quinta-feira, 28 de abril de 2016

Dia Nacional do Bioma

Resultado de imagem para dia da caatinga

Hoje é o dia nacional da caatinga. No semiárido nordestino este bioma vem sofrendo consequências diversas produzidas pela mão do homem e pelas intepéries, que são constantes. O que podemos fazer para tentar pelo menos amenizar a situação da caatinga. Merece uma reflexão mais apurada por parte dos órgãos governamentais.

 EM CASO RARO, OVELHA DÁ À LUZ QUADRIGÊMEOS EM CRIAÇÃO FAMILIAR EM MT







Os donos de uma propriedade rural de Nova Ubiratã, município distante 506 km de Cuiabá, foram surpreendidos com um caso considerado raro por médicos veterinários: o nascimento de ovelhas quadrigêmeas. A mãe pariu os filhotes há pouco mais de três semanas num sítio no qual são criadas 300 cabeças de ovelhas das raças Santa Inês e Dorpe.

"Venho desde os meus pais, que sempre tiveram para consumo de 10 a 12 ovelhas. E daí a paixão foi crescendo e eu vi que podia associar a paixão a lucros também. Então eu participei de uns dias de campo. Achei bacana, achei legal e comecei a comprar mais fêmeas e investir na produção", disse o dono da fazenda, Volmir Ros.


EMPARN promove licitações para comprar ração e pivô central

ASSECOM/EMPARN
Pivô Central

Para atender as necessidades de expansão das pesquisas e manter a qualidade genética dos produtos, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) promove nesta semana duas concorrências de aquisição. A primeira foi realizada ontem (26), para a aquisição de um pivô central, que será instalado na Estação Experimental de Ipanguaçu, no Vale do Assu, como parte de um sistema de irrigação para o desenvolvimento de pesquisas de diversas culturas.
     
Para atender a suplementação dos rebanhos, a EMPARN fará um leilão na próxima quinta-feira (28), às 10 horas, em sua sede localizada no Jiqui, em Parnamirim. Os interessados em participar deverão atender a todas as exigências do edital, que pode ser obtido na página da empresa de pesquisa ou através do telefone (84) 3232-5864, das 8h às 13h.

Como se faz um composto orgânico para ser usado na adubação

adubo orgânico 1O composto orgânico é um adubo de uso rotineiro nas propriedades orgânicas, especialmente nas de pequeno porte. Apresenta-se como excelente forma de aproveitamento dos restos vegetais e animais oriundos da atividade agropecuária. Pode ser elaborado apenas com resíduos vegetais ou em mistura com resíduos animais. Entretanto, para obtenção de um composto de qualidade, é necessário combinar resíduos ricos em carbono, como os capins, com outros materiais ricos em nitrogênio, como palhada de feijão ou estercos animais.

O composto orgânico é aplicado para adubação de canteiros, covas ou sulcos, durante o plantio, bem como em processos de cobertura. As etapas para o preparo de 2500 kg de composto orgânico, que é o suficiente para 800 a 2400 m² de canteiros, são: 1) escolha de local seco, arejado, plano e de fácil acesso; 2) composição da pilha com 15 carrinhos de mão de capim brachiaria roçado, 30 carrinhos de capim napier, 20 carrinhos de cama de matriz de aviário e 14 kg de termofosfato; 3) montagem das mesas em 4 camadas de brachiaria, napier, cama de matriz e termofosfato, obedecendo esta ordem, sendo umedecidas sem excesso; 4) reviramento após 10 dias e os demais a cada 15 dias, por um período de 60 dias, sendo molhado a cada revirada. Mais informações sobre como preparar o Composto Orgânico através dos pesquisadores da Embrapa Hortaliças, no Comunicado Técnico No. 53.

Conferência Mundial de Pesquisa do Algodão reúne os maiores especialistas da cultura em Goiânia

Fabiano Perina - Durante os cinco dias de evento serão realizadas palestras com pesquisadores de renome internacional e apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos em várias localidades do mundo
Durante os cinco dias de evento serão realizadas palestras com pesquisadores de renome internacional e apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos em várias localidades do mundo
Os principais especialistas mundiais da cultura do algodão estarão reunidos em Goiânia, GO, na próxima semana, durante a 6ª Conferência Mundial de Pesquisa do Algodão (WCRC-6, sigla em inglês) e a Conferência da Iniciativa Internacional de Genômica do Algodão, que acontecem simultaneamente, de 2 a 6 de maio, no Centro de Convenções. Cerca de 300 estudiosos de 35 países estão inscritos nos eventos.

O objetivo é promover o debate entre os pesquisadores envolvidos com o setor cotonícola e o intercâmbio das principais inovações científicas voltadas para a sustentabilidade econômica, social e ambiental da cultura do algodão.

Durante os cinco dias de evento serão realizadas palestras com pesquisadores de renome internacional e apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos em várias localidades do mundo, além de duas visitas técnicas, sendo a primeira numa lavoura de algodão e unidade de beneficiamento, e a segunda no laboratório de classificação do algodão da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) e no campo experimental da Embrapa, em Goiás.

Na manhã do dia 2, acontecerão duas conferências com os temas "Soluções inovadoras de pesquisa para melhorar a produção de algodão: quão perto estamos?" e "Conectando produtores com a pesquisa". Nas manhãs dos dias 3 a 6 de maio serão realizadas oito sessões plenárias, com tradução simultânea para o português e espanhol, assim como as conferências do dia 2. As sessões paralelas e as oficinas serão no período da tarde, exclusivamente em inglês.

Entre os palestrantes estão pesquisadores do Brasil, Austrália, Estados Unidos, Índia, Alemanha, França e Tanzânia. O pesquisador da Embrapa Algodão, Camilo de Lelis Morello, apresentará sua pesquisa sobre desenvolvimento do germoplasma do algodão adaptado ao Cerrado brasileiro.

O WCRC-6 já passou por Grécia, Austrália, África do Sul, Estados Unidos e Índia. Segundo os organizadores, o Brasil foi escolhido para sediar esta edição do evento por sua expressiva participação na produção mundial de algodão e por ser uma referência internacional em pesquisa agropecuária. O Brasil é o quinto maior produtor mundial de algodão e terceiro maior exportador, graças a sua bem estruturada cadeia produtiva e aos investimentos em pesquisa e tecnologia, com mecanização total do processo do plantio à colheita. O país também é um grande consumidor de algodão, com um consumo interno de mais de um milhão de toneladas de pluma por ano. O Estado de Goiás é terceiro maior produtor nacional de algodão e foi escolhido estrategicamente para proporcionar aos participantes a oportunidade de conhecerem as áreas produtivas e o sistema de cultivo do algodoeiro no Cerrado brasileiro.

Os eventos serão realizados pela Agopa, Embrapa, Fundo de Incentivo à Cultura do Algodão em Goiás (Fialgo), Fundação Goiás, Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC) e Associação Internacional de Pesquisadores do Algodão (ICRA), com o apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD), Centro Internacional para a Agricultura e Biociência (CABI) e Governo do Estado de Goiás.

Câmara temática se reúne pela primeira vez para discutir lei agrícola

Texto deve possibilitar um melhor planejamento da atividade agrícola
Representantes do governo e dos setores produtivo agrícola e financeiro debateram, nesta quarta-feira (27), as metas e os parâmetros da nova lei plurianual agrícola. Eles participaram, em Brasília, da primeira reunião Câmara Temática da Lei Plurianual Agrícola, criada em caráter temporário para discutir o assunto.

A ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) pretende que a nova lei estabeleça os pilares de um planejamento estratégico de longo prazo para a agricultura brasileira. O órgão colegiado foi criado pela ministra em agosto de 2015, durante o Fórum das Entidades do Agronegócio.
Com validade de cinco anos, a lei plurianual vai permitir um melhor planejamento das atividades dos produtores rurais. O texto consolidará leis que regem importantes mecanismos e políticas agrícolas, como o Programa de Garantia de Preço Mínimo (PGPM), o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o Fundo de Catástrofe, além de estabelecer o seguro agrícola de faturamento.

A reunião da câmara temática foi coordenada pelo diretor de Crédito, Recursos e Riscos do Mapa, Vitor Ozaki.  Segundo ele, o governo quer criar uma política de gestão de riscos do agronegócio, estabelecendo parâmetros para o crédito rural, preço mínimo dos grãos, seguro rural e garantia da atividade agropecuária.

A minuta da proposta da lei foi apresentada durante a reunião. Representantes de entidades – entre elas, a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Organização das Cooperativas Bolsa de Mercadorias e Futuros e Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais –, do Banco Central e dos ministérios da Agricultura, Fazenda, Planejamento, Desenvolvimento Agrário, apresentaram sugestões ao texto da lei.

As próximas reuniões da câmara temática estão agendadas para 2 de junho, 6 de julho e 11 de agosto.

Projeto promove uso sustentável da Caatinga


Foto: Fábio Souza
Seminário reúne agricultores familiares
"Esperamos desmistificar que o uso do bioma destrói seu potencial”, diz o diretor de Desertificação do MMA, Francisco Campello.

MARTA MORAES
Enviada especial a Aracaju (SE)
Durante seminário sobre o projeto Manejo do Uso Sustentável da Terra no Semiárido do Nordeste Brasileiro (Sergipe), realizado em Aracaju (SE), nesta quarta-feira (27/04), em comemoração ao Dia Nacional da Caatinga (28 de abril), foram explicados aos participantes do evento todos os detalhes da iniciativa. Participaram do seminário, representantes das instituições parceiras e das agências implementadoras do projeto, e agricultores familiares dos municípios contemplados.
Foi o diretor de desenvolvimento rural e de combate à desertificação do MMA, Francisco Campello, quem explicou ao público todos os por quês. O por quê do projeto, da escolha pelo estado de Sergipe, da seleção das agências implementadoras, e dos municípios e assentamentos contemplados. “O projeto vem com um DNA: como trabalhar os recursos naturais com base no resultado positivo de tecnologias sociais em cima da realidade do semiárido brasileiro. Vem com o esforço de aliar o conhecimento tradicional de quem está ali, no dia a dia, trabalhando na terra, com a ciência”, explicou.
O objetivo da iniciativa é fortalecer a estrutura de governança ambiental do manejo de terras, para combater os principais fatores da degradação de terras em Sergipe e no Nordeste do Brasil, criando interlocuções com os programas e políticas públicas relacionados ao combate à desertificação. A expectativa é a de reverter a situação atual: 74,2% da área de Sergipe são de terra degradada e apenas 13% da vegetação original da Caatinga ainda permanecem.
TEMAS
O projeto encontra-se em implementação e é fruto de cooperação técnica firmada entre o MMA e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e o apoio de instituições nacionais e estaduais.
A proposta é divulgar as ações estratégicas desenvolvidas nacionalmente e coordenadas pelo MMA, com participação da Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD), permitindo que o modelo de governança do manejo sustentável de terras seja disseminado para outros estados, facilitando a aplicação na região do Semiárido brasileiro.
Além dos assentamentos de reforma agrária (Jacaré Curituba, Walmir Mota, Florestan Fernandes) e da comunidade Poço Preto, selecionados para as intervenções, também participam os municípios de Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Gararu, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Glória e Nossa Senhora de Lourdes (SE).
LIÇÃO
Para Campello, saber usar para manter lá, “resumindo de forma simples, é a lição que o projeto quer deixar para os estados suscetíveis à desertificação. Esperamos desmistificar que o uso da Caatinga destrói seu potencial, desde que feita de forma sustentável, o uso é possível e acessível”. Ele ainda complementou: “Através do reconhecimento do valor da Caatinga, e na simplicidade do manejo correto da terra, baseado nas boas práticas, nas tecnologias sociais, podemos trazer mais qualidade de vida para o agricultor familiar e conservar o meio ambiente”, disse.
Tecnologias essas que já vêm sendo apoiadas pelo MMA, tais como o Barramento Zero e o Fogão Ecológico, entre outras, que têm um impacto muito grande a longo alcance para quem vive no semiárido.
Finalizando a palestra de abertura, Campello lembrou que um dos resultados esperados do projeto é a qualificação da Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD), para que o resultado seja, de fato, replicado em outros estados.
TRANSFORMAÇÃO E DIÁLOGO
Para Rose Diegues, oficial do PNUD, presente ao evento, o projeto é um exemplo de referência para o estado e para as outras áreas suscetíveis à desertificação. “Durante a sua vigência serão realizadas ações transformadoras, que podem ser replicadas nacional e internacionalmente”, afirmou ela.
O secretário de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos do estado disse que o governo local vê o projeto com uma atenção especial. “Essa é uma iniciativa que vai dar condições para o agricultor aprender o manejo sustentável da terra e se conscientizar mais”.
Para Fábio Costa, produtor e articulador do Território do Alto Sertão, um dos méritos do projeto é que, mesmo antes de ser implementado, houve um diálogo com os agricultores familiares no campo. “O que, certamente, auxiliará na execução das atividades”, ressaltou.
Silvio Santos, superintendente do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), concordou com ele. “Acredito nesse modo de construção. Essa iniciativa contempla a participação de vários atores e instituições. Começa por Sergipe porque o estado iniciou um trabalho exitoso e reconhecido”, destacou.
Após a palestra de abertura foi realizada a formalização do Comitê Consultivo do projeto, composto por quinze membros, representantes das instituições envolvidas.  Durante a tarde as instituições parceiras do projeto apresentaram suas trajetórias e seus principais resultados.
Foi realizada também uma exposição sobre o Sistema de Alerta Precoce de Desertificação e Seca (SAP), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em parceria com o MMA. O sistema foi criado para responder aos desafios das mudanças climáticas. “O sistema é fruto de monitoramento e gestão. Mostra o que está sendo feito nas áreas e onde está impactando exatamente”, afirmou Rita Vieira, consultora do MMA.

Treinamento para quem quiser aprender mais como se cultiva mandioca

Uma oportunidade para os produtores nordestinos aprenderem mais a forma de cultivo de uma das culturas mais usadas na região: a mandioca. A partir do dia 2 e até o dia 6 de maio, em Cruz das Almas, na Bahia, vai acontecer o Curso sobre Cultivo e Processamento de Mandioca, realizado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura.As inscrições vão até 29 de abril.
O treinamento tem como público-alvo técnicos da iniciativa privada, professores e agentes de assistência técnica e pretende dar uma visão geral sobre diversos aspectos da cadeia produtiva da mandioca no Brasil. “O objetivo é difundir o conhecimento das principais tecnologias da cultura, permitindo um aumento na produção e na renda dos agricultores”, explica Herminio Souza Rocha, supervisor do Setor de Gestão de Transferência de Tecnologia (STT), organizador do evento, juntamente com o pesquisador Joselito Motta.
Conservação do solo, nutrição, manejo integrado de pragas e doenças, diversos sistemas de produção, identificação de pragas no campo são alguns dos assuntos abordados no curso. Além do conteúdo teórico em sala de aula, estão incluídas na programação várias viagens técnicas. Em Cruz das Almas, o grupo vai visitar uma unidade de produção de beijus no distrito de Cadete e o mercado municipal de farinha e derivados de mandioca.
No município vizinho de Sapeaçu, será visto, na prática, o uso da manipueira – líquido tóxico originado no processo de prensagem da massa de raízes de mandioca – na alimentação animal, em particular, do gado leiteiro. Em Laje, a parada será na Cooperativa dos Produtores de Amido de Mandioca do Estado da Bahia (Coopamido) e na indústria de processamento de amido Bahiamido. Em Tancredo Neves, a visita será à Casa Familiar Rural e à Cooperativa de Produtores Rurais.

Mais informações sobre o treinamento pelo telefone (75) 3312-8144 ou e-mail cnpmf.inscricao@embrapa.br. 

terça-feira, 26 de abril de 2016

Praga devasta pés de juazeiro no Sertão do Nordeste
Uma praga está devastando todos os pés de juazeiro do Sertão da Paraíba. As folhas estão ficando secas e doentes, depois caem. O fenômeno, que até agora não foi explicado, está destruindo a planta em todas as regiões do Sertão.

A planta, que sempre foi o símbolo da resistência às secas no Sertão Nordestino e contrastou com isso, permanecendo sempre verde, hoje contrasta de forma inversa com o verde proporcionado pelo período chuvoso.

As causas da devastação ainda serão estudadas, no entanto, estudiosos acreditam que se trata de uma praga, que se adaptou às folhas do juazeiro e estão destruindo a planta.

Planta conhecida no Nordeste por sua resistência durante as longas estiagens, nesse período o juazeiro continua com a folhagem verde e oferta sombra para os agricultores e animais na propriedade.


O juazeiro é uma planta apícola, porque produz uma grande quantidade de flores e tem um papel fundamental para a produção de mel, sendo sua coleta uma das atividades dos pequenos agricultores que exploram essa atividade.
Jatão Vaqueiro
NOTA DO BLOG: Venho observando os pés de juazeiro lá na zona rural do cabugí. Mesmo após algumas chuvas caídas na região, notei que os juazeiros não melhoravam as suas folhagens. É um caso para estudos e pesquisas dos órgãos governamentais. O juazeiro foi e será o símbolo da resistência no Nordeste Brasileiro. 

Suinocultura é opção para a agricultura familiar


Emater Mossoró
Intercâmbio técnico foi promovido pelo escritório de Mossoró

A equipe da Emater-RN em Mossoró realizou, no dia 15 de abril, um intercâmbio técnico sobre suinocultura, com o objetivo de socializar uma experiência bem sucedida no sítio Canudo, zona rural de Governador Dix Sept Rosado. A propriedade, pertencente ao agricultor familiar Francisco Cláudio Cavalcante, mantém uma criação de suínos e recebeu a visita de outros agricultores da região, representantes do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Baraúna, representantes da Cooperativa Coopercaju, de Serra do Mel, e extensionistas da Emater-RN.
Segundo o engenheiro agrônomo do escritório regional de Mossoró, Alberto Hudson Souza Costa, o intercâmbio também teve o objetivo de desmitificar os mitos e verdades sobre o consumo da carne suína.
O produtor resolveu migrar da bovinocultura para a criação de suínos, que tem custos reduzidos em relação aos cuidados gerais e alimentação. Atualmente, a criação é composta por 101 animais das raças Large White, MS 115, Landrace e Moura. Os reprodutores e as primeiras matrizes foram adquiridos na EMBRAPA, no estado de Santa Catarina.
Durante o intercâmbio, os agricultores conheceram as instalações destinadas à criação de suínos, observando sua funcionalidade, conforto térmico, dieta dos animais através de uma ração balanceada, à base de soja, milho, farelo de trigo e sais minerais, ofertados três vezes ao dia. O produtor repassou informações sobre a qualidade da carne, ganho de peso dos animais e eficiência produtiva levando em conta a genética, manejo e sanidade.
Após a visita à unidade de produção, o grupo debateu sobre os mitos e verdades relacionados ao consumo da carne suína. Essa ação teve como facilitadora a analista de extensão rural e nutricionista do escritório regional de Mossoró, Leila Paiva.
A extensionista mostrou os cuidados ao escolher uma carne de boa qualidade e os perigos de se consumir carne suína sem o devido preparo. Também foi amplamente discutida a qualidade nutricional da carne suína, onde alguns cortes podem obter níveis de colesterol inferior ao frango e à carne bovina. Ao final da palestra, um vídeo mostrou as mais variadas maneiras de se preparar a carne suína e as formas de aproveitamento das outras partes do animal.

Acordo de cooperação técnica irá promover agronegócio no exterior

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) assinam acordo de cooperação técnica, nesta terça-feira (26), em Brasília (DF). O acordo prevê uma série de ações para promover o agronegócio brasileiro no exterior e atrair investimentos. A assinatura contará com a presença da ministra Kátia Abreu e do presidente da Apex-Brasil, David Barioni Neto.
Serviço:
Assinatura do acordo de cooperação técnica para promoção do agronegócio brasileiro
Data: 26/04/2016
Horário: 15 h
Local: sede do Ministério da Agricultura – Esplanada dos Ministérios – bloco D – auditório maior (sobreloja)

Mundo firma pacto contra aquecimento global


Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma Rousseff discursa na ONU
Na ONU, Brasil assina o acordo internacional para frear as mudanças do clima. País teve papel decisivo na construção do documento.

LUCAS TOLENTINO
O Brasil assinou, nesta sexta-feira (22/04), um pacto mundial para conter o aquecimento global. A presidenta Dilma Rousseff e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, participaram da cerimônia da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, para formalizar o compromisso. O encontro reuniu mais de 60 chefes de Estado para reafirmar o Acordo de Paris, que tem o objetivo de limitar o aumento da temperatura média do planeta.
O pacto foi concluído após negociações entre 195 países em dezembro passado, na capital francesa. Agora, chegou a hora de os governantes dessas nações assinarem o documento, aberto para adesões na cerimônia da ONU. “Assumo o compromisso de assegurar a pronta entrada em vigor do acordo no Brasil”, declarou Dilma Rousseff. “O caminho que teremos de percorrer será ainda mais desafiador: transformar nossas ambiciosas aspirações em resultados concretos.”
LIDERANÇA
O papel de destaque e os resultados alcançados pelo Brasil foram decisivos para a construção do Acordo de Paris, durante as duas semanas de negociações na capital francesa. “O governo traçou metas ambiciosas e ousadas porque sabe que os riscos associados recaem fortemente sobre as populações vulneráveis”, ressaltou Dilma Rousseff em discurso na ONU. Segundo ela, sem a redução da pobreza e da desigualdade não será possível obter sucesso.
Em posição de protagonista, o Brasil apresentou a meta de reduzir 37% das emissões até 2025 e 43%, até 2030, ambas em comparação a 2005. O país é um dos poucos a propor os percentuais de corte a partir de intervenções em toda a economia. “Além de já sermos o que mais reduz emissões, demos uma clara sinalização de que estamos buscando novos caminhos para a economia de baixo carbono”, justificou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
NOVO PATAMAR
O Acordo de Paris instituiu um processo com metas individuais de cada país para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Juntas, elas devem ser capazes de limitar o aumento da temperatura da Terra em até 1,5ºC até 2100. “É uma nova trajetória e um novo patamar de enfrentamento às mudanças do clima”, resumiu Izabella Teixeira. “O mundo pretende mostrar, com isso, que é possível conciliar desenvolvimento e proteção ambiental.”
Para cumprir as próprias metas e fazer a sua parte, o Brasil executará diversas medidas. Além das ações já em curso, o país já anunciou, em pacto firmado com os Estados Unidos, que vai restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Também há o objetivo de alcançar, até 2030, a participação de 28% a 33% das fontes renováveis (eletricidade e biocombustíveis), além da geração hidráulica.
SAIBA MAIS
Apesar de ser um fenômeno natural, o efeito estufa tem aumentado nas últimas décadas e gerado as mudanças do clima. Essas alterações decorrem do aumento descontrolado das emissões de gases como o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas substâncias na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas, entre elas o transporte, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia.

Água Doce beneficia mais três estado.PE,RN,MA.


Paulo de Araújo/MMA
Sistema: água boa para consumo
Ações ocorrem, nesta semana, em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Maranhão. Até 2018, programa chegará a 500 mil pessoas do semiárido.

LUCIENE DE ASSIS
A coordenação nacional do Programa Água Doce, a partir desta terça-feira (26/04), inicia uma séria de atividades relacionadas ao fornecimento de água potável aos moradores de mais três estados do semiárido brasileiro. Ao todo, após concluídos, serão entregues 320 sistemas de dessalinização em municípios de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Maranhão, totalizando um investimento de quase R$ 67 milhões.
O Programa Água Doce (PAD) é uma ação do governo federal, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. Até 2018, o programa financiará a recuperação, implantação e gestão de 1.230 sistemas de dessalinização, com investimentos aproximados de R$ 250 milhões, beneficiando cerca de 500 mil pessoas no semiárido.
PERNAMBUCO
Nesta terça-feira (26/04), o coordenador nacional do PAD, Renato Ferreira, participa, em Recife, do anuncio do início do diagnóstico socioambiental e técnico que precede à implantação do sistema de dessalinização. Ele também estará presente na oficina de capacitação para realização do diagnóstico socioambiental e técnico do programa em Pernambuco e da reunião do núcleo estadual do PAD/PE, quando será feita uma apresentação sobre o estágio atual da execução do convênio do programa.
Cada compromisso é estruturado em três fases, iniciando com diagnósticos técnicos, sociais e ambientais das localidades do semiárido a serem beneficiadas; recuperação ou implantação dos sistemas de dessalinização; e manutenção preventiva e monitoramento das estruturas já implantadas.
O convênio prevê a implantação ou recuperação de 170 sistemas de dessalinização no estado, além de obras, diagnóstico, gestão e monitoramento, que custarão perto de R$ 37 milhões, alcançando 85 mil pessoas. Está prevista, ainda, a capacitação da equipe técnica da coordenação estadual do programa e da empresa contratada para realizar o diagnóstico da metodologia do Água Doce.
MARANHÃO
Na quinta-feira (28/04), a secretária de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA, Cassandra Nunes, e o governador do Maranhão, Flávio Dino, assinam convênio para instalação e gestão de 30 de sistemas de dessalinização do Água Doce no âmbito do programa Água para Todos. O investimento de mais de R$ 9,6 milhões beneficiará cerca de 11,5 mil pessoas no estado.
O ato de celebração do convênio ocorrerá no município de Codó e beneficiará outros 20 municípios. Também participam da solenidade o secretário de Agricultura Familiar do estado, Adelmo Soares, o coordenador estadual do Água Doce, Rivadávia Santos Júnior, e prefeitos dos municípios da região.
RIO GRANDE DO NORTE
Pelo menos 160 famílias do assentamento Guarapes, município de Jandaíra, no Rio Grande do Norte, terão acesso, nos próximos dias, à água dessalinizada de qualidade para beber.
O sistema será oficialmente entregue na sexta-feira (29/04), com a presença do coordenador nacional do Água Doce, Renato Ferreira; do governador do estado, Robinson Mesquita de Farias; do coordenador estadual do PAD, Carlos César Araújo Lima; do prefeito de Jandaíra, José Roberto de Sousa, e de outras autoridades locais.
Ao todo, serão implantados no estado 120 sistemas de dessalinização, ao custo de quase R$ 20 milhões. com essa água serão beneficiadas, inclusive, as famílias de algumas comunidades do entorno do assentamento que concordarem com as regras do acordo de gestão do sistema de dessalinização.
Entre as regras está a distribuição de 50 litros de água dessalinizada para cada família, de segunda a sexta-feira. Já aos sábados serão 100 litros, totalizando 350 litros por semana. Pelo acordo firmado com a comunidade, a água dessalinizada deve ser utilizada, preferencialmente, para beber, cozinhar, escovar os dentes e dar banho em recém-nascidos.
POLÍTICA PÚBLICA
Até o momento, foram realizados 3.154 diagnósticos em comunidades dos 305 municípios em situação mais crítica do semiárido brasileiro. Foram, também, implantados ou recuperados 121 sistemas de dessalinização, sendo que há outros 65 em processos de implantação e 707 obras já contratadas.
O Água Doce foi instituído com a finalidade de estabelecer uma política pública permanente de acesso à água potável de qualidade para o consumo humano, a partir do aproveitamento sustentável dos mananciais subterrâneos. O projeto incorpora cuidados técnicos, ambientais e sociais na sua implantação, além da recuperação e gestão dos sistemas de dessalinização.

Plano Safra ajuda Brasil a ser gigante da produção de alimentos, diz ministra

Agronegócio

Em entrevista exclusiva ao Portal Brasil, Kátia Abreu explica que atraso em transferências do governo ao BB em operações de empréstimo a produtores foi prestação de serviço

 A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em entrevista ao Portal Brasil
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em entrevista ao Portal Brasil

O Plano Safra é vital para a agropecuária brasileira e esses recursos ajudam a fazer o Brasil ser reconhecido internacionalmente como um gigante produtor de alimentos. A avaliação é da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu.
Em entrevista exclusiva ao Portal Brasil, a ministra falou sobre a importância do plano, que é um dos pontos centrais do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
Na opinião da ministra, o atraso em transferências do governo a bancos públicos nos empréstimos subsidiados do plano safra não configuraram empréstimos, mas prestação de serviço.

Confira a íntegra da entrevista:
Portal Brasil: Ministra, qual é a importância do plano safra?Kátia Abreu: O Plano Safra tem importância vital para a agricultura brasileira, para a economia, para os empregos e para nossas exportações. Se pegarmos todo o volume usado para plantar uma safra, 30% deste volume vem do governo federal, vem de recursos subvencionados pelo governo, que são essenciais, fundamentais, especialmente para os pequenos e médios produtores plantarem sua safra. Nisso estão incluídos arroz, feijão, todos os grãos, todas frutas, o café, o leite, a pecuária. São recursos da maior importância porque esses 30% que financiam a agricultura brasileira alavancam os outros 70%.
Portal Brasil: Como isso acontece?Kátia Abreu: Esses 30% que vem do governo federal servem como contrapartida, como garantia (das operações da agropecuária) e faz com que 100% das nossas lavouras tenham recursos suficientes para fazermos o bonito que temos feito todos os anos.
Portal Brasil: Quantos produtores são atendidos?Kátia Abreu: O Plano Safra atende todos os anos uma média de 2,5 milhões de contratos e, às vezes, um produtor tem dois contratos ou três contratos. Mas a maioria tem um contrato. É um exército de homens e mulheres que trabalham no campo no dia a dia produzindo tanto alimento barato e de qualidade como no nosso país.
Portal Brasil: Os financiamentos do Plano Safra vão para quais atividades?Kátia Abreu: Vão para custeio, que é para comprar semente, adubo, agroquímico, pagar mão-de-obra e também combustíveis usados nos tratores. Talvez seja a parte mais importante porque é a que toca a máquina da agricultura. O segundo ponto financiável são os investimentos. Posso comprar tratores, implementos agrícolas, colheitadeiras, posso construir curral, construir armazéns. E o terceiro ponto é a comercialização. Nesse três pilares estão baseados todos os recursos que neste ano safra 2015/2016 chegam a R$ 187,7 bilhões. Esse volume é 20% maior em comparação à safra anterior apesar de nós estarmos fazendo ajustes fiscais.
Portal Brasil: Os juros subsidiados do plano safra fazem parte do pedido de impeachment. Qual é a opinião da senhora? Isso procede?Kátia Abreu: Os produtores rurais devem estar cansados de ouvir sobre a questão das famosas pedaladas fiscais. Em primeiro lugar, gostaria de considerar que todos os ex-presidentes: Lula e Fernando Henrique também fizeram. Mas isso não justifica.
Portal Brasil: Por quê os juros subsidiados estão envolvidos em "pedalada fiscal"?Kátia Abreu: Quando vamos ao banco tirar um financiamento para plantar nossa lavoura de arroz ou de trigo, encontramos no banco um juro que deveremos pagar que varia de 7,5% a 8,5%, que é o que o produtor paga de juro subvencionado pelo governo federal. Mas o juro verdadeiro na praça é 15%, por exemplo.
Portal Brasil: Quem paga a diferença entre o juro ao produtor e o juro do mercado?Kátia Abreu: Esta diferença quem paga é o governo federal e isso se chama subvenção.
Portal Brasil: Quem recebe subvenção por parte do governo federal?Kátia Abreu: O governo faz subvenção para a agricultura, para a indústria, para que tomem dinheiro para comprar máquinas, para que os comerciantes possam ter capital de giro. Porque eles não aguentam pagar esse juro de 15%. Então, o governo, para incentivar esses produtores e empresários a produzirem, oferece juro menor e o governo paga essa diferença pelo que o empresário gere emprego e impostos.
Portal Brasil: De que forma isso é repassado?Kátia Abreu: O governo não dá isso na mão das pessoas. O governo faz isso através dos bancos. Nisso, o governo cria uma conta corrente com o banco. O Banco do Brasil tem lá o plano safra. E a subvenção do plano safra custou, no ano passado, R$ 2,5 bilhões, com isso nós fizemos uma das maiores agriculturas do planeta, com essa subvenção. Isso compensa porque trouxemos emprego, exportações e produzimos PIB (Produto Interno Bruto, medida da economia). O governo entende que compensa investir em agricultura.
Portal Brasil: Na prática, como funciona?Kátia Abreu: Eu vou ao banco e tomo o financiamento, o Banco do Brasil me empresta com juro de 8% a 8,5% depois o governo vai lá e paga a diferença (do juro). Não paga na hora, no mesmo minuto que eu tiro o dinheiro... essa conta corrente vai girando. Quando o governo pode pagar (ao banco), o banco vai e empresta mais, o governo paga (ao banco) mais um pedaço, o banco vai emprestando mais. Isso não é um empréstimo, é um contrato de prestação de serviços. Em 2014 tivemos uma queda na arrecadação do Brasil, o governo ficou com pouco dinheiro para ir pagando mais rápido os bancos como deveria. Mas o banco não teve prejuízo, banco nunca tem prejuízo. Eles foram cobrando os juros de nós e o governo federal pagou quando pode, mas pagou 100%. Não tomou dinheiro emprestado: pagou juro sobre a sua prestação de serviço.
Portal Brasil: Ministra, a senhora pode dar um exemplo?Kátia Abreu: É o mesmo quando contratamos uma empresa para limpar nosso jardim ou piscina. Pagamos por mês e pode acontecer de haver atraso no pagamento dessa empresa. Isso é um empréstimo? Não. Eu tenho um contrato de prestação de serviço e atrasei o pagamento, por isso vou pagar juros e correção monetária. A pedalada fiscal nada mais é que a situação em que o governo deixou de repassar o recurso na hora certa porque não tinha naquele momento, mas não tomou dinheiro emprestado, continuou pagando juros, correção monetária e ficou devendo o principal.
Portal Brasil: Esse tipo de atraso é visto em outros governos?Kátia Abreu: Muitos governantes usam desse mecanismo. Os governadores, os prefeitos, todos usam na hora do arrocho. Isso não significa estar passando ninguém para trás é apenas uma circunstância.
Portal Brasil: Como a senhora classifica a agropecuária e agronegócio do país?Kátia Abreu: O agronegócio brasileiro fez, 40 anos atrás, uma opção muito importante e acertada: investiu em pesquisa, tecnologia e inovação. Quase tudo isso concentrado na Embrapa.
Portal Brasil: Qual foi o efeito disso?Kátia Abreu: A importância é extraordinária. O investimento em pesquisa fez com que fizéssemos diferença no mundo. Enquanto no mundo a produtividade nessa área cresce 3%, no Brasil cresce três vezes mais do que isso. Isso nos faz tirar mais milho, mais feijão, mais arroz do mesmo pedaço de chão. E isso faz bem ao meio ambiente porque posso produzir mais comida no mesmo espaço de chão, portanto, posso evitar o desmatamento. Hoje, a agricultura brasileira é reconhecida no mundo inteiro como um gigante produtor de alimentos
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

sábado, 23 de abril de 2016

ARTIGO:  Estamos diante de uma nova ofensiva da direita no campo

Execução de dois sem-terra no Paraná; acampamento do MST incendiado em RO; cacique preso na BA; repressão é histórica, mas contexto político explica acirramento
Por Alceu Luís Castilho (@alceucastilho)
Aos fatos:
1) Dois sem-terra foram mortos ontem em Quedas do Iguaçu, em ação conjunta da Polícia Militar do Paraná com seguranças da Araupel. A empresa ocupa terras da União. Sete mil famílias disputam o território, no Acampamento Dom Tomás Balduíno. Pelo menos outros seis sem-terra ficaram feridos. Texto do MST descreve um ataque: “Sem Terra são assassinados no Paraná“. Os textos da grande imprensa falam em “confronto”. E apresentam a versão da polícia de que quem fez a emboscada foram os sem-terra. Os mortos: Vilmar Bordim, 44 anos, casado, três filhos; Leomar Bhorbak, 25 anos, que deixa a esposa grávida de nove meses.
2) Cento e dez famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) foram expulsas nesta semana do Acampamento Hugo Chávez, em Cacaulândia (RO). O acampamento foi sitiado. Depois, incendiado: “Acampamento do MST é incendiado um dia após serem expulsos, em RO“. Com direito a alteração da cena do crime: “Polícia faz perícia em acampamento do MST, em Cacaulândia, RO“.
3) Líder de trabalhadores rurais, Ivanildo Francisco da Silva foi assassinado anteontem em Mogeiro (PB), na frente da filha de um ano. Ela ficou chorando ao redor do corpo, suja de sangue. Silva presidia o PT no município. Para o deputado estadual Frei Anastácio (PT), ele foi mais uma vítima do latifúndio.
4 Na Bahia, o cacique Babau Tupinambá e seu irmão foram presos em Olivença, após reintegração de posse na Aldeia Gravatá: “Com acusações contraditórias, PM prende cacique Babau Tupinambá e o irmão na Bahia“. Eles denunciaram retirada de areia da área indígena.
POR QUE UMA OFENSIVA?
É fato que conflitos no campo nunca deixaram de existir no Brasil. Ocorrem diariamente. Sob a forma de ameaças, despejos, assassinatos. A maior parte não é divulgada pela grande imprensa. Alguns ficam confinados à mídia alternativa. Outros são registrados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), em relatórios que a imprensa igualmente minimizará, ou em pesquisas acadêmicas. Há, porém, elementos para identificar um acirramento específico da ofensiva dos proprietários de terra.
Um deles, claro, a simultaneidade dessas ações, com um grau de truculência acima da média. Outro, a própria demonstração de força. Duas mortes em um acampamento onde vivem milhares de famílias não são um fato banal, nem mesmo para os padrões brasileiros. Com a participação de uma polícia – a comandada pelo governador Beto Richa (PSDB) – que já demonstrou não ter pudores na repressão, como na greve dos professores, em abril do ano passado.
Mas o incêndio em Cacaulândia é emblemático de um esforço de intimidação: não se trata somente de reprimir, e sim de traumatizar, de deixar uma imagem muito forte (no caso, o fogo) de que eles, os grandes proprietários, têm o poder. Com a certeza de que o poder público pouco fará para reverter o processo. Isso já aconteceu em momentos históricos específicos. Como nos anos 80, com a ofensiva da União Democrática Ruralista (UDR), comandada pelo hoje senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Existe também um contexto político de emergência dos setores violentos e fascistas (excludentes) da sociedade. Isso vem ocorrendo desde 2013, nas cidades, e foi potencializado em 2016 com a campanha pela deposição da presidente Dilma Rousseff. Com direito a agressões a quem pensa diferente ou veste a cor vermelha. Para completar, a bancada ruralista no Congresso e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se posicionaram a favor do impeachment.
Não custa lembrar que líderes como o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) têm incitado a população contra o MST. Ele chegou a falar até em fuzilamento.
Do outro lado, movimentos como o MST representam a linha de frente de defesa da democracia, embora críticos às ações do governo federal. Não é o caso de todos os movimentos, como os indígenas. Para os defensores do capital no campo, tanto faz: seja MST, seja MAB, sejam os movimentos indígenas, todos compõem um campo inimigo, o daqueles que disputam as terras. E são associados, paradoxalmente, a um governo que não tem a questão agrária ou a questão indígena como prioridade.
Finalmente, cabe lembrar que esse mesmo governo acabara de fazer uma sinalização no sentido contrário: “Dilma desapropria terras para reforma agrária em ato com o MST no Planalto“. Isso foi no dia 1º de abril. Ato contínuo, o TCU decidiu barrar novos assentamentos: “TCU determina suspensão da seleção de beneficiários da reforma agrária“. Como se isso acontecesse em situações similares que envolvam fraudes: “Como assim, paralisar reforma agrária por fraudes? Vão parar o INSS também?”
Um detalhe que pode não ser apenas um detalhe: as 110 famílias de sem-terra do MAB expulsas sob fogo em Cacaulândia estão provisoriamente alojadas em um ginásio em Ariquemes, numa avenida chamada Tancredo Neves.
FONTE: Alceu Luís Castilho - Outras Palavras

Pesquisadores alertam para doença do coqueiro que pode chegar ao Brasil

Uma doença extremamente agressiva, que pode matar o coqueiro em três meses após o aparecimento dos primeiros sintomas, pode chegar aos coqueirais brasileiros em breve. Esse foi o alerta feito pelo pesquisador francês Michel Dollet, da agência francesa de pesquisa agronômica (La Recherche Agronomique pour le Développement - Cirad), em palestra ministrada em Maceió. O especialista se referia ao amarelecimento-letal que atinge palmáceas. De olho no problema, a Embrapa editou uma publicação disponível on-line com orientações para os produtores. Pesquisadores recomendam monitoramento contínuo das plantações para detecção precoce da doença.
 
Dollet é referência mundial em epidemiologia e manejo de doenças letais do coqueiro, e vem atuando em cooperação com pesquisadores da Embrapa desde 2015 no projeto ‘Aprimoramento do conhecimento científico sobre o Amarelecimento Letal do coqueiro, uma doença quarentenária A1 (ainda não detectada no território nacional), e outras doenças emergentes para apoiar medidas preventivas de controle e de contingência no Brasil', cujo líder é o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE), Leandro Diniz
 
O objetivo da cooperação é aprofundar os conhecimentos dos pesquisadores brasileiros sobre o amarelecimento-letal, informar e preparar os produtores para a adoção de medidas preventivas e identificação precoce e também executar um plano de contingência caso a doença chegue ao território brasileiro.
 
 
A doença
 
O amarelecimento-letal é uma doença causada por um microrganismo do tipo fitoplasma que se dissemina por meio de insetos vetores, os quais  se alimentam das folhas de palmáceas (Myndus crudus Van Duzee), e já atingiu coqueirais e palmáceas da África, Costa Atlântica, várias ilhas da América do Norte e Central e já se encontra no México e Honduras. 
 
Registrada a doença em uma área, a paisagem muda em questão de meses. Os coqueirais afetados ficam, na fase final da doença, com os estipes (nome dado ao tronco do coqueiro) sem folhas, lembrando postes após uma explosão, e a imagem contrasta com os cartões postais de praias tropicais.
 
Em 1980, a doença foi responsável pela morte de mais de sete milhões de palmeiras na Jamaica. Epidemias similares a essa ocorreram também em Cuba, Haiti, República Dominicana, Bahamas e Flórida. Em 1997 a doença chegou a Cozumel e Cancun, no México, e seguiu pela península de Yucatán até Honduras. Nos últimos 30 anos, cerca de 50% dos coqueiros da Flórida e 80% dos da Jamaica morreram em consequência do amarelecimento-letal.
 
Os coqueiros, além de diversas outras espécies de palmáceas suscetíveis à doença, e uma vez infectadas, morrem em um período de três a seis meses após o aparecimento dos primeiros sintomas. Não existem tratamentos eficientes para o controle dessa doença.
 
De acordo com Dollet, é impossível prever por onde ou quando a doença poderá chegar ao Brasil. "O amarelecimento-letal pode chegar via América Central, Caribe ou diretamente da Flórida (EUA) ou Moçambique. Muitos focos são resultantes de importação sem controle que introduzem a doença e seu inseto vetor", explica.
 
Identificação e prevenção
 
Uma das iniciativas do projeto foi a edição de um boletim de alerta para a doença, que terá distribuição massificada entre produtores, agentes de defesa agropecuária e assistentes técnicos das regiões produtoras. A publicação está disponível online.
 
Os sintomas aparecem em sequência, começando pela queda repentina de todos os frutos da planta, tanto os grandes quanto os pequenos; em seguida se observa o amarelecimento das folhas mais velhas – que estão na porção mais baixa da planta; depois vem o escurecimento, manchas marrons e necrose das inflorescências; no próximo estágio, há a progressão do amarelecimento das folhas de baixo para cima – após amarelecer, a folha se torna marrom e ocorre a sua queda; no estágio final ocorre o apodrecimento e morte da planta, restando apenas o estipe sem folhas.
 
Assim que o produtor perceber um ou mais coqueiros, ou outra espécie de palmeira, com os sintomas descritos, deve fotografar as plantas e entrar em contato com a Embrapa através do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC). 
 
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) instituiu, no final de 2013, um plano de contingência para o amarelecimento-letal do coqueiro. Registrado na Instrução Normativa número 47, o plano determinou a criação do Grupo Nacional de Emergência Fitossanitária (em que estão integrados os pesquisadores da Embrapa) para identificar, propor e articular a implementação de ações preventivas de vigilância fitossanitária relacionadas com a doença.
 
Só é possível determinar em definitivo se a planta está infectada pelo amarelecimento- letal por meio de exames em laboratórios especializados. Por isso, é importante que o produtor, ao notar os sintomas descritos, entre em contato com a Embrapa. 
 
Além de entrar em contato com a Embrapa, o produtor deve procurar a Superintendência Federal de Agricultura do seu estado, que adotará os procedimentos de coleta de amostras na plantação e as encaminhará para exames nos laboratórios, sob a responsabilidade do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) do Ministério.
 
Os contatos da Ouvidoria do Mapa em Brasília são 0800 704 1995 e ouvidoria@agricultura.gov.br.
 
Os especialistas afirmam que a única maneira de contingenciar a doença é quando existem poucas plantas infectadas. Ao permitir que um foco da doença se dissemine, poderá ser necessário que todas as plantas da área sejam destruídas. Caso contrário, a doença vai se espalhar para plantações vizinhas e poderá atingir todo o País. Os pesquisadores ressaltam que a doença não causa qualquer problema à saúde humana e animal.
 
Parceria
 
O projeto de pesquisa conta com a parceria da equipe de pesquisadores em coco da Embrapa Tabuleiros Costeiros, que têm o mandato nacional das pesquisas sobre essa cultura, além da Embrapa Amazônia Oriental (PA) e do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Universidade Tiradentes (Unit), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) e as empresas Sococo, Pepsico e Aurantiaca.
 
De acordo com Leandro Diniz, uma das ações do projeto é a formação de um grupo multidisciplinar. "Com o envolvimento de todos, será possível desenvolver pesquisas relacionadas às causas, transmissão e manejo de doenças do coqueiro pouco conhecidas ou que ainda não foram detectadas no Brasil", afirma. Entre essas doenças estão a atrofia-letal-da-coroa do coqueiro (ALCC) e a murcha-de-fitomonas ou hartrot, esta também ameaça a cultura do dendê.
 
Para a pesquisadora da Embrapa Tabuleiros Costeiros Viviane Talamini, especialista em doenças do coqueiro, o projeto possibilitará aprofundar o estudo em doenças emergentes e pouco pesquisadas no Brasil. "Nossa Unidade tem tradição em pesquisas com o coqueiro, e esses estudos irão contribuir significativamente para o avanço do conhecimento sobre as doenças desta cultura", ressalta.
 
Quarentenárias
 
Praga ou doença quarentenária é todo organismo de natureza animal e/ou vegetal, fungo ou bactéria que, estando presente em outros países ou regiões, mesmo sob controle permanente, constitui ameaça à economia agrícola do país ou região importadora exposta. A definição das pragas quarentenárias é coordenada pelo Mapa. Acesse a lista de quarentenárias.
 
Esses organismos são geralmente exóticos para esse país ou região e podem ser transportados de um local para outro, auxiliados pelo homem e seus meios de transporte, através do trânsito de plantas, animais ou por frutos e sementes infestadas.
 
As pragas quarentenárias se agrupam em duas categorias: A1, as pragas exóticas não presentes no País, e A2, pragas de importância econômica potencial, já presentes no País, porém apresentando disseminação localizada e submetidas a programa oficial de controle.
 

Embrapa Tabuleiros Costeiros

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Pesquisadores avaliam impactos da seca


Paulo de Araújo/MMA
Semiárido: tema as pesquisas
Com foco na América Latina, reunião do Euroclima debate mecanismos para reduzir a pobreza das populações que sofrem com a desertificação.


Pesquisadores da América Latina e da União Europeia estão reunidos em Campina Grande (PB) para discutir os impactos socioeconômicos da seca nos países latino-americanos. O objetivo da 2ª Reunião do Euroclima, que acontece no Instituto Nacional do Semiárido do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Insa/MCTI), é promover o intercâmbio entre a política, a investigação científica e a aplicação de metodologias para monitorar e mitigar os efeitos da desertificação, da degradação da terra e da seca na América Latina.
O evento, que começou nessa segunda-feira (18) e segue até sexta (22), tem como objetivo a capacitação e o desenvolvimento de redes regionais de investigação sobre os processos climáticos da América Latina. Representantes de 18 países oriundos de institutos de pesquisa científica, universidades e agências que desenvolvem estudos sobre secas e processo de desertificação na América Latina e Caribe, e representantes governamentais participam do evento.
Acompanhe a reunião ao vivo
PARTICIPANTES
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) está representado pelo diretor de Desenvolvimento Rural e Combate à Desertificação, Francisco Campello. Na abertura, Campello destacou a importância do encontro por permitir a articulação entre a sociedade civil, a área da pesquisa científica e os ministérios governamentais, como o MMA, cuja missão está focada no apoio a políticas públicas, procurando absorver essas reflexões e fazer com que retornem para a população que vive no semiárido brasileiro.
“Uma situação interessante no Brasil é que, de fato, tratamos a questão das mudanças climáticas e da desertificação associada à realidade de como esse processo ocorre nas particularidades dos territórios do semiárido brasileiro. Temos a estratégia de implementação das ações que possam estabelecer relações de convivência adequada e sustentável nesse ambiente, numa situação que procura trazer o conhecimento científico associado ao conhecimento das pessoas que nele vivem”, destacou ele.

Durante o encontro, serão discutidos os resultados dos Estudos de Caso do Programa Euroclima, que apresentam uma análise recente e oferecem alternativas para a gestão de problemas relacionados à vulnerabilidade socioeconômica, à implementação de um sistema de monitoramento e avaliação da seca na América Central e Cuba, e aos efeitos da seca e degradação dos solos na migração das comunidades rurais da América Latina e Caribe.

SAIBA MAIS
O Euroclima é um programa de cooperação entre a União Europeia (UE) e a América Latina, com foco nas mudanças climáticas. Fazem parte do programa 18 países representados por institutos de pesquisa científica, universidades e agências que desenvolvem pesquisas sobre seca e desertificação na América Latina.
Essa rede de pesquisas tem o objetivo de facilitar a integração de estratégias de mitigação e adaptação às alterações climáticas nas políticas públicas e nos planos de desenvolvimento regional. As pesquisas do Euroclima são direcionadas para contribuir com a redução da pobreza na América Latina e promover oportunidades de crescimento econômico em conjunto com a preservação do ambiente.
A 2ª Reunião do Euroclima é organizada pelo Centro Comum de Investigação (JRC, na sigla em inglês) da Comissão Europeia, em parceria com o Insa/MCTI e o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Cai imposto de importação de milho

Medida vale por seis meses para um volume de 1 milhão de toneladas
O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex), vinculado à Câmara de Gestão de Comércio Exterior (Camex), aprovou nesta terça-feira (19) a isenção do imposto de importação de milho, que tinha alíquota de 8%. A medida valerá para uma cota de até 1 milhão de toneladas de milho e terá prazo de seis meses.
De acordo com o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, André Nassar, a resolução do Gecex atende à demanda dos criadores de aves, suínos e produtores de leite, que reclamavam dos preços altos do produto no mercado. “A importação do grão, que serve de base para a alimentação animal, terá impacto positivo na cotação do milho no mercado interno.”
A desoneração do milho foi encaminhada pela ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), na semana passada, à Camex. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e um dos principais exportadores de carne suína.
Com a decisão, o governo não prejudica os produtores brasileiros que plantam e vendem milho, destaca Nassar. “Como a isenção do imposto valerá entre maio e outubro, a comercialização do milho safrinha não causará prejuízo aos agricultores.”
A importação de milho do Mercosul já é isenta de impostos. A medida do Gecex estimulará a compra do grão produzido em outros países, como os Estados Unidos.
A medida será publicada no Diário Oficial da União na próxima semana.
MAPA

Plano Safra ajuda Brasil a ser gigante da produção de alimentos, diz ministra

Agronegócio

Em entrevista exclusiva ao Portal Brasil, Kátia Abreu explica que atraso em transferências do governo ao BB em operações de empréstimo a produtores foi prestação de serviço

 A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em entrevista ao Portal Brasil
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, em entrevista ao Portal Brasil
O Plano Safra é vital para a agropecuária brasileira e esses recursos ajudam a fazer o Brasil ser reconhecido internacionalmente como um gigante produtor de alimentos. A avaliação é da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu.
Em entrevista exclusiva ao Portal Brasil, a ministra falou sobre a importância do plano, que é um dos pontos centrais do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
Na opinião da ministra, o atraso em transferências do governo a bancos públicos nos empréstimos subsidiados do plano safra não configuraram empréstimos, mas prestação de serviço.
Confira a íntegra da entrevista da Ministra:
Portal Brasil: Ministra, qual é a importância do plano safra?Kátia Abreu: O Plano Safra tem importância vital para a agricultura brasileira, para a economia, para os empregos e para nossas exportações. Se pegarmos todo o volume usado para plantar uma safra, 30% deste volume vem do governo federal, vem de recursos subvencionados pelo governo, que são essenciais, fundamentais, especialmente para os pequenos e médios produtores plantarem sua safra. Nisso estão incluídos arroz, feijão, todos os grãos, todas frutas, o café, o leite, a pecuária. São recursos da maior importância porque esses 30% que financiam a agricultura brasileira alavancam os outros 70%.
Portal Brasil: Como isso acontece?Kátia Abreu: Esses 30% que vem do governo federal servem como contrapartida, como garantia (das operações da agropecuária) e faz com que 100% das nossas lavouras tenham recursos suficientes para fazermos o bonito que temos feito todos os anos.
Portal Brasil: Quantos produtores são atendidos?Kátia Abreu: O Plano Safra atende todos os anos uma média de 2,5 milhões de contratos e, às vezes, um produtor tem dois contratos ou três contratos. Mas a maioria tem um contrato. É um exército de homens e mulheres que trabalham no campo no dia a dia produzindo tanto alimento barato e de qualidade como no nosso país.
Portal Brasil: Os financiamentos do Plano Safra vão para quais atividades?Kátia Abreu: Vão para custeio, que é para comprar semente, adubo, agroquímico, pagar mão-de-obra e também combustíveis usados nos tratores. Talvez seja a parte mais importante porque é a que toca a máquina da agricultura. O segundo ponto financiável são os investimentos. Posso comprar tratores, implementos agrícolas, colheitadeiras, posso construir curral, construir armazéns. E o terceiro ponto é a comercialização. Nesse três pilares estão baseados todos os recursos que neste ano safra 2015/2016 chegam a R$ 187,7 bilhões. Esse volume é 20% maior em comparação à safra anterior apesar de nós estarmos fazendo ajustes fiscais.
Portal Brasil: Os juros subsidiados do plano safra fazem parte do pedido de impeachment. Qual é a opinião da senhora? Isso procede?Kátia Abreu: Os produtores rurais devem estar cansados de ouvir sobre a questão das famosas pedaladas fiscais. Em primeiro lugar, gostaria de considerar que todos os ex-presidentes: Lula e Fernando Henrique também fizeram. Mas isso não justifica.
Portal Brasil: Por quê os juros subsidiados estão envolvidos em "pedalada fiscal"?Kátia Abreu: Quando vamos ao banco tirar um financiamento para plantar nossa lavoura de arroz ou de trigo, encontramos no banco um juro que deveremos pagar que varia de 7,5% a 8,5%, que é o que o produtor paga de juro subvencionado pelo governo federal. Mas o juro verdadeiro na praça é 15%, por exemplo.
Portal Brasil: Quem paga a diferença entre o juro ao produtor e o juro do mercado?Kátia Abreu: Esta diferença quem paga é o governo federal e isso se chama subvenção.
Portal Brasil: Quem recebe subvenção por parte do governo federal?Kátia Abreu: O governo faz subvenção para a agricultura, para a indústria, para que tomem dinheiro para comprar máquinas, para que os comerciantes possam ter capital de giro. Porque eles não aguentam pagar esse juro de 15%. Então, o governo, para incentivar esses produtores e empresários a produzirem, oferece juro menor e o governo paga essa diferença pelo que o empresário gere emprego e impostos.
Portal Brasil: De que forma isso é repassado?Kátia Abreu: O governo não dá isso na mão das pessoas. O governo faz isso através dos bancos. Nisso, o governo cria uma conta corrente com o banco. O Banco do Brasil tem lá o plano safra. E a subvenção do plano safra custou, no ano passado, R$ 2,5 bilhões, com isso nós fizemos uma das maiores agriculturas do planeta, com essa subvenção. Isso compensa porque trouxemos emprego, exportações e produzimos PIB (Produto Interno Bruto, medida da economia). O governo entende que compensa investir em agricultura.
Portal Brasil: Na prática, como funciona?Kátia Abreu: Eu vou ao banco e tomo o financiamento, o Banco do Brasil me empresta com juro de 8% a 8,5% depois o governo vai lá e paga a diferença (do juro). Não paga na hora, no mesmo minuto que eu tiro o dinheiro... essa conta corrente vai girando. Quando o governo pode pagar (ao banco), o banco vai e empresta mais, o governo paga (ao banco) mais um pedaço, o banco vai emprestando mais. Isso não é um empréstimo, é um contrato de prestação de serviços. Em 2014 tivemos uma queda na arrecadação do Brasil, o governo ficou com pouco dinheiro para ir pagando mais rápido os bancos como deveria. Mas o banco não teve prejuízo, banco nunca tem prejuízo. Eles foram cobrando os juros de nós e o governo federal pagou quando pode, mas pagou 100%. Não tomou dinheiro emprestado: pagou juro sobre a sua prestação de serviço.
Portal Brasil: Ministra, a senhora pode dar um exemplo?Kátia Abreu: É o mesmo quando contratamos uma empresa para limpar nosso jardim ou piscina. Pagamos por mês e pode acontecer de haver atraso no pagamento dessa empresa. Isso é um empréstimo? Não. Eu tenho um contrato de prestação de serviço e atrasei o pagamento, por isso vou pagar juros e correção monetária. A pedalada fiscal nada mais é que a situação em que o governo deixou de repassar o recurso na hora certa porque não tinha naquele momento, mas não tomou dinheiro emprestado, continuou pagando juros, correção monetária e ficou devendo o principal.
Portal Brasil: Esse tipo de atraso é visto em outros governos?Kátia Abreu: Muitos governantes usam desse mecanismo. Os governadores, os prefeitos, todos usam na hora do arrocho. Isso não significa estar passando ninguém para trás é apenas uma circunstância.
Portal Brasil: Como a senhora classifica a agropecuária e agronegócio do país?Kátia Abreu: O agronegócio brasileiro fez, 40 anos atrás, uma opção muito importante e acertada: investiu em pesquisa, tecnologia e inovação. Quase tudo isso concentrado na Embrapa.
Portal Brasil: Qual foi o efeito disso?Kátia Abreu: A importância é extraordinária. O investimento em pesquisa fez com que fizéssemos diferença no mundo. Enquanto no mundo a produtividade nessa área cresce 3%, no Brasil cresce três vezes mais do que isso. Isso nos faz tirar mais milho, mais feijão, mais arroz do mesmo pedaço de chão. E isso faz bem ao meio ambiente porque posso produzir mais comida no mesmo espaço de chão, portanto, posso evitar o desmatamento. Hoje, a agricultura brasileira é reconhecida no mundo inteiro como um gigante produtor de alimentos
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Plano Safra tem papel fundamental para a agricultura familiar, diz ministro

Agronegócio

Ministro Patrus Ananias diz que crédito chega 4,4 milhões de pequenos produtores ajudando a manter essas famílias no campo

 "O plano safra está chegado cada vez mais à agricultura familiar", afirmou Patrus Ananias
"O plano safra está chegado cada vez mais à agricultura familiar", afirmou Patrus Ananias

O governo da presidenta Dilma Rousseff vem, desde o ano passado, destinando o valor recorde de R$ 28,9 bilhões para financiar a agricultura familiar.
Com a medida, o governo assegura a permanência no campo de milhões de famílias proprietárias de pequenos negócios rurais, responsáveis por boa parte do abastecimento interno de alimentos.
Os empréstimos estão sendo ofertados a pequenos agricultores de 4,4 milhões de propriedades rurais de pequeno porte a juros que variam entre 2% e 5,5% ao ano.

Esses agricultores, em pequenos negócios de característica familiar, são responsáveis por levar oferta abundante e variada de alimentos à mesa das famílias brasileiras como hortaliças, legumes, frutas e carnes.
“O plano safra está chegado cada vez mais à agricultura familiar brasileira”, afirma o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias.
"É importante lembrarmos que a agricultura familiar cumpre papel fundamental na segurança alimentar e nutricional do povo brasileiro porque a maior parte dos alimentos que compõe a mesa da família brasileira vem da agricultura familiar."
Os empréstimos financiam diretamente o pequeno produtor, ajudando no plantio, lavoura, compra de máquinas, implementos agrícolas, tratores e para a realização de benfeitorias nas pequenas e médias propriedades.
“Nosso objetivo é levar os benefícios do plano safra e do Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar) a todas as famílias da agricultura familiar que queiram se beneficiar desses recursos”, diz o ministro.
A elaboração do plano safra 2016/2017 da agricultura familiar está em curso no Ministério do Desenvolvimento Agrário e deve ser apresentado entre maio e junho.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário