quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O drama do agricultor brasileiro para enfrentar o El Niño que se aproxima

CLIMATEMPO
el niño 1O fenômeno climático pode interferir na distribuição das chuvas e consequentemente no desenvolvimento e na produtividade das lavouras no ciclo 2018/2019. Nesse sentido, o agricultor precisa estar preparado e atento para seguir um programa de manejo fitossanitário correto e alcançar uma boa produtividade.
O El Niño, que é um fenômeno de aquecimento do oceano Pacífico equatorial que, no Brasil, acaba provocando chuvas intensas no sul e seca no nordeste. “Está previsto a ocorrência de El Niño a partir de novembro e dezembro, podendo atuar ao longo do verão. Não deve ser tão forte como o registrado em 2015/2016, que foi o mais intenso dos últimos anos. Desta vez, é um fenômeno mais fraco e de curta duração”, explica o agrometeorologista da Climatempo João Castro.
O El Niño pode deixar as chuvas irregulares no Centro-Oeste. Esse fenômeno faz com quem em uma mesma propriedade as chuvas atinjam de forma satisfatória somente uma parte da área plantada. No Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), esta irregularidade pluviométrica pode ser mais acentuada. Já na região Sul, a situação é oposta, com possibilidade de chuvas acima da média, principalmente no Rio Grande do Sul. O El Niño também pode deixar as temperaturas mais elevadas em todo o país em comparação com a primavera e o verão anteriores.
Apesar de ser um El Niño de fraca intensidade, há motivos para o agricultor se preocupar. “O produtor rural precisa prestar atenção às tendências de curto prazo (15 dias), mas também não pode descuidar da previsão de longo prazo, para que sejam tomadas decisões importantes no momento certo” afirma Castro.
Com a alteração do regime de chuvas, o produtor de soja  deve ficar mais atento ao manejo fitossanitário da lavoura. “A estiagem favorece a incidência de pragas, plantas daninhas e doenças de final de ciclo, por isso o produtor deve ser assertivo no momento do plantio e ficar atento ao bom tratamento de sementes e a utilização de fungicidas eficientes e com diferentes mecanismos de ação, determinante para o alto rendimento”, afirma Sérgio Abud, pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

“Para o controle de plantas daninhas de difícil controle, é importante rotacionar herbicidas com diferentes ingredientes ativos para evitar problemas de resistência aos produtos”, explica Hélio Cabral Costa, gerente de marketing soja da BASF.

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