Animais e árvores estão morrendo por causa da seca no Nordeste
Até 2010, a média de chuva na região era de 600 milímetros por ano.
Em 2012 caiu para 200 milímetros.
Enquanto os predadores caçam fora do parque, os moradores dos vilarejos, que sofrem com uma estiagem de três anos, invadem a Reserva Nacional da Serra das Confusões em busca do que comer. Nem o tamanduá bandeira escapa. Em um abrigo natural a equipe do Jornal Hoje encontrou ossos de pelo menos quatro animais. “É um bicho que está na lista oficial de extinção. Por isso a nossa preocupação”, explica o chefe do parque José Wilmington Paes Landim.
A equipe de reportagem do JH, com a ajuda do biólogo do parque da Serra da Capivara Fernando Tizianel, entrou na mata para tentar identificar algumas espécies que não resistiram à estiagem. Segundo ele, até a árvore angico preto, típica de mata seca, não resistiu. “Ela tem uma resistência para suportar baixas precipitações de chuva.”
Em outro ponto da mata, o mateiro Adão dos Reis Silva encontrou uma carcaça de tatu bola, um animal típico da região. “Ele está muito magro e é um animal que engorda muito. Arrisco dizer que ele morreu mesmo de fome ou de sede.”
Até 2010, a média de chuva na região era de 600 milímetros por ano. Em 2012 caiu para 200 milímetros. Em outras palavras, a árvore que recebia três litros de água por ano, agora só recebe um terço disso. “Ela tem recebido apenas um litro por ano e isso tem sido insuficiente para a planta”, completa o biólogo.
Os pesquisadores que monitoram os répteis da região há dois anos estão preocupados. “Algumas espécies com ocorrência bem abundante no primeiro ano, nesse segundo ano com a seca mais proeminente não estão caindo nas armadilhas”, explica a pesquisadora do Instituo Chico Mendes Juliana Rodrigues.
Ela explica que até os animais mais resistentes à seca estão correndo risco. “Se essa seca se prolongar por muitos anos essas populações podem flutuar a ponto de eles não se restabelecerem e ocorrer uma extinção local ou algo nesse sentido.”
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