sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Boi ganha próteses nos Estados Unidos


O animal foi abandonado no frio e perdeu duas patas, mas foi resgatado e ganhou próteses para conseguir se locomover novamente.

Nota do Blog: Tecnologia avançada.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Emparn desenvolverá trabalho com cactácea nativa da caatinga

pelo7
A empresária do município Kaline Cristine de Castro Felipe, de Angicos, teve a ideia de usar uma fruta proveniente da palmatória “Opuntia palmadora” conhecida na região por “pelo” – uma espécie de cacto nativo – como matéria-prima para a produção de sorvetes. Sua fábrica é uma das novas incubadas pela Incubadora Tecnológica e Multissetorial do Sertão.
De sabor azedo, a fruta possui uma polpa carnuda que também pode ser utilizada na produção de geleias, mouses e recheios em caldas. O quilo chega a custar dez reais. O preço alto é devido à dificuldade no beneficiamento. O fruto deve ser manipulado com cuidado uma vez que a sua casca possui muitos pontinhos cheios de minúsculos espinhos, os “pelos”, que penetram na pele. Para retirá-los se faz necessário o uso de uma pinça. Em toda a região Nordeste, a planta é utilizada como alimentação para os animais no período de seca. Em alguns estados, essa fruta é conhecida como figo da índia.
Como a exploração desta planta ainda acontece de forma extrativista, a EMPARN está se preparando para iniciar pesquisas de campo com o objetivo de otimizar a produtividade desta planta através de práticas de manejo de campo com foco na sustentabilidade ambiental.

NOTA DO BLOG:
O município de Angicos-RN, já foi um dos maiores produtores do fruto da palmatória, o famoso pelo. Era comum na época que o trem trafegava por Angicos, pessoas vendendo o prato de pelo aos passageiros. O angicano mais famoso, Aluizio Alves, quando visitava Angicos, alguns moradores de seu tempo, traziam pratos e mais pratos de pelos para o saudoso AA, levar para sua casa. Por muito tempo, Angicos era conhecida como a terra do pelo.  Tudo isso com a coordenação da minha querida e saudosa angicana Zélia Alves, a quem Angicos deve muito.

COISAS DO SERTÃO

A CABAÇA E O POTE      
b1
Cabaça para apanhar e transportar água
Meizinha, suvaco, adijutoro, rapariga, isculhambação, cabra besta, gaiudo, gabarolice, catá coquinho, vacuá e tantas outras falas, são não apenas o linguajar da roça vivido pelo matuto. Há um grande universo envolvendo tudo isso.
Traduzir a coragem e a persistência – às vezes, até por ter consciência da impossível solução para apenas um problema – do matuto, aquele que realmente produz riqueza pela força do trabalho na agricultura e afins, é algo muito difícil.
 
Madrugar – acordar e levantar, quando o dia começa a clarear – é não apenas uma necessidade. É um hábito. Ao escutar o galo cantar, a vaca mugir ou o berro dos cabritos, é rotina. É o despertador, na roça – para os abastados, na “fazenda”.
Era assim, para os sertanejos quando o sol avermelha os céus mostrando um colorido encorajador e a roceira diz:
- Levante meu fii, se avexe e vamos buscar água pros potes, prumode fazê a bóia dicumê!
b2
Pote – a “geladeira” do interior
Caminhar 12 Kms (6 de ida e 6 de volta) pelas veredas para apanhar uma cabaça d´água, não era coisa que uma criança entrando na adolescência gostasse de fazer. Mas, era preciso fazer. Tinha que acontecer. Eram duas caminhadas, o que acabava significando 24 Kms por dia – “apenas para buscar água” – para uma casa de 9 moradores. O banho ficava para a segunda viagem ou, no fim da tarde na garupa do jumento do avô.
Chovesse ou fizesse sol. E aqui fazemos uma parada para uma indagação – será que a água tem importância para uma família dessas? Será que a transposição do São Francisco vai significar alguma coisa para várias famílias que vivem esse dilema?
Em casa, o pote sobre a trempe. Coador de morim amarrado na boca para evitar a passagem de gravetos ou de martelos na água de beber. Ferver a água, nunca. A água só fervia quando era colocada no fogo na lata de fazer café, já com um pedaço de rapadura.
 
Nos anos 50, 60, e meados de 70, nenhuma residência do interior do estado tinha água tratada e canalizada – e isso significava dizer, que esgoto ninguém conhecia naquelas paragens.
Hoje, acreditamos, tudo é diferente. Já não se caminha mais 24 Kms e a cabaça e o pote foram praticamente abolidos, embora as casas permaneçam quase sempre as mesmas: paredes de estuque, chão batido, fogão a lenha e portas fechadas com tramelas, apesar da crescente e preocupante violência urbana.
E dá uma saudade danada da caminhada diária de 24 Kms. Dá uma saudade danada do bom, da ingenuidade, da coisa boa e, principalmente, da união e da unidade familiar – coisa que a tecnologia trouxe junto com a evolução.
Felizmente, ainda é comum, nos povoados do interior, a “roça familiar” – batata doce, macaxeira, feijão, maxixe, quiabo, tomate, coentro, cebolinha verde e, nas Queimadas os primos e filhos dos primos nunca deixaram de preservar as moitas de mofumbo, arbusto preparado para a reprodução dos capotes – galinha d´angola.
http://www.luizberto.com/

Tuberculose em Rebanhos Bovinos

A tuberculose em rebanhos bovinos não tem cura
A tuberculose é uma doença crônica que afeta os pulmões e outros órgãos dos animais podendo trazer sérios prejuízos para o produtor rural. No entanto, mesmo ainda não tendo cura, é possível controlar a proliferação da doença. O o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Flábio Ribeiro Araújo, destaca que, em média, 90% das infecções por tuberculose ocorrem por vias respiratórias, em aglomeração de animais, mas existem outras formas de contaminação, como por via oral, quando, por exemplo, um bezerro mama em uma vaca infectada e também se contamina.
“Nem sempre os animais apresentam sinais clínicos da doença. Há casos de animais contaminados com excelente estado de carne. A tuberculose é uma doença progressiva, que pode culminar com a perda de peso extrema do animal. É bom lembrar que não há cura, no caso de bovinos. Por isso, uma vez confirmada é necessário o abate sanitário e a notificação junto ao Ministério da Agricultura”, explica o pesquisador.  Por isso, ele recomenda que o produtor só compre animais que tenham sido examinados e apresentem resultados negativos para o teste da tuberculose.
Segundo Araújo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mantém o Programa de Monitoramento da Tuberculose Bovina, com os objetivos de baixar a prevalência e a incidência da tuberculose e certificar um número elevado de estabelecimentos de criação, nos quais o controle e erradicação da enfermidade sejam executados com rigor e eficácia, visando aumentar a oferta de produtos de baixo risco para a saúde pública.

Equipamento transforma água salobra em potável para consumo animal
O equipamento de dessalinização para aproveitamento das águas salobras acumuladas em fontes subterrâneas no semiárido nordestino foi desenvolvido pelos pesquisadores da  Embrapa Semiárido. Os pesquisadores conseguiram montar um sistema que transforma parte dessa água em potável e, usa a outra parte, com grande concentração de sais, na criação de peixes Tilápia e na irrigação de uma planta forrageira, a erva-sal.
Esse sistema é base para uma política pública vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Programa Água Doce, que já beneficia comunidades rurais em vários locais do sertão nordestino. O pesquisador da Embrapa, Gherman Garcia Leal Araújo, explica que essa forma de aproveitamento combina a produção de água de boa qualidade, e dá suporte a atividades agrícolas que geram renda e ampliam as fontes de segurança alimentar das comunidades rurais.
Atualmente, os efluentes produzidos no processo de retirada dos sais são despejados no solo sem qualquer tratamento, o que cria grave problema ambiental, prejudicando o solo e transformando as áreas estéreis. Com o novo equipamento que aproveita a água subterrânea e produz água de qualidade, a quantidade de efluente gerado varia de 40 a 70% do total de água retirada do poço para ser dessalinizada.
Com o Programa Água Doce, ele passam a ser utilizados em tanques para criação de peixes e, ainda, na irrigação de uma planta que tem capacidade de crescer em solo salino. Com o nome popular de Erva-sal, possui altos níveis de proteína, o que é interessante para compor a dieta dos rebanhos na região seca do Nordeste.
"Esse sistema integrado, além de disponibilizar água potável para as comunidades, possibilita uma condição de renda para a população, por meio de produção de peixes e da uso da erva sal como alimento para caprinos e ovinos”, destaca o pesquisador da Embrapa Semiárido, Gherman Garcia.
Por intermédio do Programa Água Doce, estão sendo implantadas unidades demonstrativas deste sistema em onze estados, sendo nove do Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo. O projeto conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, da Fundação Banco do Brasil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Universidade Federal de Campina Grande, além da Embrapa Meio Ambiente. 
Nordeste Rural

Exportação de gado em pé bate recorde


Tem gente que condena a exportação de gado em pé, mas que ela gera divisas para muitos produtores, disso não tenho dúvidas. Constatei pessoalmente a sua importância lá no Pará, na Amazônia inóspita. Além disso, o mercado brasileiro é imenso e dá lugar a todas as atividades.
Acompanhem: em 2010, o Brasil faturou US$ 658 milhões com a exportação de gado em pé, um recorde que perdurou até 2013, quando o faturamento saltou para US$ 717 milhões com o embarque de 688 mil cabeças. Sobre 2012, houve incremento de 23%. Naquele ano, a receita somou US$ 582 milhões e 512 mil cabeças foram comercializadas.
A vizinha Venezuela continua sendo a maior importadora - 88,6% das compras. Libano, Egito e Jordânia também importam gado em pé.
Os números foram divulgados pela Associação dos Exportadores de Bovinos (Abeg). A entidade acredita que os embarques vão crescer. (Sebastião Nascimento)

ELEIÇÃO DA FETARN PRESTES A ACONTECER


           O MOVIMENTO SINDICAL ESTA EM ADRENALINA, POIS NOS DIAS 18 A 21 DE FEVEREIRO DE 2014, VAI HAVER A ELEIÇÃO DA FETARN - FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. 
SENDO QUE PARECE QUE VAI TER DOIS CANDIDATOS A ELEIÇÃO, SÃO ELES: MANOEL CANDIDO E JOSE EDSON.
OS POLOS SINDICAIS DO ESTADO ESTÃO SE ARTICULANDO COM OS SINDICATOS, PARA QUE POSSA ELEGER O MELHOR PARA A FETARN.
EM QUANTO NÃO COMEÇA O CONGRESSO ESTA TENDO VARIAS ARTICULAÇÕES, CONVERSAIS E PLANEJAMENTO PARA QUE OS DELEGADOS QUE VÃO PARA O CONGRESSO ESTEJE BEM ARTICULADOS E SAIBAM EM QUEM VÃO VOTAR.
AGORA SÓ NOS RESTA ESPERAR O CONGRESSO, PARA QUE SEJE ELEITO O MELHOR PARA A FETARN E TAMBÉM PARA O MOVIMENTO SINDICAL.

Estamos de Volta e Com Chuvas



Após quase uma semana ausente do nossaterra, estamos de volta. Com uma notícia muito boa. Amanheceu chovendo aqui em Fernando Pedroza. Graças meu Deus. Que continue assim. Como também, a nossa barragem Armando Ribeiro, tome bastante água. A Deus querer, assim será.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

João Intini toma posse na diretoria da Conab


O agrônomo João Marcelo Intini tomou posse nesta quarta-feira, 22, como diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Intini foi nomeado pela presidente Dilma Rousseff para ocupar o cargo da Diretoria de Política Agrícola e Informações da estatal. A nomeação foi publicada na última segunda-feira, 20, no Diário Oficial da União (DOU).
Conforme comunicado da Conab, Intini é natural de São Paulo e graduado pela Universidade Federal de São Paulo. Ele trabalhou como chefe do Departamento de Agricultura da prefeitura de Conceição do Araguaia (PA), de 1997 a 1998, assumindo logo em seguida como secretário executivo da Cooperativa de Serviço e Apoio Ao Desenvolvimento Humano e Sustentável Atiorô.
Atuou de 2004 a 2011 no Ministério do Desenvolvimento Agrário, ocupando diversos cargos como de assessor técnico do Gabinete da Secretaria de Agricultura Familiar, diretor substituto e coordenador geral de Fomento à Ater do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural. Recentemente, João Marcelo Intini trabalhava como assessor técnico da Liderança do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados. Intini assume o cargo em substituição a Silvio Porto, que deixou a companhia para cursar mestrado em agroecologia no exterior.

NOTA DO BLOG:
Tomara que o Dr. João Intini olhe para o semi árido com bons olhos em relação a comercialização do milho. O Dr. Silvio Porto, infelizmente, não foi correto com os apenados da estiagem prolongada. A culpa sempre era dos meios de transportes. Vamos torcer, sim, para que mude a política de comercialização do precioso cereal aqui para o NE brasileiro.  
Soro de leite de vaca pode ser usado na terminação de cordeiros 

Arquivo Embrapa
Soro de leite de vaca pode ser usado na terminação de cordeiros
O soro do leite de vaca é uma alternativa eficaz, e mais barata, para alimentação dos rebanhos de ovinos no Ceará. É o que comprova o trabalho que pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE) têm feito na região de Morada Nova, distante 167 km de Fortaleza.

De acordo com a pesquisadora Luciana Shiotsuki, o soro é um subproduto rico em proteína, muitas vezes descartado pela indústria leiteira, mas a sua utilização na dieta dos cordeiros pode reduzir os custos de produção. “Esta proteína é fornecida para equinos, suínos e bovinos de leite mas poucos a utilizam para alimentação de ovinos”, explica.

A inclusão de soro na dieta dos cordeiros participantes do 7º Teste de Desempenho de Ovinos Morada Nova, proposta pelo pesquisador Marcos Cláudio Pinheiro, tem demonstrado excelentes resultados que serão apresentados no encerramento do evento, entre os dias 28 a 30 de janeiro. Na ocasião, os pesquisadores vão comparar os benefícios de se utilizar uma dieta à base de ração de milho, sorgo, ureia e feno de capim tifton – considerada cara para a região Nordeste – e os ganhos obtidos com a utilização do soro do leite de vaca.

Outro diferencial desse 7º Teste em relação aos anteriores é a realização do exame andrológico através da coleta de sêmen dos cordeiros. Ao final do teste, além do certificado avaliando o potencial de crescimento, o animal será certificado pelo seu potencial como reprodutor.

Este ano, além de criadores da região de Morada Nova, participam do Teste de Desempenho, que teve duração de 100 dias, criadores do baixo Jaguaribe, Sobral, Icó e Crato. Os 15 primeiros dias foram dedicados para adaptação dos animais, o restante do período foi a prova efetiva, em que os animais foram pesados a cada 15 dias. Os cordeiros foram confinados em quatro baias contendo de 7 a 8 animais, onde receberam alimentação três vezes ao dia, de acordo com o peso do lote.

Patrimônio municipal

Os animais da raça Morada Nova são Patrimônio Cultural, Histórico e Genético da cidade de Morada Nova (CE), instituído por meio da Lei Municipal Nº 1.597, e existe um pedido para que sejam considerados também patrimônio histórico cultural do Ceará.

Os ovinos Morada Nova foram primeiramente encontrados naquela região e apresentam características importantes como a rusticidade (adaptados, portanto, à região semiárida), excelente qualidade do couro e alta prolificidade (apresentam maior número de cordeiros por parto).

Em virtude da inserção de outras raças exóticas no País, os ovinos Morada Nova chegaram perto de ser extintos. Atendendo a uma demanda dos criadores e visando à preservação genética, a Embrapa Caprinos e Ovinos iniciou um projeto para recuperação da raça, em 2007. Uma das ações é o trabalho de melhoramento genético participativo com os criadores da região, que envolve o teste de desempenho, realizado anualmente.

Serviço

7º Teste de Desempenho de Ovinos Morada Nova
Data: 28 a 30 de janeiro
Local: Parque de exposições de Morada Nova (CE)


Adriana Brandão – MTb CE01067JP
Embrapa Caprinos e Ovinos

Embrapa lança tomate que ajuda na prevenção de doenças degenerativas


Foto: Henrique Carvalho/Embrapa
A Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) lançou a tomate desenvolvido com elevados teores de carotenoide licopeno, um antioxidante tido como um dos mais eficientes na prevenção de doenças degenerativas e cardiovasculares.
A cultivar BRS Zamir, do tipo cereja, está direcionado ainda ao segmento de cozinha gourmet em função dos equilibrados teores de açúcar e ácidos. O novo híbrido conserva todas as principais características do segmento “grape” (textura, sabor e cor).
“A demanda por tomates especiais, do tipo “gourmet”, tem crescido muito no Brasil. O desempenho do híbrido BRS Zamir, tanto na parte sensorial, conservação pós-colheita, como na produtividade, comprovadas em testes realizados em Goiás e São Paulo, colocam esse híbrido entre os melhores materiais genéticos em termos de desempenho agronômico”, avalia o pesquisador Leonardo Boiteux, coordenador do Programa de Melhoramento de Tomate do Centro de Pesquisa.
Para os produtores rurais, as vantagens do híbrido estão na produtividade e durabilidade no período pós-colheita: são em média oito quilos por planta e duração de até 15 dias na prateleira, após ser colhido. O material, segundo Boiteux, possui um gene que estimula a bifurcação dos cachos e aumenta o número de frutos por penca, o que o torna extremamente atrativo para o produtor. “O BRS Zamir foi testado por grandes produtores de tomate de Goiânia e teve uma excelente aceitação”, registra.
O cultivo protegido é preferencialmente recomendado para o novo híbrido, embora, com manejo adequado, o plantio em campo aberto não diminua as suas qualidades. O pesquisador José Mendonça, um dos integrantes da equipe de lançamento do híbrido BRS Zamir, recomenda, no entanto, que seja priorizado o cultivo na época de sequeiro, durante os meses de maio a setembro, quando costuma haver menos chuva.

E se o inverno não chegar?

Ivanúcia Lopes/ Jornal de Fato
Foto: Gildo Bento


A situação que já estava difícil pode piorar. Depois de uma das maiores secas dos últimos 50 anos, a estiagem tem chances de prevalecer em 2014, complicando ainda mais a realidade crítica vivida em várias cidades do Rio Grande do Norte. A informação foi apresentada por meteorologistas do Nordeste no XVI Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino. O prognóstico apresentado aponta a seguinte condição: chuvas acima da média 25%;  em torno da média 35% e abaixo da média 40%.
A informação teve tanto impacto que o Comitê da Seca do Rio Grande do Norte estará reunido na tarde de hoje (23) para analisar os dados e as alternativas de convivência com a estiagem, caso a previsão se cumpra.
Em entrevista concedida a Intertv Cabugi, o secretário de agricultura do estado, Tarcísio Bezerra, afirmou que embora a previsão não seja animadora, é menos pessimista do que a previsão de dezembro de 2013. Mas se a estiagem se prolongar o secretário declarou que será traçado um planejamento junto ao Comitê da Seca para dar assistência aos agricultores e produtores do estado, com ênfase nos projetos já iniciados, como a Barragem de oiticica, e as adutoras de engate nas cidades de Jucurutu, no Seridó, e de Pau dos Ferros, no Alto Oeste.
O secretário de Agricultura do estado informou ainda que na tarde de ontem (22), aproveitando a presença da presidenta Dilma para a inauguração da Arena das Dunas, a governadora Rosalba Ciarlini entregou uma solicitação formal de recursos para a instalação de 764 poços perfurados no estado.
Embora com as grandes chances de estiagem, o secretário Tarcísio Bezerra manifestou esperança de que a nova previsão, marcada para 17 de fevereiro, traga boas notícias. Nesse caso, ele adiantou que Estado já dispõe das sementes que serão distribuídas com os agricultores e está negociando com os bancos a disponibilidade financeira para o plantio da cultura de subsistência.
A PREVISÃO
Para chegar à previsão, meteorologistas dos estados do Nordeste, além de especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e de institutos dos Estados Unidos (IRI) e Reino Unido (UK Met Office) analisaram condições termodinâmicas dos oceanos Pacífico e Atlântico, condições da atmosfera e previsões de modelos atmosféricos globais, para avaliação prévia do período chuvoso nestes próximos três meses.
Gilmar Bistrot, meteorologista da Emparn presente na reunião, disse que para o RN a maior probabilidade é de chuvas normais, entre 200 mm a 300 mm descentralizadas nas regiões do estado. “A previsão não é conclusiva por definitivo. São dados que ainda podem apresentar evolução”, explica. 
Apesar da previsão “um pouco otimista” em relação aos dois anos anteriores, 2012 e 2013,  o volume de chuvas “pode não resolver o problema e recuperar os reservatórios do estado”. Para agricultura de subsistência, as chuvas podem ser suficientes, mas “não será suficiente para os mananciais”, afirma Bistrot.
Devido as previsões, e a situação atual dos mananciais e abastecimento de água, o Governo do Estado deverá estabelecer um planejamento para prolongamento do uso da água.
NÍVEL DOS RESERVATÓRIOS
Os principais reservatórios do RN estão em alerta. Em Pau dos Ferros, o volume do principal reservatório está com 6% da capacidade, e aproximadamente 80% da população está tendo que comprar água para consumir.
Em Caicó, o Itans está em 11,24% da capacidade. A Barragem Engenheiro Armando Ribeiro, maior represa de água do Rio Grande do Norte, se encontra no pior nível desde sua construção, em 1983, 34,28% de sua capacidade. 
No início de janeiro a Caern iniciou um programa de racionamento nos municípios abastecidos pela adutora Arnóbio Abreu, que atende aos municípios de Paraú, Triunfo Potiguar, Campo Grande, Janduís e Messias Targino. Os moradores dessas cidades estão com água nas torneiras em dias alternados.
Jornal de Fato

Seguro-Safra: Boletos referentes ao biênio 2013/2014 já estão à disposição dos agricultores

Paulo César de Brito
Informa o secretário municipal de Desenvolvimento Rural, da Prefeitura do Assú, Paulo César de Brito, que já estão sendo disponibilizados, na sede do órgão, aos trabalhadores rurais do município que fizeram a adesão ao programa Seguro-Safra, do Governo Federal, o boleto de adesão correspondente ao biênio 2013/2014, que, conforme ressaltou, deverão ser pagos na rede bancária local.
Os beneficiários devem se dirigir à Secretaria, instalada no interior do Centro Administrativo Prefeito Edgard Borges Montenegro, para o recebimento do referido boleto de pagamento, até o próximo dia 31 de janeiro, uma sexta-feira.
Por oportuno, o secretário declarou que há uma expectativa de que o desembolso do referido programa, referente ao exercício 2012/2013, possa ocorrer provavelmente ainda durante o decorrer da primeira quinzena de fevereiro, após o pagamento da contrapartida do Governo do Estado, que havia ficado em atraso perante a coordenação nacional do programa federal. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Concurso para o MAPA

Anunciado concurso para preencher vagas no Ministério da Agricultura
Serão abertas 796 vagas com salários que podem ir até 12,5 mil reais. O concurso Foi divulgado no Diário Oficial da União, Seção 3. O edital de abertura do concurso público 001/2014 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, voltado ao provimento de vagas nas carreiras de Fiscal Federal Agropecuário, Atividades Técnicas de Fiscalização e do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo.                  
As oportunidades estão distribuídas entre as Unidades do Mapa nos Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins e são para os seguintes cargos:
.    Nível Fundamental: Auxiliar de Laboratório (66 + 4 PcD – reserva de vagas para Pessoas com Deficiências).
    Nível Médio/ Técnico: Agente de Atividades Agropecuárias (47 + 3 PcD), Agente de Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal (95 + 5 PcD), Técnico de Laboratório (174 + 10 PcD), Agente Administrativo (104 + 6 PcD) e Técnico em Contabilidade (4 + 1 PcD).
    Nível Superior: Engenheiro Agrônomo (76 + 4 PcD), Farmacêutico (12 + 1 PcD), Químico (20 + 2 PcD), Veterinário (104 + 6 PcD), Zootecnista (6 + 1 PcD), Administrador (23 + 2 PcD), Bibliotecário (2), Contador (5 + 1 PcD), Economista (4), Engenheiro (3), Geógrafo (3) e Psicólogo (2).
 Do total de vagas, 46 são para pessoas com deficiência e os salários variam de R$ 2.818,02 a R$ 12.539,38, de acordo com a escolaridade, para jornadas semanais de trabalho de 40h.
As inscrições poderão ser realizadas entre os dias 3 de fevereiro e 6 de março, pelo endereço eletrônico www.consulplan.net, com taxas de R$ 38,50, R$ 50,00 e R$ 71,00, de acordo com o cargo. Os interessados devem ter formação em nível fundamental, médio/ técnico ou superior, conforme vaga pretendida.

da redação do Nordeste Rural

Excesso de trigo no mercado derruba os preços no Rio Grande do Sul

Safra de trigo é uma das melhores dos últimos anos no Brasil.
Trigo importado também contribui para superlotação dos silos.

Do Globo Rural
O Rio Grande do Sul colheu uma safra recorde de trigo. O problema é que com tanta oferta, o preço caiu e os agricultores têm dificuldade para vender o cereal.
A safra de trigo é uma das melhores dos últimos anos no Brasil. O país produziu quase 5,5 milhões de toneladas do grão, aumento de 25% sobre a safra anterior. No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, o crescimento foi ainda maior: foram 3,2 milhões de toneladas, aumento de 68% na safra.
Segundo um levantamento da Farsul, a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, apenas 20% do trigo colhido no estado já foi comercializado. O número é bem abaixo do registrado o ano passado, quando nesta mesma época do ano, quase metade da produção já tinha sido vendida.
O resultado são silos lotados com trigo e, por causa desta grande oferta, menor preço. O agricultor Ademar de Castro está preocupado. O valor da saca caiu mais de 20% desde a colheita até agora. “Quando chegar em fevereiro começam a vencer os contratos nos bancos e vou ter que vender, bem dizer, 'dar' o meu trigo", lamenta.
Além da safra alta no Brasil, os moinhos e indústrias estão lotados com trigo importado, principalmente do Canadá e dos Estados Unidos, o que também acaba colaborando para a queda no preço do grão.
"O agricultor está aguardando a melhora dos preços. Antes a tonelada era vendida a R$ 850 e agora está em torno de R$ 630. Caiu muito o valor e o agricultor não está comercializando porque acredita que os preços serão maiores mais adiante", explica o cerealista Vitor Marasca.

Meteorologia admite nova seca no semiárido


Os meteorologistas do Nordeste estão menos otimistas com relação à quadra chuvosa do semiárido em 2014, que começa em fevereiro e vai até maio. Ao final de uma reunião realizada ontem em Fortaleza, o prognóstico apontava a seguinte condição: acima da média 25%; em torno da média 35% e abaixo da média 40%. Os números, foram anunciado ontem pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), durante o encerramento do XVI Workshop Internacional de Avaliação Climática para o Semiárido Nordestino. Com a previsão, o órgão faz um alerta para a possibilidade de a seca ser prolongada em 2014.
Para chegar à previsão, meteorologistas dos estados do Nordeste, além de especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e de institutos dos Estados Unidos (IRI) e Reino Unido (UK Met Office) analisaram condições termodinâmicas dos oceanos Pacífico e Atlântico, condições da atmosfera e previsões de modelos atmosféricos globais, para avaliação prévia do período chuvoso nestes próximos três meses.
Gilmar Bistrot, meteorologista da Emparn presente na reunião, disse ontem que para o RN a maior probabilidade é de chuvas normais, entre 200 mm a 300 mm descentralizadas nas regiões do estado. “A previsão não é conclusiva por definitivo. São dados que ainda podem apresentar evolução”, explica.
Apesar da previsão “um pouco otimista” em relação aos dois anos anteriores, 2012 e 2013, o volume de chuvas “pode não resolver o problema e recuperar os reservatórios do estado”. Para agricultura de subsistência, as chuvas podem ser suficientes, mas “não será suficiente para os mananciais”, afirma Bistrot.
Devido as previsões, e a situação atual dos mananciais e abastecimento de água, o Governo do Estado deverá estabelecer um planejamento para prolongamento do uso da água. Segundo Bistrot, nesta próxima quinta-feira, dia 23, haverá uma reunião do Comitê da Seca para análise dos dados de previsão concebidos nesta reunião. “Vão discutir e analisar alternativas ou soluções em cima desse prognóstico”, diz.
Os principais reservatórios do RN já causam preocupação. Em Pau dos Ferros, a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos registra o volume de 11,24% da capacidade. No Itans, localizado em Caicó, o volume está em 11,24%. A Barragem Engenheiro Armando Ribeiro, maior represa de água do Rio Grande do Norte, se encontra no pior nível desde sua construção, em 1983, 34,28% de sua capacidade. Pela baixa nos reservatários, 14 cidades, nas região do Alto Oeste e Seridó, continuam com seus reservatários em colapso de abastecimento de água.
Na semana passada, a Caern iniciou um programa de racionamento nos municípios abastecidos pela adutora Arnóbio Abreu, que atende aos municípios de Paraú, Triunfo Potiguar, Campo Grande, Janduís e Messias Targino. Os moradores dessas cidades terão água nas torneiras dia sim e outro não.
A adutora capta água da Barragem Armando Ribeiro, que é o maior reservatório do RN, com 2,4 bilhões de metros cúbicos. Na última medição feita pela Secretaria de Recursos Hídricos, a barragem estava com apenas 34% de sua capacidade, volume suficiente para assegurar o abastecimento até somente até o final do ano. (Tribuna do Norte)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O Milho da CONAB

Produtores enfrentam filas para receber cota de milho

http://tribunadonorte.com.br/
Produtores rurais estão enfrentando dificuldades para comprar milho a preço subsidiado na Companhia Nacional de Abastecimento no Rio Grande do Norte (Conab/RN). O estoque acabou em pelo menos quatro das oito unidades da companhia: Natal, Caicó, João Câmara e Lajes. Nas outras quatro, a situação é considerada crítica. O volume estocado (484 toneladas) não chega nem a 2% da capacidade total de armazenamento (34,1 mil toneladas).
Vlademir AlexandreEstoque é insuficiente para atender 790 produtores rurais que aguardam liberação do milhoEstoque é insuficiente para atender 790 produtores rurais que aguardam liberação do milho
Ontem, 790 produtores foram até a unidade da Conab no bairro Cidade Satélite para agendar a compra de milho. Alguns dormiram na porta da unidade para pegar uma ficha e garantir atendimento, mas devido ao estoque baixo, só parte deles foi atendida.

Francisco Canindé Simas, 42, produtor rural de Canguaretama, chegou um pouco mais tarde, às 4h, e voltou para casa frustrado. Não conseguiu agendar a compra das 18 sacas de 60 quilos para alimentar a criação. Criador de gado, galinha, porco e ovelha, Simas vendeu 551 animais nos últimos meses dada a dificuldade em comprar milho para alimentá-los. Ficou com 329 dos 880 que criava. 

Juvelino Ferreira da Silva, 49, de São Bento do Trairi, percorreu mais de 140 quilômetros para agendar a compra. Chegou à unidade por volta das 3h e conseguiu pegar a ficha número 410. Ana Karina da Costa Coutinho, 18, natural de município de Montanhas, também chegou cedo, as 3h30, e conseguiu pegar a ficha número 318. Ela veio garantir a cota do seu pai, que fornece carne para abatedouros, e reclamou da demora no atendimento. Até as 11h30, só 190 das 790 pessoas haviam sido atendidas. 

A situação, afirma João Lúcio, superintendente da Conab no RN, só se normalizará com a chegada de uma outra remessa de milho. Segundo ele, um novo carregamento deixa hoje os armazéns do Mato Grosso, principal polo produtor, e segue em direção ao Rio Grande do Norte. O milho deve chegar em cinco dias, considerando a data de partida. 

Das quatro unidades que ainda tinham estoque de milho até ontem, a de Assu era a que estava em pior situação. A unidade só contava com 48 toneladas enquanto a capacidade de armazenamento é de 3,2 mil toneladas. Volume atual insuficiente para atender todos os produtores cadastrados na unidade. 

O problema, observou José Vieira, presidente da Federação da Agropecuária do RN (Faern), não é de hoje. Matéria veiculada pela TRIBUNA DO NORTE em 2012 já relatava as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais. A cota que cada produtor cadastrado tinha direito já havia sido reduzida pela metade na época. “Eu antes podia comprar 40 sacas. Depois dessa mudança, só posso pegar 18”, exemplificou Francisco Canindé Simas, de Canguaretama. 

As restrições, confirma João Lúcio, ficaram ainda maiores nos últimos meses. Agora  quem compra milho num mês não pode comprar milho na Conab no mêão s seguinte. A medida foi adotada para que um número maior de prodnãoutores fosse atendido, esclareceu o superintendente da Conab no estado. “Estamos fazendo o possível para atender todos os produtores”, desabafou
.
Produtor rural tem vantagens controlando o período de nascimento e desmama dos bezerros
As pesquisas indicam que o período mais propício para o nascimento dos bezerros é na seca, quando as incidências de doenças e de parasitos são baixas. Já a desmama deve ocorrer entre os 6 e 7 meses de idade, que pode ser realizada próximo ao início do período seco. Para o bom desempenho de um rebanho, o produtor rural deve realizar a programação adequada para o nascimento e desmama dos bezerros, visando uma produção saudável e lucrativa.
Para o zootecnista Haroldo Pires de Queiroz, da Embrapa Gado de Corte as recomendações quanto à melhor época de nascimento e de desmama de bovinos a ser tratada nesta programação valem para pequenos, médios e grandes produtores.
Segundo Queiroz, o criador deve começar esta programação definindo o período da estação de monta, uma vez que a gestação tem duração definida e os bezerros nascem nove meses depois.  “Quando se estabelece a estação de monta, estamos pensando na época em que as vacas estão no período mais férteis, com mais cios, e também na época do ano mais favorável para o nascimento dos bezerros”, destaca o zootecnista.
Queiroz enfatiza outros benefícios da programação  do nascimento dos bezerros. “Quando a estação de monta é posta entre abril e junho, os bezerros vão nascer janeiro, fevereiro e março. Esta época é muito boa para a saúde do recém-nascido, pois a seca dificulta a vida das bactérias e parasitas que provocam diarréias, verminosres e bicheiras nos bezerros”.
Ele explica também que a programação da desmama dos bezerros deve ser realizada levando-se em conta três aspectos:  o descanso das vacas, para que possam engravidar com mais facilidade na próxima estação; o não prejuízo do crescimento dos bezerros; e a redução do tamanho do rebanho na época da seca, quando há menos pasto disponível.

da redação do Nordeste Rural
Como reduzir a mortalidade de bezerros recém-nascidos
Um estudo realizado nos Estados Unidos, mostrou que mais da metade, ou seja, 56% da mortalidade de bezerros resultam de problemas digestivos, diarreia ou outros. De acordo com a zootecnista Flávia Hermelina da Rocha Santos, na nutrição de ruminantes, alguns antibióticos são utilizados com o objetivo de manipulação da fermentação ruminal e no controle de microorganismos que possam reduzir o desempenho e aumentar a mortalidade, em bezerros.
No entanto, o fornecimento de determinados compostos pode apresentar possíveis desenvolvimentos de resistência de cepas bacterianas. Diante disso, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), Flávia propôs-se a testar um produto potencialmente comercial, em substituição aos antibióticos utilizados normalmente e que podem promover resistências às bactérias.
O aditivo utilizado no estudo, à base de compostos/metabólitos secundários de plantas e denominados de óleos essenciais, possui ação antimicrobiana para diversos organismos, incluindo aqueles que colonizam tanto o rúmen quanto o intestino. Segundo a pesquisadora, atualmente o produto é utilizado em suínos, com potencial de uso na criação de bezerros leiteiros, devido algumas similaridades do trato gastrointestinal entre as duas espécies durante a fase de aleitamento e problemas sanitários.
O projeto foi desenvolvido entre outubro de 2012 a janeiro de 2013, no bezerreiro experimental “Evilásio de Camargo”, do Departamento de Zootecnia (LZT) da ESALQ, com 30 bezerros machos da raça Holandês. Os animais receberam 6l de dieta líquida diariamente, divididos em duas refeições (7h e 18h), composta por sucedâneo lácteo, além de concentrado inicial e água a vontade.
Os bezerros foram divididos em três tratamentos, sendo: 1) Controle – sem nenhuma suplementação com óleos essenciais; 2) Suplementação – 400 mg/kg de óleos essenciais no sucedâneo lácteo; 3) Suplementação – 200 mg/kg de óleos essenciais no sucedâneo lácteo e 200 mg/kg de óleos essenciais no concentrado inicial.
Foram realizadas avaliações de desempenho que incluíram pesagens, medições corporais, consumo de concentrado inicial e avaliação do escore e componentes das fezes. “Além disso, contamos os principais microrganismos intestinais, bem como avaliamos a fermentação e microrganismos ruminais”, comenta a pesquisadora. Também foram feitas análises do metabolismo animal (glicose, proteínas totais e β-hidroxibutirato) por meio de coleta de sangue.
A autora do trabalho observa que não houve efeitos no desempenho ou na saúde dos animais que receberam óleos essenciais, seja por meio do concentrado inicial ou sucedâneo lácteo. “A flora intestinal avaliada não apresentou diferenças em resposta à suplementação com os óleos essenciais, no entanto, a contagem das bactérias ácido láticas foi superior a das enterobactérias, durante todo o período experimental”, afirma.
Portanto, a comparação entre os microrganismos benéficos (bactérias ácido láticas) e os prejudiciais (enterobactérias) levou à conclusão de que a flora intestinal dos bezerros esteve predominantemente povoada de bactérias que ajudam a manter o equilíbrio e o funcionamento normal do intestino.


da redação do Nordeste Rural

 

EMPARN promoverá dois dias de campo

A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) inicia suas atividades em 2014 com a realização de dois dias de campo, sendo um sobre palma irrigada adensada e um sobre criação de caprinos e ovinos, ambos na Estação Experimental de Terras Secas, em Pedro Avelino. Serão dois dias com o objetivo de transmitir tecnologias aos pequenos produtores da agricultura familiar do Estado.
Amanhã (21), o dia de campo será realizado para 15 produtores rurais do Seridó, começando às 8h30, sobre palma adensada irrigada, sob a coordenação do pesquisador Guilherme Ferreira da Costa Lima.  A atividade será desenvolvida em parceria com o Serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural Privada (SATERP).
Na quarta-feira (22), o dia de campo será realizado para 25 pequenos produtores rurais do Território do Mato Grande, começando às 8h30 sobre as tecnologias de manejo e criação de ovinos e caprinos desenvolvidas pela empresa de pesquisa do Estado. Esta atividade será realizada em parceria com o Instituto Potiguar de Desenvolvimento de Comunidades (IDEC) e será coordenada pelos pesquisadores Aurino Alves Simplício e Alexandre de Medeiros Wanderley.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Pequeno e médio produtor rural está sem assistência

http://tribunadonorte.com.br/
Os dois anos de estiagem sabidamente trouxeram prejuízos ao semiárido nordestino que transpassam os aspectos financeiros. Mas a falta de perspectivas de políticas públicas que melhorem essa convivência do homem com a seca é, de acordo com o presidente da Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado do Rio Grande (Faern), José Álvares Vieira, o principal entrave à população que habita essa região. Mesmo em estado de emergência, as ações são morosas e não conseguem acompanhar ou se antever às necessidades do agropecuarista, segundo a Faern, que cobra providências governamentais para dar celeridade à implementação dos programas e uma política de crédito mais justa para os pequenos e médios produtores.
júnior santosJosé Álvares Vieira é presidente da Federação da Agricultura do RN (Faern) e do sistema SenarJosé Álvares Vieira é presidente da Federação da Agricultura do RN (Faern) e do sistema Senar
As providências como o envio de milho com preço subsidiado não atendeu à demanda e, de acordo com José Vieira, apenas metade do milho solicitado pelos pecuaristas potiguares chegou às cocheiras  das propriedades rurais. Em 2013, os pecuaristas solicitaram 111 mil toneladas, mas a Conab atendeu apenas 51.415 toneladas. A entrega chegou a 85 mil toneladas porque havia 33 mil toneladas remanescente do ano de 2012, para frustração dos criadores.

Nesses dois anos, a Faern afirma que a corrida por essa ração subsidiada fez o pecuarista criar uma situação danosa ao setor: declarar à Conab um rebanho que já não existia nos currais, na tentativa de captar uma quantidade maior de milho nos galpões. Uma irregularidade que os gestores não conseguiram estancar e que mesmo após dois anos de seca e uma grande mortandade de gado, fez o rebanho bovino do Rio Grande do Norte aumentar nas estatísticas oficiais. Algo que mais à frente poderá ter implicações ao setor. Confira a entrevista.

Quais as implicações de dois anos seguidos de seca para o setor agropecuário?
A seca não acabou. Existe a possibilidade de um inverno dentro da normalidade. Dia 20 tem mais uma reunião dos meteorologistas em Fortaleza (CE) para analisar os próximos três meses e aí sim teremos noção de como será o ano. Mas os anos de 2012 e 2013 foram os piores dos últimos 50 anos com relação à incidência de chuvas. A pecuária de leite reduziu em 50%, com alta mortalidade de gado em função da seca, parte desse gado vendida para salvar o restante do rebanho. Alguns criadores venderam para evitar as perdas. Foram anos de muitas dificuldades em relação à pecuária de corte e de leite. Perdas severas também na produção de castanha de caju, queda superior a 70% nesses dois anos. Passamos de grande exportador de castanha à quase inexistência de produção. Situação similar na apicultura, com redução superior a 90% na produção e também queda na produção de cana-de-açúcar (30%).

Em 2014 é que conheceremos a dimensão dessas consequências?
Não. A perda é instantânea. À medida que falta chuva, falta produção e temos perdas — de rebanho e leite, por exemplo. O produtor é quem mais sofre com a seca porque ela é silenciosa. A falência vem de forma silenciosa, e vai morrendo aos poucos porque deixa produzir também os grãos. O setor agropecuário do Rio Grande do Norte está passando pelos piores momentos dos últimos 50 anos, por falta de ações de governo. Não estamos pedindo favor, nem esmola. Queremos o reconhecimento do trabalho desses produtores pelo país.

Em 2013 a Faern estimou a perda no rebanho bovino Estado. Há um dado consolidado?
Se formos levar em conta os dados oficiais, tivemos até aumento nesse rebanho, mesmo considerando os dois anos de seca. Os dados, no entanto, não condizem com a realidade. Com o objetivo de obter ou manter uma quantidade maior de milho junto à Conab, muitos criadores declararam um rebanho que tinham antes da mortandade ou mesmo venda desse gado. Por isso essa distorção nos dados oficiais. Algo perigoso para a pecuária do Estado, especialmente agora que somos área livre da aftosa. O Idiarn precisa urgentemente fazer um censo nas propriedades rurais para termos um dado preciso, pois o último levantamento é de 2006. A informação que temos é que será feito entre março e abril com cobertura entre 10 a 12 mil propriedades rurais. Só assim teremos a segurança de o nosso sistema de defesa agropecuária estará rodando de forma confiável.

Muitas das promessas e ações não saíram do papel?
Em 2013, a Federação fez um documentário chamado “retratos da seca”,  quando percorremos mais de 1.100 km em vários municípios para mostrar e dar visibilidade à tragédia que estava ocorrendo nas propriedades rurais. Isso rendeu um documento entregue ao Governo do Estado. Mas infelizmente não tivemos sucesso. Por outro lado estivemos também com a presidenta Dilma Rousseff, quando ela esteve em Ceará Mirim, e entregamos um documento, mostrando a tragédia daquele momento. Pontuamos quatro itens: perfuração de poços, que não está funcionando de forma a contento; a continuada falta de milho da Conab; a questão do endividamento que o governo só fez empurrar com a barriga até 2016; e o acesso às linhas de crédito emergenciais, que para o pronafiano ela é imediata, e para o pequeno e médio produtor precisa atender 23 itens que são totalmente impossíveis de atender, fazer projetos e todo tipo de certidão, porque o risco ali é do banco. Quando é para o agricultor familiar e para o trabalhador, o risco é do Tesouro.

Quais as implicações do endividamento? 
O pequeno e médio produtores rurais não tiveram nenhum apoio e suporte do governo, seja estadual ou federal. São os mais sacrificados porque os pronafianos, aqueles da agricultura familiar, têm garantia safra, crédito emergência, e vários outros programas. Já o pequeno e o médio não têm qualquer assistência. Por isso é onde está a falência maior do setor.

Decretar estado de emergência nesses dois anos tem surtido os efeitos esperados?
O que mais dificulta para isso funcionar é a vontade política. Enquanto o governo não entender que essa questão do semiárido precisa ser tratada com bastante responsabilidade no sentido de que é urgente, porque temos mais de 500 mil pessoas morando nessa região, pouco vamos avançar. Essas pessoas precisam do mínimo de dignidade para permanecer no campo.

A Federação levou o diagnóstico da situação dos produtores ao legislativo. Obteve retorno?
A Assembleia Legislativa não tem autonomia para desenvolver nenhum projeto, mas fomos buscar o apoio dos deputados porque iríamos entregar esse documento ao governo e que se propostas do Executivo viessem para a AL, fossem aprovadas no Legislativo. Mas não chegaram propostas do governo. Recebemos essa garantia do presidente Ricardo Motta de que seria tratado com a maior urgência, mas infelizmente nada chegou.

Um inverno dentro da normalidade, este ano, é suficiente para recuperar o setor?
Demanda muito mais tempo. Se tivermos cinco anos de bom inverno, acho que na questão da agricultura poderá se recuperar, já para a pecuária seria necessário dez anos para haver uma plena recuperação. Não há como fazer um plantel de um ano para o outro. É um ano eleitoral e preocupa muito porque tem um período muito curto para que os projetos sejam desenvolvidos. Mas somos otimistas.

O governo federal ampliou o subsídio das matérias-primas para ração animal. As metas foram cumpridas?
Estivemos com o presidente da Conab, Rubens Rodrigues, e fizemos pleito de 110 mil toneladas de milho para o Rio Grande do Norte referente ao ano de 2013, e com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, a quem também entregamos essa demanda. Porém, no ano passado, só atenderam cerca de 50 mil toneladas de milho. Menos da metade do que pedimos. Para este ano, estamos novamente fazendo os pleitos, mostrando ao governo a urgência.  O milho não resolve totalmente, mas é um componente importante neste momento de dificuldade dos produtores. Falta vontade política para resolver, de fato, a situação dos nossos produtores rurais. Fica mais fácil se eles entenderem que é prioridade o produtor rural.

O setor teme que diante de um bom inverno, os gestores esqueçam as implicações dos dois anos de estiagem?
Não vamos deixar que isso aconteça porque e Faern tem um trabalho muito consistente em mostrar ao governo que precisamos de programas e projetos para médio e longo prazo. Não podemos ficar eternamente apagando fogo, cuidando de crise.

O programa de perfuração de poços não avançou?
As ações de convivência com a seca estão sendo feitas basicamente com recursos do governo federal. Pouco do governo do estado. Quando isso ocorre, você acaba ficando limitado. Se os governos tivessem se empenhado e instalar ao menos os poços já perfurados, certamente teríamos amenizado a vida dos pequenos produtores rurais. Mas muito pouco foi feito; pouquíssimas perfurações e instalações.


sábado, 18 de janeiro de 2014

CONTOS DO SERTÃO

O CORNO QUE TROCOU A MULHER POR UM RÁDIO

r1
Radio Semp Pt 76 (1940) – o par de chifre é acessório opcional
- Seu Joaquim, a tua muié ta te butando chifre! Te alui, fidumaégua!
- Conversa é essa, macho! A minha Dasdô é muié dereita, trabaiadora. Essa hora ela tá lá em casa fazendo tricô, tadinha.
- Tá fazendo tricô, mas é com os zóvos do teu vizinho, o Zégeraldo!
- Aí dento! O Zégeraldo é meu cumpade. Caba bom e é meu amigo de muito anos!
- Deixa de ser abestado e vai lá pegar os dois se abufelando! Corno féladaputa!
O seu Joaquim trabalhava no mercado consertando todo tipo de eletrodoméstico. Mas ele gostava mesmo era de ajeitar rádio. Entendia era de tudo. Era formado por correspondência pelo Instituto Rádio Técnico Monitor, quando ainda era um menino de calças curtas. Tinha uma enorme coleção de rádios antigos: Blaupunkt, Wsw Barítono, Emerson, Frahm PL-500, Zenith, entre outros, sua verdadeira paixão.
O povo falava que logo que ele saía de casa, a mulher dele caía nos braços do fogoso Zégeraldo, o vizinho e compadre do seu Joaquim. O povo falava, falava e falava, mas o seu Joaquim não dava ouvido ao falatório. Continuava ali na sua humilde banquinha no mercado.
- Seu Joaquim, deixa de ser corno! Avemaria do véi corno!
O seu Joaquim olhava por cima dos óculos e sorria. Não tava nem aí para o que os fofoqueiros diziam a respeito da dona Maria das Dores. Aliás, ele botava a mão no fogo por ela.
- Esse é o famoso “corno-churrasco”!
Todo dia era a mesma ladainha. O povo avisava que a mulher dele tava metendo chifre nele, mas seu Joaquim não acreditava nem a pau.
 
- No dia que me trouxerem uma foto, eu acredito.
Aí trouxeram a dita foto. Êita, mas que foi um desmantelo da peste, foi. Quem conheceu o seu Joaquim ali na banquinha no mercado, branquinho, baixinho, caladinho, humilde e tímido, ficou até com medo. O chifrudo quando viu a foto da mulher dele abufelada com o Zégeraldo, se transformou. Ficou vermelho como um pimentão e se armou de um facão Canindé, cuja lâmina é tão afiada que corta até a alma do infeliz. Partiu pra casa dele feito um raio, soltando fumaça, mais suado do que tampa de cuscuzeira.
- Hoje vai ter morte! – o povo gritava atrás dele.
O seu Joaquim entrou porta adentro e flagrou os dois amantes enganchados em cima da cama. O compadre Zégeraldo quando viu o facão Canindé com a lâmina tinindo, deu um pulo pra trás, choramingando.
- Num me mate não, cumpade Joaquim! Num me mate não, meu cumpade! Pelamordedeus!
 
A mulher, enrolada no lençol, se tremia que nem vara verde. Os zói arregalados, mais parecendo um caburé. Não tinha explicação para aquela cena. O cheiro de chifre queimado infestou o quarto. O seu Joaquim de repente parou. Soltou o facão no chão. Os amantes se entreolharam assustados. Em cima da mesa tinha um rádio Philco TRANSGLOBE nove faixas, ano 1973, o conhecido B-481, uma relíquia para colecionadores.
r2
Seu Joaquim não se fez de rogado. Botou o rádio debaixo do braço, olhou com calma e desdenhosamente para o seu compadre Zégeraldo, que estava completamente nu, de pau mole, encostado na parede, olhando sem nada entender o que estava acontecendo.
- Cumpade Zé, pode ficar com essa muié. Agora, esse rádio, eu vou levar.
Até hoje não se sabe o que aconteceu depois. O fato é que, no dia seguinte, o seu Joaquim voltou a trabalhar normalmente em sua banquinha no mercado, ajeitando rádios, como se nada tivesse acontecido. Também não se sabe o que aconteceu com o compadre Zégeraldo e nem com a dona Maria das Dores.
A única coisa que se sabe é que o rádio está funcionando perfeitamente.
http://www.luizberto.com