sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Criação de mini cabras é negócio vantajoso e de baixo custo


Na série “Como começar a criar” desta quinta, dia 30, o Jornal da Pecuária mostra o rebanho de mini cabras, e a história de um criador que soube transformar sua grande paixão em um negócio rentável.
Os animais são tão pequenos que cabem no colo do criador! Os mais velhos tem entre 35 e 40 centímetros de altura e pesam 20 Kg. Dário Fagundes Costa Filho cria mini cabras há 32 anos. Para iniciar na atividade foi preciso investir cerca de R$ 50 mil. O que era um hobby se tornou um negócio, que hoje é vantajoso: um exemplar custa, em média, R$ 2.500.
– O casal de mini cabras nós vendemos, em média, de R$ 4 mil a R$ 5 mil. E o custo alimentar é muito barato, você deve gastar em torno de R$ 20 por mês, por animal. Nós temos um segmento de trabalho para hotéis fazenda, pesque e pague – conta o criador, Costa Filho.
Uma das principais características desses animais é a docilidade, por isso, as mini cabras são muito utilizadas em trabalhos terapêuticos, na recuperação de crianças com distúrbios físicos e também mentais. Já os machos não transmitem o cheiro às fêmeas, o que facilita tanto no manejo como também na reprodução. O período de gestação dura em média 120 dias, e cada macho cobre entre seis e sete fêmeas.
– As pessoas não deixam o bode junto na estação da monta, justamente por causa do cheiro, que passa para o leite da cabra. Como a gente não tem esse problema, então eles praticamente reproduzem o ano todo, as fêmeas parem, em média, dois animais por ano – relata.
As mini cabras leiteiras consomem por dia de 5% a 6,8% do seu peso vivo, de matéria seca. A base alimentar é composta por forrageiras, ração e folhas verdes. Com manejo, alimentação, conforto e genética, esses animais chegam a produzir até três litros de leite por dia.
– É um animal seletivo, que escolhe o que vai comer. Se você deixar a vontade ele vai comer somente aquilo que ele quer, e as vezes ele não irá ingerir a quantidade de matéria seca necessária para produzir uma determinada quantidade de leite. Então, o ideal, mesmo em uma dieta controlada e programada, é a fragmentação desse fornecimento, ou seja, você vai fornecer a mesma quantidade, porém, várias vezes ao dia – ensina o especialista de reprodução de caprinos Maicon Henrique Barbosa dos Santos.
Os cuidados com os filhotes são ainda maiores. O manejo sanitário inclui a cura de umbigo e a ingestão do colostro, logo após o nascimento.
– Em caprinos, nós temos a artrite encefalite viral, que é considerada a Aids dos caprinos. Então, em rebanhos leiteiros é recomendada a retirada desse filhote antes de amamentar na mãe, essa amamentação do colostro ela deve se, ou com colostro pasteurizado de outra cabra, ou com colostro congelado até de uma fêmea bovina – orienta Santos.
Com tanta docilidade, é difícil não se apaixonar por esses animais.
– Um animalzinho desse, com três meses é a primeira vez que pega no colo, eles são muito tranquilos, bem fácil de lidar. É muito bom – festeja o criador. (Canal Rural)

Trigo brasileiro tem novos nichos na produção

Foto: Eduardo Meneghetti
Eduardo Meneghetti - Pesquisa trabalha para atender novos nichos no trigo
Pesquisa trabalha para atender novos nichos no trigo
O setor de grãos está se voltando para a diferenciação de produtos em mercados segmentados que atendam consumidores cada vez mais exigentes. No que se refere ao trigo, atender necessidades específicas do mercado significa distinguir lotes com aptidão tecnológica diferenciada. Assim, o trigo para biscoitos será diferente do trigo para macarrão, que será diferente do trigo para pão e assim por diante.

Para se ajustar ao mercado, o setor tritícola passou a investir na produção de trigo pão com o objetivo de atender à demanda da indústria de panificação, responsável por 60% do consumo de trigo no País. Nesse cenário, as empresas de melhoramento passaram a trabalhar direcionadas ao desenvolvimento de cultivares de trigo pão, com força de glúten e teor de proteínas cada vez mais altos, numa evolução na última década. Verificou-se nesse período que   a disponibilidade de trigo pão passou de 40% em 2006 para 95% em 2012, enquanto o trigo brando representava  mais de 60% das cultivares no mercado em 2006 e hoje representa apenas 6% dos materiais em uso nas lavouras. Esse realinhamento no complexo agroindustrial do trigo brasileiro resultou numa lacuna no segmento destinado à fabricação de biscoitos, wafer, macarrão instantâneo, pizzas e alimentos infantis.

Trigo brando: qualidade inferior?

Durante muito tempo, o trigo brando (também chamado de soft, no mercado internacional, ou doméstico e básico, no Brasil) foi considerado produto de qualidade inferior, com menor remuneração no mercado nacional. Entretanto, com o crescimento da indústria de biscoitos, esse cenário começa a mudar. Ainda em 2003, representantes da americana Kraft estiveram na Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS) para conhecer o trigo brasileiro. A visita resultou nas primeiras exportações de trigo, com cerca de 200 mil toneladas de grãos com baixa força de glúten.

Hoje, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de biscoitos e o consumo dos brasileiros praticamente dobrou em menos de dez anos, com a média atual de 6,3 kg por habitante ao ano, especialmente de biscoitos recheados (30%) e cream crackers/água e sal (25%). O segmento de biscoitos e bolachas representa 50% do valor das exportações com derivados de trigo, gerando receitas que chegam a 60 milhões de dólares por ano.

Esses números continuam atraindo grandes marcas, como a suíça Nestlé, que tem trabalhado desde 2012 junto à pesquisa e ao setor produtivo no fomento do trigo brando. "O Brasil é o segundo maior mercado para a Nestlé, logo atrás dos Estados Unidos, tanto em faturamento quanto em volume de vendas", conta o gerente agrícola para cereais, Olivier Marchand. Segundo ele, a aproximação com cooperativas visa à produção de 20 mil toneladas de farinha de trigo brando até 2015, num projeto futuro de chegar a 100 mil toneladas até 2018. "Somente a nossa fábrica de biscoitos em Marília, no Paraná, consome cerca de 110 mil toneladas por ano. Precisamos garantir que essa produção esteja disponível aqui", conclui Marchand.

Interação com o setor produtivo

No moinho da Cooperativa Agroindustrial Alfa (Chapecó, SC), a capacidade instalada de processamento de trigo é de 650 toneladas/dia, volume que pode resultar em 480 toneladas/dia de farinha. De acordo com o responsável pelo moinho, Júlio Tanilo Bridi, na última safra a produção do cereal na área de abrangência da cooperativa foi dividida em 80% pão e 20% básico. A produção deste trigo é direcionada sob encomenda da indústria de biscoitos e o produtor é remunerado com a mesma cotação do trigo pão.

Na Cooperativa Agrária Agroindustrial (Guarapuava, PR), a aproximação com a indústria começou em 2000 e hoje o segmento de biscoitos representa o principal mercado para o trigo na área da cooperativa. Em 2013, foram cultivados 22.897 hectares de trigo por mais de 300 produtores. Na área, a distribuição foi em 70,4% para trigo básico; 21,2% trigo pão e 6,2% para melhorador. "A cada ano, identificamos as melhores linhagens e cultivares junto aos obtentores e avaliamos, em média, 30 materiais no chamado ‘Ensaio Trigo Biscoito', em que contamos com o acompanhamento da indústria. Caso a farinha da linhagem ou cultivar seja aprovada, passamos à multiplicação de sementes com os nossos cooperados, com a autorização do obtentor vegetal", explica o pesquisador Juliano Luiz de Almeida. Os cooperados recebem uma bonificação para produzir trigos especiais segregados por cultivar para atender contratos anuais com a indústria. "Geralmente, o planejamento do volume de produção almejado está alinhado com a demanda da indústria, mas qualquer excedente deste tipo de trigo é disputado no mercado", avalia Almeida.

Pesquisa

A Embrapa Trigo conduz uma linha de pesquisa no melhoramento de trigo voltada ao desenvolvimento de cultivares capazes de atender à demanda deste novo nicho de mercado, já que não basta apenas ser básico/brando para atender à indústria de biscoitos. A aproximação entre pesquisa e indústria aponta para características específicas, como trigos de baixa absorção de água e baixo teor de proteínas, preferencialmente entre 7 e 9 %, ainda indisponíveis no mercado brasileiro. Conforme o pesquisador Ricardo Lima de Castro, cada marca comercial ainda conta com suas próprias necessidades para a diferenciação dos produtos. "A pesquisa tem trabalhado em parceria para desenvolver cultivares que atendam características qualitativas específicas para a fabricação de biscoitos, mas cabe ao produtor ou cooperativa selecionar os melhores ambientes e segregar os grãos na colheita para garantir a liquidez no mercado. É um nicho de mercado e deve receber atenção especial durante todo o processo", explica o pesquisador.
Joseani Antunes (MTb 9396/RS)
Embrapa Trigo

Identificados os fatores que podem aumentar a verminose no rebanho ovino

Com a descoberta, os pesquisadores desenvolveram um aplicativo que pode ajudar os criadores a controlar verminose em rebanhos ovinos. O trabalho desenvolvido pela Embrapa lançou o Sistema para Análise de Risco de Desenvolvimento de Resistência Parasitária a Anti-Helmínticos em Ovinos. Trata-se de um aplicativo que identifica os fatores na propriedade que podem aumentar a proliferação de vermes em ovinos e subsidia o criador quanto à melhor opção de manejo.
Com o uso da ferramenta, técnicos e produtores recebem informações sobre práticas que podem ser melhoradas na propriedade, seleção de quais ovinos devem ser tratados, momento ideal para administração do vermífugo e produto mais eficaz para o tratamento dos animais – tudo de acordo com as particularidades da propriedade.
A aplicação dessas recomendações retarda o desenvolvimento da resistência parasitária nos rebanhos ovinos. De acordo com a pesquisadora Simone Niciura, isso acontece porque a tecnologia, além de ter impacto na melhoria do manejo, pode reduzir a utilização de medicamentos veterinários, com o uso racional.
A ferramenta, gratuita, on-line e de fácil utilização, vai auxiliar na tomada de decisões de criadores e profissionais da área. O software está disponível em http://tecnologias.cppse.embrapa.br/sara



Seca histórica destrói economia rural no Nordeste

A rede de proteção social que inclui programas de transferência de renda dos governos federal e estaduais tornou menos dramáticos os impactos da seca no cotidiano da população do Nordeste, mas ainda é incapaz de impedir que a economia local entre em verdadeiro colapso durante períodos de longa estiagem.
A avaliação é de pesquisadores e autoridades ouvidas pelo Estado, que identificou em Pernambuco, Bahia e Alagoas uma realidade atenuada, mas ainda bastante difícil para o sertanejo que enfrenta a maior seca das últimas décadas na região.
 

Em visita a Fortaleza (CE), a presidente Dilma Rousseff afirmou que, graças às ações de seu governo e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “a face da miséria nessa região não foi acentuada tão perversamente pela estiagem”. Para o professor João Policarpo Lima, do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a aposentadoria rural e projetos como o Bolsa Família e o Bolsa Estiagem dão às famílias do campo, de fato, uma alternativa à produção agrícola quando as condições climáticas ficam desfavoráveis, mas a quebra de safras e a morte de rebanhos provocam efeitos duradouros na economia local.
“A população pobre do semiárido fica menos vulnerável às secas, mas isso não significa que a população como um todo esteja imune, pois a economia entra em colapso e a população fora dessa cobertura fica desempregada ou perde suas outras fontes de renda”, afirma Lima. “Essa situação de hoje é menos ruim do que era há 40 anos, quando não havia programas de transferência de renda e apenas as frentes de emergência eram acionadas, de forma clientelística.”
Rebanho ameaçado
Nos últimos meses, Juvenal Lira Feitosa, de 53 anos, a mulher Iolanda e seus nove filhos dedicam seus esforços pela sobrevivência das 38 cabeças de gado mestiço, algumas cabras e galinhas e três porcos que criam no Sitio Poço Novo, na zona rural de Águas Belas (PE). Nos anos 1990, Feitosa tinha em sua propriedade apenas uma vaca. A partir do governo Lula, conseguiu crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), empréstimo bancário para arregimentar o pequeno rebanho.
O sustento da família vinha sendo garantido pela aposentadoria rural – um salário mínimo – da mulher e o benefício do Bolsa Família pago a quatro dos nove filhos do casal. A seca, porém, ameaça a outra fonte de renda. “A gente compra o mínimo para nós e com o resto tenta dar de comer o gado”, diz Juvenal, resignado.
A estimativa é que a estiagem provocou no Estado governado por Eduardo Campos (PSB), possível presidenciável em 2014, a redução de 710 mil cabeças de rebanho bovino – sendo que 150 mil morreram e o restante foi abatido precocemente. A bacia leiteira estadual sofreu queda de 72% na sua produção.
Êxodo na Bahia
Na Bahia do governador petista Jaques Wagner, a produção do sisal – usada na indústria têxtil – cai desde 2011. Os problemas no campo fizeram ressurgir mazelas sociais do passado. Mesmo com os benefícios sociais oferecidos pelos governos federal e estadual, o êxodo rural e migração a outros Estados, em especial aos do Sudeste, voltaram a ser registrados.
Na passagem por Fortaleza, Dilma anunciou pacote de R$ 9 bilhões para medidas emergenciais de enfrentamento da seca no Nordeste, Mas prefeitos de municípios do semiárido baiano e produtores agrícolas do Estado lamentaram o que chamaram de “superficialidade” das ações anunciadas pela presidente durante reunião da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Os administradores das cidades afetadas pela estiagem, liderados pela União dos Municípios da Bahia (UPB), resolveram criar um “Movimento dos Sem-Água” e prometem marchar até Brasília para cobrar “medidas objetivas e duradouras” para enfrentar a crise.
“Quando acontece alguma catástrofe no Sudeste, o governo responde na mesma hora. Queremos tratamento igual”, diz a presidente da UPB e prefeita de Cardeal da Silva, a 140 quilômetros de Salvador, Maria Quitéria Mendes (PSB). “Prometem recursos, ações, mas para conseguir um pouco do que é anunciado precisamos fazer grandes sacrifícios. É frustrante.”

CMN direciona mais recursos da poupança rural para a agricultura

Medida vai permitir direcionamento de R$ 21 bilhões para crédito rural.
Recursos serão utilizadosna safra 2014/2015, informou o Banco Central.


O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou duas resoluções que vão permitir o direcionamento de até R$ 21 bilhões para crédito rural na safra 2014/2015, em linha com o Plano Safra do período, informou o Banco Central nesta quinta-feira (30).

Uma das resoluções do CMN eleva de 67% para 72% o percentual da exigibilidade da poupança rural que deve ser aplicado na agricultura, medida que resultará na alocação adicional de R$ 5 bilhões nesse setor. Em contrapartida, a norma estabelece redução do percentual de recolhimento compulsório da poupança rural de 18% para 13%.

Outra norma aprovada pelo governo, informou o BC, permite que as instituições financeiras que operam com a poupança rural renunciem ao fator de ponderação que incide sobre os saldos das operações de custeio e de comercialização contratadas na safra 2013/2014. "Essa medida, segundo estimativas do BC, deverá propiciar a alocação de até R$ 16 bilhões em novas operações de crédito rural", acrescentou a autoridade monetária.

A instituição lembrou que os bancos que operam com a poupança rural são: Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil, Banco da Amazônia, Banco Cooperativo do Brasil e o Banco Sicredi.
Exposição ao crédito
O Conselho Monetário Nacional (CMN) também aprovou nesta quinta-feira resolução que altera os limites de exposição por cliente a operações de crédito. Com a mudança, entidades controladas direta ou indiretamente pela União, como estatais, deverão ser tratadas como um único cliente apenas quando apresentarem relação de dependência econômica entre si. Na mesma linha, a União será tratada como um cliente independentemente das entidades que controla.
Até o momento, o limite era único para a União e empresas estatais. "O limite era somado e era único. O que se faz agora é verificar qual o risco e qual o comportamento dessas empresas. Será uma analise mais detalhada para ver se existe dependência econômica no limite máximo de 25% do patrimônio de referência (dos bancos). O sistema financeiro tem limite máximo de exposição muito longe desses 25%. Na prática, não é uma alteração muito significativa", declarou Caio Ferreira, chefe do Departamento de Regulação Prudencial e Cambial.

Registro do Cadastro Ambiental Rural

O Ministério da Agricultura divulgou um balanço do Cadastro Ambiental Rural. O registro é obrigatório para todas as propriedades.
Neste cadastro, o produtor tem que informar todos os dados da propriedade, o que tem de área produtiva e de vegetação nativa, bem como o que deve ser recuperado.
O CAR foi regulamentado em maio deste ano e até agora, 500.113 propriedades fizeram o registro, o que representa cerca de 10% do total de imóveis rurais do país.
A região Norte é a que tem o maior número, 174 mil registros, seguida do Centro-Oeste, Sudeste, Sul e Nordeste.
O prazo para fazer o cadastro vai até maio do ano que vem.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Comercial São Pedro Disponibiliza o Briquete do Algodão-Excelente Opção

BRIQUETE DA CATEMBA DE ALGODÃO
EXCELENTE PARA BOVINOS, OVINOS, CAPRINOS ETC

A AGRO COMERCIAL SÃO PEDRO disponibiliza a você criador o Briquete de Algodão, uma alternativa de volumoso proteico para ruminantes economicamente viável para o período de estiagem do ano, oriundo do processo de descaroçamento de algodão (catemba, fibra curta da pluma, folhas, caules finos etc), pronto para uso, bastando oferecer molhado nos cochos, que o mesmo se hidratará e se desmanchará em poucos minutos. Se a opção for oferecê-lo seco aos ruminantes, bastará apenas desmanchar facilmente os cilindros de Briquete e fornecê-los em cochos. Para manutenção, oferecer 1,0% do PV por dia. Para vacas e cabras em lactação, fornecer de acordo com a produção. Também se presta para engorda em confinamento de bovinos, ovinos e caprinos.
    O Briquete da Catemba de Algodão é o melhor e mais barato volumoso do mercado, com 14% de Proteína Bruta, superando o Piolho de Algodão (3% PB), a Casca de Algodão (6% PB), o Briquete de Linter de Algodão da Menu (3 a 6%), o Feno de Tifton (13% PB) e até mesmo o Farelo de Trigo, etc. Produto de excelente qualidade, sem metais que possam prejudicar os animais (ex: Piolho de Algodão, Pó de Canal etc), podendo ser armazenado por longo período sem sofrer deterioração, ocupando pouco espaço.
    Aproveite e garanta custo fixo no seu volumoso para todo o período de estiagem, já que a Agro Comercial São Pedro lhe garante preço fixo para essas compras a partir de 4 Toneladas. A qualidade e benefícios do Briquete de Algodão podem ser confirmados
pelos muitos criadores que desde o ano passado passaram a utilizá-lo em suas criações, com resultados extraordinários. Oferta promocional: pague em até 3 x sem juros no Cartão de Crédito ou 90 dias direto no cheque, com o frete da entrega grátis a partir de 15 toneladas, até 300km.     Disponível a menor preço em Big Bags ou, com pequeno acréscimo, em sacaria padronizada com 40kg, ideal, inclusive, para REVENDAS.
   Entre em contato conosco e faça a sua reserva do Briquete da Catemba de Algodão para garantir a alimentação de seu rebanho.
Nota do Blog: A Comercial São Pedro está localizada na Av. 1 no Centro do Alecrim, em Natal.
Rua Dr. Luiz Dutra, 325

Assentados inauguram mais uma feira agroecológica na Zona da Mata da Paraíba


 
Mais uma feira agroecológica foi inaugurada na Paraíba. A feira, com 15 famílias dos assentamentos Nova Vida e 21 de Abril, situados no município de Sapé, funciona na entrada do município de Sobrado que fica na Zona da Mata a 61 quilômetros de João Pessoa.

A iniciativa está sendo coordenada pela Cooperativa da Agricultura e Serviços Técnicos do Litoral da Paraíba (Coasp), contrata pelo Incra para prestar assistência a 1.040 famílias de 21 assentamentos. Segundo a coordenadora da cooperativa, Tânia Maria de Sousa, a cada feira os assentados vendem cerca de 600 quilos de alimentos.

A feira estava funcionando, em caráter experimental, há dois meses e ontem (23) foi inaugurada com a presença de vários representantes do Incra-PB, entre eles o superintendente, Cleofas Caju.  Segundo ele, a iniciativa mostra que os assentamentos da reforma agrária, na Paraíba, estão se destacando na produção agroecológica.

“Já são mais de 40 feiras, com produtos sem nenhum tipo de veneno. Além de levar produtos de boa qualidade para a população, as feiras representam um reforço à renda familiar dos assentados”, disse o superintendente do Incra, Cleofas Caju.

Complemento
A assentada Maria da Penha, do assentamento Nova Vida, disse que a renda de cada feira semanal representa muito no orçamento da casa. “Com essa renda eu complemento as despesas com meus filhos”, disse a assentada.

A aposentada Maria da Penha da Silva, que mora em Sobrado, afirmou que depois que a feira chegou, deixou de comprar verduras e legumes no mercado da cidade. “Toda quinta-feira estou aqui logo cedo. Os produtos são fresquinhos e a gente consume sem nenhum medo de contaminação de veneno”, disse a aposentada.
Padrão das feiras agroecológicas

A exemplo das outras, a mais nova feira agroecológica, mantém o padrão nos produtos oferecidos à população com a comercialização de hortaliças, frutas, queijos, manteiga, doces, ovos, galinhas, garrafadas feitas com plantas medicinais, artesanato, mel, bolos, biscoitos, pamonha, canjica, tapiocas e beiju, entre outros produtos.
NOTA DO BLOG:
Bem que os nossos Assentamentos e Associações Rurais poderiam seguir o exemplo do vizinho estado. Como sempre digo: A velha Paraíba de guerra sempre na frente.

Silvicultura: Mercado em alta para o trabalhador e bom negócio para o produtor

Crédito: Igo Estrela 
Começam no próximo dia 9 de novembro as aulas de novas turmas de Cursos Tecnológicos oferecidos gratuitamente no Portal de Ensino a Distância do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (EaD SENAR). Os programas de Silvicultura, Floricultura e Suinocultura já fecharam duas turmas cada, mas ainda há vagas para as primeiras turmas de Heveicultura, ou o cultivo de seringueira, e novas turmas podem ser formadas em todas as áreas, a partir do volume de inscrições, feitas no portal http://ead.senar.org.br/cursos  .
Um dos cursos mais procurados, sobretudo nas regiões Nordeste e Sudeste tem sido o de Silvicultura, desenvolvido pelo SENAR com o  Centro Brasileiro de Conservação da Natureza e Desenvolvimento Sustentável, instituição de ponta na área. A assessora técnica do SENAR, Thaís Carrazza,  comenta que há uma grande carência de técnicos no setor que está em ascensão, e a educação à distância é uma excelente oportunidade para os profissionais ficarem em dia com as inovações tecnológicas mesmo vivendo no campo ou em pequenas cidades, distantes de escolas especializadas. No Brasil, segundo dados do Ministério da Agricultura,  o cultivo comercial de florestas movimenta cerca de R$ 50 bilhões ao ano, gerando 4,7 milhões de empregos diretos e indiretos, fazendo da silvicultura um mercado de trabalho com oportunidades crescentes.
O engenheiro florestal, Júlio César de Souza, concorda e destaca a necessidade de profissionais especializados . “O reflorestamento sempre trará grandes vantagens para o produtor rural, como a diminuição do processo de erosão, o aumento da fertilidade do solo e da produtividade e o aumento da renda.  Mas, hoje em dia, a  ciência florestal não pode ser abordada de forma amadora, pois se trata de uma atividade realizada em logo prazo e o produtor rural precisa utilizar tecnologias modernas acessíveis, de baixo custo para viabilizar e dar eficiência à atividade". Segundo Júlio César, muitas vezes os pequenos produtores desconhecem totalmente as práticas modernas, lançando mão de técnicas ultrapassadas que podem acabar inviabilizando a recuperação das florestas. Por isso, aconselha que a atividade seja sempre orientada por um técnico atualizado.
Oportunidade de inovar conhecimentos
Através da sua comissão de Silvicultura, o Sistema CNA/SENAR vem incentivando o plantio de florestas que associam a agricultura ou pecuária ao plantio de espécies arbóreas, sejam frutíferas ou madeireiras. E foi exatamente essa comissão que detectou a necessidade de atualização dos profissionais do setor. Os cursos tecnológicos da EaD SENAR não são, portanto, de formação, mas sim voltados para quem já possui ensino técnico ou superior nas áreas das Ciências Agrárias e está em busca de inovações, mas não têm como frequentar aulas presenciais.
Todo o conhecimento é transmitido por meio de videoaulas, fóruns, chats e outras ações interativas. O aluno pode estudar onde e quando quiser. Desde que cumpra a carga horária específica e conclua o curso no prazo estipulado, ao final de cada etapa ele recebe um diploma. O programa de Silvicultura inclui quatro cursos: Sistemas de Cultivo na Silvicultura e Projetos Florestais, Produção de Mudas e Manejo Produtivo na Silvicultura e Legislação, Relações de Trabalho e Certificação e Gestão do Empreendimento Florestal. Por enquanto, estão abertas as matrículas apenas para o primeiro deles.
Assessoria de Comunicação do SENAR

Aplicativo ajuda a controlar verminose em ovinos

A Embrapa lançou o Sistema para Análise de Risco de Desenvolvimento de Resistência Parasitária a Anti-Helmínticos em Ovinos (SARA). Trata-se de um aplicativo que identifica os fatores na propriedade que podem aumentar a proliferação de vermes em ovinos e subsidia o criador quanto à melhor opção de manejo. É uma novidade em um sistema de produção que é afetado pelo alto índice de verminose.

Com o uso da ferramenta, técnicos e produtores recebem informações sobre práticas que podem ser melhoradas na propriedade, seleção de quais ovinos devem ser tratados, momento ideal para administração do vermífugo e produto mais eficaz para o tratamento dos animais – tudo de acordo com as particularidades da propriedade.

A aplicação dessas recomendações retarda o desenvolvimento da resistência parasitária nos rebanhos ovinos. De acordo com a pesquisadora Simone Niciura, isso acontece porque a tecnologia, além de ter impacto na melhoria do manejo, pode reduzir a utilização de medicamentos veterinários, com o uso racional. "Infelizmente, é comum encontrar em rebanhos vermes resistentes a qualquer vermífugo disponível no mercado. A resistência parasitária ocorre pelo uso frequente e inadequado desses produtos", explica Simone.

A ferramenta, gratuita, on-line e de fácil utilização, vai auxiliar na tomada de decisões de criadores e profissionais da área. O software está disponível em http://tecnologias.cppse.embrapa.br/sara

Verminose ainda desanima produtores

Durante dia de campo sobre ovinos, realizado em agosto, na Embrapa Pecuária Sudeste, a queixa mais frequente entre os participantes foi em relação à verminose. O criador de ovinos Sigmar Miqueletti, de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, explicou que apesar de fazer o controle, sofre com a verminose ovina. Ele diz que é um problema contínuo na propriedade e os gastos são constantes. Muitos produtores desanimam com os prejuízos causados pela doença e acabam desistindo da atividade.

Os ovinos são susceptíveis aos vermes em qualquer faixa etária, o que pode acarretar atraso no desenvolvimento corporal, menor performance produtiva e reprodutiva e até levar à morte. Dentre os parasitas de ovinos, o Haemonchus contortus é o mais patogênico e de maior predominância e impacto na ovinocultura. O verme alimenta-se de sangue, causando anemia nos ovinos.

Em condições inadequadas de alimentação, o quadro pode agravar-se e ocasionar enfraquecimento do sistema imunológico, deixando os animais vulneráveis a outros parasitas ou doenças. No entanto, práticas simples de manejo do rebanho podem propiciar um controle eficiente de verminoses. O resultado aparece no ganho de peso dos animais e na redução de gastos do produtor com uso de vermífugos.

Pesquisas realizadas na Embrapa Pecuária Sudeste indicam que o controle parasitário deve ser feito com cautela. De acordo com a pesquisadora Ana Carolina Chagas, a manutenção de uma população parasitária baixa é desejável, diante do perigo do estabelecimento da resistência quando se objetiva a eliminação completa dos vermes dos ovinos.

O que ocorre frequentemente é o uso excessivo de vermífugos, elevando os gastos com medicamentos antiparasitários e um rápido estabelecimento da resistência na propriedade.

Algumas práticas são recomendadas pela Embrapa e podem auxiliar os produtores contra o perigo da resistência.

Segundo a pesquisadora, apenas os animais que realmente precisam de tratamento devem ser vermifugados. O produtor também deve evitar a troca frequente de vermífugos, pois essa prática aumenta a resistência em médio prazo. Antes da adoção de um vermífugo, é importante realizar um teste de eficácia para definir se o medicamento está funcionando na propriedade. A alimentação precisa ser adequada a cada categoria animal, porque uma dieta pobre em proteína pode deixar os animais vulneráveis à verminose.

O monitoramento constante do rebanho é uma prática eficiente. O método indicado é o Famacha, que consiste no tratamento seletivo dos animais. Somente aqueles que apresentam grau acentuado de anemia devem ser vermifugados. Nos ovinos que precisam ser tratados, o produtor deve administrar a dose correta do anti-helmíntico de acordo com o peso e a indicação do fabricante.

Na estação chuvosa, os ovinos podem ser monitorados a cada 10 dias e, na seca, a cada 20 dias ou mais. O intervalo dependerá principalmente do estado nutricional e da contaminação da pastagem em cada propriedade.

Muitos produtores ainda não aplicam o método, de acordo com o técnico agropecuário, Fabiner Paulossi, de Valinhos (SP). Para ele, é preciso disseminar as informações sobre as formas de controle aos ovinocultores.

O monitoramento contínuo tem muitas vantagens, como a fácil detecção de outros problemas, como bicheiras, bernes e feridas, além de permitir o tratamento dos animais antes que maiores prejuízos ocorram. Outra dica aos produtores é optar por raças mais tolerantes à verminose e manter as instalações sempre limpas, além de fornecer alimentação adequada para cada categoria animal.

Fitoterápicos: uma possibilidade

O uso de fitoterápicos para combater a verminose ainda é uma perspectiva. Pesquisas na Embrapa Pecuária Sudeste têm buscado extratos de plantas ou substâncias capazes de controlar os vermes, como alternativa aos antiparasitários que estão no mercado.

Os testes laboratoriais têm apresentado resultados promissores. Mas o desafio é conseguir o mesmo efeito contra os parasitas nos animais. "Ainda não obtivemos sucesso nessa etapa. Já avaliamos várias formulações. No entanto, observamos que para conseguirmos o efeito desejado, necessitamos de doses muito elevadas", explica Ana Carolina.

Os trabalhos na Embrapa Pecuária Sudeste começaram efetivamente em 2008. "É uma pesquisa que leva anos. Partimos de um grande número de extratos de plantas, até selecionarmos os com grande potencial. Mas, muitas vezes, os extratos com grande potencial são tóxicos para os animais. O desafio é fazer com que o fitoterápico mate o verme e não cause nenhum efeito maléfico para o ovino", conta a pesquisadora.
Em relação à resistência dos vermes aos fitoterápicos, Ana Carolina acredita que ela deve ocorrer de maneira mais lenta em comparação aos antiparasitários tradicionais. Os fitoterápicos são misturas de substâncias que vão agir sobre os parasitas de diferentes maneiras. "O parasita vai levar mais tempo para aprender a sobreviver", espera a pesquisadora.

A disponibilização de um fitoterápico para uso dos produtores ainda deve levar alguns anos. Os pesquisadores estão confiantes. As pesquisas estão em desenvolvimento para a elaboração de uma fórmula capaz de controlar a verminose ovina.

Brasil ainda é importador de carne ovina

O sabor diferenciado e características como maciez e suculência têm chamado atenção dos consumidores e a demanda pela carne ovina aumentou, principalmente, para atender nichos de mercado nos grandes centros urbanos, como São Paulo. E apesar do crescimento da ovinocultura no País nos últimos anos, principalmente no Sudeste, a produção ainda não atende a demanda interna.

O Anuário da Pecuária Brasileira 2013 (Anualpec) registra que de 2002 a 2011 houve aumento da produção nas principais regiões: 23% no Nordeste; 54% no Norte; 56% na região Sudeste. A produção nacional é de 172 mil toneladas de carne por ano, abaixo das 204 mil toneladas consumidas anualmente no País, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos.

Comparando-se a outras carnes, o consumo não é tão alto, mas mesmo assim o País precisa importar carne ovina do Uruguai e da Argentina. O consumo per capita/ano é de 700 gramas, já o de carne bovina é de 37,6 quilos, segundo o Anuário da Pecuária Brasileira (Anualpec, 2007).

Para o presidente da Associação Paulista de Criadores de Ovinos (Aspaco), Bruno Garcia Moreira, o aumento da demanda está relacionado à qualidade da carne oferecida hoje e à profissionalização do setor frigorífico, que tem atraído os consumidores com cortes especiais.

O chef de cozinha português, Faustino Duarte Jerónimo, está no Brasil há 10 anos. Para ele, a demanda triplicou nos últimos cinco anos. Quando introduziu a carne ovina no cardápio de seu restaurante, em São Carlos (SP), ele cozinhava dois quilos por semana, e havia sobras. Atualmente, prepara cerca de seis quilos semanais de pernil, carré e alcatra. Um obstáculo para o aumento da oferta de carne ovina no restaurante é a dificuldade para encontrar fornecedores. O chef diz que não consegue comprar mais de 50 quilos por mês.

Para Bruno Garcia, o aumento da disponibilidade dessa carne no País passa pela organização da cadeia produtiva e pela definição de políticas públicas que incentivem o produtor a investir na ovinocultura. O produtor Gustavo Ferreira, do Núcleo de Criadores de Ovinos de Araçatuba e Região, de São Paulo, considera que o aumento da produção também depende de maior dedicação e conhecimento técnico sobre como criar ovinos nas condições tropical e subtropical. Para ele, muitas pessoas envolvidas com atividade apoiam-se em recomendações de outros países, com culturas e clima diferentes do Brasil, principalmente da região Sudeste.

Uma dificuldade importante é o elevado índice de desistência de produtores, sobretudo pelos problemas de sanidade dos ovinos. Segundo a pesquisadora Ana Carolina Chagas, da Embrapa Pecuária Sudeste, a verminose ainda é um dos grandes desafios da ovinocultura e um grave problema sanitário. Os prejuízos dos produtores vão desde gastos na compra de vermífugos até a perda de animais.

Minas Gerais incentiva a criação de ovinos e caprinos com Isenção de ICMS

A medida vai entrar em vigor a partir de 1º de novembro, quando produtores mineiros de ovinos e caprinos estarão isentos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para as saídas de animais vivos, inclusive para outros Estados. Para os especialistas, a decisão vai permitir uma redução dos preços dos produtos derivados e para a atração de frigoríficos para o Estado.
Para o analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Wallisson Fonseca “Neste primeiro momento, podemos esperar como resultado imediato da isenção a redução dos preços, fomentando o consumo e a competitividade da produção mineira. Com isso, outros desdobramentos podem ser o maior estímulo e remuneração ao produtor, mais divulgação dessas carnes e, principalmente, a atração ou formalização de novos frigoríficos, para que o abate seja feito dentro do nosso Estado”.
O objetivo do governo de Minas com a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) sobre a venda de ovinos e caprinos vivos é atrair frigoríficos para Minas Gerais, para que o Estado deixe de vender a matéria prima e passe a vender o produto final, com maior valor agregado.
Segundo o Censo Pecuário do IBGE, em 2012, o rebanho caprino mineiro contava com 114.682 animais. Os ovinos somaram 225.955 de cabeças. Apesar da crescente presença em todas as regiões do Estado, a participação mineira ainda é tímida, em comparação com rebanho nacional, segundo o coordenador da Assessoria de Pecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Bruno de Barros Ribeiro de Oliveira.
Com a participação da Equipe Capril Virtual e informações do Diário do Comércio

Primeiras previsões meteorológicas só serão divulgadas em dezembro

p_not_arq52b4e355c6b3eO primeiro boletim com as previsões meteorológicas para aRegião Nordeste só deve ser liberado em dezembro, após a reunião que ocorrerá na Paraíba. Até lá, não é possível prever se o período chuvoso será positivo ou não para a nossa região, sobretudo, em virtude das mudanças climáticas repentinas, que dificultam as previsões, como explica o meteorologista e professor da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), José Espínola.
Segundo ele, estabelecer parâmetros para pressupor a presença de chuvas é algo extremamente complicado, pois as condições mudam de uma hora para outra. O professor argumenta, no entanto, que vários fatores são analisados.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Tansposição do São Francisco - Histórico

Histórico

A ideia de transposição das águas remonta ao ano de 1847, ou seja, no tempo do Império Brasileiro de Dom Pedro II, já sendo vista, por alguns intelectuais de então, como a única solução para a seca do Nordeste. Naquela época, não foi iniciado o projeto por falta de recursos da engenharia. Ao longo do século XX, a transposição do São Francisco continuou a ser vista como uma solução para o aumentar as disponibilidades em água no Nordeste Setentrional. A discussão foi retomada em 1943 pelo Presidente Getúlio Vargas.
O primeiro projeto consistente surgiu no governo João Batista de Oliveira Figueiredo, quando Mário Andreazza era Ministro do Interior, após uma das mais longas estiagens da História (1979-1983) e foi elaborado pelo extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS).
Em agosto de 1994, o presidente Itamar Franco enviou um Decreto ao Senado, declarando ser de interesse da União estudos sobre o potencial hídrico bacias das regiões semiáridas dos estados do Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Convidou o então Deputado Federal pelo Rio Grande do Norte, Aluízio Alves, para ser Ministro da Integração Regional e levar adiante a execução do projeto.6 7
Fernando Henrique Cardoso, ao assumir o governo, assinou o documento "Compromisso pela Vida do São Francisco", propondo a revitalização do rio e a construção dos canais de transposição: o Eixo Norte, o Eixo Leste, Sertão e Remanso. Previa ainda a transposição do Rio Tocantins para o Rio São Francisco, grande projeto da época do Ministro Andreazza.
Tais projetos não foram adiante no Governo FHC, mas durante seu governo foram criados o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e o Projeto de Conservação e Revitalização da Bacia Hidrográfica do São Francisco-PCRBHSF, ambos através do Decreto de 5 de junho de 2001. Estes órgãos foram criados no marco do novo modelo de gestão dos recursos hídricos, expresso pela Lei das Águas.8 Os Comitês das Bacias, compostos por representantes dos estados e municípios cujos territórios contenham parte da bacia, dos usuários das águas e entidades civis de recursos hídricos que atuem na bacia, representam uma forma descentralizada e participativa da gestão dos recursos hídricos.
Durante o primeiro mandato do Presidente Lula, o governo federal contratou as empresas Ecology and Environment do Brasil, Agrar Consultoria e Estudos Técnicos e JP Meio Ambiente para reformularem e continuarem os estudos ambientais para fins de licenciamento do projeto pelo IBAMA.
Os estudos foram conduzidos em duas frentes: Estudos de Inserção Regional, que avaliou a demanda e a disponibilidade de água no Nordeste Setentrional, considerando uma área mais ampla que a beneficiada pelo empreendimento; e Estudos de Viabilidade Técnico-Econômica, considerando o melhor traçado dos canais, o planejamento e custo das obras, e a sua viabilidade econômica.
Estas empresas foram responsáveis pelos Estudos de Impacto Ambiental e pelo Relatório de Impacto Ambiental, apresentados em julho de 2004, que contêm a versão atual do projeto, agora intitulado Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional9 .
Também em julho de 2004, o Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco foi aprovado pelo CBHSF, durante reunião em Juazeiro, na Bahia, à exceção do ponto que definiria o uso externo das águas da bacia, que foi postergado para uma reunião extraordinária, após pedido de vistas pelo Secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente – MMA, a fim de assegurar uma melhor avaliação pelo assunto.
Durante esta reunião extraordinária, em outubro de 2007, as atribuições do Comitê de Bacia para definir os usos das águas do rio São Francisco foi questionada pelo Secretário do MMA, que propôs que tal matéria fosse definida pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, presidido pela então Ministra do Meio Ambiente Marina Silva, no qual a maioria dos membros é representante do governo.
Ao votar a matéria, o Comitê considerou legítimas as suas atribuições e, por 42 votos contra 4, estabeleceu que as águas do São Francisco só poderiam ser utilizadas fora da Bacia em casos de escassez comprovada e para consumo humano e dessedentação animal.10
Através da resolução 47/2005 (17/1), o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), aprovou o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. No entender da ANA — Agência Nacional de Águas: "O comitê de bacia é órgão responsável pela aprovação do plano da bacia onde são definidas as prioridades de obras e ações no âmbito da bacia hidrográfica e tem o papel de negociador, com instrumentos técnicos para analisar o problema dentro de um contexto mais amplo. Todavia, a outorga de direito de uso da água na bacia é de responsabilidade dos órgãos gestores estaduais e da ANA. A deliberação sobre ações que transcendem o âmbito da bacia é de responsabilidade do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, órgão superior do sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos".11
Estabeleceu-se assim um conflito de competências e interpretações da lei que vem sendo alvo de disputas judiciais ainda em curso, o que atrasou o início das obras.
Em julho de 2007, o Exército Brasileiro iniciou as obras do Eixo Leste. O Consórcio Águas do São Francisco, composto pelas empresas Carioca, S.A. Paulista e Serveng serão responsáveis pelas obras do Lote 1 do Eixo Norte e a Camargo Correia executará as obras do Lote 9 do Eixo Norte.12
Os trechos sob a responsabilidade do Exército eram os únicos prontos em dezembro de 2013, um ano depois da data de compleção estimada no início do projeto, em 2007. Quatro cidades - Salgueiro e Cabrobó, em Pernambuco, Jati, no Ceará, e São José de Piranhas, na Paraíba - trabalhavam 24 horas em seus canais, mas no geral o ritmo era lento, e alguns municípios ainda contratavam operários para as obras.5 Alguns dos canais concluídos apresentam rachaduras e outros problemas de conservação, e deverão ser refeitos.13 14 . Entretanto, o prazo para entrega da obra está previsto para o ano de 2016.

Transposição do rio São Francisco


Mapa da Transposição — Fonte: Ministério da Integração Nacional/Governo Federal
A transposição do rio São Francisco é o projeto de deslocamento de parte das águas do rio São Francisco, no Brasil, nomeado pelo governo brasileiro como "Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional".
O projeto é um empreendimento do Governo Federal, sob responsabilidade do Ministério da Integração Nacional – MIN. A obra prevê a construção de mais de 700 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos (norte e leste) ao longo do território de quatro Estados (Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte) para o desvio das águas do rio. Ao longo do caminho, o projeto prevê a construção de nove estações de bombeamento de água.1 Mais tarde aventou a possibilidade do chamado eixo sul, abrangendo a Bahia e Sergipe e eixo oeste, no Piauí.2 3
Orçado atualmente em R$ 8,5 bilhões, o projeto, teoricamente, irrigará a região nordeste e semiárida do Brasil. O principal argumento da polêmica dá-se sobretudo pela destinação do uso da água: os críticos do projeto alegam que a água será retirada de regiões onde a demanda por água para uso humano e dessedentação animal é maior que a demanda na região de destino e que a finalidade última da transposição é disponibilizar água para a agroindústria e a carcinicultura — contudo, apesar da controvérsia, tais finalidades são elencadas como positivas no Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) em razão da consequente geração de emprego e renda.4 Iniciada em 2007, a conclusão da transposição estava originalmente planejada para 2012, mas atrasos mudaram a data tentativa para 2016.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Parabéns Angicos-78 Anos de Glória

24 de outubro, festa da emancipação política.  Parabéns Angicos, 78 anos de glória e sucesso. Cidade polo da região central, que muito orgulho o seu bravo povo. Angicos berço de grandes homens públicos. Destacamos: Cap. José da Penha, Major Pedro Avelino, Senador Georgino Avelino, Ministro Aluizio Alves, talvez o seu principal ícone. Os Angicanos honram e idolatram a sua querida terra. Parabéns Angicos, parabéns Angicanos.

Região Nordeste-Indicadores-Saiba Mais

A região Nordeste é uma das cinco regiões do Brasil definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1969. Possui área equivalente à da Mongólia ou do estado do Amazonas, população equivalente à da Itália e um IDH médio, próximo ao da África do Sul. Em comparação com as outras regiões brasileiras, tem a segunda maior população, o terceiro maior território, o segundo maior colégio eleitoral (36 727 931 eleitores em 2010), o menor IDH (2005) e o terceiro maior PIB (2009).
É a região brasileira que possui o maior número de estados (nove no total): Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Em função de suas diferentes características físicas, a região é dividida em quatro sub-regiões: meio-norte, sertão, agreste e zona da mata, tendo níveis muito variados de desenvolvimento humano ao longo de suas zonas geográficas.
A região Nordeste foi o berço da colonização portuguesa no país, de 1500 até 1532, devido ao descobrimento por Pedro Álvares Cabral e a posterior colonização exploratória, que consistia, em suma, na extração pau-brasil, cuja tinta da madeira era utilizada para tingir as roupas da nobreza europeia. Com a criação das capitanias hereditárias, foi fundada a Vila de Olinda, e, anos mais tarde, deu-se o início da construção da primeira capital do Brasil, Salvador, em 1549. Desde o início, foi criado o governo-geral no país com a posse de Tomé de Sousa. O Nordeste foi também o centro financeiro do Brasil até meados do século XVIII, uma vez que a Capitania de Pernambuco foi o principal centro produtivo da colônia e Recife a cidade de maior importância econômica.

História

Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro, Bahia, em 1500. A Região Nordeste foi palco do descobrimento do Brasil.
O Nordeste era habitado desde a pré-história pelos povos indígenas do Brasil, que, no início da colonização, realizavam trocas comerciais com europeus, na forma de extração do pau-brasil em troca de outros itens. Mas, ao longo do período de colonização, eles foram incorporados ao domínio europeu ou eliminados, em decorrência das constantes disputas contra os senhores de engenho.
A região foi o palco do descobrimento durante o século XVI. Portugueses chegaram em uma expedição no dia 22 de abril de 1500, liderados por Pedro Álvares Cabral, na atual cidade de Porto Seguro, no estado da Bahia.
Foi no litoral nordestino que se deu início a primeira atividade econômica do país, a extração do pau-brasil. Países como a França, que não concordavam com o Tratado de Tordesilhas, realizavam constantes ataques ao litoral com o objetivo de contrabandear madeira para a Europa.
"A Primeira Missa no Brasil", por Victor Meirelles. A primeira missa em território brasileiro foi celebrada na Região Nordeste.
A costa norte do atual estado do Maranhão foi invadida pela França, na chamada França Equinocial. Os colonos franceses fundaram um povoado denominado de "Saint Louis" (atual São Luís), em homenagem ao soberano, Luís XIII de França. Cientes da presença francesa na região, os portugueses reuniram tropas a partir da Capitania de Pernambuco, sob o comando de Alexandre de Moura. As operações militares culminaram com a capitulação francesa em fins de 1615.
Em 1630, a Capitania de Pernambuco foi invadida pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (West Indische Compagnie). Por ocasião da União Ibérica (1580 a 1640), a então chamada República Holandesa, antes dominada pela Espanha, tendo depois conseguido sua independência através da força, veem em Pernambuco a oportunidade para impor um duro golpe na Espanha, ao mesmo tempo em que tirariam o prejuízo do fracasso na Bahia, uma vez que Pernambuco era o principal centro produtivo da colônia. Em 26 de dezembro de 1629, partia de São Vicente, Cabo Verde, uma esquadra com 66 embarcações e 7.280 homens em direção a Pernambuco. Os holandeses, desembarcando na praia de Pau Amarelo, conquistam a capitania de Pernambuco em fevereiro de 1630 e estabelecem a colônia Nova Holanda. A frágil resistência portuguesa na passagem do Rio Doce, invadiu, sem grandes contratempos, Olinda e derrotou a pequena, porém aguerrida, guarnição do forte (que depois passaria a ser chamado de Brum), porta de entrada para o Recife através do istmo que ligava as duas cidades.
O Recife, conhecido como Mauritsstad (Cidade Maurícia), foi a capital do Brasil Holandês, tendo sido governada na maior parte do tempo pelo conde alemão (a serviço da Coroa dos Países Baixos) Maurício de Nassau. Neste período, Recife foi considerada a mais próspera e urbanizada cidade do continente americano.[carece de fontes] O império holandês nas Américas era composto na época por uma cadeia de fortalezas que iam do Ceará à embocadura do rio São Francisco, ao sul de Alagoas. Os holandeses também possuíam uma série de feitorias na Guiné e Angola, situadas no outro lado do Atlântico, o que lhes dava controle sobre o açúcar e o tráfico negreiro, administradas pela Companhia das Índias Ocidentais.
As Batalhas dos Guararapes, episódios decisivos na Insurreição Pernambucana, são consideradas a origem do Exército Brasileiro.
O conde desembarcou na Nieuw Holland, a Nova Holanda, em 1637, acompanhado por uma equipe de arquitetos e engenheiros. Nesse ponto, começa a construção de Mauritsstad, que foi dotada de pontes, diques e canais para vencer as condições geográficas locais. O arquiteto Pieter Post foi o responsável pelo traçado da nova cidade e de edifícios como o palácio de Freeburg, sede do poder de Nassau na Nova Holanda, e do prédio do observatório astronômico, tido como o primeiro do Novo Mundo.5 6 Em 28 de fevereiro de 1644, o Recife (atualmente o Bairro do Recife) foi ligado à Cidade Maurícia com a construção da primeira ponte da América Latina.7
Maurício de Nassau realizou uma política de tolerância religiosa frente aos católicos e calvinistas. Além disso, permitiu a migração de judeus ao Recife, que passou a abrigar a maior comunidade judaica de todo o continente, e a criação de uma sinagoga, a Kahal Zur Israel, inaugurada em 1642 e considerada o primeiro templo judaico das Américas do Sul, Central e do Norte.8
Por diversos motivos, sendo um dos mais importantes a exoneração de Maurício de Nassau do governo da capitania pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, o povo de Pernambuco se rebelou contra o governo, juntando-se à fraca resistência ainda existente, num movimento denominado Insurreição Pernambucana. Com a chegada gradativa de reforços portugueses, os holandeses por fim foram expulsos em 1654, na segunda Batalha dos Guararapes. Foi nesta ocasião que se diz ter nascido o Exército brasileiro.
Durante o período colonial, no século XVI, a resistência quilombola se iniciou no Brasil, com a fuga de escravos para o Quilombo dos Palmares, na região da serra da Barriga, atual território de Alagoas. Nos vários mocambos palmarinos chegaram a reunir-se mais de vinte mil pessoas. Em 1694, o Macaco, "capital" de Palmares, foi tomado e destruído, Zumbi dos Palmares foi capturado e teve sua cabeça degolada e exposta em praça pública no Recife.
A cidade de Salvador foi a primeira sede do governo-geral no Brasil, pois estava estrategicamente localizada em um ponto médio do litoral. O governo-geral foi uma tentativa de centralização do poder para auxiliar as capitanias, que estavam passando por um momento de crise. A atividade açucareira é até hoje a principal atividade agrícola da região.

Geografia

Imagem de satélite da NASA mostrando a Região Nordeste do Brasil e partes do Norte, Sudeste e Centro-Oeste.
 Geografia da Região Nordeste do Brasil.
A área do Nordeste brasileiro é de 1 554 291,607 km²,1 equivalente a 18% do território nacional e é a região que possui a maior costa litorânea. A região possui os estados com a maior e a menor costa litorânea, respectivamente Bahia, com 932 km de litoral e Piauí, com 60 km de litoral. A região toda possui 3338 km de praias.
Está situado entre os paralelos de 07° 12' 35" de latitude sul e 48° 20' 07" de latitude sul e entre os meridianos de 34° 47' 30" e 48° 45' 24", a oeste do meridiano de Greenwich. Limita-se a norte e a leste com o oceano Atlântico, ao sul com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo e a oeste com os estados do Pará, Tocantins e Goiás.

Relevo

Uma das características do relevo nordestino é a existência de dois antigos e extensos planaltos, o Borborema e a bacia do rio Parnaíba e de algumas áreas altas e planas que formam as chamadas chapadas, como a Diamantina, onde se localiza o ponto mais elevado da região, o Pico do Barbado, com 2.033 metros de altitude, na Bahia, e a do Araripe, nas divisas entre os Estados do Ceará, Piauí, Pernambuco e a Paraíba. Entre essas regiões há algumas depressões, nas quais está localizado o sertão, região de clima semiárido.
Segundo o professor Jurandyr Ross, que com sua equipe compilou informações do Projeto Radam (Radar da Amazônia) e mostrou uma divisão do relevo brasileiro mais rica e subdivida em 28 unidades, no Nordeste ficam localizados os já citados planalto da Borborema e planaltos e chapadas da bacia do rio Parnaíba, a depressão Sertaneja-São Francisco e parte dos planaltos e serras do leste-sudeste, além das planícies e tabuleiros litorâneos.9

Clima

Triunfo, no estado de Pernambuco, tem temperatura amena apesar de estar localizada no Semiárido. Isso é possível graças à sua altitude (1.004m), uma das mais elevadas do sertão nordestino10 .
A região Nordeste do Brasil apresenta média de anual de temperatura entre 20° e 28° C. Nas áreas situadas acima de 200 metros e no litoral oriental, as temperaturas variam de 24° a 26°C. As médias anuais inferiores a 20°C encontram-se nas áreas mais elevadas da Chapada Diamantina e do planalto da Borborema. O índice de precipitação anual varia de 300 a 2000 mm. Quatro tipos de climas estão presentes no Nordeste:
Com precipitação média de chuvas de menos de 300 milímetros por ano, às quais ocorrem durante no máximo três meses, dando vazão a estiagens que duram às vezes mais de dez meses, Cabaceiras, na Paraíba, tem o título de município mais seco do país.11 A Região Nordeste encontra-se com 72,24% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).12

Vegetação

A vegetação nordestina vai desde a Mata Atlântica no litoral até a Mata dos Cocais no Meio Norte, com ecossistemas como os manguezais, a caatinga, o cerrado, as restingas, dentre outros, que possuem fauna e flora exuberantes, diversas espécies endêmicas e animais ameaçados de extinção.
A caatinga, vegetação típica do Sertão nordestino.

Hidrografia

As bacias hidrográficas do Nordeste são:

Zonas geográficas

Sub-regiões do Nordeste:  1  Meio-Norte,  2  Sertão,  3  Agreste e  4  Zona da Mata.
Em função de suas diferentes características físicas, a região Nordeste é dividida em quatro zonas ou sub-regiões:
  • Meio-Norte: É uma faixa de transição entre a Amazônia e o Sertão nordestino. Engloba o estado do Maranhão e o oeste do estado do Piauí. Esta zona geográfica também é conhecida como Mata dos Cocais. No litoral, chove cerca de 2 000 mm anuais. Indo mais para o leste ou para o interior, esse número cai para 1 500 mm anuais, e, no sul do Piauí, uma região mais parecida com o Sertão, chove em média 700 mm por ano.
  • Sertão: Está localizado, em quase sua totalidade, no interior da Região Nordeste, sendo sua maior zona geográfica. Possui clima semiárido. Em estados como Ceará e Rio Grande do Norte chega a alcançar o litoral, e, descendo mais ao sul, alcança a divisa entre Bahia e Minas Gerais. As chuvas nesta sub-região são irregulares e escassas, ocorrendo constantes períodos de estiagem. A vegetação típica é a caatinga.
  • Agreste: É uma faixa de transição entre o Sertão e a Zona da Mata. É a menor zona geográfica da Região Nordeste. Está localizada no alto do Planalto da Borborema, um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao sertão. Estende-se do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Do lado leste do planalto estão as terras mais úmidas (Zona da Mata); do outro lado, para o interior, o clima vai ficando cada vez mais seco (Sertão).
  • Zona da Mata: Localizada no leste, entre o Planalto da Borborema e a costa, estende-se do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. As chuvas são abundantes nesta região. Recebeu este nome por ter sido coberta pela Mata Atlântica. Os cultivos de cana-de-açúcar e cacau substituíram as áreas de florestas. É a zona mais desenvolvida da Região Nordeste.13

Demografia

Segundo dados do IBGE, a região possui mais de 49 milhões de habitantes, quase 30% da população brasileira. É a segunda região mais populosa do país, atrás apenas da região Sudeste. É também a terceira região quanto à densidade demográfica, contando com 32 habitantes por quilômetro quadrado. As maiores cidades nordestinas, em termos populacionais, são: Salvador, Fortaleza, Recife, São Luís, Natal, Teresina, Maceió, João Pessoa, Feira de Santana, Jaboatão dos Guararapes, Aracaju, Olinda, Campina Grande, Caucaia, Paulista, Vitória da Conquista, Caruaru, Petrolina, Mossoró, Juazeiro do Norte, Itabuna e Juazeiro, todas com mais de duzentos mil habitantes.

Urbanização

Assim como acontece em todo o território brasileiro, a população nordestina é mal distribuída. Cerca de 60,6% dela fica concentrada na faixa litorânea e nas principais capitais. No sertão e interior, os níveis de densidade populacional são mais baixos, principalmente por causa do clima semiárido. Ainda assim, a densidade demográfica no semiárido nordestino é uma das mais altas do mundo para esse tipo de área climática.14
De acordo com os dados do IBGE (2004), 71,5% da dos nordestinos estão em áreas urbanas.15 A urbanização do Nordeste foi mais lenta em relação ao resto do país, mas se acelerou nas últimas décadas.16 No período 1991-1996, a população rural no total da população teve queda de 45,8%.17

Áreas metropolitanas

A Região Metropolitana do Recife, no estado de Pernambuco, é o maior aglomerado urbano do Nordeste.
A Região Metropolitana de Patos, no estado da Paraíba, é a região metropolitana que tem mais municípios do Nordeste. São 24 municípios no total.
Todas as capitais da região Nordeste possuem região metropolitana (RM), com exceção de Teresina, que possui região integrada de desenvolvimento econômico (RIDE), por abrigar municípios de diferentes unidades federativas. Além das capitais, outras áreas metropolitanas figuram no interior. As regiões metropolitanas mais antigas são as de Recife, Salvador e Fortaleza, as quais foram criadas pela Lei Complementar Federal do Brasil 14 de 1973, e são também as mais populosas. As outras foram criadas por meio de leis complementares estaduais, como a Região Metropolitana de Feira de Santana, a mais nova, criada em julho de 2011.
Todos os nove estados nordestinos possuem ao menos uma área metropolitana em seu território, seja na sua totalidade (como Rio Grande do Norte e Sergipe) ou parcialmente (Piauí). Nesse sentido, Maranhão possui três no total. São duas (São Luís e Sudoeste Maranhense), localizadas integralmente dentro do território maranhense, e outra (Grande Teresina) expande-se pelo Piauí. O estado da Paraíba possui o maior número de regiões metropolitanas (oito no total).
Dados do censo de 2010 do IBGE confirmam a Região Metropolitana do Recife como a mais populosa do Nordeste Brasileiro, a quinta do Brasil e a 107ª do mundo. A Região Metropolitana de Salvador caiu uma colocação na classificação regional e nacional, sendo ultrapassada pela Região Metropolitana de Fortaleza; esta passa a ocupar a segunda posição no Nordeste, a sexta do Brasil e a 108ª do mundo.18
A região de Petrolina e Juazeiro e a do Cariri somadas a Sousa configuram uma dinâmica rede urbana triangular no semiárido nordestino19 .
Posição Região Metropolitana Estado População
1 Recife  Pernambuco 3 688 428
2 Fortaleza  Ceará 3 610 379
3 Salvador  Bahia 3 574 804
4 Natal  Rio Grande do Norte 1 340 115
5 São Luís  Maranhão 1 327 881
6 João Pessoa  Paraíba 1 198 675
7 Maceió  Alagoas 1 156 278
8 Grande Teresina  Piauí/ Maranhão 1 151 088
9 Aracaju  Sergipe 912 647
10 Polo Petrolina e Juazeiro  Pernambuco/ Bahia 717 413
11 Campina Grande  Paraíba 687 135
12 Feira de Santana  Bahia 672 701
13 Agreste  Alagoas 601 251
14 Cariri  Ceará 564 557
15 Sudoeste Maranhense  Maranhão 345 878

Composição étnica

Cor/Raça (2009)20
Parda 62,7%
Branca 28,8%
Negra 8,1%
Indígena e amarela 0,3%
Para a formação do povo nordestino, participaram três grupos étnicos: o indígena, o branco e o negro.
A miscigenação étnica e cultural desses três elementos foi o pilar para a composição da população do Nordeste, porém, essa mistura de raças não aconteceu de forma uniforme. Em algumas regiões, como no Ceará, no Piauí, na Paraíba, no Rio Grande do Norte e no oeste e região central de Pernambuco predominam os caboclos. Já em outras, como a Bahia, e o leste de Pernambuco, os mulatos predominam. Os cafuzos também são muito comuns no Maranhão.21
Os estados com maior população branca são Pernambuco (36,6%), Paraíba (36,4%) e Rio Grande do Norte (36,3%); os com maior população negra, Bahia (16,8%), Maranhão (6,6%) e Piauí (5,9%); os com maior população indígena, Maranhão (0,9%), Bahia (0,3%) e Paraíba (0,3%); e os com maior população parda, Piauí (69,9%), Maranhão (68,6%) e Alagoas (67,7%).22

Estudos genéticos

Salvador, Bahia, é a cidade com o maior número de afrodescendentes do Brasil; porém, o município com o maior percentual de indivíduos da raça negra no país é Riacho Frio-PI (61,71%). Bahia (16,8%), Maranhão (6,6%) e Piauí (5,9%) são os estados nordestinos com maior porcentagem de negros.23 24
De acordo com o estudo autossômico de 2011, levado a cabo pelo geneticista brasileiro Sérgio Pena, o componente europeu é o predominante na população do Nordeste, com contribuições africanas e indígenas. De acordo com o estudo realizado, a composição do Nordeste pode assim ser descrita: 60,10% de herança europeia, 29,30% de herança africana e 8,90% indígena.25 Esse estudo foi realizado com base em doadores de sangue, sendo que a maior parte dos doadores de sangue no Brasil vêm das classes mais baixas (além de enfermeiros e demais pessoas que laboram em entidades de saúde pública, representando bem, assim, a população brasileira).26 Esse estudo constatou que os brasileiros de diferentes regiões são geneticamente muito mais homogêneos do que se esperava, como consequência do predomínio europeu (o que já havia sido mostrado por vários outros estudos genéticos autossômicos, como se pode ver abaixo). “Pelos critérios de cor e raça até hoje usados no censo, tínhamos a visão do Brasil como um mosaico heterogêneo, como se o Sul e o Norte abrigassem dois povos diferentes”, comenta o geneticista. “O estudo vem mostrar que o Brasil é um país muito mais integrado do que pensávamos.” A homogeneidade brasileira é, portanto, muito maior entre as regiões do que dentro delas, o que valoriza a heterogeneidade individual. Essa conclusão do trabalho indica que características como cor da pele são, na verdade, arbitrárias para categorizar a população.27
Segundo um estudo genético autossômico de 2009, a herança europeia é a dominante no Nordeste, respondendo por 66,70% da população, o restante sendo africana (23,30%) e ameríndia (10%).28 Já de acordo com um estudo genético autossômico feito em 2010 pela Universidade Católica de Brasília, publicado no American Journal of Human Biology, a herança genética europeia é a predominante no Brasil, respondendo por volta de 80% do total, sendo que no Sul esse percentual sobe para 90%.29 Os resultados também mostravam que, no Brasil, indicadores de aparência física, como cor da pele, dos olhos e dos cabelos, têm relativamente pouca relação com a ascendência de cada pessoa (ou seja, o fenótipo de uma pessoa não indica claramente o seu genótipo).30 De acordo com esse estudo, a contribuição europeia responde por 77,40% da ancestralidade dos nordestinos, a africana, 13,60% e a indígena, 8,90%.31 32 Esse estudo foi realizado com base em amostras de testes de paternidade gratuitos, conforme exposto pelos pesquisadores: "os teste de paternidade foram gratuitos, as amostras da população envolvem pessoas de variável perfil socioeconômico, embora provavelmente com um viés em direção ao grupo dos 'pardos'".32
Baía da Traição, no estado da Paraíba, abriga a maior população indígena do nordeste brasileiro. É território tradicional dos índios Potiguara.24 33
De acordo com um estudo genético realizado em 1965, pelos pesquisadores norte-americanos D. F. Roberts e R. W. Hiorns, "Methods of Analysis of a Hybrid Population" (em Human Biology, vol. 37, number 1), a ancestralidade média do nordestino é predominantemente europeia (grau por volta de 65%), com contribuições menores, mas importantes, da África e dos indígenas brasileiros (25% e 9% respectivamente).34
Já de acordo com um estudo de DNA autossômico mais antigo (de 2003), a herança no Nordeste pode assim ser caracterizada: 75% de ancestralidade europeia, 15% africana e 10% indígena. Os pesquisadores foram cautelosos quanto à conclusão do estudo, já que ele foi feito com base em amostras de pessoas que fizeram o teste de paternidade, o que poder ter contribuído, em parte, para alterar os resultados de certa maneira.35 36
Pesquisas genéticas recentes feitas por um laboratório brasileiro mostraram que em torno de 1/5 dos nordestinos (19%) possuem um haplogrupo paterno tipo 2 originário da Europa, uma porcentagem maior que a presente (13%) na população portuguesa. Esse "excesso" na frequência do haplogrupo 2 poderia ser devido à influência genética da miscigenação com colonizadores holandeses, que estiveram no Nordeste entre 1630 e 1654.37 Na época da invasão holandesa, embora a miscigenação não tenha sido oficialmente estimulada, há relatos de muitas uniões interraciais. A ausência de mulheres holandesas estimulou a união e mesmo o casamento de oficiais e colonos holandeses com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros38 e, mais informalmente, destes com índias, negras, caboclas e mulatas locais. Esses colonizadores eram divididos em dois grupos: os Dienaaren ("servidores", sobretudo soldados à serviço da Coroa Holandesa) e os Vrijburghers ("homens livres", os colonos que vieram exercer a função de comerciantes).[carece de fontes]
Análises genéticas podem revelar ancestralidade europeia em pessoas negras e mulatas. O cantor Djavan, de Alagoas, bem como o pai da atriz Ildi Silva, da Bahia, por exemplo, descobriram que possuem ancestralidade europeia na linhagem paterna, o que atribuem a hipotéticos ancestrais holandeses.39 40
Localização de Ouro Branco-RN, a cidade nordestina com o maior percentual de brancos (86,07%).
No interior pernambucano, especialmente no Sertão do Araripe e em comunidades do Agreste, há muitas pessoas de pele bem clara, cabelos louros e olhos claros. A tradição afirma que são descendentes de holandeses que se esconderam durante a Insurreição Pernambucana, o que possibilitou uma configuração étnica única no estado. [carece de fontes] Um grupo exemplar deste fenômeno são os Gangarras do Bandeira, população de pele, cabelos e olhos claros marginalizada do município de Santa Cruz do Capibaribe.41 42 43 44 45
Estudos genéticos realizados em habitantes de capitais nordestinas têm confirmado a origem mestiça dessa população, formada pela miscigenação de europeus, africanos e índios. A contribuição de cada etnia varia de capital para capital, sendo que a europeia é a mais preponderante. Por exemplo, para a população de Natal, a ancestralidade encontrada foi 58% europeia, 25% africana e 17% indígena.46 Para a população de Aracaju, 62% europeia, 34% africana e 4% indígena.47 No caso de São Luís, a ancestralidade encontrada foi 42% europeia, 39% ameríndia e 19% africana.48 . Em Salvador a ancestralidade predominante é africana (49,2%), seguida pela europeia (36,3%) e indígena (14,5%). O estudo também concluiu que soteropolitanos que possuem sobrenome com conotação religiosa tendem a ter maior grau de ancestralidade africana (54,9%) e a pertencer a classes sociais menos favorecidas.49 Já a ancestralidade de migrantes nordestinos que moram em São Paulo seria de 59% europeia, 30% africana e 11% indígena, de acordo com um estudo muito antigo de 1965, baseado em polimorfismos sanguíneos.47 De acordo com um outro estudo, de 1997, para toda a população nordestina, a ancestralidade estimada seria de 51% europeia, 36% africana e 13% indígena.50 De acordo com um estudo genético de 2011, pardos e brancos de Fortaleza, que constituem a maior parte da população, apresentaram ancestralidade predominante europeia (maior que 70%), com importantes contribuições africana e indígena.51
De acordo com um estudo genético de 2013, a composição genética da população de Pernambuco é 56,8% europeia, 27,9% africana e 15,3% ameríndia.52 No mesmo ano, outro estudo realizado em Alagoas concluiu que a composição genética de 54,7% da população do estado é europeia, 26,6% africana e 18,7% ameríndia.53
Indivíduos braquicéfalos são comuns em parte do sertão nordestino, especialmente na área que hoje compreende o estado do Ceará. Essa característica peculiar foi herdada dos seus antepassados: os índios cariris. Grande parte da população parda cearense, que corresponde a 66,1% da população total do estado, compartilha essa característica. Alguns povos de outros países têm o mesmo tipo de crânio.54 55 56

Fluxos migratórios

Mapa da migração no Brasil entre as décadas de 1960 e 1980.
Devido à enorme desigualdade de renda, à grande concentração fundiária e ao problema da seca no Sertão Nordestino, o Nordeste é desde a época império de D. Pedro II57 e especialmente na segunda metade do século XX uma região de forte repulsão populacional. Devido à oferta de empregos em outras regiões do Brasil, principalmente nas décadas de 60, 70 e 80, a migração nordestina tem sido destaque na dinâmica populacional brasileira, em especial nas regiões Norte e Sudeste do Brasil.
Na década de 1990, entretanto, devido às crises econômicas e à saturação dos mercados de várias grandes cidades, a oferta de empregos diminuiu, a qualidade da educação piorou e a renda continuou mal distribuída, fazendo com que a maioria dos nordestinos que haviam migrado, fugindo da miséria, e seus descendentes continuassem com estrutura de vida precária. Por causa da visão propagada em décadas anteriores, o suposto ideal imaginário que se formou em relação à região Sudeste e da promessa de uma qualidade de vida melhor, de fácil oportunidade de emprego, salários mais altos, entre outros; iludido por esse sonho, quando um nordestino migra para o Sudeste em busca de uma melhoria na qualidade de vida, normalmente acaba encontrando o contrário, além de sofrer, não raro, preconceito social no dia-a-dia.[carece de fontes]
Nos últimos anos, o movimento tradicional de emigração tem reduzido ou até se invertido na região Nordeste. Segundo o estudo "Nova geoeconomia do emprego no Brasil", da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os estados do Ceará, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte receberam mais migrantes entre 1999 e 2004 do que enviaram para outras regiões. O estado da Paraíba, segundo a mesma pesquisa, foi o exemplo mais radical da transformação por que tem passado os padrões migratórios na região: inverteu o padrão migratório do saldo negativo de 61 mil pessoas para o saldo positivo de 45 mil. Em todos os outros estados que continuam a contar com um saldo migratório negativo, o número de migrantes diminuiu no mesmo período analisado: no Maranhão, diminuiu de 173 mil para 77 mil; em Pernambuco, de 115 mil para 24 mil; e na Bahia, de 267 mil para 84 mil.58

Problemas sociais

No sertão nordestino ainda existem vítimas das estiagens, que são constantes. Os estados com maior concentração de pobreza extrema são Maranhão, Alagoas e Piauí.59
A região nordeste do Brasil mantém problemas históricos: agricultura atrasada e pouco diversificada, grandes latifundiários, concentração de renda e uma indústria pouco diversificada e de baixa produtividade; além do fenômeno natural de secas constantes (ver: Polígono das secas). As distintas características entre o nordeste e outras regiões do país, além de acentuar as desigualdades regionais, formaram um cenário propício à migração nordestina, em especial às áreas urbanas.60
No entanto, apesar de vir apresentando grande melhora nos últimos anos no que tange à qualidade de vida de sua população, tem ainda os mais baixos indicadores sócio-econômicos do país, tais como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os baixos indicadores são mais graves nas áreas rurais e no sertão nordestino, que sofre longos períodos sem chuva; no entanto, seus indicadores são melhores que os de países como África do Sul (maior economia do continente africano), Bolívia e Guiana. 18,7% dos nordestinos eram analfabetos em 2009 segundo informação divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)61  ; e, segundo o Ibope, 22% eram beneficiados pelo programa de transferência de renda Bolsa Família em 201062 . A taxa de fecundidade do Nordeste era de 2,04 filhos por mulher em 2009, acima da média nacional (1,94 filho por mulher) e das taxas das regiões Sudeste (1,75 filho por mulher), Sul (1,92 filho por mulher) e Centro-Oeste (1,93 filho por mulher), e abaixo da taxa da Região Norte (2,51 filhos por mulher). Ressalte-se que a taxa de natalidade nordestina está abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher – duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva – e é semelhante às taxas de alguns países desenvolvidos, a exemplo dos Estados Unidos e da Islândia (ambos com taxa de 2,05 filhos por mulher).63

Economia

 Economia da região Nordeste do Brasil
O PIB de Pernambuco cresceu 15,78% em 2010, mais que o dobro da média nacional do mesmo ano, que ficou em 7,5%.64 O Complexo Industrial de Suape, responsável por esse crescimento, abriga empreendimentos como o Estaleiro Atlântico Sul.65 O petroleiro João Cândido (na foto) foi o primeiro navio lançado pela indústria naval pernambucana.
A economia da Região Nordeste do Brasil foi a base histórica do começo da economia do Brasil, já que as atividades em torno do pau-brasil e da cana-de-açúcar predominaram e foram iniciadas no Nordeste do Brasil. O Nordeste foi a região mais rica do país até meados do século XVIII.66
A Região Nordeste é, atualmente, a terceira maior economia do Brasil entre as grandes regiões. Sua participação no Produto Interno Bruto brasileiro foi de 13,4% em 2011, após a Região Sul (16,2% de participação no PIB) e à frente da Região Centro-Oeste (9,6% de participação no PIB).4 Ainda assim, é a região com o mais baixo PIB per capita. A distribuição de renda nessa região melhorou significativamente na década de 2000: segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, a renda média no Nordeste sofreu um aumento real (já descontada a inflação) de 28,8% entre 2004 e 2009, passando de R$ 570 para R$ 734. Entre 2008 e 2009, o incremento foi de 2,7%. Foi a região que apresentou o maior incremento no salário médio do trabalhador nesse período.67
Em 2011 seu PIB nominal era de R$ 555,3 bilhões,4 superando o de países como Chile, Singapura e Portugal; e seu PIB nominal per capita, de R$ 10.379,55, superando o de países como Ucrânia, Tailândia e China. As maiores economias da Região Nordeste são, respectivamente, Bahia, Pernambuco e Ceará, estados que concentram, juntos, 8,5% do PIB nacional. Já os estados nordestinos com maior PIB per capita são Sergipe, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte, seguidos por Ceará, Paraíba, Alagoas, Maranhão e Piaui. Em 2011, Ipojuca, em Pernambuco, era o município com maior PIB per capita da Região Nordeste, com R$ 116.198,31, além de décimo sexto do Brasil. Outros municípios nordestinos também figuravam entre os 100 com maior PIB per capita do país, como Guamaré-RN, São Francisco do Conde-BA, Cairu-BA e Candeias-BA. 68 Em contrapartida, no Nordeste também está localizada a cidade com o terceiro menor PIB per capita do Brasil: São Vicente Ferrer, no Maranhão, com R$ 2.679,66. Os 56 municípios de menor PIB per capita (que correspondem a 1,0% dos 5.570 municípios do país) tinham PIB per capita inferior a R$ 3.492,99 e estavam localizados em seis estados: Maranhão (19), Alagoas (7), Piauí (7), Bahia (6) e Ceará (1), na Região Nordeste; e Pará (16), na Região Norte. Entre os estados nordestinos, apenas Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Sergipe não possuem município com PIB per capita inferior a R$ 4.000,00.69
O Polo Petroquímico de Camaçari, no estado da Bahia, é o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul.70
A capacidade energética instalada é de 10.761 MW71 .
A Região Nordeste goza desde o final da década de 2000 de um forte crescimento econômico. Mesmo durante a Crise econômica mundial de 2008-2009 a Região apresentou aumento no PIB: enquanto o PIB do Brasil recuou 0,2% em 200972 , o PIB de Pernambuco cresceu 4%; o PIB do Ceará, 3,4%; e o PIB da Bahia, 2,2%73 . Esse crescimento amenizou o impacto da maior crise do capitalismo dos últimos 80 anos na economia brasileira.
O Banco do Nordeste aumentou para 8,3% a projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste em 2010. A previsão é de que o acréscimo seja superior ao do Brasil, cuja evolução deve ser de 7,5% em 2010.74

Turismo

Genipabu, na Região Metropolitana de Natal, Rio Grande do Norte, é famosa internacionalmente por suas dunas, pelos passeios de buggies e de camelos árabes e por sua boa infraestrutura hoteleira.
O litoral é o principal atrativo da região. Milhões de turistas desembarcam nos aeroportos nordestinos. Há alguns anos os estados vêm investindo intensivamente na melhoria da infraestrutura, criação de novos polos turísticos, e alguns no desenvolvimento do ecoturismo.
Segundo a pesquisa "Hábitos de Consumo do Turismo Brasileiro 2009", realizada pelo Vox Populi em novembro de 2009, a Bahia é o destino turístico preferido dos brasileiros75 , já que 21,4% dos turistas optaram pelo estado. Pernambuco, com 11,9%, e São Paulo, com 10,9%, estão, respectivamente, em segundo e terceiro lugares nas categorias pesquisadas.
Entre as praias mais procuradas do Nordeste estão: Arraial d'Ajuda e Morro de São Paulo, na Bahia; Atalaia e Pirambu, em Sergipe; Pajuçara e Maragogi, em Alagoas; Porto de Galinhas e Itamaracá, em Pernambuco; Cabedelo e Tambaba, na Paraíba; Genipabu e Pipa, no Rio Grande do Norte; Jericoacoara e Canoa Quebrada, no Ceará; Coqueiro e Pedra do Sal, no Piauí; e Curupu e Atins, no Maranhão.
O arquipélago de Fernando de Noronha está ganhando destaque nacional e mundial. Pelas ilhas é possível avistar os golfinhos saltadores. Destaque também para a Chapada Diamantina na Bahia, que encanta seus visitantes e surpreende pela quantidades de grutas, cavernas, cachoeiras e trilhas que possui, sendo um excelente local de visitação em qualquer época do ano.
Outro lugar de destaque é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, um complexo de dunas, rios, lagoas e manguezais. Na Bahia, encontram-se a Costa do Sauípe, maior complexo turístico do Brasil, e o Arquipélago dos Abrolhos, que possui excelente área para mergulho autônomo e livre além de atrações como a temporada das baleias jubarte, que se inicia no mês de julho. No Piauí, encontram-se os parques nacionais Sete Cidades, Serra das Confusões e da Serra da Capivara com formação rochosa e pinturas rupestres; além de seu litoral possuir o Delta do Parnaíba. Outros destaques são o maior cajueiro do mundo e o Forte dos Reis Magos, ambos no Rio Grande do Norte.
Fernando de Noronha, em Pernambuco, é um dos maiores pólos turísticos do país.
O ecoturismo ainda é pouco explorado no Nordeste, mas tem grande potencialidade. Ainda assim, dentre os dez principais destinos ecoturísticos brasileiros, aparecem quatro paisagens localizadas na região Nordeste do Brasil, onde é possível escolher entre ilhas (Arquipélago de Fernando de Noronha em Pernambuco), dunas (Lençóis Maranhenses no Maranhão), mata atlântica em alta altitude (Chapada Diamantina na Bahia) e arqueologia na caatinga (Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí).76
A cultura da região é também um atrativo para o turista. Todos os estados tem folguedos e tradições diferentes. Olinda, em Pernambuco, com vestígios do Brasil Neerlandês; São Luís, no Maranhão, com os da França Equinocial; São Cristóvão, em Sergipe, e sua Praça de São Francisco, rodeada de imponentes edifícios históricos; Salvador, na Bahia, com os da sede político-administrativa do Brasil Colonial; e Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, também na Bahia, com as marcas históricas da chegada das esquadras do descobrimento do Brasil; são alguns dos principais atrativos histórico-culturais da região, sendo os quatro primeiros considerados patrimônios culturais da humanidade pela UNESCO.
O turismo religioso vem crescendo na região, destacando-se os municípios de Juazeiro do Norte e Canindé, ambos no Ceará; e Bom Jesus da Lapa na Bahia. Também merece destaque o município de Santa Cruz no Rio Grande do Norte, com a estátua do Alto de Santa Rita de Cássia, que é a maior estátua da América.77 Outra cidade que tem se destacado é São José de Ribamar, no Maranhão, que no mês de setembro reúne grande quantidade de fiéis dos estados nordestinos e do Estado do Pará. Há inclusive uma grande estátua de São José, que pode ser acessada por visitantes, que possui uma vista para o mar.

Infraestrutura

Ciência e tecnologia

O Porto Digital, localizado no bairro do Recife antigo na capital pernambucana, é o maior parque tecnológico do Brasil e referência mundial na produção de softwares.78 79 80
O campo da ciência e tecnologia no Nordeste brasileiro está em pleno processo de crescimento e expansão, desde o final da década de 1990 e continuado na década de 2000. Cidades nordestinas estão recebendo reconhecimento nacional e internacional pelos seus polos, centros e institutos tecnológicos. Um exemplo é Recife, que abriga o Porto Digital, um polo de desenvolvimento de softwares criado em julho de 2000. Referência mundial,78 o polo pernambucano é reconhecido como o maior parque tecnológico do Brasil em faturamento e número de empresas.81
Já no interior da Paraíba, Campina Grande ganha relevância como uma das nove cidades de destaque no mundo que apresentam um novo modelo de centro tecnológico, a única citada de toda a América Latina na edição de abril de 2001 da revista estadunidense Newsweek.82 E em outro estudo, ela aparece ao lado da cidade de São Paulo, as únicas latino-americanas, na área inovação tecnológica mundial. Todo esse destaque tecnlógico de Campina Grande é resultado da formação de uma sólida base acadêmica, iniciada ainda na década de 1960, quando a atual Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), então Escola Politécnica, adquiriu um dos cinco primeiros computadores em universidades do país (primeiro do Norte-Nordeste), dando origem aos atuais cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de engenharia elétrica e computação.83
Outra iniciativa notória é o Instituto Internacional de Neurociências de Natal, inaugurado em 2006 na capital potiguar e idealizado pelo neurocientista Miguel Nicolelis (considerado um dos 20 mais importantes neurocientistas em atividade no mundo). Foi criado para descentralizar a pesquisa nacional, atualmente restrita às regiões Sudeste e Sul do Brasil.
Ratificando o processo de descentralização da pesquisa da ciência e da tecnologia, em Salvador, no dia 17 de julho de 2009, após um ano de construção e um investimento de 30 milhões de reais, foi inaugurado o primeiro centro de biotecnologia localizado nas regiões Norte e Nordeste: o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC), o mais moderno e avançado centro de estudos de células-tronco da América Latina.84 85 86 Além disso, em 2010 foi inaugurado o chamado "Campus do Cérebro" em Macaíba no estado do Rio Grande do Norte, que é um centro de pesquisa e desenvolvimento da neurociência e que conta com um projeto de inclusão social, bem como a parte científica. Outros projetos são a Cidade da Ciência e a Metrópole Digital,87 também no Rio Grande do Norte.

Transportes

Complexo de viadutos na Avenida do Contorno em Feira de Santana, trecho de divisão entre as BRs 116 e 324.
A malha viária da região tem 394.700 km de rodovias. As principais vias de escoamento e transporte rodoviário são a BR-116 e a BR-101, tendo a cidade de Feira de Santana, na Bahia como o maior entroncamento rodoviário da região.
Seu sistema ferroviário ainda é precário, porém estão em curso obras como a Ferrovia Transnordestina, que ligará o Porto de Suape, na Região Metropolitana do Recife, ao Porto de Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza, cruzando praticamente todo o território de Pernambuco e Ceará e ligando esses dois estados ao estado do Piauí, e permitirá o escoamento da produção agrícola do sudoeste do Piauí e do Vale do São Francisco e a produção do pólo gesseiro de Araripina a um menor custo, o que tornará os preços mais competitivos;88 89 90 e a Ferrovia Oeste-Leste, que ligará a cidade de Figueirópolis no Tocantins ao Porto Sul em Ilhéus na Bahia e permitirá o escoamento de soja dos estados de Mato Grosso, Goiás e Tocantins e do oeste da Bahia bem como minério de ferro, urânio, cacau e celulose do sul da Bahia.91
O Aeroporto Internacional do Recife é o maior e mais moderno aeroporto do Norte-Nordeste do Brasil e um dos cinco melhores do mundo.92 93
Suas cidades mais importantes dispõem de adequada estrutura aeroportuária, sendo os aeroportos de Recife, Salvador e Fortaleza os maiores. Os principais aeroportos do Nordeste recebem milhões de turistas anualmente e mantêm voos regulares para as principais cidades da Europa e Estados Unidos, sendo que o de Salvador - Deputado Luís Eduardo Magalhães - é o mais movimentado aeroporto de todo Norte, Nordeste e Sul brasileiro e o quinto do país, embora o Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre, no Recife, seja maior em capacidade e área construída.92 O Aeroporto Internacional do Recife figura entre os cinco melhores aeroportos do mundo.93 Em Natal está sendo construído o Aeroporto Internacional da Grande Natal, que, quando totalmente concluído, será o maior da América Latina.94
Atualmente, apenas Recife e Teresina dispõem de sistema de metrô. Os metrôs de Fortaleza e de Salvador já estão em construção e devem entrar em operação nos próximos anos. Há também projetos de metrô de superfície (VLT) em estudo para serem implantados em Natal e João Pessoa. O de Maceió já está em operação. Outros projetos fora das capitais são os VLT do Cariri em Juazeiro do Norte e o de Arapiraca.95

Educação

A Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco obteve aproveitamento de 81,3% no Exame de Ordem em 2010.1. A faculdade, que nasceu da transferência da Faculdade de Direito de Olinda, é a mais antiga faculdade de Direito do Brasil.96 97
O Nordeste do Brasil possui um longo histórico na área de educação, desde os primeiros jesuítas, que já no século XVI instalaram escolas nesta região. As principais instalações educacionais estão concentradas nas capitais e nas cidades de médio porte.
Três universidades da Região Nordeste estão entre as mil melhores do mundo em 2014, de acordo com o estudo do CWUR (Center for World University Rankings): a Universidade Federal de Pernambuco (15ª colocação nacional e 940ª posição no ranking global); a Universidade Federal do Ceará (16ª colocação nacional e 964ª posição no ranking global); e a Universidade Federal da Bahia (17ª colocação nacional e 967ª posição no ranking global).98 99
A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) obteve o melhor aproveitamento do Norte-Nordeste e o 15º do Brasil no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) em 2012.100
Segundo os indicadores do ENADE, a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) estão entre as 20 melhores do país em 2012, na 15ª e 18ª posições, respectivamente.101 O Scimago Institutions Ranking (SRI) 2012 mostra a Universidade Estadual de Feira de Santana na 181ª posição no ranking Ibero-americano entre as 1.401 instituições de ensino superior, e na 118ª posição no ranking de universidades da América Latina e Caribe no índice de produção científica.102
A Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, localizada em Recife obteve o segundo melhor proveitamento no Exame de Ordem em 2010.1, com taxa de de 81,3%, superada pelo curso de Direito da Universidade de Brasília.96 103 Na Faculdade de Direito do Recife, importantes nomes da história brasileira estudaram, destacando-se nomes como Ruy Barbosa, Barão do Rio Branco, Castro Alves, Clóvis Beviláqua, Tobias Barreto, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queirós, Teixeira de Freitas, Marquês de Paranaguá, Epitácio Pessoa, Assis Chateaubriand, José Lins do Rego e Pontes de Miranda. Outras três faculdades de Direito nordestinas figuram entre as dez melhores do país. São elas, por ordem de alunos aprovados: Universidade Federal da Paraíba (75,2%); Universidade Federal do Rio Grande do Norte (72,3%); e Universidade Federal do Ceará (69,4%).
A Faculdade de Medicina da Bahia, escola de medicina mais antiga do Brasil, foi fundada em 1808 pelo médico pernambucano Correia Picanço sob o nome de Escola de Cirurgia da Bahia, logo após a chegada de Dom João VI ao país.104
O estado de Pernambuco se destaca no ensino tecnológico. O Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn UFPE), responsável pelos cursos de Ciência da Computação, Sistemas de Informação e Engenharia da Computação, é grande fornecedor de mão de obra especializada em tecnologia para a Microsoft.105 106 Seus cursos são considerados dos melhores da América Latina.107 A UFPE foi uma das cinco instituições de ensino selecionadas em todo o mundo para o programa mundial de pesquisas da Microsoft, o que permitiu o seu acesso ao código-fonte dos componentes do Visual Studio. As outras quatro universidades selecionadas foram a Yale University (Estados Unidos); a Monash University (Austrália); a University of Hull (Inglaterra); além da UNESP, sendo o Brasil o único país que teve duas universidades escolhidas.108 A UFPE foi homenageada pela Microsoft pela participação dos alunos do Centro de Informática da instituição na Imagine Cup, evento promovido dela empresa. Alunos do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco participaram, em 2011, da Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS e garantiram vaga para a Baja SAE Kansas, nos Estados Unidos. Apenas a UFPE e duas universidades paulistas, USP e FEI, conquistaram o direito de representar o Brasil na edição internacional da competição.109
A Univasf é a primeira Universidade Federal implantada no sertão nordestino.110 Está situada nos estados de Pernambuco, Bahia e Piauí, com sede na cidade de Petrolina. Iniciou suas atividades acadêmicas em 2004.111
O Ceará é o estado com o maior índice de aprovações no ITA, considerado o vestibular mais difícil do país.112 Todos os anos cerca de 30% dos calouros desta instituição de ensino superior são deste estado nordestino. O desempenho exemplar em ciências exatas alcançado pelos cearenses se deve ao trabalho realizado em um grupo de escolas da capital do estado, Fortaleza.113 Outro destaque da Região Nordeste no ITA é o estado de Pernambuco, que teve 12 estudantes aprovados no Vestibular 2011, o que representa quase 10% das 130 vagas oferecidas por esta instituição. Pernambuco foi o 3º colocado em aprovações, superado apenas pelos estados do Ceará e de São Paulo.114 O ITA, instituição fundada pelo cearense Casimiro Montenegro Filho no estado de São Paulo, foi o embrião da Embraer, e fornece mão de obra para esta que é a terceira maior fabricante mundial de aviões. [carece de fontes]
A Região Nordeste foi a segunda região do Brasil em número de escolas entre as entre as 20 melhores do ENEM 2009 ao lado da Região Centro-Oeste: foram 4 escolas de cada uma destas duas regiões.115 A Região Sudeste liderou o ranking, com doze escolas. Regiões Sul e Norte não figuraram na lista.115 O destaque na Região Nordeste foi a cidade de Teresina, no estado do Piauí, com três das vinte melhores escolas do país: o Instituto Dom Barreto (2º lugar); o Instituto Antoine Lavoisier de Ensino (12º lugar); e o Educandário Santa Maria Goretti (19º lugar).115 116 A quarta escola nordestina que entrou na lista das vinte melhores instituições de ensino do Brasil foi o Colégio Helyos, de Feira de Santana, Bahia, que ficou com a 9ª colocação.115 Entre as instituições da rede pública, a melhor colocada da Região Nordeste foi o Colégio de Aplicação do CE da UFPE, localizado em Recife-PE, que obteve o 6º lugar entre as escolas públicas do país e a 40ª colocação na classificação geral.116
A Região Nordeste, reconhecida historicamente por ter o maior número de iletrados do país, logrou notáveis avanços nos seus indicadores educacionais durante a década de 2000: a sua taxa de analfabetismo caiu de 22,4% em 2004 para 18,7% em 2009, segundo informação divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).61

Saúde

A Maternidade Escola Januário Cicco, obra da arquitetura neoclássica pertencente à UFRN117 , é a mais importante maternidade do Rio Grande do Norte.
Os principais polos médicos da Região Nordeste são as cidades de Recife, Salvador e Fortaleza.
Dentre os principais hospitais de Recife está o Hospital da Restauração, maior emergência pública e mais complexo serviço de urgência e trauma do Norte-Nordeste,118 recebendo pacientes de todo o estado e de estados vizinhos. O Hospital da Restauração, referência nas áreas de trauma, neurocirurgia, neurologia, cirurgia geral, clínica médica e ortopedia, possui 482 leitos registrados no Ministério da Saúde (MS), mas, incluindo os extras, funciona com um total de 723 leitos para atender sua demanda. Os hospitais particulares do Recife fazem da capital pernambucana o segundo maior pólo médico e hospitalar do Brasil.119
Em Salvador, na Bahia, destacam-se o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) – o maior do estado – e o Hospital Geral do Estado (HGE).120 O HGRS presta em média mil atendimentos ambulatoriais e 350 atendimentos emergenciais em dias úteis; é referência em cirurgias bucomaxilofacial e vasculares e clínica médica em neurocirurgia e nefrologia; e conta com quase 2.600 funcionários. O prédio do Roberto Santos abriga ainda o Centro de Informações Antiveneno, referência no tratamento de intoxicações na Bahia.120 Outros hospitais que merecem destaque: o Hospital Santo Antônio (fundado por Irmã Dulce);121 o Hospital Sarah Kubitschek; e o Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos.
Em Fortaleza estão concentrados os principais hospitais públicos do estado do Ceará. Dentre esses hospitais merecem destaque o Instituto Doutor José Frota, mais conhecido como IJF, que é o maior hospital de emergência do estado, administrado pela prefeitura; e o Hospital Geral de Fortaleza, que é o maior hospital público, administrado pelo governo do estado. O atendimento médico privado é bastante desenvolvido, com um total de 127 hospitais, destacando-se os hospitais São Mateus, Antônio Prudente, Unimed, Monte Klinikum e SARAH-Fortaleza.122

Cultura

Tendo sido a primeira região efetivamente colonizada por portugueses, ainda no século XVI, que aí encontraram as populações nativas e foram acompanhados por africanos trazidos como escravos, a cultura nordestina é bastante particular e típica, apesar de extremamente variada. Sua base é luso-brasileira, com grandes influências africanas, em especial na costa de Pernambuco à Bahia e no Maranhão, e ameríndias, em especial no sertão semiárido.
Em João Pessoa, encontra-se um grande projeto arquitetônico projetado pelo Arquiteto Oscar Niemeyer. Trata-se da Estação Cabo Branco de Ciência, Cultura e Artes, onde semanalmente acontecem exposições de projetos de artes, cultura e tecnologia desenvolvidos na região.

Literatura

A literatura nordestina tem dado grandes contribuições para o cenário literário brasileiro, destacando-se nomes como Jorge Amado, Nelson Rodrigues, José de Alencar, João Cabral de Melo Neto, Rachel de Queiroz, Gregório de Matos, Clarice Lispector, Graciliano Ramos, Gonçalves Dias, Aluísio Azevedo, Manuel Bandeira, Joaquim Nabuco, Tobias Barreto, Arthur Azevedo, Castro Alves, Coelho Neto, Álvaro Lins, Jorge de Lima, Ariano Suassuna, Viriato Correia, Ferreira Gullar, José Lins do Rego, João Ubaldo Ribeiro, Dias Gomes, Raimundo Correia, Josué Montello, dentre muitos outros. Gilberto Freyre representa um marco na história do Brasil, graças ao seu livro Casa-Grande & Senzala, que demonstra a importância dos escravos para a formação do país. No Ceará, o movimento da Padaria Espiritual, no fim do século XIX, antecipou algumas das renovações trazidas com o modernismo, no anos 1920 do século seguinte.
Na literatura pode-se citar ainda a literatura popular de cordel que remonta ao período colonial (a literatura de cordel veio com os portugueses e tem origem na Idade média europeia) e numerosas manifestações artísticas de cunho popular que se manifestam oralmente, tais como os cantadores de repentes e de embolada.

Música e dança

Frevo, manifestação típica de Pernambuco. Enquanto música, é um dos gêneros mais influentes do país: revelou grandes músicos da MPB e, além de símbolo do carnaval de Recife/Olinda, foi o ritmo utilizado no Carnaval de Salvador antes do surgimento da axé music.
Na música erudita, destacaram-se como compositores Alberto Nepomuceno e Paurillo Barroso, assim como Liduíno Pitombeira na atualidade, e Eleazar de Carvalho como maestro. Ritmos e melodias nordestinas também inspiraram compositores como Heitor Villa-Lobos (cuja Bachiana brasileira nº 5, por exemplo, em sua segunda parte - Dança do Martelo - alude ao sertão do Cariri cearense).
Na música popular, destacam-se ritmos tais como coco, xaxado, martelo agalopado, samba de roda, baião, xote, forró, axé e frevo, dentre outros ritmos. O movimento armorial do Recife, inspirado por Ariano Suassuna, fez um trabalho erudito de valorização desta herança rítmica popular nordestina. Um de seus expoentes mais conhecidos é o cantor Antônio Nóbrega.
Na dança, destacam-se o maracatu, praticado em diversas partes do Nordeste, o frevo, o bumba-meu-boi, o xaxado, diversas variantes do forró, o tambor-de-crioula (característico do Maranhão), etc. As músicas folclóricas quase sempre são acompanhadas de danças.

Artesanato

O artesanato é também uma parte relevante da produção cultural do Nordeste, sendo inclusive o sustento de milhares de pessoas por toda a região. Devido à variedade regional de tradições de artesanato, é difícil caracterizá-los em totalidade, mas destacam-se as redes tecidas e, muitas vezes, bordadas com muitos detalhes; os produtos feitos em argila, madeira (por exemplo, da carnaúba, árvore típica do sertão) e couro, com traços bastante particulares; além das rendas, que ganharam destaque no artesanato cearense. Outro destaque são as garrafas com imagens feitas manualmente em areia colorida, um artigo produzido para venda para turistas. No Maranhão, destacam-se artesanatos feitos da fibra do buriti (palmeira), assim como artesanatos e produtos do babaçu (palmeira nativa do Maranhão).

Culinária

Munguzá, iguaria tipicamente nordestina.
A culinária nordestina é variada, refletindo as condições econômicas e produtivas das diversas paisagens geoeconômicas dessa região. Frutos do mar e peixes são bastante utilizados na culinária do litoral, enquanto, no sertão, predominam receitas que utilizam a carne e derivados do gado bovino, caprino e ovino. Ainda assim, há várias diferenças regionais, tanto na variedade de pratos quanto em sua forma de preparo. Por exemplo, no Ceará, predomina o mugunzá - também chamado macunzá ou mucunzá - salgado, enquanto em Pernambuco predomina o doce). Na Bahia, os principais destaques são as comidas feitas com azeite de dendê e com camarão, como as moquecas, o vatapá, o acarajé e os bobós; porém não são menos apreciadas comidas acompanhadas de pirão como mocotó e rabada, além de doces como a cocada, que está presente em todo o nordeste. No Maranhão, destacam-se o cuxá, o arroz de cuxá, o bobó, o peixe pedra e a torta de camarão. Também no Maranhão se destaca o Guaraná Jesus, patrimônio maranhense de fama nacional. Já o bolo-de-rolo é patrimônio imaterial de Pernambuco.
Algumas comidas típicas da região são: o baião-de-dois, a carne-de-sol, o queijo de coalho, o vatapá, o acarajé, a panelada, a buchada, a canjica, o feijão e arroz de coco, o feijão verde e o sururu, assim como vários doces feitos de mamão, abóbora, laranja, etc. Algumas frutas regionais - não necessariamente nativas da região - são a ciriguela, o cajá, o buriti, a cajarana, o umbu, a macaúba, juçara, bacuri, cupuaçu, buriti, murici e a pitomba, além de outras.

Festividades

Bonecos de Olinda, em Olinda. O Carnaval Recife/Olinda é considerado o mais democrático e culturalmente diverso do país.123
Nas festividades, a região Nordeste dispõe de variados eventos que ocorrem ao longo do ano:
No Carnaval os destaques são as festas de Salvador e Olinda-Recife.124 O primeiro é a maior festa popular do planeta segundo o Guinness Book, contando com cerca de 2,7 milhões foliões em seis dias de festa (equivalente ao número de moradores da cidade), e internacionalmente conhecido pelos desfiles de artistas famosos nos trios elétricos; e o segundo é considerado popularmente o carnaval mais democrático do país, e é conhecido por seus característicos bonecos de olinda, pelo ritmo do frevo e do maracatu, além de possuir o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada.125
As micaretas (carnavais fora de época) de maior destaque são o "Carnatal" em Natal; o "Fortal" em Fortaleza; o "Pré-Caju" em Aracaju; a "Micarande" em Campina Grande. Há também o "bumba-meu-boi" em Maceió e em São Luís do Maranhão e o "Micareta de Feira" em Feira de Santana.
Quando vai se aproximando o São João, as cidades de Caruaru em Pernambuco e Campina Grande na Paraíba disputam o título de "Capital do Forró".
Há também festivais de música, como o "Festival de Verão de Salvador" (maior festival anual do Brasil), o "Piauí Pop" em Teresina, o "Mada" em Natal, o "Abril Pro Rock" no Recife, o "Ceará Music" em Fortaleza, o "Fest Verão Paraíba" em João Pessoa, o "Maceió Fest" em Maceió e o "Festival de Inverno Bahia" em Vitória da Conquista.

Esportes

Assim como no restante do país, a região Nordeste tem como principal esporte o futebol. Os principais clubes nordestinos são CRB e ASA de Arapiraca em Alagoas; Bahia e Vitória na Bahia; Ceará, Fortaleza e Icasa no Ceará; Sampaio Corrêa e Moto Club no Maranhão; Treze, Campinense e Botafogo-PB na Paraíba; Sport, Santa Cruz e Náutico em Pernambuco; Ríver-PI e Flamengo-PI no Piauí; América de Natal e ABC no Rio Grande do Norte; e Sergipe e Confiança em Sergipe.
A seleção brasileira de futebol costuma fazer partidas no Nordeste. O estádio Castelão, em Fortaleza, o estádio do Arruda, no Recife, o estádio Rei Pelé em Maceió e, recentemente, o estádio de Pituaçu, em Salvador, são os locais onde a seleção costuma jogar. O Estádio da Fonte Nova, em Salvador, também recebe tais partidas, porém, ficou marcado por um acidente envolvendo vítimas fatais em 2007.126
Durante a Copa do Mundo FIFA de 2014, o Nordeste contou com quatro cidades-sede: Salvador, Recife, Natal e Fortaleza. Redes de transportes, hotéis e hospitais foram construídos, ampliados ou reformados, além da reforma e construção de novos estádios. Em Salvador, o Estádio da Fonte Nova foi completamente reformado, assim como o Estádio Castelão, em Fortaleza. Já em Recife, foi construída a Arena Pernambuco, situada em São Lourenço da Mata. Em Natal, o antigo Machadão foi demolido e, em seu lugar, foi erguido o estádio Arena das Dunas. Os quatro estádios foram remodelados ou construídos seguindo o padrão FIFA. Outras capitais nordestinas também se candidataram para sediar a competição: João Pessoa, Teresina e Maceió. Foi a segunda vez que o Nordeste participou de uma Copa do Mundo: em 1950, Recife realizou a partida entre Chile e Estados Unidos, sendo o palco do jogo naquela ocasião a Ilha do Retiro.
No automobilismo, a região Nordeste também recebe duas etapas anuais da Fórmula Truck, uma no Autódromo Internacional Ayrton Senna em Caruaru, e uma no Autódromo Internacional Virgílio Távora em Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza. Além disso, desde de 2009, uma etapa da Stock Car Brasil ocorre na região, mais especificamente no Circuito Ayrton Senna, nas ruas do Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.127
Nos outros esportes, pode-se citar as seguintes competições esportivas regionais: Campeonato Nordestão Governador Miguel Arraes (enxadrismo), Desafio Costa do Sol (atletismo), Nordeste Sevens (rúgbi de sete), Supercopa do Nordeste de Basquete (basquetebol), dentre muitos.