quarta-feira, 27 de abril de 2011

Notícias do PRODECENTRO-IBAMA

Márcio de Freitas, coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama

Foto: Divulgação
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O relatório organizado pela Coordenação Geral de Avaliação de Substâncias Químicas da Diretoria de Qualidade Ambiental do Ibama é categórico: todos os defensivos agrícolas são tóxicos e o grau de toxicologia varia de I a V. O documento "não traz informações novas do ponto de vista dos órgãos reguladores, mas a novidade de torná-las públicas para os usuários e interessados”, esclarece Márcio de Freitas, coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama.
Segundo ele, a intenção é divulgar os dados toxicológicos dos defensivos agrícolas anualmente, para avaliar a evolução desses produtos e "ter um retrato anual de como está a comercialização dos agrotóxicos no país”. Além da toxidade, disse ele, o maior problema enfrentado no Brasil diz respeito "à educação para o uso”. Da mesma forma que há automedicação, explica, "há uma autodeterminação do agricultor em utilizar os produtos e não observar as questões do ponto de vista técnico”.
Em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone, Freitas argumenta que o fato de "o Brasil galgar o primeiro lugar no uso de agrotóxicos” tem relação direta com o crescimento da agricultura no país. "Há essa associação na medida em que o país expande a sua lavoura, principalmente do ponto de vista da agricultura intensiva, da monocultura e da produção em larga escala”.
Na opinião dele, o uso de agrotóxicos na agricultura é inevitável, já que este é o modelo adotado em todo o mundo. O desafio, entretanto, é "propor uma alternativa com produtos menos tóxicos e impactantes à saúde e ao meio ambiente, além de pesquisar alternativas de combate às pragas agrícolas especificas”.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Que perigos o Ibama evidenciou no relatório sobre os defensivos agrícolas?
Márcio de Freitas – O Ibama é um dos três órgãos que faz a avaliação para o registro de agrotóxicos no Brasil. A avaliação é feita a partir da classificação do grau de periculosidade, o qual está vinculado às características que o agrotóxico tem quando é lançado no meio ambiente. São avaliados 19 parâmetros, que entram em um modelo matemático o qual gera, posteriormente, a classificação em graus de periculosidade em classes I, II, III e IV, além de uma classe V, que é impeditiva de registro. Cada grau de periculosidade está associado a uma característica ambiental.
IHU On-Line – Que diagnóstico o senhor faz dos defensivos agrícolas utilizados no Brasil? Se são perigosos, o que sustenta a comercialização?
Márcio de Freitas – Em primeiro lugar, temos de entender que estamos lidando com produtos tóxicos, venenos utilizados para combater pragas e são perigosos por natureza. Não existe um agrotóxico que não seja perigoso; esse é um dado científico. Alguns deles, inclusive, são utilizados para suicídios. Todos que usam esses produtos sabem que estão lidando com um veneno.
A classificação do Ibama leva em consideração o comportamento ambiental do produto. Então, se um produto é venenoso e persiste no meio ambiente por mais tempo que outro, ele será mais perigoso; se ele é acumulativo na cadeia alimentar, será mais perigoso. O que o Ibama faz é alertar para o grau de periculosidade do ponto de vista ambiental, classificando-o como muito perigoso, altamente perigoso, perigoso e pouco perigoso. Se, além de perigoso, o produto tiver algumas características que a legislação prevê como, por exemplo, ser mutagênico, então, ele será impeditivo de registro. Existem alguns produtos que não tiveram o registro autorizado em função do grau de periculosidade. Não é o Ibama que classifica o produto e, sim, a característica físico-química do produto e ecotoxicologia, ou seja, o quanto o produto é tóxico para o meio ambiente.
IHU On-Line – A partir do relatório sobre a comercialização de agrotóxicos no país lançado pelo Ibama, quais são as preocupações e desafios em relação à produção e consumo de defensivos agrícolas?
Márcio de Freitas – Esse relatório existe em função de uma previsão legal, prevista no artigo 41 da lei de 1989. O Ibama recebe e processa esses dados há algum tempo e resolveu publicá-los simplesmente para tornar pública uma informação relativa a regulação dos agrotóxicos no país. A intenção é fazer essa publicação anualmente para se ter condição de avaliar a evolução desses produtos e disponibilizar esses dados para a academia, os produtores, os governos estaduais e todos os interessados. Será possível ter um retrato anual de como está a comercialização dos agrotóxicos no país, mas também será possível acompanhar a tendência de evolução. Poderemos avaliar se há uma tendência do mercado de consumir produtos mais ou menos perigosos, se eles estão concentrados em algumas culturas ou estados.
O relatório não traz uma informação nova do ponto de vista dos órgãos reguladores, mas a novidade de torná-las públicas para os usuários e interessados.
IHU On-Line – Em 14 de janeiro de 2011, o ativo metamidofós foi banido do país e, atualmente, o acefato está passando por um processo de reavaliação. Quais os riscos desse defensivo agrícola?
Márcio de Freitas – Ele está sendo reavaliado porque há suspeita de que seja um produto mutagênico, por isso a Anvisa solicitou a reavaliação. A instituição contratou o Instituto Oswaldo Cruz para fazer a avaliação. Depois, os três órgãos (Ibama, Anvisa e Ministério da Agricultura) irão se debruçar sobre os novos estudos e irão concluir as medidas a serem adotadas.
É importante entender que os produtos são avaliados e registrados a partir desta avaliação conjunta feita pelos três órgãos: Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura. A Anvisa avalia as questões de toxicologia humana; o Ibama, de toxicologia ambiental; e o Ministério da Agricultura avalia a eficácia do produto para aquilo que ele se propõe, ou seja, combater pragas. Então, as três avaliações sendo autorizativas, o produto recebe autorização para ser utilizado no Brasil.
Depois de registrado, por alguma motivação extraordinária – por exemplo, uma nova pesquisa, um trabalho publicado que revele características que durante o processo de avaliação não foram identificadas –, pode-se motivar uma reavaliação, que é o que está acontecendo com o acefato e aconteceu com o metamidofós. Se um produto é proibido na Europa, nós avaliamos os estudos e colocamos o produto em reavaliação no Brasil para decidir se tal proibição faz sentido no país. Esse é um processo normal.
IHU On-Line – Como se dá a relação entre os órgãos responsáveis ao analisar as implicações do uso de agrotóxicos? Há divergências?
Márcio de Freitas – Quando uma determinada empresa quer registrar um produto no Brasil, ela entra simultaneamente nos três órgãos, os quais avaliarão de acordo com a sua peculiaridade. A lei atribui a cada um deles um papel distinto. Existe um comitê técnico de assessoramento que faz a compatibilização e a discussão interna entre os três órgãos. Essa comissão reúne os três órgãos responsáveis pelo registro e, quando há questões polêmicas de divergência, elas são dirimidas nesta instância. Não havendo consenso, são remetidas aos ministérios correspondentes e os ministros discutem a questão.
No caso de o produto ser agrícola, quem emite o registro é o Ministério da Agricultura. Quando um produto é utilizado em ferrovia, por exemplo, ou em floresta nativa, quem avalia e emite o registro é o Ibama. No caso dos domissanitários, utilizados nas residências, são autorizados pela Anvisa. Essa divisão é estabelecida pela lei e os procedimentos estão normatizados, norteando a atuação dos três órgãos.
É importante lembrar que a lei de agrotóxicos é de 1989 e existe o decreto de 2004, além de outras legislações que estão sendo aperfeiçoadas. Esse processo já é bastante antigo no Brasil. Tanto as empresas registradas quanto os órgãos envolvidos no registro já atuam há mais de 20 anos.
IHU On-Line – Em 2008, o Brasil se tornou o maior consumidor de agrotóxicos agrícolas. Que fatores justificam o aumento do uso de agrotóxicos nas lavouras brasileiras?
Márcio de Freitas – Desde os anos 2000, o Brasil está classificado entre os seis maiores consumidores de agrotóxicos. Diria que o fato de o Brasil galgar o primeiro lugar tem relação direta com o crescimento da agricultura no país. Ao mesmo tempo em que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos, é um dos maiores produtores agrícolas do mundo. Há essa associação na medida em que o país expande a sua lavoura, principalmente do ponto de vista da agricultura intensiva, da monocultura e da produção em larga escala.
O grande desafio dos órgãos agrícolas é acompanhar o desenvolvimento da agricultura e contribuir para que o país tenha uma agricultura menos impactante do ponto de vista ambiental, de saúde pública e adequada às pragas nacionais. É importante lembrar que, do ponto de vista agronômico, o Brasil tem particularidades em relação aos demais países. O Brasil, dentre os produtores de alimentos, é o que detém a maior biodiversidade do planeta. Portanto, temos de ter responsabilidade em preservar essa biodiversidade, responsável pela produtividade agrícola. O meio ambiente sustenta todo o desenvolvimento econômico. Não há desenvolvimento econômico sem um meio ambiente sadio. Se os solos estiverem esgotados, a biodiversidade reduzida, perderemos polinizadores e uma série de características que o país tem e que o levam a ser um grande produtor de alimentos.
Às vezes as pessoas pensam que o meio ambiente é uma oposição ao desenvolvimento econômico, quando, na verdade, ele é a base do crescimento econômico. Não existe nenhuma produção econômica que não dependa do meio ambiente: nem indústria, nem serviços, nem agricultura. Não há nada que prescinda de um meio ambiente saudável.
IHU On-Line – Entretanto, a política agrícola brasileira incentiva o uso de defensivos agrícolas? Há uma contradição na política governamental?
Márcio de Freitas – Não há uma contradição. Porque, para que o Brasil seja competitivo do ponto de vista agrícola, é preciso que a agricultura esteja pari passu com o desenvolvimento agrícola mundial. Se este desenvolvimento hoje está baseado no uso intensivo de agroquímicos e fertilizantes, cabe a nós sermos protagonistas no sentido de propor uma alternativa com produtos menos tóxicos e impactantes à saúde e ao meio ambiente, além de pesquisar alternativas de combate às pragas agrícolas específicas e adequadas à realidade brasileira por meio do uso de produtos biológicos. O Brasil tem se desenvolvido bastante nesta área, ainda muito aquém da indústria química. Entretanto, não podemos esquecer que a indústria química é a maior potência em termos de indústria no mundo. Não casualmente, são também os produtores de medicamentos, além de serem multinacionais.
IHU On-Line – É possível não utilizar agrotóxicos?
Márcio de Freitas – Não diria que é possível não utilizá-los. Diria que é possível utilizá-los com racionalidade. O grande problema evidenciado no Brasil não diz respeito aos produtos registrados, pois o país está praticamente no mesmo nível dos países desenvolvidos: dificilmente se encontram produtos registrados no Brasil que estejam proibidos em outros países. Recentemente, dez funcionários do Ibama fizeram uma capacitação nos Estados Unidos. O diferencial do Brasil é a educação para o uso. É o mesmo problema que o país enfrenta em relação à medicação. Como ainda há uma automedicação na indústria farmacêutica, há uma autodeterminação do agricultor em utilizar os produtos e não observar as questões do ponto de vista técnico. Os produtos têm rótulo e bula, da mesma forma que os remédios e, portanto, é importante seguir as indicações de uso. Entretanto, esse é o ponto em que, no Brasil, sofremos mais em função das características de analfabetismo alto, com dificuldade de instrução e equipamento na agricultura. Então, há mau uso em função de má formação e de não observação daquilo que a legislação prevê.
IHU On-Line – Quais são os principais desafios da indústria química em relação aos agrotóxicos e defensivos agrícolas?
Márcio de Freitas – O grande desafio da indústria química é fazer produtos eficientes com baixa toxicologia. Produtos que combatam especificamente o alvo a que ele se destina, ou seja, combater a praga da lavoura sem causar problema às demais espécies envolvidas na cadeia alimentar e na biodiversidade do país.
IHU On-Line – De que maneira os defensivos agrícolas interferem na qualidade ambiental, de acordo com a avaliação do Ibama?
Márcio de Freitas – Quando o Ibama recebe um pedido de registro de agrotóxicos, ele solicita uma série de ensaios padronizados dentro de um padrão internacional. Poucos laboratórios do país são credenciados para fazer esses ensaios, os quais são caros e demorados. A partir destes testes, é analisada a mobilidade do produto no meio ambiente, quer dizer, como ele se desloca no meio ambiente depois de ser aplicado na lavoura, o que acontece com o produto se chover, se ele pode atingir os lençóis freáticos, se é volátil e pode ser transmitido pelo vento. A outra questão avaliada é a persistência, ou seja, por quanto tempo ele fica ativo e demora para se degradar. Quanto mais móvel o produto for, mais perigoso ele é.
Outra característica avaliada é se ele é acumulativo nos tecidos orgânicos vivos ou não. Se ele for, a capacidade dele se propagar e ser acumulativo na cadeia alimentar é maior e, portanto, ele é mais perigoso. Se esse produto for tóxico aos micro-organismos de solo, significa que ele é mais perigoso. É importante lembrar que a toxidade não específica à praga que ele quer combater pode levar, por exemplo, à exaustão do solo e à perda da capacidade de produção. Então, a preocupação do Ibama é ambiental, mas ela também se reflete na manutenção da saúde ambiental do país para poder continuar produzindo.
Já existem estudos mostrando que lavouras de café em locais onde não existam insetos polinizadores produzem 40% menos do que uma lavoura onde há polinizadores naturais como as abelhas, que fazem o papel de reprodução das plantas. Nós estamos avaliando a toxidade do produto a abelhas, peixes, micro-organismos de água doce, aves etc., buscando identificar que efeitos os agrotóxicos trazem sobre as espécies nativas e, com isso, classificamos o produto como mais ou menos perigoso.
IHU On-Line – Muitos ambientalistas afirmam que o sumiço das abelhas se deve ao uso de agrotóxicos. O Ibama já tem alguma conclusão sobre o assunto?
Márcio de Freitas – Nós estamos estudando a questão e ainda não temos uma conclusão, mas devemos ter nos próximos meses. Estamos consultando pesquisadores, solicitando novos exames.
IHU On-Line – Pode adiantar alguma informação? É possível que o sumiço dos insetos esteja relacionado ao uso desses produtos?
Márcio de Freitas – Ainda não. Isso provavelmente será tornado público no primeiro semestre de 2011.
IHU On-Line – Resumindo, qual a posição do Ibama em relação ao uso de defensivos agrícolas? Qual a atuação do órgão na fiscalização desses produtos?
Márcio de Freitas – O Ibama não tem posição, é um órgão técnico de avaliação ambiental e não há um posicionamento político. Temos critérios técnicos, avaliamos as questões que nos são submetidas e, em função disso, nos posicionamos com clareza afirmando se o produto é ou não perigoso. Se o Ibama entender que o produto não pode ser registrado, emite um laudo apresentando as características impeditivas de registro e nega o registro.
Não é nosso papel emitir posição de ser contra ou a favor dos agrotóxicos. Posicionamo-nos objetivamente sobre as questões que nos são dadas a avaliar. Naturalmente, do ponto de vista da defesa ambiental, interessa ao país que tenhamos produtos menos tóxicos. Quer dizer, interessa ao Ibama e ao Brasil que se tenha uma agricultura competitiva, produtiva, capaz de ser um dos maiores produtores agrícolas sem prejuízo ao meio ambiente brasileiro. Sem este meio ambiente, certamente o Brasil não seria um grande produtor agrícola. É importante ter esse vínculo. O país precisa ser uma potência emergente, mas também é importante que se continue tendo condições para dar continuidade a esse desenvolvimento.
IHU On-Line – Após a publicação do relatório, qual será a próxima atitude do Ibama em relação aos defensivos agrícolas?
Márcio de Freitas – Estamos trabalhando no sentido de melhorar a avaliação, incorporando a questão de avaliação de risco. Esta é uma meta para 2011: buscarmos, além de avaliar a periculosidade, associá-la à forma e ao local em que está sendo utilizada. Isso vai dar uma característica de maior risco do produto. Essa avaliação de risco o Ibama ainda não faz, embora alguns países desenvolvidos já utilizam esse método. A outra meta é publicarmos o relatório de 2010 com inovações no sentido de incorporar maiores informações sobre importação e exportação, um maior detalhamento dos produtos não agrícolas e dos produtos biológicos.
IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?
Márcio de Freitas – Gostaria de destacar que é importante atentar para a questão do uso. Uma coisa é registrar o produto e outra é a maneira como ele é utilizado. Nesse aspecto, o papel dos estados é fundamental porque a fiscalização do uso, pela lei, cabe aos estados da União. Esse é um desafio do país no sentido de articular essas relações entre quem registra e quem utiliza. Por isso, a intenção de publicação do relatório também é a de nos aproximar dos estados em relação a essas informações que detemos e colocar a Coordenação Geral de Avaliação de Substâncias Químicas e a diretoria de Qualidade Ambiental à disposição para as informações complementares que os interessados venham a ter.

Notícias do PRODECENTRO-Áreas Degradadas

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06/04/2011 - A Embrapa Agrobiologia lançou o “Manual para recuperação de áreas degradadas por extração de piçarra na Caatinga”. A publicação apresenta os principais resultados práticos do projeto pioneiro, realizado nos últimos quatro anos, em parceria com a Petrobras UO-RNCE (Unidade Operacional - Rio Grande do Norte e Ceará) e a Universidade Federal Rural do Semiárido para revegetação destas áreas no Rio Grande do Norte. O projeto utilizou como base a tecnologia de recuperação de solos degradados, já desenvolvida pela Embrapa e aplicada com sucesso em outras regiões do país.
Dividido em quatro capítulos, o manual, inédito, pretende ser um balizador para a recuperação de áreas degradadas na Caatinga. O primeiro capítulo faz uma abordagem sobre os principais aspectos geofisiográficos deste bioma e sua degradação. O segundo aborda, em detalhes, todo o processo de produção de mudas de espécies florestais com potencial de uso na revegetação dessas áreas. Na sequência, são abordados aspectos práticos para a recuperação de jazidas de extração de piçarra, incluindo o ordenamento e a preparação da área, a aplicação de solo superficial e o plantio de mudas.
No quarto e último capitulo, são relatados os principais resultados de um estudo piloto que avaliou, em seis jazidas de piçarra com características distintas, a adaptação e o desenvolvimento de diferentes espécies arbóreas, assim como a adequação da aplicação de solo superficial como possível acelerador do processo de recuperação ambiental dessas áreas.
A equipe responsável pelo projeto acredita que serão necessários estudos adicionais para aperfeiçoamento da tecnologia, como, por exemplo, a seleção de novas espécies vegetais. Mas por outro lado, há um consenso de que, com o nível de conhecimento atual, já é possível recuperar essas áreas de extração de piçarra na Caatinga com espécies predominantemente nativas da flora desse bioma.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a Caatinga apresenta uma das maiores áreas sujeitas a desertificação no Brasil. Esse bioma tem perdido suas características devido ao uso irracional das atividades socioeconômicas, que vão desde a exploração de madeira para combustível até a substituição da vegetação nativa por práticas agrícolas inapropriadas.

sábado, 23 de abril de 2011

Sobre o Programa do Leite






Repercute na imprensa estadual a reunião de Afonso Bezerra sobre os constantes atrasos no programa do leite. O fato de um ou outro convidado não ter participado da mesa, não vai ao caso. Serve como experiência para os organizadores do evento. O conteúdo da reunião, que é o mais importante, esperamos que tenha obtido um alcance nas hostis governamentais.
PARA PENSAR:
“A lealdade refresca a consciência, a traição atormenta o coração”
Marquês de Maricá

PARA REFLETIR:
“Ame a todos, confie em poucos. Não seja injusto com ninguém”
Willian Shakespeare

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ao Amigo Ricarte-BODE MURCIANA

Atendendo a sua solicitação:
Com relação a raça murciana, se informar com o Dr. Alexandre Wanderley. Fazenda Barra da Cruz, BR 304, próximo ao Pico do Cabugí-Angicos RN. cel. 99650364. Abraços Anilton Souza

O Programa do Leite

É lamentável o que vem ocorrendo com o seu o meu o nosso Programa do Leite. O pequeno produtor vem sofrendo o pão  que o diabo amassou, com os constantes atrasos. Não é hora de se olhar ou falar do governo anterior e sim dar continuidade ao programa, para o bem da economia do RN. A situação das usinas e da nossa APASA, é muita delicada. Não acredito em retaliação política, até porque Marcone Angicano não merece. Até porque a governadora está sendo muito bem tratada pela presidenta Dilma, o que é justo e correto. Não se faz política em detrimento dos menos favorecidos. O Programa do Leite talvez seja hoje, não tenho dúvida, um programa de largo alcance social em qualquer parte da terra. A audiência pública realizada em Afonso Bezerra, servirá de alerta ao governo e que outras cidades façam o mesmo, para que o governo ouça a voz do povo e a voz do campo.O nossaterrafp. envia um copo de leite (aqui postado) a nossa governadora e ao nosso secretário Betinho Rosado, para que os seus fluídos refresquem suas mentes, eles que são os principais responsáveis pelo programa.

Feliz Páscoa

O nossaterra deseja a todos os nossos amigos e amigas uma feliz páscoa. Vamos continuar lutando pelos nossos ideais. Lembre-se que ele morreu na cruz sem reclamar. Morreu por nós. Abraços...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Vacina Contra Aftosa - Precauções

Não existe tratamento contra a Febre Aftosa e sim medidas profiláticas específicas pelo uso de vacinas.
Essas medidas profiláticas específicas consistem na tomada de ações para imunização do rebanho, pela utilização de vacinas de procedência idônea, com garantia de que estejam dentro dos padrões de produção e conservação permitidas pela legislação.
As vacinas contra a Febre Aftosa no Brasil são trivalentes, preparadas com o vírus O, A e C, inativados.
Os vírus O;A e C, contidos em uma formulação com uma quantidade de vírus capaz de induzir nos bovinos sadios, uma resposta imune específica, suficiente para garantir uma imunidade de proteção contra a Febre Aftosa por um período de pelo menos 6 meses.
A vacinação no Brasil contra a Febre Aftosa em bovinos e bubalinos, é obrigatória em alguns estados, obedecendo a um calendário oficial e anual do Serviço de Defesa Sanitária Estadual do Ministério da Agricultura, onde se determina os meses das campanhas para vacinação dos animais.
Em datas específicas são realizadas outras campanhas, que variam de estado para estado, onde são vacinados os animais até os 12 meses de idade, todas as faixas etárias e até os 24 meses de idade.
Controle da Qualidade da vacina
A vacina tem que estar liberada para o comércio, somente após ser testada e aprovada nos testes de potência realizados pelo Ministério da Agricultura em seus Laboratórios de Referência Animal.
Composição da vacina
A vacina deve conter todas os sorotipos de vírus brasileiro, como o A; O e C, com uma boa qualidade de emulsão e antigenicidade, em quantidade suficiente para estimular a produção de uma resposta imunológica prolongada do animal, a fim de mantê-lo protegido contra a doença, no caso específico da Febre Aftosa por 6 meses.
Tipo de adjuvante
A vacina deve ter em sua composição um adjuvante oleoso, de boa qualidade e que não provoque reações locais muito intensas, comprometendo a sua absorção.
Saúde dos Animais
Para que se tenha uma boa resposta vacinal é primordial e necessário que os animais estejam em uma boa condição de saúde, portanto sadios.
Animais debilitados e doentes não respondem bem à vacinação.
Dosagem, Via e Local de Aplicação
Aplicar a vacina contra Febre Aftosa, na dosagem de 5 ml, independente de peso e idade, pelas vias subcutânea e intramuscular, na tábua do pescoço.
Recomenda-se evitar aplicar vacinas ou qualquer outro injetável em áreas de carne nobre como as musculaturas do traseiro e do cupim.
Conservação da Vacina
Devem ser considerados alguns pontos para conservação e manutenção da vacina, como:
  • A vacina deve ser mantida em temperatura de 2 a 8ºC (geladeira), desde a sua produção até a sua utilização
  • O transporte da vacina desde a fábrica até a revenda é feito em caminhão frigorificado, com termógrafo, para que seja mantida a temperatura de conservação
  • Na revenda, manter a vacina na temperatura de conservação em geladeira comercial ou balcão frigorificado, com termômetro de máxima e mínima
  • Transporte da vacina da revenda para a fazenda deve ser feita em caixa de isopor, com cobertura de gelo e devidamente lacrada
  • Na fazenda, manter a vacina em uma geladeira apropriada, na temperatura de conservação recomendada
  • No campo, a vacina é mantida em caixa de isopor com gelo e à sombra
  • Jamais manter a vacina em congelador ou aquece-la, pois o congelamento ou o aquecimento faz com que perca a sua eficiência
Os benefícios obtidos com a Erradicação e Controle da Febre Aftosa são imensuráveis, quando se contabilizam os lucros financeiros que serão obtidos pela eliminação da doença, como a manutenção do índice de boa produtividade pela eliminação das perdas de carne e leite, eliminação dos custos financeiros e operacionais que serão gastos com a vacinação e a conquista do mercado internacional de exportação com produtos mais competitivos e melhores preços, pois se sabe que país livre da doença tem o mercado livre para venda de carne "in natura", com preços bem mais atraentes.
Como não existe um tratamento específico para animais contaminados com o vírus da Febre Aftosa, o que se deve fazer é o tratamento sintomático das infecções secundárias bacterianas, pelo uso de medidas de higiene e assepsia, como limpeza das feridas com desinfetantes e uso de antibióticos sistêmicos ou de uso local.
O importante é que esses tratamentos em animais com a doença devam ser feitos em regiões que não tenham o "status" de zona livre da Febre Aftosa sem vacinação, pois o animal que foi curado e recuperou-se da doença é portador do vírus ativo em seu organismo, sendo, portanto um excelente agente disseminador no seu próprio rebanho e dos seus vizinhos, espalhando assim a virose.
Na realidade, ao invés de se tentar um tratamento que será oneroso e de difícil controle, a recomendação mais óbvia para o controle da Febre Aftosa em uma determinada propriedade e região é a implantação de uma metodologia sanitária rigorosa, com adoção de medidas profiláticas específicas e não específicas, em que a utilização de um cordão sanitário amplo e rigoroso, só trará benefícios para o pecuarista.
Nota do Blog:
Em nosso estado, a vacinação deverá ter o seu início a partir de 01 de maio. A APASA vai comercializar as doses devendo o pecuarista antecipadamente fazer a sua reserva.

domingo, 17 de abril de 2011

Editorial - Revista O Berro- Excelente

NUNCA ANTES NESSSE PAÍS

- 10/03/2011




Parafraseando o ex-presidente Lula, pode-se dizer que nunca antes, nesse país, a caprino-ovinocultura viveu um momento tão feliz. Claro que existem vozes discordantes, ou dissonantes, as quais geralmente são bastante estridentes, mas representam apenas uma fração do cenário geral.
A realidade é que nunca se viu tanta gente lendo, analisando, estudando, inves­tindo tempo e recursos, passando a levar em conta a caprino-ovinocultura como alternativa rentável. Isso é muito bom.
Por outro lado, também nunca se viu tanta gente reclamando de preços, de custos, de falta de estrutura, de falta de uma cadeia produtiva, etc. Tanto quanto nunca se viu tanto congresso, seminário, dias-de-campo, simpósio, etc. Há um incrível esforço tentando chegar a bom termo. O navio está procurando um porto seguro.
As Associações já perceberam que boa parte das iniciativas não dependem das autoridades governamentais, mas delas! Exatamente, delas! Cabe às entidades que congregam produtores de caprinos e ovinos elaborar projetos que atendam seus associados, sua região, seu mercado, sua raça! Havendo projetos é fácil acionar políticos, lobistas e autoridades em busca de resultados. As entidades precisam instalar Comissões específicas para cuidar do mercado e, assim, de seus associados.
Ao mesmo tempo, os criadores vão se dividindo, finalmente, em dois grupos: a) o da pecuária expositiva, com foco nas potencialidades da Genética; b) o da pecuária produtiva, com foco nas potencialidades da carne, leite, pele, etc. São dois mundos diferentes que precisam conviver.
A médio prazo haverá muito mais produtores de carne do que elaboradores de Genética. Afinal, os produtores de carne são compradores de Genética e, por isso, quanto mais forem, melhor para todos.
O mercado nacional nunca esteve tão aquecido, com preços entre R$ 10 a R$ 15 por kg vivo. O mercado externo já começa a vislumbrar a possibilidade de manter um vínculo duradouro com alguns empresários. Já vai longe o tempo em que árabes propuseram comprar 1,0 milhão de cabeças para atender uma única festividade religiosa e, como não havia meio de juntar esses animais, eles desistiram. Outros países tentaram fazer compras, mas o mínimo solicitado por eles era uma fábula para os brasileiros que nunca conseguiram dar conta do recado. As poucas exportações realizadas foram de Genética. O mercado mundial, portanto, existe, é palpável, mas é preciso produzir em larga escala, em ritmo definido, para poder ser conquistado. Tarefa para empresários empreendedores!
Na área da Genética, muito já foi feito, mas o setor está observando o que acontece na pecuária de gado em geral, onde a FIV (Fertilização in Vitro) caminha a passos largos. Qualquer empresário-pecuarista não quer mais um touro cobrindo suas vacas de elite; agora ele utiliza a FIV, em que milhares de vacas comuns (baratas) são enxertadas com embriões de poucas vacas de alta elite. Uma única vaca pode parir 100 ou 200 crias em um único ano! Isso é quase um milagre e, sem dúvida, foi o sonho de pecuaristas de apenas 50 anos atrás.
O mesmo tende a acontecer na caprino-ovinocultura. A modernidade chegou para ser desfrutada e o mundo precisa de alimentos. Cabe ao Brasil produzir em suas terras toda essa riqueza.

Pequenas propriedades - No Sudeste e Centro-Oeste, milhares de pequenas propriedade estão surgindo no meio dos canaviais, com vocação para produção de carne e leite de ovinos e caprinos. Um formidável potencial produtivo que começa a ser explorado e só é possível no Brasil.
Nunca antes, nesse país, porém, houve também a fantástica dissonância entre “produzir” e “não produzir”. Uma análise atual do INCRA mostra que existem 1.164 assentamentos, com 1,1 milhão de famílias ocupando 80 milhões de hectares! É a soma da área rural ocupada em Minas, São Paulo, Rio, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Muita terra! Equivale ao território agrícola da Alemanha, França, Espanha, Itália e Inglaterra! Posse de terra, portanto, não é problema no Brasil.
Por outro lado, sabe-se que 40% da produção agropecuária, ocupando apenas 24% das terras, garante 70% do que vai para a mesa dos brasileiros e também 74% da mão-de-obra no campo. São as pequenas propriedades familiares, de pessoas que gostariam de ter mais terras. Imagine se o Governo resolvesse o verdadeiro conflito fundiário, aumentando as terras de quem já produz, ao invés de insistir na doação de terras a quem não quer produzir! Os filhos dos proprietários, sim, gostariam de ter uma chance (terra), pois são trabalhadores, mas estranhamente não estão entre os baderneiros contemplados pelo Governo! Como pensar em produzir mais, com gente inadequada? Se o MST plantasse as beiradas de rodovias teria o apoio e compreensão de toda sociedade, mas não planta!



Os “Sem-Terra”, do MST, não plantam nas beiradas de rodovias, para sobreviver; mas outros plantam...

Basta um exemplo: FHC distribuiu 20 milhões de hectares a 600.000 famílias, mas 40% vendeu imediatamente a posse, e boa parte do restante preferiu alugar ou repassar para os mais dinâmicos, geralmente empresários do agronegócio. Ou seja, deu em nada! O Governo Lula fez pior que isso, conspurcando as estatísticas! A pseudo Reforma Agrária, portanto, é um elefante cego empurrado por cegos em direção a lugar nenhum! É o que diz a análise do INCRA. O MST transformou-se em banditismo rural, apenas isso, com apoio de um governo interessado apenas em votos, sem desejo real de dar dignidade ao homem-do-campo.
Por sorte, eis que surge a PPP-Parceria Público Privada que pode promover uma “Reforma Agrária”, distribuindo lotes de terra e gerenciando a produção, seguindo o modelo de vários “assentamentos” implantados por grandes fazendeiros. Quem não produzir, é expurgado, rapidamente! Nestes assentamentos - com ótica empresarial - caprinos e ovinos estão sendo contemplados nas pequenas glebas. Milhões de ovinos e caprinos serão necessários em novos assentamentos PPP que logo estarão sendo aprovados. Isso é muito bom para o Brasil, acabando com o pseudo movimento de Reforma Agrária, levando paz ao campo.
Finalizando, por todos os lados que se olha, há a presença de caprinos e ovi­­nos no cenário. Em apenas 30 anos da revista o Berro, o Brasil, por meio de di­nâmicos produtores rurais, está assistindo o despertar de mais uma atividade promissora, lucrativa, gratificante e que garante dignidade ao homem-de-campo: a caprino-ovinocultura.
Nota do Blog:
Espetacular e Oportuno o Editorial da Revista O Berro.  Digo ainda, a região do semiárido brasileiro, propícia para a criação da ovinocaprinocultura, merece por parte dos órgãos governamentais uma melhor dinâmica. O nosso RN, posui uma tendência natural para mudar esse cenário que aí se apresenta. Infelismente, não depende somente de nós. Temos uma carência financeira que impede um maior desenvolvimento do setor. Precisamos também de ter nos quadros, caprinocultores fortes e arrojados. Saudades do Dr. Nélio Dias.

A fantástica cabra sertaneja


Em todos os sertões onde andamos, nas labutas diárias da revista "O Berro", pode-se perceber que as melhores cabras, as maiores, as mais produtivas e as mais queridas do sertanejo, são as cabras multicoloridas - cada uma com identidade e estampa própria, com algum "sangue", ou muito "sangue" Anglo-Nubiano. Ou seja, é nubianizada, no duro! Repetindo Rinaldo dos Santos, digo nubianizada e não anglonubianizada, uma vez que a dureza dos sertões liquidou o "sangue anglo" e reestabeleceu o "sangue nubiano, africano". Afinal, todas as anglo-nubianas nasceram das africanas nubianas (da Núbia)! Garante Rinaldo que elas sobreviveram e convivem com as duras condições do semi-árido devido ao sangue nubiano e não ao sangue anglo! Hoje, há as linhagens britânicas, canadenses e é hora de dizer "tropicais"! Cabe ao Brasil informar ao mundo que aqui há legítimas cabras para fazer inveja a qualquer rebanho internacional.

Estou me referindo à fantástica cabra sertaneja, livre no meio das veredas, como bichos soltos nos pastos de meu Deus! Esta cabra graúda, de úberes fartos, sempre parida com um ou dois bons cabritinhos ao pé e mais outra leva no bucho. Essa é a cabra do matuto iletrado, porém sumamente letrado nas artes de bem escolher bons animais, os quais vão lhe garantir a sobrevivência. Essa cabra não come nada de especial - até porque não há nada de especial para comer nas caatingas secas nordestinas - e aí está seu segredo e vantagem. Essa cabra matuta sabe quando emprenhar e se deve, ou não, parir, de acordo com o regime das secas. Sabe alimentar bem as crias soltas no mato e ainda sobra algum leite para as crias dos sertanejos.

A raça Anglo-Nubiana, como bem indica o nome, teve sua origem nos meados do século XIX, na Grã-Bretanha. No início do século XX ela ainda era uma "mestiçona" como essas que andam soltas pelo Piauí. Basta observar as fotografias já publicadas em "O Berro", mostrando as primeiras Anglo-Nubianas importadas para o Rio de Janeiro! A história da origem da raça no mundo e no Brasil já foi exaustivamente descrita por Rinaldo dos Santos no livro "A Cabra & a Ovelha no Brasil" e na edição 47 da revista "O Berro", não cabendo nenhum conserto ou enxerto nesse assunto, pois se faz referência à cabra sertaneja, matuta, do meio do mundo.

Essa cabra que técnicos e governos chamam de SRD, querendo dizer "Sem Raça Definida", mas que bem poderia ser "Super Raça Definida", pois ela é legitimamente sertaneja - e para que melhor? O sertanejo ilustre ou iletrado chama-a de "Lubiana", "Meia-Orelha" ou apenas "Nubiana", acertando na descrição e na filogenia, empiricamente! Ela é sempre dócil, agradável, de olhar carinhoso, comportamento calmo e "traquina", estando presente em todos os sertões: desde as terras secas de Minas Gerais, passando pelos sertões de Canudos chegando ao Recôncavo Baiano; das barrancas de São Francisco ao litoral alagoano; nos sertões do Cariri, Moxotó, Pajeú, aos Inhamuns; do sertão Central Cabugi ao Açu; dos manguezais sergipanos aos semidesérticos Lençóis Maranhenses; da Zona da Mata pernambucana às matas do Pará; do Além São Francisco baiano adentrando pelo cerrado sem fim...

É notável que, cada vez mais, o sertanejo procure cabras grandes, de bons úberes, mais férteis, prolíficas e produtivas e sempre prefere as de meia-orelha. Não, não é apenas intuição!

Em todos os bons criatórios de caprinos que visitamos, é notável que todos - antes de utilizarem o Boer sobre suas cabras comuns - primeiro utilizam o Anglo-Nubiano, para produção de animais de porte grande e leite garantido e, somente então neste F1 (comum x Anglo), intoduzem o gigante Boer, visando a produção de animais com possantes carcaças para produção de carne. Exatamente como descrito pela revista "O Berro", em várias ocasiões.

A raça Anglo-Nubiana é garantidamente a raça mais utilizada no Brasil e no mundo para produção de mestiças leiteiras de grande porte - as quais produzem também um bom cabrito para venda. E também para produção de mestiços de corte, em cruzamento com raças especializadas.

Por ocasião da introdução do Boer, do Dorper, da Savanna e do Kalahari - todos ao mesmo tempo - houve uma retração no interesse sobre as cabras rústicas, mas agora, passado aquele primeiro momento, já há mais compradores do que vendedores de boas mestiças de Anglo-Nubiano - geralmente para servirem de ventres em programas de TE. Na última Exposição Nacional de Anglo-Nubiana, em Natal (RN), durante a Festa do Boi, havia compradores para Anglo-Nubianos de elite e não havia animais à venda! Todos os animais com qualidade genética superior obtiveram bons preços nas comercializações! Afinal, não se liquida um verdadeiro patrimônio genético, pois ele está firmemente fixado na alma dos criadores sertanejos, que não o substituem por modismos. O semi-árido não perdoa a prática de modismos, pois a seca sempre vem e é inimiga das invencionices humanas.

Hoje é consenso que o Piauí é a pátria da raça Anglo-Nubiana nacional, tanto nas suas linhagens leiteiras como de corte. Enfrentar uma "pista-pesada" no Piauí requer muito preparo e precisão na apresentação dos animais, pois no Estado estão representadas todas as grandes linhagens do Anglo-Nubiano nacional e mundial.

O Anglo Nubiano

 

 

 

 

O ANGLO-NUBIANO DÁ O TOM

 

O criador Benicio Melo, ex-presidente da ABCAnglo, por dois mandatos, no período de 2006 até 2010, lembra que "embora a raça Anglo-Nubiana tenha passado por um breve período com poucas aparições em exposições e leilões, nunca tivemos dificuldades para vender nossos animais, fato comprovado hoje, quando sabe-se não existir estoques de animais represados para vendas em nenhum dos bons plantéis do Nordeste".
E continua: "Ao fundarmos a ABC­Anglo, naquele histórico setembro de 2006 em São Luís do Maranhão, éramos poucos criadores que insistiam em participar ativamente de eventos agrope­cuários pelo Brasil e isso nos preocupava, pois sabíamos que haviam muitos criadores da Bela Raça espalhados pelos Sertões. Eles estavam desassistidos, desinformados, ou, muitas vezes, mal informados e - acreditando estar a raça em decadência no mercado - deixaram de levar seus animais aos eventos. Alguns deixaram até de registrar, mas a maioria manteve seus rebanhos a campo, o que foi muito salutar para a raça, constituindo uma seleção natural dos mais aptos e mais fortes”.
“A partir da fundação da ABCAnglo, com seus vice-presidentes em todos os estados nordestinos em que havia uma forte criação da raça, com a fundação de núcleos estaduais, como a AcanPE, Anglo/BA, Anglo/CE, Anglo/PI, etc. e, com o trabalho desenvolvido por nosso embaixador, o Luiz do Berro, em permanente divulgação na revista O Berro, identificamos e resgatamos muitos criadores (criadores de tradição) e iniciamos novos plantéis no Brasil".
“Agora, neste evento, (Nacional-2010/BA), com uma imensa sensação do dever cumprido, vendo a raça presente de Sul a Norte do Brasil, com plantéis de diversificada genética e, graças ao apoio que sempre tivemos dos criadores de todo o país, estamos passando a ABC­Anglo a uma diretoria de larga tradição na criação, a qual está ciente que, apesar do trecho já percorrido durante nosso período na presidência, ainda teremos uma longa caminhada e eu estarei sempre disponível a participar e ajudar o presidente Luiz Abel, meu amigo particular e um dos referenciais da raça”.
O criador Luiz Abel, que seleciona Anglo-Nubianos em Sertânia/PE há cerca de 30 anos e cujo plantel já foi lau­reado com títulos importantes como Tetracampeão Nacional da raça e diversos animais Campeões Nacionais, disse: "Estou ciente da importância deste momento para a Raça Anglo-Nubiana. Nunca tivemos dificuldades para comercia­lizar bons animais. Existe uma demanda enorme de boas matrizes e reprodutores puros e registrados, tanto no mercado interno brasileiro como para exportação aos países vizinhos na América”.
Afirma que "a ABCAnglo está atenta e promovendo ações no sentido de dimensionar o real tamanho do rebanho com registro de animais na ABCC e também identificar os inúmeros rebanhos com possibilidades de iniciar uma escrita zootécnica e futuro registro de animais".
"Vimos com muita satisfação o crescimento da participação de criadores e de animais da raça Anglo-Nubiana, nos bons eventos pelo Brasil afora, o que nos indica que os plantéis de elite estão muito bem, entretanto devemos cuidar e dar muita atenção aos rebanhos nos cam­pos, pois eles são a sustentação dos rebanhos de fina estirpe e, portanto, a nossa preocupação neste momento" - lembra.
Quanto às Nacionais da Raça o presidente Luiz Abel acha que "sempre devemos seguir os métodos consagrados pela agropecuária do Brasil, prestigiar regiões e Estados que reúnam um grande rebanho da raça, grande número de criadores e que, em estando interessados em sediar uma Nacional da Raça Anglo-Nubiana, ofereçam melhores condições para a participação de todos os criadores do Brasil, em igualdade de condições (logística,  transporte, acomodações, custos, etc.)".
E se despede, dizendo: "os criadores e selecionadores de Anglo-Nubiano no Brasil podem contar sempre com uma ABCAnglo participativa e democrática na defesa de seus interesses, pois também sou criador da raça nas caatingas de Pernambuco e sei que devemos ter persistência para seguir no rumo certo que é a vitória da Bela Raça brasileira".

Mais informações: Luiz do Berro, diretor de Divulgação e Marketing, ABC-Anglo.



quinta-feira, 14 de abril de 2011

Bode Murciano PO-Vende-se

Em resposta ao amigo Francisco Canindé Teixeira de Carvalho:
 Bode Murciano PO:
Procedência: Dr. Alexandre Wanderley
Preço: R$ 1.000,00
Troco por outro: Murciano ou Dorper
Abraços: Anilton Souza - Fernando Pedroza - 91080357
PARA PENSAR:
“A lealdade refresca a consciência, a traição atormenta o coração”
Marquês de Maricá

PARA REFLETIR:
“Ame a todos, confie em poucos. Não seja injusto com ninguém”
Willian Shakespeare

Melão a Nova Riqueza do RN.

Nota: Para outros significados, veja Melão (desambiguação).
Como ler uma caixa taxonómicaMelão
Melon casaba.jpg
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Cucurbitales
Família: Cucurbitaceae
Género: Cucumis
Espécie: C. melo
Nome binomial
Cucumis melo
L.
Melão (Cucumis melo L.) é uma fruta provavelmente nativa do Oriente Médio. Existem inúmeras variedades cultivadas em regiões semi-áridas de todo o mundo, todas apresentando frutos mais ou menos esféricos, com casca espessa e polpa carnosa e suculenta, com muitas sementes achatadas no centro. A cor e a textura da casca, bem como a cor e o sabor de sua polpa, variam de acordo com o cultivar.
A abundância de água em seu interior e o sabor suave tornam o melão uma fruta muito apreciada na forma de refrescos. Suas sementes, tostadas e salgadas, também podem ser consumidas.

Índice

[esconder]

[editar] Valor nutricional

[editar] Qualidades do Melão

O melão é bastante refrescante e por esse motivo indicado para os meses de calor. Contém quantidades razoáveis de Cálcio, Fósforo e Ferro, que contribuem para a formação dos ossos, dentes e sangue. Tem também vitamina A que protege a visão, vitamina C, que age contra infecções,e Niacina, que combate problemas de pele.
Maduro, o melão é bom como calmante, diurético e laxante. É também recomendado nos casos de gota, reumatismo, artrite, obesidade, colite, prisão de ventre, afecções renais, nefrite, cistite e infecções ginecológicas.

[editar] Artigos relacionados

[editar] Galeria

O Melão. A Nova Riqueza do RN II

Melões do Brasil: um mundo de sabor e prazer

Melão
Como escolher
Na hora da compra, prefira os frutos com casca firme, cor característica, sem rachaduras, partes moles ou perfurações de insetos. O aroma da fruta deve estar suave e agradável.
Frutos redondos com casca bege reticulado e polpa de cor alaranjada.
Escolha frutos que não apresentem evidências do talo. A casca deve apresentar o reticulado bem saliente.
Frutos arredondados, com casca enrugada, amarelo intenso, polpa suculenta, branca e levemente esverdeada. Quando maduro ao ser comprimido na extremidade, deve ceder levemente. A polpa não deve estar seca e as sementes se desprendem facilmente.
Frutos redondos, com casca dourado esverdeado, rendilhada de verde. Polpa branco esverdeada, suculenta e doce. Quando maduros, apresentam brilho, casca amarelo e aroma característico.
Frutos alongados e ovais, com casca verde escuro e polpa branco esverdeado.
Frutos redondos, com casca lisa, esbranquiçada e polpa alaranjado. Quando maduros apresentam uma polpa suculenta com sabor delicado, sendo que a casca adquire uma sombra laranja pálida.
É importante conhecer algumas características para identificar melhor as variedades e escolher bem os frutos.
Para sua proteção, independentemente do tipo de melão, compre produtos devidamente etiquetados com selos de marca e indicações de origem, que permitam identificar o tipo de produto, sua origem, bem como os exportadores e importadores.
As etiquetas são um meio privilegiado de comunicação das propriedades e origem do produto com o consumidor.
Se comprar frutas pré-embaladas leia com atenção as instruções e a data de validade do produto.
Manuseie cuidadosamente qualquer tipo de melão, pois como qualquer fruta é sensível a choques.
Antes de consumir, lave a fruta em água corrente com cuidado. Se necessário esfregue levemente a superfície com uma esponja macia, mas nunca use detergentes ou alvejantes.
Não assuma que as frutas pré-embaladas estão adequadas para o consumo imediato. Esteja seguro de que as mesmas foram bem lavadas. Caso contrário lave novamente.
De uma maneira geral, frutos não maduros totalmente devem ser mantidos na temperatura ambiente e maduros, no refrigerador.
Os melões de longa vida ainda imaturos como o amarelo, orange flesh, pele de sapo, podem durar até uma semana se armazenados em fruteiras, em lugar fresco arejado, ao abrigo de raios solares e embrulhados em papel adequado. Após este período se não forem consumidos, devem ser mantidos na geladeira entre 7,2 e 10°C, por não mais de 7 dias.
Os frutos maduros, se não forem consumidos no dia devem ser mantidos refrigerados nas condições indicadas acima.
Mantenha os cantaloupes não maduros na temperatura ambiente, embrulhados em folhas de papel, de preferência. Estando maduros, consuma imediatamente ou transfira para o refrigerador.
Os melões cantaloupes maduros se não consumidos imediatamente, devem ser armazenados sob refrigeração de 2 a 4°C, em um envoltório plástico de preferência, pois pode absorver facilmente os odores de outros alimentos próximos. Os frutos devem ser consumidos em menos de uma semana para não perder seu alto valor nutritivo.
Fonte: www.brazilianfruit.org.br
Melão
O melão (Cucumis melo L.) é a oitava fruta mais produzida no mundo e este entre as dez frutas in natura mais exportadas. O cultivo dos melões está registrado desde 2500AC por pinturas egípcias, porém existe discordância entre os historiadores sobre a origem do melão na Pérsia (atual Iraque), Afeganistão ou Armênia. Aproximadamente 98% do melão produzido no Brasil pertence ao grupo “amarelo” (Inodorus) e os outros 2% pertencem aos melões das variedades Cantaloupensis e Reticulatus, que possuem alto valor comercial, porém tem o cultivo restrito devido à limitada resistência dos frutos ao transporte e à reduzida conservação pós-colheita. A diversidade do melão é imensa: textura da casca: rugosa, lisa, rendilhada e gomada, coloração de casca: brancas, amarelas ou verdes claras ou escuras, coloração de polpa – branca, creme, verde ou salmão e formato: elíptico, oval ou esférico.
Melão

Padrão Mínimo de Qualidade

Na compra do melão, algumas exigências são necessárias para a
garantia da qualidade do produto.
A presença de frutos que apresentem os defeitos listados abaixo não deve ser tolerada:
1. Podridão
Processo que cause qualquer grau de decomposição, desintegração ou
fermentação dos tecidos em pontos localizados ou no fruto todo;
Fruto passado – maturação avançada e senescência do fruto;
2. Problemas na polpa ou casca
Dano Profundo
Alterações prejudiciais a polpa do fruto causada por lesões de diferentes causas.
Injúria por frio
Escurecimento por efeito de geada ou armazenagem a baixa temperatura
Imaturo
Com teor de sólidos solúveis menor que 9º Brix
Desidratado
Enrugamento do fruto devido a perda de água.
Deformado
Formato irregular, que não obedece ao padrão de desenvolvimento normal de fruto do cultivar.
Virose
Alteração na coloração da casca (mosqueado) e do sabor do fruto, características do ataque de vírus.
Melão
Podridão
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Melão
Passado
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Melão
Dano Profundo
Clique para Ampliar
Melão
Injúria por frio
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Melão
Desidratado
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Melão
Deformado
Clique para Ampliar
Melão
Virose
Clique para Ampliar
Fonte: www.ceagesp.gov.br

Orós das Melancias de F. Pedroza

Começou a sangrar ontem dia 13, o Açude Público de Fernando Pedroza, Orós das Melancias. Este reservatório beneficia várias propriedades rurais e é conhecido pela qualidade de sua água e grande variedade de pescado. Veja as fotos:


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Açude Novo Angicos Sangrou

Começou a sangrar ontem dia 10, o Açude Novo Angicos, um dos maiores reservatóriis da região central. Que abril contemple os sertanejos com muita chuva,

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Jumento nosso irmão

Asno




Como ler uma caixa taxonómicaAsno
Donkey-01.jpg
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Perissodactyla
Família: Equidae
Género: Equus
Espécie: Equus africanus
Subespécie: E. a. asinus
Nome trinomial
Equus africanus asinus
Linnaeus, 1758
O asno (Equus africanus asinus), chamado ainda de burro, jumento, jegue ou asno-doméstico é um mamífero perissodátilo de tamanho médio, focinho e orelhas compridas, utilizado desde tempos pré-históricos como animal de carga. Os ancestrais selvagens dos asnos foram domesticados por volta de 5000 a.C., praticamente ao mesmo tempo que os cavalos, e desde então tem sido utilizados pelos homens como animais de carga e montaria.
Os asnos se classificam dentro da ordem dos Perissodáctilos, e à família dos Equídios, à qual também pertencem os cavalos, pertencendo ambos a um único gênero Equus.

Índice

[editar] Origens

Sua origem está ligada a Abissínia, onde era conhecido como onagro ou burro selvagem.
O burro é, desde tempos remotos, simultaneamente utilizado no meio rural para auxiliar nas tarefas agrícolas e para transporte.
Há séculos que é feito o cruzamento entre burro e cavalo, de que resulta um híbrido denominado muar ou mu, com características de ambas as raças: robustez, capacidade de adaptação a caminhos acidentados e a meio ambiente adverso, docilidade; pernas mais longas e, portanto, maior velocidade, maior facilidade de treino.

[editar] Etimologia

Burro (fêmea) amamentando filhote
O nome "burro" veio do latim burrus, que quer dizer vermelho. Acredita-se que foi daí que surgiu a crença de que burros são pouco inteligentes, pois, antigamente, os dicionários tinham capas vermelhas, dando a ideia de que os burros eram sedentos de saber. Outra história diz que numa moeda antiga tinha a imagem de um rei com uma cabeça enorme que não era esperto, que se associou com a cabeça resistente do burro. Porém, também pode ter surgido da lenda grega do rei Midas, que foi tolo ao ponto de contradizer a irrevogável palavra do deus Apolo, que foi castigado pelo deus, recebendo orelhas de burro.
"Jegue" veio do inglês Jackass. Jackass foi formado de duas palavras: (1) jack, aqui servindo apenas para indicar o sexo masculino do animal (Jack é apelido ou diminutivo de John e serve para designar um homem qualquer); (2) ass, burro. [1]

[editar] Ofensa

Em Portugal, tal como no Brasil, chamar burro a alguém é uma ofensa. Um indivíduo burro é um indivíduo pouco inteligente, estúpido, teimoso, ignorante, com pouco entendimento, sem conhecimento geral/criatividade.

[editar] Referências na literatura

Sancho Pança e seu asno
O antigo convívio com a espécie humana traz uma grande número de referências culturais na literatura e no folclore popular. As Fábulas de Esopo usam a figura do burrinho para representar os humildes. Apuleio tem uma obra intitulada O Asno de Ouro.
Foi por muito tempo o símbolo da ignorância, como em Sonhos de Uma Noite de Verão, de Shakespeare. Pinóquio é outro exemplo de fábula onde um menino mau é transformado num burrico.
Aparece diversas vezes na iconografia cristã, como na fuga para o Egito e no Domingo de Ramos, quando Jesus entrou em Jerusalém no lombo de um asno.