segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Feliz Ano Novo, Adeus Ano Velho

O TITULAR DESTE BLOG DESEJA UM FELIZ 2014 - PALAVRA DE UM AGRICULTOR NORDESTINO

Aos santos lá do céu
Peço luz da inspiração
Pra falar do ano novo
Que chega aqui no sertão
Terra de muitos desejos
Mais sei que os sertanejos
Pedem chuvas nesse torrão

2013 se vai
2014 irá começar
Que seja de realizações
 Para o povo do meu lugar
Sofridos pela estiagem
Gente de muita coragem
Que querem o chão capinar

2014 nos traga
A benção do Salvador
Nos liberte dessa seca
Que maltrata o agricultor
Ainda desima nosso gado
Que morre desolado
Gemendo e sentindo dor

O ano novo vai chegar
E para nós a esperança
De um ano bem melhor
De fartura e confiança 
Fartura de alimento
Confiança no andamento
Dessa sonhada mudança 

  Um ano vai se entregando
Meia-noite é transição
Quando outro ano nasce
  É grande a comemoração
Nessa hora pedimos a Jesus
Paz, alegria, saúde e luz
Para o nosso querido irmão

Eu vou pedir esse ano
À sagrada providência
Que dê ao povo saber
Aos políticos consciência
Para o povo poder
Exigir que é nosso dever
O combate a violência

Queremos também saúde
Trabalho e educação
Para que nosso povo
Possa ter condição
Um sonho de verdade
Que possa virar realidade
 Não só em tempo de eleição

Como na caatinga acontece
Catingueira, jurema e juazeiro
Renovando sua folhagem
Para chegada de janeiro
Que se renove nosso povo
Na busca de um mundo novo
De um sonho verdadeiro

Ao povo de Angicos e região
Quero agora abraçar
De modo bem cordial
Um futuro melhor desejar
Deus abençoe nossa terra
Nesse ano que encerra
E no outro que vai começar
Que tenhamos a felicidade
De ter uma cidade
Bem melhor de se morar 

Aos ouvintes e leitores do meu programa
Dos sítios e das cidades
Quero desejar com carinho
Muita paz e felicidades
Nesse ano que se apróxima
Farei muito mais noticias
Falando das necessidades

Do povo do meu sertão.

FELIZ ANO NOVO - 2014

Feliz 2014

Muita paz, muita fé, muita saúde em 2014. Feliz Ano Novo, Meu Povão.

Dez Ditados Populares

 
  Quem jura é quem mais mente.

  A instrução é a luz do espírito.

  Um dia da caça, o outro do caçador.

  Quem quer vai, quem não quer manda. 

  Com coisas sérias não se brinca

  Depois de fartos, não faltam pratos.

  Burro velho não ganha andadura

  A verdade gera o ódio

  Manda quem pode, obedece quem deve. 

  Não há regra sem exceção.

Inseticida Biológico

O inseticida biológico que combate a lagartas nas plantações agrícolas
O novo inseticida biológico traz ainda uma característica bastante interessante, como destaca a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Rose Monnerat: a certificação para uso em agricultura orgânica. O nome do produto é “Ponto.Final”, um inseticida totalmente biológico capaz de controlar pragas que atacam culturas agrícolas no Brasil, sem fazer mal à saúde humana, de animais e ao meio ambiente.
O bioinseticida foi desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceria com empresa Bthek Biotecnologia (DF). O produto é capaz de controlar diversas lagartas, entre as quais, a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis); a lagarta das hortaliças (Plutella xylostella), também conhecida como traça das crucíferas; e a lagarta do cartucho do milho (Spodoptera frugiperda).
O “Ponto.Final.” foi desenvolvido a partir de uma bactéria denominada Bacillus thuringiensis (Bt), amplamente utilizada em programas de controle biológico de pragas em todo o mundo. Com apenas um litro por hectare, o produto é capaz de matar as lagartas-alvo, preservando insetos benéficos ao ambiente, como as “joaninhas” e as “tesourinhas”, que também são eficientes como predadoras de lagartas e pulgões.
As estirpes da bactéria utilizadas no desenvolvimento do produto fazem parte do Banco de Bacilos Entomopatogênicos (bactérias específicas para insetos) da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, que contém mais de 2.300 variedades de bactérias benéficas usadas como agentes de controle biológico.
Essas bactérias ocorrem naturalmente no solo e produzem uma proteína, conhecida como cristal, que mata insetos, principalmente lagartas e besouros. A proteína age no intestino das larvas dos insetos que comem as folhas tratadas com o produto. Os esporos da bactéria penetram no corpo, germinam e matam a larva por infecção generalizada. Os pesquisadores da Embrapa coletam essas bactérias e selecionam as mais eficientes contra os insetos-praga.
Vídeo mostra como fazer adubo orgânico 100% vegetal (27/12/2013)
Fotos: Nátia Élen Auras
Vídeo mostra como fazer adubo orgânico 100% vegetal
Os adubos orgânicos, em sua maioria, utilizam esterco bovino e cama de aviário que, além de difícil obtenção e custo elevado, podem apresentar problemas de contaminação química e biológica. Mas a Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ) desenvolveu uma tecnologia para produção de adubos e substratos orgânicos de origem 100% vegetal. E esta tecnologia já está ao alcance dos produtores de todas as regiões do País por meio do vídeo “Composto 100% vegetal”.

Produzido pela Embrapa Agrobiologia, UFRRJ e Pesagro-Rio, o vídeo tem duração de 15 minutos e mostra o passo a passo da tecnologia. De forma didática, são apresentadas, por exemplo, as matérias-primas que podem ser utilizadas, a proporção de materiais e a maneira ideal para montar a pilha de composto. Detalhes como a escolha do local, a formação e mistura das camadas, assim como o tempo necessário para cada etapa também são abordados.

Para o pesquisador da Embrapa Marco Antônio Leal, que desenvolveu a tecnologia e é um dos autores do roteiro, o vídeo pode auxiliar o agricultor a produzir o adubo orgânico na sua propriedade, pois além das informações necessárias sobre quantidade e proporção de materiais, as imagens facilitam o entendimento do processo. “O composto pode ser produzido tanto em grande escala como na pequena propriedade rural, já que utiliza um processo simples, que não necessita de grandes investimentos em infraestrutura”, complementa.

Segundo o pesquisador, os fertilizantes orgânicos e substratos obtidos a partir deste processo apresentam qualidade superior aos similares encontrados no mercado e podem ser utilizados também na agricultura orgânica. “Esses produtos são isentos de contaminação biológica, não utilizam adubos minerais e o seu custo pode ser muito inferior”, relata Leal.

O vídeo não será vendido. Ele está disponível na Videoteca Embrapa (http://youtu.be/pdvHiZvzCbE).

Compostagem: matéria orgânica que se transforma em adubo natural
A compostagem é um processo natural onde os resíduos da propriedade passam por uma transformação biológica e tornam-se fertilizantes orgânicos ou húmus. Neste processo biológico há uma decomposição da matéria orgânica contida em restos de origem animal ou vegetal. O resultado final da compostagem é o composto orgânico, que pode ser aplicado ao solo para melhorar suas características, sem ocasionar riscos ao meio ambiente.

Os principais benefícios da compostagem são: estímulo ao desenvolvimento das raízes das plantas, que se tornam mais capazes de absorver água e nutrientes do solo; aumento da capacidade de infiltração de água, reduzindo a erosão; mantém estáveis a temperatura e os níveis de acidez do solo (pH);dificulta ou impede a germinação de sementes de plantas invasoras (daninhas); ativa a vida do solo, favorecendo a reprodução de microrganismos benéficos às culturas agrícolas.

Esta técnica pode ser utilizada não só para nutrir o solo, mas também como forma de reciclar o lixo orgânico – esterco do gado, palhas, galhos, folhas de árvores e etc.

A compostagem envolve transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microrganismos do solo que têm na matéria orgânica in natura sua fonte de energia, nutrientes minerais e carbono. A Embrapa Agrobiologia vem estudando maneiras de tornar a compostagem ainda mais eficiente. Para isto, é necessário satisfazer certos requerimentos relacionados aos fatores que influenciam a atividade microbiana do solo, como temperatura, umidade, aeração, pH, tipo de compostos orgânicos existentes e concentração e tipos de nutrientes disponíveis. Esses fatores ocorrem simultaneamente, e a eficiência da compostagem baseia-se na interdependência e inter-relacionamento dos mesmos.

Ana Lucia Ferreira – jornalista (MTB 16913/RJ)
Embrapa Agrobiologia
E-mail: analucia.ferreira@embrapa.br
Tel.: (21) 3441-1596

Medidas da presidenta Dilma inovam a reforma agrária




 

A presidenta da República, Dilma Roussef, assinou decretos desapropriatórios que destinam mais 92 áreas ao programa de reforma agrária, além da Medida Provisória nº 636 que dispõe sobre a liquidação de créditos disponibilizados a assentados e concede remissões. As mudanças foram publicadas, nesta sexta-feira (27), no Diário Oficial da União.
Com os decretos, são 100 novas áreas liberadas para o programa de reforma agrária, desde outubro, além de novas regras de financiamento para os assentados, solução definitiva do endividamento e titulação mais acessível. As medidas inovam a política pública de reforma agrária, que já garantiu acesso à terra a mais de 1,2 milhão de famílias em toda a sua história.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, avalia que com a nova metodologia para obtenção de área, instituída por meio das Portarias MDA 5, 6 e 7, a reforma agrária ganha agilidade e segurança na implantação dos assentamentos. “Para dar mais rapidez a esse processo, garantiremos assistência técnica para viabilizar o desenvolvimento da produção dos assentados e gerar renda para as famílias assentadas, conferindo a elas dignidade e promoção da paz no campo”, enfatizou.
“Essas medidas sinalizam o caminho que está tomando a reforma agrária, uma política que harmoniza o acesso à terra e um conjunto de políticas públicas viabilizadas não apenas pelo Incra, mas por todo o governo”, acrescenta o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Guedes.
100 novas áreas para assentamentos
Os decretos destinam à reforma agrária 193.566,21 hectares em 16 estados. Juntas, as oito áreas decretadas em 25 de outubro passado, e as 92 publicadas hoje, têm capacidade para receber 4.670 famílias de trabalhadores rurais. O Incra investirá R$ 267,1 milhões na indenização dos imóveis aos proprietários ainda em 2014. O pagamento da terra nua é feito por meio de Títulos da Dívida Agrária (TDAs) e as benfeitorias são pagas em dinheiro. O pagamento é feito no momento em que a autarquia ingressa na Justiça com o pedido da posse do imóvel para criar o assentamento.
Levantamento feito pela Diretoria de Obtenção de Terras do Incra que resultou nos decretos apontou a utilização, em média, de apenas 22,2% das áreas utilizáveis dos imóveis. Em 50 deles não havia qualquer atividade produtiva desenvolvida pelos proprietários.
No entanto, a análise agronômica comprova que elas estão aptas a produzir alimentos e que o aumento do seu valor de mercado é significativo. A valorização da terra nas regiões em que estão inseridas alcançou 73,6% em 36 meses, entre julho de 2010 a agosto de 2013, segunda a tabela FNP. No período, a valorização de terras no Brasil atingiu 68,3%. "Isso demonstra que as áreas são viáveis. As terras dessas regiões estão valorizadas e a reforma agrária vai cumprir seu papel de produzir alimentos, diversificar a produção e gerar ocupação e renda", explica o diretor de Obtenção de Terras, Marcelo Afonso.
Políticas Públicas
As novas famílias atendidas deverão estar no CadÚnico e os assentamentos serão regularizados conforme a Resolução Conama 458/13, por meio do Cadastro Ambiental Rural. Com a terra, o Governo Federal garantirá assistência técnica e iniciará os investimentos das demais políticas públicas, como os programas Minha Casa, Minha Vida (MCMV), Água para Todos e Luz para Todos, em cronograma previsto já nas portarias de criação dos assentamentos.
Assistência técnica
De imediato, a assistência técnica vai chegar a 73 dos futuros assentamentos. Atualmente, o Incra garante esses serviços a 306 mil famílias e a projeção é a de beneficiar outras 100 mil famílias em 2014, fazendo com que todos os novos beneficiários contem com assistência técnica.
Dados da Diretoria de Desenvolvimento de Assentamentos da autarquia apontam que em até cinco anos as famílias poderão gerar um valor da produção equivalente a dois salários mínimos mensais, uma vez que na região onde se localizam as áreas desapropriadas, a média do valor da produção da agricultura familiar chega a 3,7 salários mínimos mensais. “Essa estimativa nos permite afirmar que esses projetos poderão gerar um valor bruto de produção de aproximadamente R$ 81 milhões ao ano quando estiverem produzindo excedentes”, diz Cesar Aldrighi, diretor de Desenvolvimento de Assentamentos.
Com base no Censo Agropecuário 2006, cada lote de reforma agrária deverá ocupar, em média, 2,8 pessoas. Com isso, estima-se que mais de 13 mil pessoas estarão envolvidas com o trabalho familiar, produzindo alimentos que chegam todos os dias à mesa dos brasileiros.
Novo Crédito Instalação
Para garantir a segurança alimentar, gerar excedentes e aumentar o valor da produção, a Medida Provisória (MP) publicada nesta sexta-feira institui o novo Crédito Instalação, a ser regulamentado com condições mais favoráveis que as atuais formas de operação e aplicado ainda em 2014.
O depósito do crédito será feito diretamente na conta do beneficiário e não mais na conta de uma associação de assentados, como ocorria antes. Historicamente, o Incra realizava entre 30 mil e 40 mil operações do Crédito Instalação anualmente. A expectativa da autarquia é a de triplicar esse número, chegando a 100 mil operações no próximo ano.
Solução do endividamento para assentados e agricultores familiares
A MP também apresenta solução definitiva para o endividamento nas diferentes linhas de crédito para a reforma agrária e agricultura familiar. Estimativas do Incra apontam que, aproximadamente 10 milhões de hectares de áreas reformadas poderão aumentar a produção e produtividade com as novas condições de negociação, e acesso a novos créditos.
O Crédito Instalação financiou desde 1985, quando foi criado, R$ 11 bilhões em investimentos como habitação, apoio à instalação, produção e infraestrutura básica. E 75% desse valor (R$ 8,3 bilhões) foram aplicados nas modalidades Aquisição de Materiais de Construção e Recuperação/Materiais de Construção, totalizando 930 mil operações.
Para solucionar essa questão, a MP atualiza o saldo devedor a uma taxa de 0,5% ao ano, concedendo os mesmos descontos e prazos que são garantidos aos beneficiários do Grupo 1 do Programa Minha Casa, Minha Vida. Com isso, o assentado pagará 4% do saldo devedor, dentro de quatro anos, em parcelas limitadas a R$ 250 anuais.
Em relação às demais modalidades do Crédito Instalação, a Medida Provisória estabelece a remissão das dívidas de até R$ 10 mil por beneficiário. Quem deve acima deste valor, terá rebate de 80% sobre o saldo devedor, mais R$ 2 mil de bônus fixo. As dívidas dessas categorias somam R$ 2,7 bilhões, concedidos em mais de 1 milhão de operações.
Titulação de assentamentos
A titulação é um direito da família assentada, e a Medida Provisória traz condições mais favoráveis para acesso ao título da terra. A Medida Provisória traz como regra a isenção para lotes de assentamentos criados em terras públicas federais, até o limite de um módulo fiscal – mesmo tratamento assegurado pelo Programa Terra Legal, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Já para os lotes de imóveis desapropriados ou adquiridos por compra direta por parte do Incra e destinados às famílias assentadas, será usado como parâmetro o valor mínimo de planilha referencial de preço do Incra, além da aplicação de índices redutores a serem definidos em regulamento.
Procera e PAA
As dívidas do Programa Especial de Crédito para a Reforma Agrária (Procera) também serão remitidas quando forem até R$ 10 mil, para as operações com recursos do Orçamento Geral da União. Os valores acima de R$ 10 mil terão rebate de 80% e mais R$ 2 mil de bônus fixo, a serem definidos por meio de decreto. Encerradas as negociações, será extinto o Fundo Contábil do Procera. São 81,8 mil operações, envolvendo recursos de R$ 784 milhões.
Assentados e agricultores familiares que participaram do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) - Compra Antecipada nos anos de 2003 e 2004 também terão as dívidas remitidas até o valor de R$ 2,5 mil originalmente contratado. A medida refere-se a 44,5 mil operações e recursos de R$ 91,4 milhões.
Pronaf
As operações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) dos grupos A e A/C realizadas entre 1999 e 2010 também serão liquidadas com rebate até 80% do saldo devedor. O Conselho Monetário Nacional (CMN) definirá metodologia para atualização, prazos e demais condições da negociação. A medida irá beneficiar 203 mil assentados.
Já os valores renegociados terão rebate até 50% sobre o saldo devedor para os assentados das regiões Norte e Nordeste e até 45% nas demais regiões. As condições da renegociação também serão definidas pelo CMN. O valor das 233 mil operações feitas chega a R$ 2,4 bilhões.
As dívidas do Pronaf C/D e E contratadas até 2008, nas quais o tomador esteja inadimplente desde 22 de novembro de 2011 também serão renegociadas. Para a liquidação será concedido rebate até 65% sobre o saldo devedor atualizado até R$ 10 mil e autoriza as instituições bancárias a concederem bônus adicionais.
A metodologia, prazos e demais condições para a liquidação serão definidos pelo CMN. A medida beneficia 512 mil agricultores familiares dos quais 145 mil são assentados. Foram 513 mil operações envolvendo recursos de R$ 1,4 bilhão, em valores atualizados.

Cidade cearense receberá “profetas da chuva” para avaliação do inverno de 2014

Como manda a tradição, a cidade de Quixadá (Ceará) será sede da próxima edição do Encontro dos Profetas da Chuva.

De10 a 12 de janeiro de 2014, estudiosos acadêmicos, políticos, estudantes e profetas da chuva do Sertão Central cearense se reunirão para lançar as previsões do inverno de 2014.

A programação começa na sexta-feira (10) com a sétima edição do festival Encanta Quixadá. A apresentação de violeiros e trovadores vem reunindo, desde o ano de 2007, cantadores da moda nordestina na praça da Fundação Cultural.


Na manhã do sábado (11), acontecerá a abertura oficial do evento, quando cerca de 30 profetas convidados irão expor suas previsões na Associação de Ouvinos e Caprinos do Estado do Ceará (Acocece).

Durante a tarde, a programação traz o Seminário Convivência no Semiárido. Na ocasião, estarão presentes pesquisadores e educadores da área que irão discutir sobre as melhores condições de vivência em regiões de semiárido. O encontro encerrará no domingo (12) com um café da manhã e bate-papo livre com os profetas, além de uma atração cultural.

 
 Previsões são realizadas por sertanejos
Sertanejos com um conhecimento particular a respeito das manifestações da natureza que emitem sinais sobre os períodos de chuva ou seca no Nordeste brasileiro. Esse saber é construído ao longo dos anos através de sua interação com o meio ambiente, bem como por meio do desenvolvimento de experiências e rituais, passados de geração em geração, seja pela família ou entre amigos.

Os interessados nesse conhecimento, ou seja, aqueles que têm um vínculo significativo com a terra, aprendem como construir suas próprias previsões singulares através da convivência, do crescimento, de um entendimento próprio e de um conjunto de sinais – as experiências.

 
Na cidade de Quixadá, desde 1996, se realiza o Encontro Anual dos Profetas da Chuva, onde estes anunciam publicamente as suas previsões para a próxima estação chuvosa na região.

O encontro acontece tradicionalmente no segundo sábado de janeiro, em um local aberto para o público. Aqueles que se identificam como profetas são apresentados por Helder Cortez, um dos organizadores do encontro, e depois cada um tem sua vez de falar, incluindo a previsão e uma breve descrição dos métodos usados para chegar àquela conclusão.

 
 Na edição de 2013, compareceram cerca de 50 profetas, que previram, em sua maioria, um inverno fraco para a região, o que está sendo constatado com o pouco número de chuvas na região e a vivência de uma das piores secas do Nordeste.

O XVII Encontro dos Profetas Populares é uma realização do Instituto de Pesquisa, Viola e Poesia do Sertão Central e uma produção da Mungango Produções.

SERVIÇO
XVIII Encontro de
Profetas da Chuva, de 10 a 12 de janeiro de 2014, na Associação de Ouvinos e Caprinos do Estado do Ceará (ACOCECE),
acesso pela estrada do açude Cedro, KM 3, em Quixadá. Mais informações: (85)3032.3333


Sob sol escaldante e pouca água, agricultores nordestinos produzem frutas de alta qualidade com o gotejamento

agricultura_frutas_sertao (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 
A temperatura estava próxima a 37 graus célsius e o solo estalava de seco na frenética Mossoró, cidade localizada na região oeste do Rio Grande do Norte, a 285 quilômetros de Natal. Em 2012 e 2013, a chuva veio em gotas e a seca é das mais abrasivas dos últimos 50 anos. O gado morria de sede, enquanto carneiros e cabras, mais resistentes, se alimentavam dos arbustos torrados pelo sol nordestino.
Cortada pela BR-304, que liga Mossoró a Fortaleza, no vizinho Ceará, é nessa região semiárida, considerada adversa ao desenvolvimento de lavouras, que tecnologias avançadas permitem que frutas como melão, melancia, goiaba, maracujá, banana e mamão cresçam viçosas e doces e ganhem a rubrica “tipo exportação” na embalagem. Além disso, a produção é em escala e durante os 12 meses do ano. Da estrada, repleta de caminhões transportando frutas, podem ser avistados os mantos verdes das plantações circundados pela terra arenosa em Tibau (RN) – o mar está próximo dali. Parece miragem. A maior parte dos frutos é exportada para os exigentes mercados da Europa, principalmente, dos EUA e Oriente Médio. Neste ano, a cobiçada China começou a importar e tornou real um sonho antigo dos fruticultores.
A tecnologia que permite o “milagre” de se colher frutos nobres é a irrigação por gotejamento. Sem ela, seria impossível aos agricultores vencerem as condições climáticas, agravadas agora pela estiagem prolongada. Também são decisivos o trabalho sol a sol do sertanejo e a assistência de órgãos como Sebrae-RN, Universidade Federal do Semiárido e prefeitura municipal. Para se ter ideia, somente com exportações de melões, carro-chefe dos negócios, o Rio Grande do Norte faturou US$ 54 milhões em 2012, para uma receita nacional de US$ 134,1 milhões.
Já foi melhor: em 2007, o Estado chegou a movimentar US$ 85,2 milhões. A queda nas vendas deve-se à crise econômica europeia, mas tem uma novidade animadora: a desaceleração dos embarques não assustou, por conta do mercado interno, que cresceu. E este ano emitiu sinais tímidos da recuperação europeia, e a importação de outros mercados conquistados foi incrementada. O Estado vendeu US$ 16,5 milhões de melões no primeiro semestre – foram US$ 13,9 milhões em igual período em 2012. Já o Ceará saltou de US$ 20 milhões para US$ 24,5 milhões.
agricultura_frutas_sertao (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

  
Segundo Rui Sales Júnior, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Universidade do Semiárido, outras tecnologias modernas, como sementes híbridas, insumos de alto rendimento, embalagens rigorosas, integração lavoura-floresta e o chamado “mulching” (cobertura plástica que garante melhor produtividade às plantas), são usadas tanto nas grandes como nas médias e pequenas fazendas e colaboram para minimizar os custos.
Entre os pequenos produtores, o professor cita como exemplo os do assentamento Oziel Alves, a 28 quilômetros de Mossoró, que desafiaram a seca e transformaram o solo inóspito num “oásis”. Lá reside o casal Jair Alves de Andrade, de 39 anos, e Adriana Andrade, de 34. Eles são assentados do Oziel Alves desde 2001, quando 132 famílias ocuparam a propriedade. Hoje, segundo Adriana, apenas seis delas cultivam uma área total de 1.600 hectares, incluindo reserva legal, e produzem melão das variedades amarelo, pele-de-sapo, cantaloupe, além de melancia, banana orgânica e tomate.
Toda a semana são plantados 3 hectares de melão, sendo 30% negociados no mercado interno (seguem para Natal, Fortaleza e São Paulo) e os 70% restantes exportados para Inglaterra, Holanda, Portugal e Espanha pelos portos de Mucuripe, em Natal, e Pecém, em Fortaleza, que ficam a cerca de 250 quilômetros dali. “Temos o certificado GlobalGap, cujas normas internacionais são rígidas em relação ao meio ambiente, à segurança e ao bem-estar dos trabalhadores. O diploma abre mercado aos nossos produtos, que são ainda rastreados”, diz Adriana.
Usada em 100% da lavoura no Osiel Alves, a irrigação por gotejamento permitiu que a agricultura no Semiárido vencesse o estágio primitivo, quando o caju era a estrela dos pomares, ganhasse perfil moderno e transformasse o sertanejo num empreendedor. Foi uma “revolução”, lembra Francisco de Paula Segundo, subsecretário do Trabalho da prefeitura de Mossoró. Pelo sistema, explica ele, a água é levada sob pressão por tubos. Depois, é aplicada no solo por meio de emissores na raiz da planta frequentemente e em baixa intensidade. “Sua eficiência chega a 95%. Não há desperdício de água, que por aqui é o bem mais prezado”, afirma.
agricultura_frutas_sertao (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 
E o Nordeste avançou ainda mais quando passou a utilizar irrigação com fertilização e quimigação. A lavoura não recebe apenas água. É irrigada com água e nutrientes ao mesmo tempo e na dose certa para o seu desenvolvimento, e, no caso da quimigação, os defensivos são colocados juntos. Francisco diz que a tecnologia do gotejamento veio de Israel, onde a população foi obrigada a domar áreas desérticas a fim de produzir comida para seu sustento.
Os assentados do Oziel Alves estão colhendo 2.100 caixas de 13 quilos de melão por hectare, uma boa produtividade, diz Adriana, que é agrônoma. O mercado cotava a R$ 19 a caixa, valor que cobre os custos e deixa um lucro líquido razoável. O melão é plantado junto a culturas perenes, como mamão e banana, o que garante renda aos assentados o ano inteiro.
Até a moderna e eficiente técnica da integração lavoura-pecuária já chegou ao Nordeste. No assentamento de Adriana, os resíduos das frutas engordam carneiros e ovelhas de corte. A pecuária reforça a receita. Não há custos com alimentação. Os animais são comprados magros e vendidos gordos.
O abastecimento de água é feito por meio de poços artesianos. No Osiel Alves, alguns deles têm profundidade de 100 metros, o que mostra a dificuldade dos fruticultores para chegar aos lençóis freáticos.
Este ano choveu apenas 200 milímetros no oeste potiguar, onde Mossoró está plantada. O ideal seria 600 milímetros ou mais. Pior: em 2013, a região foi vítima da chamada seca verde. A chuva cai em abundância num período curto de tempo, é mal distribuída e depois cessa drasticamente. Quem não possui tecnologia não consegue plantar, o que vale também para o pecuarista, cuja boiada morre.
agricultura_frutas_sertao (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)
 Famosa
Maior produtora de melão de todo o mundo, até a Agrícola Famosa foi obrigada a mudar sua estratégia neste ano. Sediada parte em Icapuí (CE), parte em Tibau (RN), na divisa dos dois Estados, a empresa possui nove unidades de produção espalhadas pela região e em Pernambuco. “A estiagem castiga. A água baixou em alguns poços artesianos e secou em outros. Houve concentração de sal na água, prejudicando a produtividade das frutas”, afirma Luiz Barcelos, proprietário. “Transferimos então uma parte do plantio para Pernambuco.”
Tudo na Famosa é superlativo. A cada semana, 280 contêineres refrigerados e carregados de frutas rumam para o porto. Nos últimos anos, com a explosão da demanda interna por frutas, o número de contêineres que transporta a produção, que era de dez em 2008, saltou para 100 hoje. “No início, eram plantados 3 hectares de melão a cada dez dias. Hoje, são 250 hectares por semana e a colheita se dá 60 dias depois, ou seja, o giro é curto e imprime velocidade às atividades, conduzidas por 3 mil trabalhadores registrados.”
Somente na sede, que tem 8.000 hectares, além do melão e da melancia, semeados em 3.000 hectares, são plantados mamão (500 hectares), banana (500), maracujá (500), aspargos (100) e tomate-cereja (100). O grupo engorda 3.500 cabeças de boi e tira 2.000 litros de leite ao dia. Os animais são alimentados com as sobras do melão, sem custos.
As exportações de frutas brasileiras crescem. De 2000 a 2012, o resultado saltou de US$ 50 milhões para US$ 619 milhões, e os Estados do Nordeste lideram. Melão, manga e uva  são as que mais faturaram.
Dois outros plantadores de frutas de Mossoró são otimistas em relação ao futuro e investem no crescimento de suas lavouras. João Manoel Lopez Lima, de 49 anos, colheu 3.600 toneladas de melão em 2012, além de melancia, em sua propriedade de 350 hectares na zona rural do município. Em 2013, ele dobrou a produção.
Já  Francisco Vieira da Costa, de 50 anos e também de Mossoró, é um dos poucos a operar com contratos pré-fixados com os países europeus, caso da França, que ele considera o mais exigente do mundo. Essa condição permite exportar um volume de frutas padronizado nas caixas. “É do tamanho que a Europa pede”, diz ele, que embarcava 6.000 toneladas de melão em 2008, volume que saltou para 12.000 toneladas neste ano.