que está requalificando  anualmente mais de 6 mil pessoas impactadas pelo fim da colheita manual  no Estado de São Paulo. Além da requalificação para o próprio setor  sucroenergético, também são oferecidos treinamentos profissionalizantes  para atividades em outros setores, como os de construção civil e  serviços industriais e agrícolas, criando novas oportunidades para  cortadores migrantes e locais.
  14. Existem outros usos para o etanol?
  O  uso do etanol não para de crescer. Além de abastecer os carros de  competições como a Formula Indy e a Stock Car, em 2010 foram lançados no  Brasil os primeiros modelos de motocicletas flex. Num futuro próximo, o  uso do etanol deve ser estendido a caminhões, máquinas agrícolas e  geradores. Os benefícios para o meio ambiente são o principal atrativo  da substituição do óleo diesel por etanol. Estima-se que a substituição  de 1.000 ônibus a diesel por modelos movidos a etanol reduziria as  emissões de gás carbônico em cerca de 96 mil toneladas por ano,  quantidade equivalente às emissões de 18 mil automóveis a gasolina.  Ônibus movidos por uma mistura de 95% de etanol e 5% de um aditivo já  rodam no exterior e começarão a rodar em São Paulo já em 2011. O  Ipanema, um pequeno avião agrícola fabricado no Brasil pela Embraer, voa  com 100% de etanol. Entre as futuras utilizações do etanol está o  desenvolvimento de bioplásticos. Paralelamente, estuda-se também o uso  do caldo da cana na produção de substitutos para o querosene de aviação.
 
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