Linfadenite caseosa ou “mal do     caroço”
Alessandra     Figueiredo de Castro Nassar
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| Foto 1:        Animal com linfadenite caseosa: observar aumento de        linfonodo parotídeo | 
    A linfadenite caseosa é uma doença     infecto-contagiosa de caráter crônico que acomete, principalmente,     ovinos e caprinos e é causada pelo agente bacteriano     Corynebacterium pseudotuberculosis.
    O gênero Corynebacterium é     constituído por bactérias Gram positivas, cocobacilos pequenos ou     pleomórficos, anaeróbios facultativos, não esporulados e imóveis.
    Com a expansão do agronegócio da     caprinovinocultura, o Ministério da Agricultura, Pecuária e     Abastecimento criou o Programa Nacional de Sanidade de Caprinos e     Ovinos (PNSCO) com objetivo de controlar e erradicar as doenças     destas espécies, por meio de ações sanitárias e de vigilância     epidemiológica, como: cadastro sanitário de estabelecimentos;     controle de trânsito dos animais e certificação voluntária das     propriedades. 
    A doença causada por C.     pseudotuberculosis está presente em todo o mundo e possui     impacto econômico alto em ovinos e caprinos, desencadeando perda de     peso e condenação da carcaça em casos de abscessos internos.     
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| Foto 2:       Corynebacterium pseudotuberculosis. Coloração de        Gram. Aumento 100x | 
    Os sintomas clínicos se manifestam no     animal acometido de duas formas: superficial e visceral, dependendo     do local e da extensão das lesões. Comumente são afetados os     linfonodos parotídeos, submandibulares, pré-escapulares,     pré-femorais, poplíteos ou supramamários, porém a doença pode     assumir um caráter inaparente, com formação de abscessos internos em     pulmões e linfonodos brônquicos e, em alguns casos, pode levar a     quadros de pneumonia crônica, linfadenite mesentérica e pielonefrite.     Em caprinos geralmente ocorre somente aumento dos linfonodos     superficiais, sem acometimento dos órgãos internos. 
    Os linfonodos acometidos geralmente     apresentam aumento de volume, que possivelmente drenam material     caseoso. Estes abscessos inicialmente contêm material verde claro     que se transforma em massa calcificada. Em geral, os nódulos     cutâneos podem se apresentar em forma de cadeia ou como lesão     isolada. Nos casos de abscessos viscerais em ovinos, pode-se     constatar perda de peso crônica, desencadeando a doença da “ovelha     magra”. Também pode ocorrer infertilidade, diminuição da produção de     leite, nascimento de menor número de crias, baixo peso dos cordeiros     a desmama, baixo desenvolvimento e menor produção de lã. O     microrganismo pode alcançar o sistema nervoso central ou os     linfonodos inguinais e a glândula mamária resultando     consequentemente em sintomas neurológicos e mastites.
    O período de incubação para aparição     dos abscessos do C. pseudotuberculosis pode variar entre 25     e 147 dias ou mais, fazendo com que a enfermidade seja notada em     animais mais velhos.
    Os animais doentes constituem a fonte     de infecção, sendo que a via de eliminação está frequentemente     relacionada à eliminação do agente pelo material purulento de     linfonodos abscedados, ou descargas oro-nasais de animais com     pneumonia, além da transmissão via leite. Paralelamente, a     contaminação do ambiente, água e alimentos com o material purulento     de linfonodos pode levar a formação de aerossóis, ou promover a     transmissão via oro-nasal por soluções de continuidade da pele, em     especial causadas por lesões perfurantes do tecido subcutâneo.
        Diagnóstico 
    O diagnóstico da doença é baseado na     sintomatologia clínica como presença de abscessos externos, e a     detecção do C. pseudotuberculosis no material purulento     através da punção dos linfonodos, sendo importante a diferenciação     de patógenos oportunistas que podem vir a causar abscessos, como     Arcanobacterium pyogenes e a Pasteurella multocida.     Estas podem ser realizadas por meio de isolamento do agente ou PCR     (que amplifica sequências específicas do ácido nucléico), a partir     de amostras da punção do linfonodos, bem como amostras de órgãos com     presença de lesões caseosas (linfonodos, pulmão, fígado). O     Laboratório de Bacteriologia Geral do Instituto Biológico realiza o     diagnóstico da linfadenite caseosa por isolamento e identificação     bioquímica, além de contar com a PCR para confirmação do agente     C. pseudotuberculosis. 
    Profilaxia e     controle 
    Não existe ainda tratamento eficaz     para a cura da linfadenite caseosa. Porém, a profilaxia e o controle     têm papel importante na disseminação da doença no rebanho e, dessa     forma, algumas medidas são necessárias e eficazes, como:
    • Isolar os animais doentes que     apresentam lesão supurada e remover os abscessos; 
• Descartar os animais positivos do rebanho, já que são fontes de infecção para o este;
• Incinerar todo material caseoso, pois o contato desse material no ambiente pode permanecer como fonte de infecção para o rebanho;
• Desinfectar as instalações com vassoura de fogo;
• Impedir que fêmeas positivas amamentem seus filhotes, haja vista o risco de transmissão pelo leite.
• Descartar os animais positivos do rebanho, já que são fontes de infecção para o este;
• Incinerar todo material caseoso, pois o contato desse material no ambiente pode permanecer como fonte de infecção para o rebanho;
• Desinfectar as instalações com vassoura de fogo;
• Impedir que fêmeas positivas amamentem seus filhotes, haja vista o risco de transmissão pelo leite.
        Bibliografia consultada 
Batey, R.G. Pathogenesis of caseous lymphadenitis in sheep and goats. Australian Veterinary Journal, n.63, p.269-272, 1986.
Çetinkaya, B.; Karahan, M.; Atil, E.; Kalin, R. De Baere, T.; Veneechoutte, M. Identification of Corynebacterium pseudotuberculosis isolates from sheep and goats by PCR. Veterinary Microbiology, v.88, p.75-83, 2002.
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento: Brasília. Brasil. Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos – PNSCO. Brasília: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, 2004. Disponível em:. Acesso em: 2     de abr. 2009.
Pugh, D.G. Clínica de ovinos e caprinos. São Paulo: Roca, 2005. p.513.
Quinn, P.J.; Markey, B.K.; Carter, M.E.; Donnelly, W.J.; Leonard, F.C. Microbiologia veterinária e doenças infecciosas. Porto Alegre: Artemed, 2005. 512p. Cap. 13. 
Batey, R.G. Pathogenesis of caseous lymphadenitis in sheep and goats. Australian Veterinary Journal, n.63, p.269-272, 1986.
Çetinkaya, B.; Karahan, M.; Atil, E.; Kalin, R. De Baere, T.; Veneechoutte, M. Identification of Corynebacterium pseudotuberculosis isolates from sheep and goats by PCR. Veterinary Microbiology, v.88, p.75-83, 2002.
Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento: Brasília. Brasil. Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos – PNSCO. Brasília: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, 2004. Disponível em:
Pugh, D.G. Clínica de ovinos e caprinos. São Paulo: Roca, 2005. p.513.
Quinn, P.J.; Markey, B.K.; Carter, M.E.; Donnelly, W.J.; Leonard, F.C. Microbiologia veterinária e doenças infecciosas. Porto Alegre: Artemed, 2005. 512p. Cap. 13.
    Origem: Instituto Biológico -        www.biologico.sp.gov.br
    Alessandra Figueiredo de Castro     Nassar possui graduação em Medicina Veterinária pela     Universidade de Santo Amaro (2000). Atualmente é pesquisadora     científica do Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e     Desenvolvimento de Sanidade Animal, atuando em microbiologia     veterinária, com bactérias aeróbias e anaeróbias.
    CV Lattes:                 http://lattes.cnpq.br/8393909716996528
    Contato:             nassar@biologico.sp.gov.br
 
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