quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Criador vai processar o Estado para reaver perdas com a seca


gado
A pouca chuva que caiu semana passada não foi suficiente para mudar o cenário no interior do Rio Grande do Norte. Da mesma forma, não alterou a expectativa do sertanejo quanto ao inverno deste ano. Árvores mortas, rebanho definhando, reservatórios secos, cemitérios de animais e produção agrícola zerada. Ao passo que a estiagem  deixa marcas de devastação no território potiguar, o homem do campo implora pela ajuda que não chega. As ações emergenciais são tímidas e a previsão metereológica apontando um ano de chuvas irregulares assusta. Em Caicó, o advogado e pecuarista Raimundo Medeiros Filho, vai cobrar na Justiça indeização de R$ 1 milhão, por entender que o Estado foi responsável pela morte de 500 cabeças de gado em sua propriedade.
Para cobrar ações mais enérgicas e com impacto mais produtivo, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faern) vai entregar, nos próximos dias, um diagnóstico da atual situação ao Governo do Estado e Assembleia Legislativa. O documento será o extrato de uma visita feita, no último fim de semana, a cinco municípios localizados em três regiões do RN. Técnicos da Faern foram à propriedades em Lajes, Santana do Matos, Apodi, Pau dos Ferros e Caicó. A TRIBUNA DO NORTE acompanhou a visita da “Expedição Retratos da Seca”. “O objetivo é mostrar o que o homem do campo está enfrentando e cobrar mais ações. Até agora, tudo está sendo feito de forma tímida enquanto vivemos um apagão na pecuária e agricultura do Estado”, frisou o presidente do órgão, José Vieira.
As perdas geram números preocupantes. A estiagem dura 19 meses e 30% do rebanho já foi dizimado. Na lavoura, a secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca (Sape) estima uma queda de 70% na produção. São quase 500 mil pessoas afetadas diretamente. No campo, os números são traduzidos no sofrimento dos produtores. Nesses tempos de estiagem, o verbo “perder” faz parte da rotina dos sertanejos. Conta-se o que já foi levado pela seca, o que está morrendo e o que ainda pode ser extinto.

Crédito emergencial para produtores rurais atingidos pela seca vai até 28 de fevereiro


Encerra-se no próximo dia 28 de fevereiro o prazo para produtores rurais afetados pela estiagem no semiárido solicitarem crédito emergencial ao Banco do Nordeste.
Desde julho do ano passado, o BNB já contratou mais de R$ 2 bilhões, junto a esse público. Os recursos foram distribuídos em 263.421 operações de crédito. Somente no Rio Grande do Norte, foram realizadas 20,6 mil operações, totalizando mais de R$ 160 milhões.
Especificamente para agricultores familiares, a linha FNE-Seca tem juros de 1% ao ano, prazo de pagamento de 10 anos, com até três anos de carência.
Os recursos operacionalizados pelo BNB destinam-se à recuperação ou preservação de atividades em municípios em situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional.
A maioria dos financiamentos foi destinada à agricultura familiar. Empreendedores urbanos e rurais não classificados como pronafianos também compõem o público desse programa.
Nota do Blog: É deverasmente louvável a atitude  do governo em conceder esses quebra-galhos aos pequenos produtores. Mas, vejam só: A estiagem está no seu início em 2013. Espera-se que chova até o dia 19 de março. Caso não aconteça, e daí? Vai parar tudo no BNB. Isto é o que eu chamo de incoerência, meus amigos. E não é tão fácil se adquirir recursos no BNB. Existe muita publicidade. Mas, lá a conversa é bem diferente. Muita burocracia. Amém
Cadê você amigo Fernando Soares. Durma com uma dessa.

Reflexão

A quem Deus abençoa, ninguém amaldiçoa. 
 
PARA PENSAR:
“Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo”
Friedrich Nietzsche

PARA REFLETIR:
“O trabalho nos livra de três grandes males: o tédio, o vício e a pobreza”
Voltaire

Lançado edital para projetos de agroindustrialização em assentamentos



Lançado edital para projetos de agroindustrialização em assentamentos

Foto: Andrea Farias/MDA

O programa Terra Forte lançou edital de seleção de pré-projetos para implantação e modernização de empreendimentos coletivos agroindustriais em Projetos de Assentamento da Reforma Agrária em todo o País, justamente os objetivos principais do programa. Esses projetos devem ser criados ou reconhecidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), autarquia ligada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O Edital nº 01 selecionará projetos de cooperativas, associações de assentados e coletivos interessados em aprimorar a produção, além de promover a agroindustrialização e a comercialização de seus produtos. A iniciativa é o primeiro passo para aprimorar a agroindustrialização em assentamentos, apoiar a verticalização de cadeias produtivas de assentados da Reforma Agrária e dar ferramentas de comercialização.
Com o edital as entidades representantes de coletivos e associações de assentados podem inscrever-se de 1º de março a 30 de abril, para utilizar os recursos do Incra, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Fundação Banco do Brasil (FBB) que destina R$ 300 milhões  para projetos de agroindustrialização em todas as regiões.
Conheça o Programa
O programa Terra Forte tem como objetivos específicos: apoiar projetos e a implantação de empreendimentos coletivos agroindustriais e de comercialização da produção dos assentados da reforma agrária; apoiar a adequação, recuperação e ampliação, modernização de agroindústrias da produção agropecuária e extrativista; apoiar projetos de adequação e regularização sanitária de produtos de agroindústrias de assentamentos da Reforma Agrária; apoiar a estruturação de circuitos de comercialização; viabilizar a organização e a regularização jurídica dos empreendimentos produtivos coletivos; e viabilizar as condições e opções de geração de trabalho e renda para os assentados da reforma agrária.
Os beneficiários são famílias de trabalhadores rurais assentadas em projetos de assentamento criados ou reconhecidos pelo Incra, cadastradas no órgão e organizadas em cooperativas ou associações. Os investimentos serão em favor de cooperativas/associações de produção e/ou de comercialização.
O programa terá a vigência de cinco anos, podendo ser renovado pelo mesmo período a critério dos parceiros. O valor é de R$ 300 milhões, sendo R$ 150 milhões do BNDES, R$ 20 milhões da Fundação Banco do Brasil e R$ 130 milhões dos demais parceiros (MDA, MDS, Incra, Conab e Banco do Brasil), a serem aplicados nesses cinco anos, com investimento anual de R$ 60 milhões.
Chamada pública
Com a aplicação dos recursos (R$ 300 milhões), espera-se atender a 200 cooperativas e associações (valor médio de R$ 1,5 milhão por cooperativa) e beneficiar aproximadamente 20 mil famílias (100 famílias por cooperativa).
Para constituir uma carteira de projetos a serem atendidos pelo Programa, será feita uma Chamada Pública de Projetos para seleção de propostas que promovam a redução das desigualdades, a inclusão social e o desenvolvimento territorial, por meio do apoio a empreendimentos produtivos vinculados a assentamentos da reforma agrária, criados ou reconhecidos pelo Incra

Crédito rural: prazo para liquidação e renegociação é prorrogado

O prazo para a liquidação ou renegociação do crédito rural inscrito em dívida ativa da União foi prorrogado. A Lei 12.788, de 14 de janeiro de 2013, alterou o artigo 8º da Lei 11.775, de 17 de setembro de 2008, que instituiu a possibilidade de renegociação e liquidação dos débitos oriundos de operações de crédito rural. O novo prazo será encerrado em 31 de agosto de 2013. Os procedimentos de adesão continuam a ser realizados por meio do Banco do Brasil.
 
O pedido tem de ser formulado junto à central de atendimento do Banco do Brasil pelo telefone 0800-644-3030. No caso de parcelamento o valor da parcela será acrescido de taxa Selic e a concessão da renegociação independerá de apresentação de garantias ou de inclusão de bens. A consolidação dos débitos incluirá todas as dívidas originárias de operações de crédito rural existentes em nome do devedor, que tenham sido inscritas em DAU até 31 de outubro de 2010. 
 
 
DESCONTOS APLICÁVEIS NA LIQUIDAÇÃO
FAIXASTotal dos saldos devedores na
data da liquidação (R$ mil)
Desconto (em %)
Desconto fixo, após o
desconto percentual (R$)
1Até 1070-
2Acima de 10 até 50581.200,00
3Acima de 50 até 100486.200,00
4Acima de 100 até 2004113.200,00
5Acima de 2003819.200,00
    
DESCONTOS APLICÁVEIS NA RENEGOCIAÇÃO
FAIXASTotal dos saldos devedores na
data da renegociação (R$ mil)
Desconto (em %)Desconto fixo, após o
desconto percentual (R$)
  
1Até 1065-
2Acima de 10 até 50531.200,00
3Acima de 50 até 100436.200,00
4Acima de 100 até 2003613.200,00
5Acima de 2003319.200,00

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Reunião da FAERN em Lajes

Composwição da mesa:
Da esquerda para a direita: Edilson Trindade(Pedro Avelino) Prefeito de Lajes, Benes, presidente da Câmara de Lajes, ver. Cloves Vale, o Dr. José Vieira e o ex-diretor da EMATER Chope. 

Aconteceu hoje, pela manhã na cidade de Lajes, nas dependências da Câmara Municipal, uma reunião promovida pela Federação da Agricultura do RN, onde na oportunidade foram tratados assuntos sobre a situação de emergência que se encontra o nosso homem do campo. Diversos políticos da região central, autoridades, a diretoria da FAERN e um significativo números de produtores rurais da nossa região. O presidente do poder legislativo de Lajes, o vereador Cloves Vale, abriu a sessão dando as boas vindas a todos que compareceram ao evento, dizendo que Lajes, mais uma vez partiu na frente, quando se trata assuntos relacionados com a estiagem. Em seguida, usou da palavra o presidente da FAERN, José Vieira, que compareceu a reunião com um aparato de auxiliares, todos postando camisetas fazendo referência a estiagem, emissoras de tv, jornalistas da capital, blogueiros contratados, em fim, uma verdadeira manifestação de poder usada pelo Dr. José Vieira, que de novidade nada falou, ao contrário, indiguinou mais ainda os pequenos produtores que ali compareceram, que imaginavam saírem da reunião com algo de concreto. O que o Dr. José Vieira falou aos presentes, todos tem conhecimento a bastante tempo. O descaso do governo com relação a estiagem. Em seguida, o sr. Pedro Alves, articulador do PRODECENTRO, entregou ao Dr. José Vieira, diversas reinvindicações colhidas na última reunião do colegiado na cidade de Lajes, todas de caráter urgente, no sentido de amenizar a situação complicada que passa o homem do campo. Por último, usou da palavra o prefeito de Lajes, Benes Leocádio, que relatou a situação das prefeituras, o problema do milho da CONAB, que deverá mandar fechar o posto de comercialização de Lajes, dificultando mais ainda a aquisição do precioso cereal ao agricultor. Por último, Benes falou sobre os poços que foram perfurados e não instalados na região central. Alegou ainda o prefeito, que o agricultor já se cansou de esperar pelos poços e que os que estivem próximo a rede de energia elétrica, a prefeitura vai instalar bombas submersas, a fim de criar uma melhor alternativa de água para o produtor rural. Em seguida falou de assuntos diversos, todos relacionados com o descaso do governo com a zona rural. Após a reunião, a comitiva do Dr. José Vieira e convidados, foram visitar a zona rural do cabugí, ou seja, ver de perto o que eles não tem visto. Agricultores com sede, com fome necessitados de assistência e muitas caveiras de animais mortos pelas estradas. Eu que compareci a reunião, saí de lá frustado mais uma vez. A indústria da seca continua. Muita gente esperta querendo aparecer e se promover as custas da situação calamitosa que se encontra o produtor rural. Tomara Deus que chova logo, pois somente assim, esses espertalhões irão armar o circo em outra freguesia, bem distante daqui.  

Programa de Aquisição de Alimentos vai comprar produção de 27 mil agricultores familiares

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), para 2013, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vai destinar a primeira parcela de R$ 144 milhões para a compra da produção de 27 mil agricultores familiares. O alimento vai para a mesa de quem mais precisa como creches, cozinhas comunitárias e restaurantes populares. Informações sobre o programa no www.conab.gov.br

Noticias do PRODECENTRO

O Banco do Brasil (BB) lançou na terça, dia 19, uma nova linha de crédito destinada ao financiamento das despesas complementares e inesperadas na condução dos empreendimentos contraídos pelos produtores rurais. A linha de crédito rotativo, chamada BB Agronegócio Giro, cobre as movimentações em conta corrente, com possibilidade de renovação automática.

Segundo o banco, as taxas são bastante atrativas e as liberações e amortizações ocorrem no mesmo dia que forem solicitadas pelos clientes. Os juros variam de 1,15% a 2,36% ao mês, dependendo do relacionamento do produtor com o banco.

A instituição explica que o produtor ao contratar a operação de BB Agronegócio Giro pode adquirir um insumo ou um lote de animais e, no mesmo dia, efetuar o pagamento com os recursos da linha. Da mesma forma, quando o produtor receber algum crédito em sua conta pode também, no mesmo dia, solicitar a amortização do financiamento.

O vice-presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas do BB, Osmar Dias, afirmou que a nova linha atende demanda dos produtores rurais por um crédito rotativo de curto prazo que possa ser acionado rapidamente.

-- É uma forma sem burocracia, rápida e ágil de oferecer ao produtor a oportunidade de tomar esse recurso e fazer frente aquele compromisso emergencial que surgiu -- disse ele.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

PARA PENSAR:
“A própria esperança deixa de ser ventura quando a impaciência a acompanha”
John Ruskin

PARA REFLETIR:
“Uma pergunta prudente é metade sabedoria” 
Francis Bacon

Século 21: Caprinos e ovinos em alta até 2050



Sem dúvidas, o Brasil é o país do momento e do futuro para a pecuária. Do momento, porque os agropecuaristas estão dando um show de desenvolvimento sobre todas as demais atividades, gerando um importante saldo na balança comercial. Do futuro, porque todos os organismos internacionais apontam que o Brasil será o “mestre” em 2050 na produção de alimentos para o planeta.

l População rural - Em 2012, a população rural era de 15% (FAO), caindo aceleradamente ano após ano. Em 2050, a população brasileira será de 254,1 milhões, sendo que 237,8 milhões estarão morando nas cidades (93,57%). A população rural terá caído de 29,462 milhões (em 2005) para 16,335 milhões em 2050, ou apenas 6,43% do total.
O Brasil terá, então, uma das menores populações rurais do planeta, ocupando um país onde há maior quantidade de terra disponível para exploração, mas cujas terras continuam impedidas de serem utilizadas.
Por outro lado, essa pequena população rural estará produzindo com alta eficiência!
Esta tendência apontada, tanto pelo IBGE como pela FAOSTAT, mostra que os atuais programas de “Reforma Agrária” (de baixíssima eficiência produtiva e social) tomarão outro rumo, para aumentar a produtividade tendo em vista o mercado mundial. De fato, estarão na terra apenas as pessoas realmente compromissadas com a produção direcionada à sociedade nacional e internacional - em 2050. Essa é a realidade.

l Brasil impressionante - No Brasil, o crescimento da produção agropecuária é destacado, pois em pouco mais de 15 anos conseguiu aumentar além de 100% a produção de grãos. Em 2012, o faturamento bruto foi de R$ 225,3 bilhões, ou 12,3% acima de 2011, com crescimento da área cultivada em apenas 4,0%, atingindo 68 milhões de hectares.
Na atualidade, os maiores produtores são: Estados Unidos (401.669.990 de toneladas de cereais); Índia (260.163.000); Indonésia (84.797.000); Brasil (75.191.866). Mesmo com tão pequeno desempenho diante dos grandes produtores, o Brasil tem invejável crescimento médio de 6% nas exportações agropecuárias e grande espaço para crescimento.
Em 2012 as exportações brasileiras do agronegócio somaram o valor recorde de US$ 95,81 bilhões, o que representou incremento de cerca de 1,0% (US$ 846 milhões) em relação a 2011, quando as exportações atingiram US$ 94,97 bilhões. Já as importações chegaram a US$ 16,41 bilhões, número 6,2% inferior a 2011. O saldo da balança comercial foi recorde, de 79,41 bilhões para salvar o déficit de outros setores. As informações são da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a partir dos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
A carne bovina registrou alta de 7,39%, com aumento das vendas de US$ 5,35 bilhões em 2011 para US$ 5,74 bilhões em 2012 (US$ 395,4 milhões), com valor recorde. Houve elevação da quantidade exportada: de 1,09 milhão de toneladas para 1,24 milhão de toneladas (13,4%), enquanto o preço médio de exportação caiu 5,3%. As exportações de animais vivos cresceram 30,7%, o que representa 10% das compras de carne.

l Brasil e a terra - O Brasil, então, é mesmo a grande alternativa para alimentar o planeta. Usa apenas 284 milhões de hectares (34% do total de 835,56 milhões), sendo 64 milhões na agricultura e 220 milhões em pastagens. Ainda mantém áreas protegidas (103,3 milhões).
Em florestas, o Brasil dispõe de 410 milhões de hectares (49% do total). A China mantém 284,9 milhões e os EUA chegam a 303 milhões.
A área brasileira de cultivo, todavia, é muito pequena (49,23 milhões). A China (142,6 milhões) e EUA de 176 milhões.
Algumas projeções mostram que o Brasil pode ocupar, rapidamente, com cultivos anuais ou bienais 84,56 milhões de ha; 16,44 milhões com cultivos perenes e manter os atuais 220 milhões de pastagens. As florestas passariam para 430 milhões de ha, correspondendo a 51,46% do total, somando mais 10 milhões de ha para produção de madeira (cultivada).
Então, no Brasil é possível incorporar mais 45,9 milhões de hectares de modo sustentável, rapidamente. A área da agricultura pode atingir 321 milhões, ocupando menos de 39% do total. A China (com total de 932,7 milhões de ha) utiliza 59,39% do total (553,4 milhões); os EUA (total de 915,9 milhões) utilizam 44,97% (411,9 milhões).
Os países que apresentam maior potencialidade de expansão de terras, todos com mais de 50 milhões de hectares disponíveis, somam 1,6 bilhão de hectares, segundo Bruinsma (2009). O Brasil é o maior de todos, com 598 milhões de hectares disponíveis, segundo estudos da FAO. (Tabela 1).

 


l Tecnologia - Em termos de eficiência, quando comparado aos grandes produtores mundiais de cereais, o Brasil é pequeno, com produção de 75,2 milhões de toneladas, ficando em 5o. lugar. Os grandes países são: China (497,7 milhões de toneladas); Estados Unidos (401,7); Índia (260,2); Indonésia (84,8); França (68,3); Rússia (59,6); Bangladesh (51,9), Argentina (46,2) e Canadá (45,4). Se eles produzem, o Brasil também pode!
A frota brasileira de tratores é de 806.000, ocupando o 11o lugar mundial. Os maiores países são: Estados Unidos (4,8 milhões); Japão (2,028 milhões); Itália (1,75 milhões); Índia (1,53 milhões); Polônia (1,03 milhões); França (1,27 milhões); Alemanha (1,04 milhões); Turquia (905 mil); Espanha (885 mil); China (841 mil); Brasil (806 mil); Rússia (785 mil); Canadá (711 mil); Reino Unido (500 mil).

l Campeão de tributos - O Brasil cobra 32,7% de tributos sobre o produto rural. Se fosse a França, estaria cobrando 0,8%. Ou seja, o cidadão compra 3 kg de produtos alimentícios, mas é obrigado a entregar 1 para o Governo. Na Inglaterra não existe qualquer imposto sobre produto alimentício! A Tabela 1 mostra como é monstruoso o valor dos impostos no Brasil.

 


A França, com renda per capita média de US$ 1.716 cobra 5,5% de imposto rural. Para se igualar ao bem-estar do cidadão francês, o Brasil, com renda média per capita de US$ 243,3/mês, deveria ter um imposto rural de 0,8%. Ao invés disso, o brasileiro paga 32,7% de imposto. As cifras mostram o disparate político que precisa ser solucionado rapidamente, libertando a produção rural para a modernidade.

l Cabra & Ovelha - Não há mais retorno, a carne de ovinos e de caprinos precisa ser incorporada à dieta da humanidade, segundo os dados da FAO. O IBGE diz que o rebanho brasileiro é de 17,3 milhões de ovinos e 9,3 milhões de caprinos, embora o próprio IBGE admita uma clandestinagem acima de 70%; então as cifras poderiam ser ovinos: 30 milhões e caprinos: 17 milhões, ainda com folga. (Tabela 3).

 


Nos países desenvolvidos, o rebanho bovino está sendo reduzido: foi de 352 milhões em 1961, vem caindo e chegará a 320 em 2050, enquanto o peso da carcaça terá aumentado de 163 para 283 kg. A produção de carne, então, passou de 57,4 para 90,6 milhões de toneladas. Nos países em desenvolvimento, o rebanho de 692 milhões produzia 103,8 milhões de toneladas e passará para 1,7 bilhão de cabeças, produzindo 357,8 milhões de toneladas de carne. Cada vez maior eficiência na produção.
Em 2050 o mundo terá um rebanho aproximado de 3,0 bilhões de ovinos e caprinos, com peso médio de 17 kg por carcaça. Os países desenvolvidos terão 460 milhões de cabeças (peso médio de 18,0 kg); os países em desenvolvimento terão 2,5 bilhões (peso médio de 17 kg); a África Subsaariana terá 855 milhões (peso médio de 18 kg), o norte da África e o Oriente Médio terão 419 milhões (peso médio: 19 kg); o Sul asiático terá 595 milhões (peso médio: 18 kg) e a Ásia oriental terá 457 milhões (peso médio: 15 kg). (“World Agriculture Towards” 2030/205, FAO). (Tabela 4).

  

 
A produção de carnes em geral tem aumentado cerca de 8 milhões de toneladas por ano! Em 2050 estarão sendo produzidas 455 milhões de toneladas de carnes, assim distribuídas: a) Bovina = 106 milhões (+1,2% ao ano); b) Ovinos e caprinos = 25 milhões (+1,2% ao ano); c) Suíno = 143 milhões (+0,8% ao ano); d) Aves = 181 milhões (+1,8% ao ano); Leite = 1.077 milhões (+1,1% ao ano); e) Ovos = 102 milhões (+1,1% ao ano). (Tabela 5)
Ovinos e caprinos crescerão 92,4% até 2050, enquanto todas as carnes crescerão 76,4%, ocupando o primeiro lugar junto com as aves em taxa de crescimento. Isso é inédito na História da Humanidade! (Tabela 4)
Além de 2050 - Supondo que as projeções da FAO irão se tornar realidade até 2050, cabe perguntar: “O que acontecerá em 2100”?
Algumas coisas já estão bem claras: o crescimento da população será muito reduzido. Passará de 9,2 bilhões (em 2050) para apenas 9,43 bilhões (em 2075) depois retrocederá para 9,2 bilhões (em 2100). Alguns estudos apontam para 10,1 bilhões de habitantes em 2100.
Cerca de 8 países vão reduzir sua população antes de 2050 (em comparação com 2005). Entre 2050 e 2100 serão 51 países reduzindo sua população, incluindo gigantes como a Índia e a China, seguidos pela Rússia, Japão, Brasil e Indonésia. O planeta terá chegado à racionalidade. Enquanto isso, porém, outros países continuarão aumentando sua população.
Em 2050, boa parte da população global já terá atingido alto nível de consumo, passando de 2.770 kcal em 2005 para chegar a 3.070 kcal em 2050 nos países em desenvolvimento. Depois, a tendência é a estabilização, pois justamente os países de alto consumo serão os que reduzirão sua população até chegar a 2100. Supõe-se que uma pessoa que atinja o elevado consumo de 80 kg/ano de carne corresponda a 3 outras em países onde o consumo médio seja de apenas 20 kg/ano (apenas no quesito carne).
A agricultura teve grande crescimento no passado “recente” (desde 1960), mas terá menor entre 2005 até 2050 e, depois, irá se estabilizar até 2100 (até porque não haverá novas áreas a serem exploradas). A redução da população também diminuirá a pressão sobre o uso da terra. Então, o crescimento pós-2050 será ao redor de 0,4% ao ano, ou menos de 50% da taxa verificada entre 2005 e 2050. Em 2050 serão colhidas 4,3 toneladas por hectare, aumentando para 4,8 em 2080, mas - ao mesmo tempo - a área utilizada (1,66 bilhões de hectares em 2050) cairá para 1,63 bilhões em 2080. Ou seja, o pico da exploração de terras acontecerá antes de 2080.
Estas projeções, todavia, podem sofrer modificações, dependendo do que acontecer na África Subsaariana, pois ela tem muita área que pode ser incorporada. E também do que acontecer no Brasil.
Cabe a essas duas regiões, primeiramente ao Brasil, reduzir a subnutrição mundial e permitir que o mundo abra a porteira para inaugurar uma nova fase da história da civilização.
Não é permitido pensar pequeno, diante da civilização que precisa evoluir.

Brasil quer mais carne



As pessoas gostam de carne. O brasileiro consome 36,4 kg de carne bovina/ano. Ou 11,0 kg de carne suína/ano. Ou 36,2 kg/ano de carne de frango. Mas apenas 0,7 kg/ano de carne de cordeiro/ovelha. Há, então, uma formidável chance de ampliação desse mercado. Um aumento irrisório do consumo de carne ovina, somente na alta gastronomia, chegando a 2,8 kg/habitante, poderia elevar o rebanho brasileiro a mais de 60 milhões de cabeças, tornando-se um dos maiores do planeta. O exemplo vem da Nova Zelândia (30 kg/ano), Austrália (22 kg/ano) e Argentina (40 kg/ano).

Mercosul quer carne ovina



No último Congresso Mundial de Carnes, os discursos argentinos foram precisamente sobre “produção e comércio de carne ovina no Mercosul”. Atualmente, o Uruguai é que vende ao Brasil, mas o potencial de exportação de cordeiros e de carne ovina é limitado. A Argentina tem uma cota de ovinos na UE de 23.000 toneladas, que não chega a cumprir. Segundo o Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), até 31 e agosto desse ano, foram exportadas 6.707 toneladas de carne ovina, por um valor de US$ 28,3 milhões.
A Argentina vende a 20 países diferentes e o grande desafio para aumentar essas exportações é poder aumentar a taxa de procriação, limitada, sobretudo pelo clima. O país tem hoje em dia 12,6 milhões de ovinos, que produzem 57 milhões de toneladas de lã suja. Desse valor, 38% são Merinos tradicionais e 30% Corriedale, entre as principais raças. Há grande ênfase em cuidar da qualidade, com o apoio do programa Prolana e da Lei Ovina.
Em 2009/10, a Argentina exportou o equivalente a 61.547 toneladas de base suja. Desse total, 51% correspondem a tops (lã cardada), 29,7% lã suja, 9,6% lã lavada e o resto, blousse (dejeto de lã de baixa qualidade produzido na etapa de cardado e lavado). A Argentina exportou para 31 países por US$ 202,1 milhões. (fonte: IEPEC)

O Cabugí Amado...

O Cabugí Amado, porém, abandonado.

Emparn em Caicó e agricultores buscam alternativas contra a seca

- Publicado por Robson Pires, na categoria Notas às 07:28 capim emparn
Do G1 RN – Mais um período chuvoso se aproxima e a esperança de precipitações no sertão do Rio Grande do Norte parece não ter fim. A seca que assola o município de Caicó, principal cidade da região Seridó do estado e que fica distante a 256 quilômetros da capital, preocupa agricultores e especialistas em meteorologia.
Segundo dados registrados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) no município em 2012, a média de chuvas registradas foi de 185 milímetros, muito abaixo do que o esperado, em torno de 600 milímetros. No mês de abril, não foi registrada qualquer precipitação na região. Já em junho, último mês com registro de chuvas, apenas 44 milímetros foram verificados pelo órgão, o que justifica o pedido de estado de calamidade feito pelo Governo do estado para 142 dos 167 municípios potiguares.
Para o gerente da Emparn em Caicó, José Augusto Filho, a seca do ano passado foi uma das mais severas para o homem do campo. No entanto, a expectativa é de que a situação possa melhorar. “Tivemos uma seca muito dura no ano passado e muitos agricultores perderam o que plantaram. Para este ano, a situação tende a melhorar, já que há indícios no clima de que as chuvas estão por vir”, conta o gerente da Emparn em Caicó.
No mês de janeiro deste ano, foram registrados 31 milímetros de chuva em Caicó, segundo a Emparn. Contudo, as chuvas ainda estão esparsas, sem o fechamento completo das nuvens. Em alguns pontos da cidade, como em bairros e comunidades periféricas, ainda não foram registradas chuvas.
O gerente da Emparn em Caicó explica que devido a falta de chuvas, muitos agricultores perderam tudo que plantaram, como também os criadores de gado, já que não tinham comida para dar aos animais. A solução encontrada por eles foi a mudança no local dos pastos e das áreas de plantio para os principais cultivos, como feijão, milho e batata.
“Com a seca, alguns agricultores estão plantando nas margens de pequenos riachos e açudes, utilizando basicamente o cultivo de milho, feijão e batata. Outros que possuem animais, plantam o capim elefante (de corte), que serve como alimento para o gado”, conta José Augusto Filho.
Em Caicó, uma parceria entre a Emparn e um grupo de agricultores, faz com que a situação melhore para quem sofre com os tormentos da seca. São 210 agricultores, que receberam uma vazante, que é um pequeno trecho de terra, às margens do açude Mundo Novo, com uma extensão de 20×100 metros. A forma utilizada pelos agricultores é plantar na beira da água. A medida que o nível sobe, eles se apressam para realizar a colheita e fazer um novo plantio.

A venda de imbu no Sertão da Bahia em 2013


 Agricultoras vendendo imbu na rodovia
 A oferta de imbu na estrada do Sertão
 O saco de imbu a espera do comprador
 A caminhonete do imbu 
O caminhão de imbu
As fotos
Nestas fotografias podemos observar a venda de imbu no Sertão da Bahia na safra de 2013. As fotografias foram obtidas nas comunidades de Caldeirão da Serra no município de Curaçá e Flamengo no município de Jaguarari, Bahia.
Os fatos
O extrativismo do fruto do imbuzeiro é uma das principais fontes de renda de muitos agricultores do Sertão baiano.  A principal forma de comercialização do fruto do imbuzeiro na região ainda é a venda para atravessadores que representam grandes comerciantes de Salvador, Recife e outras capitais do Nordeste ou as margens das rodovias que cruzam o sertão. Nesta forma de comercialização os atravessadores fazem um contrato verbal com os agricultores na comunidade para compra de toda a safra de imbu. O preço do saco de imbu que normalmente é comercializado por R$ 12,00. Este ano, em função da seca, o saco do imbu está sendo comercializado por R$ 30,00 ou R$ 33,00 para venda aos atravessadores. Para aqueles agricultores que trazem os frutos para as feiras livres ou para margem das rodovias, o preço é maior, pois estes vendem um litro por R$ 2,00, o que pode proporcionar uma renda de até R$100,00 por saco. A produção de frutos do imbuzeiro este ano pode ser menor que a safra 2010 e 2011 que foram de 9.804 e 9.327 toneladas, respectivamente, segundo dados do IBGE (Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, v. 26, 2011). Todavia, essa atividade garante uma renda extra para os pequenos agricultores que não tiveram praticamente nenhum lucro de lavouras em suas roças com a seca de 2012.

O processamento do imbu no Sertão da Bahia em 2013


Fabriqueta de Fazenda Brandão
 Fabriqueta de Marruá
 Fabriqueta de Serra Grande
 Processamento da polpa de imbu
 Processamento de geleia de imbu
 Agricultoras selecionando frutos para compota
 Amostras de produtos processados
Produtos estocados na fabriqueta
As fotos
Nestas fotografias, podemos ver agricultoras de comunidades do Sertão da Bahia processando doce, geleia e suco de imbu. As fotos foram obtidas na safra de 2013, nos municípios de Curaçá, Uauá e Canudos, Bahia.
Os fatos
Embora a seca que atingiu a região semiárida do Nordeste tenha castigado severamente os pequenos agricultores, a safra do imbuzeiro já trouxe animo para muitos que fazem o extrativismo desta fruta. Nos municípios de Uauá, Canudos, Curaçá e outros do Sertão baiano, as fabriquetas de derivados do imbuzeiro estão a todo vapor. Em função da seca e ainda predomina em algumas regiões do Sertão, a safra está sendo menor que a do ano de 2012, porém, não faltam frutos para que os pequenos agricultores processem vários produtos derivados do fruto do imbuzeiro, tais como: doces, geleias, suco, compotas, etc. Das 16 minifábricas que fazem parte da COOPERCUC (Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos Uauá e Curaçá), poucas ainda não iniciaram o processamento. Essa atividade engloba 144 cooperados e mais de 300 famílias do Sertão da Bahia, gerando renda e ocupação de mão-de-obra no meio rural nordestino. Atualmente mais de 10 produtos são processados nessas pequenas unidades de produção com destaque para o doce em massa, a geleia e a compota de imbu. Alguns desses produtos já alcançaram o mercado externo e estão em expansão em vários estados do Brasil. Porém, o maior mercado consumidor dos produtos derivados do imbuzeiro é o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) que distribui os produtos na rede de escolas da região. Para os agricultores que fazem parte das unidades de processamento, a renda obtida com o imbu é uma garantia de sobrevivência no Sertão, mesmo em anos de seca severa.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A safra do imbuzeiro no Sertão do Nordeste em 2013


Imbuzeiro em época de colheita
Cascudo na flor do imbu
 Venda de imbu a granel
 Agricultora na venda do imbu
 Agricultor vendendo imbu
Agricultor e filha vendendo imbu
As fotos
Nestas fotografias, podemos observar agricultores da comunidade de Riacho do Sobrado no município de Casa Nova, BA, vendendo frutos do imbuzeiro na feira livre de Areia Branca em Petrolina, PE.
Os fatos
Embora a região semiárida do Nordeste tenha sofrido bastante com a seca que afetou toda a agricultura e pecuária em 2012, a safra do imbuzeiro está em pleno andamento em algumas regiões do Sertão. Neste momento, em muitas comunidades do Sertão, a colheita e venda do imbu é uma das principais fontes de renda dos agricultores. Este ano, na região do Sertão da Bahia e Pernambuco, a safra teve início na última quinzena de janeiro, isto, principalmente pela falta de chuvas nos meses de novembro e dezembro. As chuvas desses meses servem para que os frutos cresçam e já estejam maduros no final do ano. A seca de 2012 afetou severamente a produção do imbuzeiro, pois, na época das flores que vai de agosto a setembro, não existia outras plantas em floração na caatinga em função da seca e um inseto chamado “cascudo”, juntamente com as altas temperaturas provocaram grandes danos aos botões florais do imbu com reduções significativas na produção deste ano. Todavia, mesmo com a seca, mais uma vez ficou provado que o imbuzeiro tem capacidade de sobrevivência no Sertão e pode contribuir substancialmente com a renda dos agricultores da região.  O negócio com o imbu na região semiárida do Nordeste, que vai da colheita, comercialização, processamento de doces e polpas, chegam a rende mais de R$ 6 milhões ao ano para economia regional. O extrativismo do fruto do imbuzeiro é praticado nos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e na parte semiárida de Minas Gerais, sendo o Estado da Bahia o maior produtor com uma média 10.000 toneladas colhidas por ano. As irregularidades climáticas que afetaram a região Nordeste em 2012 impossibilitaram a produção de muitas culturas e a morte de muitos animais, causando perdas irrecuperáveis para os agricultores. Embora a safra deste ano seja menor, o preço que os agricultores  vem obtendo é maior que em anos de safra regular, isto é, normalmente o litro de imbu é comercializado a R$ 0,50 e neste ano é de R$ 2,00 o que pode proporcionar uma boa renda para os agricultores que realizam seu extrativismo.
 IRPF - Muito boa! rs



Um contribuinte, teve sua declaração rejeitada pela Receita Federal porque, aparentemente, respondeu a uma das questões incorretamente.
Em resposta à pergunta “Você tem dependentes?” o homem escreveu:
“40.000 imigrantes ilegais, 10.000 viciados, 150.000 servidores públicos, 150.000 criminosos em nossas prisões, além de uma porrada de políticos em Brasília e nos municípios.
A Receita afirmou que o preenchimento que ele deu foi inaceitável.
A resposta do homem à Receita foi:
- De quem foi que eu me esqueci?
 

sábado, 16 de fevereiro de 2013

CRIADORES DE AFONSO BEZERRA, ESTÃO RINDO A TOA. PERSPECTIVA DO COMEÇO DO INVERNOO

Choveu 43mm ontem na cidade de Afonso Bezerra-RN . Os CRIADORES estão ansiosos por mais chuvas. Talvez mais de 30% do rebanho bovino tenha morrido. Sempre alertei para a criação de CAPRINOS aonde a GOVERNADORA deixou acabar o PROGRAMA. Afonso Bezerra-RN chegou a ser o maior produtor de LEITE DE CABRA do BRASIL COM 2.860 l/dia com 186 produtores. Hoje não passam de 40 e com produção de 400l/d,  isto graças a APASA que tem dado suporte na medida do possível ao criador. Nunca vi tanto sorriso como hoje dos fornecedores de leite.




DO BLOG SERTÃO CABOCLO: COM OS PÉS NO CHÃO DA VIDA

http://blog.patunews.com.br/
É importante a pessoa
Em qualquer localidade
Viver a realidade
Ter a mente esclarecida
Para as decisões tomar
Ser otimista e andar
Com os pés no chão da vida.

Os pais de família devem
Ser como astro de brilho
Dando para cada filho
Boa lição transmitida
Com amor e compromisso
Mas é bom que façam isso
Com os pés no chão da vida.


Professor que sabe bem
Ensinar e educar
Consegue desempenhar
Uma missão definida
Com trabalho relevante
Educando o estudante
Com os pés no chão da vida.

Adolescentes e jovens
Com a vida em crescimento
Para demonstrar talento
Devem fazer investida
Cheios de esperança e paz
Buscando os seus ideais
Com os pés no chão da vida.

Tanto o empreendedor 
Como qualquer operário
Deve ver que é necessário
A meta ser atingida
Por projetos coletivos
Definindo objetivos
Com  os pés no chão da vida.

Cultivar a inteligência
Pela boa educação
Fugir da alienação
Munir-se de consciência
Colher espinhos e rosas
Nas horas embaraçosas
Saber encontrar saída
E pra não desanimar
É preciso caminhar
Com os pés no chão da vida.

Autor: Zé Bezerra 
Fonte: Blog Sertão Caboclo




Boa Leitura   Cafezinho da confusão



Logo cedo, os animais partiam em disparada, como se fossem catar ouro lá no fundo da pastagem, pertinho do horizonte. Espetáculo que todo mundo gosta de ver: a miunçada querendo curtir a vida total. Na tardinha, hora de recolher, os mais agitados agitam a cauda como passarinho e, de repente, perdem as pernas, cambaleiam, não entendem o que está acontecendo e puff - caem ao chão!
Sem entender, o pastor trata de acelerar os mais tardios e eles, de fato, aceleram, mas logo estão tombando, alguns estrebuchando ali mesmo.
- Xiii! Não pode mexer com os bichos que eles caem - afirma Zezinho Durão.
Não houve jeito. Depois de perder dezoito animais, em três dias, o melhor era buscar o veterinário da cidade. O funcionário chegou, bufando: “Doutor, é pra vir logo, pois tem bicho morrendo um atrás do outro”.
O velhote pegou a maleta preta e logo chegou, cachimbo na boca, ar de sabedoria milenar, olhou e viu, ligeiro, vaca morta, ovelha morta, cabra morta, apertou um bicho inchado, e deu o veredito:
- Aposto cem pratas como tem cafezinho...
O fazendeiro deu um salto:
- Cafezinho? Aqui? Nunca.
O veterinário arregalou os olhos pela raiva mal contida do fazendeiro, mas este não parou a fúria:
- Nem cafezinho, nem cafezão, nem erva-café, nem mato-café. Nem erva-rato, erva-gato, nada disso. Nesta fazenda não tem erva matadeira, pois passamos um pente-fino, tim-tim por tim-tim..
- Bom, o senhor me perdoe, mas a Rubiácea não brinca em serviço e deixa a marca da botina, como todo bandido. Está escrito aqui no bucho da ovelha que é Rubiaceae palicourea    marcgravii. Se não for, eu perco as cem pratas.
Enquanto saboreava o cafezinho com pão de queijo de Dona Nena, o veterinário de setenta anos ia explicando:
- Olha, o cafezinho provoca envenenamento, morte súbita, geralmente por nada, não tem sintoma, nada de nadinha. Os animais comem a planta, ficam agitados, começam a correr, o sangue circula e os mais ligeirinhos são os que morrem primeiro. Por isso, o melhor é não mexer com a bicharada.
- Uai, doutor, e bicho morre sem aviso?
- Nem aviso, nem nada. Simplesmente desliga da tomada e tchibum! - tá mortinho da silva! O veneno provoca um bloqueio geral na atividade celular. Não tem lesão, nada. Pode crer que mudaram os animais de cercado.
- Aqui ninguém muda bicho de cercado, sem receber ordens.
- Pois a mortandade está dizendo que tem fugitivo, tem buraco de cerca, tem cafezinho bem nascido e crescido.
O vaqueiro, cheio de medo de levar uma espinafrada, foi se aproximando, caprichando no linguajar:
- A gente solta os animais, cedo, e eles vão até o córrego beber água. Depois, se espalham. Quando a gente vai buscar, uns correm e caem que nem pedra.
- É cafezinho - sentenciou, de novo, o velho e respeitado veterinário.
- Pois eu ajudo nas roçadas, palmo a palmo, e posso garantir: não tem ca-fe-zi-nho nesta fazenda - respondeu o fazendeiro. “Deve ser cobra e precisamos de um benzedor. E tem mais: eu topo as cem pratas. O senhor, como promotor e acusador, pode mostrar as provas do crime”.
O velhote suspirou, pois apareceu trabalho pesado, mas não esmoreceu:
- Tá bom, me arranje um chapéu de palha que vou conhecer tudo, fazer uma benzeção contra cobra e - claro! - vou descobrir o cafezinho.
Muitas vezes, para ficar mais compreensível para o sertanejo, o velho veterinário dramatizava uma benzeção com algumas ervas catadas e pisadas, óleo, urina, fumaça, esfregava nos bichos e sarava. Ele sabia que a cura sempre teria sido por conta da injeção bem aplicada, mas para que perder tempo explicando muita coisa para quem não estava à altura de entender? Cada quero com seu lero, ou cada lé tem seu cré.
Andaram, andaram, viram o alto da pastagem bem feita, nada de cafezinho, nem sombra de qualquer outro tipo de erva. O pasto era uma beleza. Foram ao bosque, ao riacho, onde todos bebiam - nada de nada!
- Pois bem, terminou a propriedade, o senhor me deve as cem pratas, pois não tem cafezinho e, no entanto, a bicharada está morrendo. O senhor é dono da bíblia, mas essa bíblia está errada.
- Hummmmm! - grunhiu o veterinário, esfregando o queixo por onde escorria o suor que descia da testa. Deu um grande suspiro, e rematou:
- A bíblia nunca erra, se não que diabo de bíblia seria essa? Pois o patrão volte para a casa grande, ordene a galinha do almoço, que eu vou dar uma espiada mais aprumada por aqui.
Dito e feito, a turma se dispersou e o veterinário podia começar sua maratona de detetive buscando o local do crime. Começou a percorrer cada metro da cerca junto do córrego. Não demorou muito e descobriu um arame afrouxado e capim amassado.
- Ah! eis o portal do inferno.
O córrego era pequeno, havia caído uma palmeira, que servia de pinguela para as cabras. Curiosas, elas passavam para o outro lado. O mesmo fez o experiente veterinário e, na terra do vizinho, logo descobriu uma capoeira no pé do rochedo e gritou:
- Eureka! Um monte de cafezinho.
Recolheu alguns talos roídos da erva maldita e voltou, feliz da vida, para a casa grande. Chegando, fez a festa:
- A bíblia não erra. Arame frouxo, animais espertos, foram para o outro lado, cortaram erva e voltaram. As vacas comeram alguns talos e as ovelhas e cabras se empanturraram. Deu no que deu. Eu estava certo e o nobre fazendeiro estava errado.
- Eu? Errado? Nada disso. O ilustre veterinário disse que o cafezinho estava nas minhas terras. E não estava.
O motorista, calado até agora, sentenciou:
- Pois é: cabrita tem medo de gota d´água e quem diria que elas iriam atravessar um rio, para pegar um cafezinho no vizinho, não é mesmo?


(Adaptado de “O galinhista”, Edson Pereira, Goiânia, 2010, Funape, IPTESP, p. 63, com autorização)