domingo, 31 de dezembro de 2017

Feliz 2018.

Feliz Ano Novo, Sertão Sofredor. Que 2018, venha com muita paz, muita saude para todos e que 2018 tenha um período chuvoso muito bom, para que os nossos produtores rurais tenham condições de criar, plantar, colher, satisfatoriamente. Com Deus no coração. Feliz Ano Novo, meu povão do nordeste brasileiro.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Agricultura familiar

Conab vai adquirir leite em pó da agricultura familiar

Ação foi autorizada pelo Grupo gestor do PAA , que reajustou os preços de referência de R$ 12 para R$ 13,94 o quilo
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Cooperativas e associações da agricultura familiar da cadeia do leite estão recebendo apoio de R$ 15 milhões do governo federal na comercialização de sua produção. Os recursos estão sendo aplicados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na compra de 1,08 mil toneladas de leite em pó, por meio do Programa Aquisição de Alimentos (PAA). A ação é realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

Ao todo, serão contempladas 34 cooperativas, beneficiando 1.916 agricultores familiares do Rio Grande do Sul, do Paraná e de Alagoas. A operação, realizada na modalidade de Compra Direta da Agricultura Familiar, se limita a um total de R$ 500 mil por cooperativa. O produto adquirido será doado a pessoas em condições de insegurança alimentar e nutricional, conforme demanda do MDS.

A medida tem como objetivo a regulação do mercado do leite e a sustentação de renda do pequeno produtor, uma vez que o preço do produto está em queda em diversas regiões.  A aquisição foi aberta para todo o país, mas apenas cooperativas e associações do RS, PR e AL manifestaram interesse em vender leite em pó para a Conab.

A ação foi autorizada pelo Grupo gestor do PAA , que reajustou os preços de referência de R$ 12 para R$ 13,94 o quilo. De acordo com a Superintendência de Suporte à Agricultura Familiar da Conab, a última atualização do preço de referência do leite em pó foi em 2012. 


Brasil teve maior crescimento do cultivo de transgênicos do mundo em 2016

País cultivou 49,1 milhões de hectares no período. Biotecnologia é aplicada principalmente nas culturas de soja, milho e algodão

 Globo Rural
plantacao-soja-matopiba-colheita (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

O Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (Isaaa) divulgou nesta quinta-feira (4/5) um relatório sobre a produção de alimentos transgênicos em todo o mundo. Em 2016, o Brasil cultivou 49,1 milhões de hectares de culturas geneticamente modificadas, apresentando um crescimento de 11% em relação a 2015 (equivalente a 4,9 milhões de hectares). Com isso, o país apresentou o maior crescimento na adoção de transgênicos do planeta e atingiu a segunda posição no ranking global de adoção de biotecnologia agrícola, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que produziu 72,9 milhões de hectares.


O documento também divulgou a taxa de adoção para a soja geneticamente modificada (GM), que é de 96,5%, do o milho (safras de inverno e verão), com 88,4% de plantações transgênicas, e do algodão, com índice de 78,3%.
Em todo o mundo, 26 países plantaram 185,1 milhões de hectares com variedades GM, um crescimento de 3% se comparado com os 179,7 cultivados em 2015. Além de Estados Unidos e Brasil, se sobressaem as áreas plantadas com OGM na Argentina (23,8 milhões de hectares), no Canadá (11,6 milhões de hectares) e na Índia (10,8 milhões de hectares).

De acordo com o levantamento do Isaaa, a adoção de organismos geneticamente modificados (OGM) globalmente gerou uma redução das emissões de dióxido de carbono (CO²).

Países do Mercosul avançam na discussão sobre sanidade e inocuidade da agricultura familiar


A sanidade e inocuidade dos produtos da agricultura familiar integram os principais temas da pauta dos países do Mercosul. Promover o intercambio e capacitação entre os agricultores familiares e técnicos para contribuir com a inclusão da produção da agroindústria, de pequena escala artesanal, nos mercados em âmbito regional, tornou-se uma das principais metas para o fomento da comercialização. 
A discussão sobre o assunto ganhou avanços durante XXVII Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf), realizada entre os dias 4 e 8 de dezembro, em Florianópolis (SC). A Comissão de Facilitação do Comércio (CFC) trouxe para o debate o “Projeto Regional de Intercâmbio e Construção de Capacidades em Inocuidade e Sanidade das Produções da Agricultura Familiar – em busca de Territórios Saudáveis”, elaborado em conjunto com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). 
Os objetivos da proposta passam por aperfeiçoar a diversidade de formas e sistemas de processamento, adequar as legislações, as condições de agroindustrialização em pequena escala, com vistas a garantir a inocuidade e sanidade e a participação dessa produção da agricultura familiar nos diversos mercados. O projeto foi enviado para considerações do Grupo de Cooperação Internacional (GCI).
“Acordamos que os pontos focais dos países da comissão serão os responsáveis no acompanhamento do projeto, envolvendo todos os atores governamentais, das organizações e comitês regionais, com o apoio do IICA”, ressaltou Igor Teixeira ponto focal do Brasil. Ele também informou que a delegação da Argentina vai elaborar uma proposta de recomendação sobre os aspectos sanitários e inocuidade para ser apresentada já na próxima reunião da comissão. 
Para Hur Ben Correa da Silva, coordenador de assuntos da agricultura familiar e cooperação internacional da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), a experiência do Brasil na agroindústria familiar e os avanços na legislação podem contribuir para o Programa Regional. Ele também acredita que a existência dessa iniciativa no Mercosul poderá promover nos países uma aproximação maior entre os diversos setores de governo e da sociedade que atuam na agroindústria familiar, e aperfeiçoar o que está sendo desenvolvido em relação às boas práticas de agroindustrialização familiar, a legislação específica e sua aplicação. “Nosso esforço deve ser no sentido de aperfeiçoar e fortalecer o que já temos, promovendo a renda no campo por meio de alimentos saudáveis e inócuos para a população”, disse o representante da Sead. 
Outras novidades 
Entre outros avanços da Comissão de Facilitação do Comércio está a discussão sobre as negociações comerciais. O grupo considerou importante que as Seções Nacionais da Reaf identifiquem os produtos prioritários da agricultura familiar em cada país, levando em consideração como foram tratados em outros acordos comerciais assinados pelo Mercosul, e analisem o impacto, a nível regional. Os avanços devem ser apresentados nas próximas reuniões da CFC. 
Os selos de identificação dos produtos da agricultura familiar também foram trabalhados pela Comissão. A comissão acordou que serão analisados os avanços nos países da implementação dos selos e a relação como instrumento à promoção comercial.
Para fomentar a economia da agricultura familiar, em níveis nacional e regional, as comissões de Facilitação do Comércio e Registro trabalham em conjunto na elaboração de uma proposta de resolução para tratar da identificação e caracterização das organizações econômicas de associativismo e cooperativismo. Leia mais aqui.

Sementes geneticamente modificadas dá mais produção ao feijão-carioca

feijão carioquinhaNos últimos 40 anos, o Brasil reduziu em 30% sua área plantada de feijão, mesmo assim, a produção no período aumentou 35% atingindo três milhões de toneladas atuais. Esse ganho se deve ao incremento da produtividade das lavouras, que, em parte, é atribuído ao uso de novas variedades. No caso do feijão-carioca, o mais cultivado no País, estima-se um crescimento na produtividade de grãos de 0,72%, acréscimo de 17 quilos por hectare ao ano exclusivamente devido à utilização de plantas geneticamente superiores.
Essa informação é de um estudo da Embrapa que avaliou a eficiência de seu programa de melhoramento de feijão e se baseia no cálculo do progresso genético com a cultura. Esse é um indicador que correlaciona características agronômicas como a produtividade, e métodos utilizados para a seleção, cruzamento e avanço de gerações de plantas (linhagens). Considerando todo o período do estudo de 22 anos, o avanço da produtividade representa um aumento acumulado de 380 quilos por hectare, ou o equivalente a praticamente um terço da produtividade média nacional, que é de 1.354 quilos por hectare.
De acordo com o pesquisador que esteve à frente desse projeto, Luis Claudio de Faria, que trabalha no programa melhoramento de feijão da Embrapa, em Aracaju (SE), o progresso genético foi estimado em uma série de experimentos no campo, em conjunto com instituições parceiras, em quatro regiões produtoras (Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste), abrangendo 20 ambientes diferentes, três épocas de semeadura (água, seca e inverno) e empregando uma base de dados com 22 anos de informações sobre linhagens e variedades.
“Como o estudo foi conduzido com repetições e em vários ensaios no campo, foi possível representar mais fielmente as condições de interação entre os genótipos e os diferentes ambientes de cultivo; e fazer uma estimativa consistente do progresso genético médio para produtividade de grãos, por meio do método do tipo direto, permitindo alcançar resultados bastante precisos”, conta Faria.

A estimativa do progresso genético para a produtividade de grãos na cultura do feijão-carioca no Brasil é inédita, pois nunca foi considerada em âmbito nacional, levando-se em conta as principais regiões produtoras do País. Isso só foi possível graças à ligação do programa de melhoramento da Embrapa à rede de instituições de pesquisa estaduais, que apoiaram a iniciativa. 

Analistas garantem que o Programa de Regularização Tributária é uma tentativa do Governo de fazer acordo com os produtores rurais


programa de regularização ruralA criação do Programa de Regularização Tributária Rural (PRR) pelo Governo Federal, é uma tentativa de entrar em acordo com o setor do agronegócio brasileiro. “Este é o mais benéfico programa de regularização de débitos fiscais já editado na última década pelo governo, quando se trata de pagamentos de tributos federais. Nada mais é que um acordo, uma boa saída”, diz o tributarista Joaquim Rolim Ferraz, sócio fundador do escritório Juveniz Jr.
O projeto de Lei (PL) 165/2017, aprovado pelo Senado, traz uma série de benefícios ao produtor rural mas, por outro lado, reativa o Funrural, ao reintroduzir no ordenamento jurídico os trechos excluídos pela Resolução n. 15/2017. O PRR prevê a redução para 2,5% da alíquota de entrada, em até duas parcelas iguais, mensais e sucessivas, a serem pagas sobre o valor total das dívidas e 100% de desconto das multas e encargos sobre as dívidas acumuladas com o Funrural até agosto de 2017. O restante do valor poderá ser parcelado em até 176 prestações. “O governo, desta vez, demonstrou interesse em se entender com o produtor rural. Foi excluído todo o custo dos honorários advocatícios dos procuradores federais, que é de 20%, toda a multa que pode ser 20% a 120% e todos os juros incidentes sobre esta dívida. O governo baixou a guarda com o PRR. Nada mais é que um acordo, uma forma de solucionar o conflito com o setor ruralista e acalmar esta tensão no campo e nos tribunais”, avalia o tributarista.
O projeto de lei também traz outras inovações em relação à vida financeira do produtor rural. Ele permite que as empresas e os produtores rurais pessoas jurídicas aproveitem parte do prejuízo fiscal para ser usado como crédito para pagar parte da dívida do Funrural. “Isto também é uma inovação com relação aos regramentos anteriores”, observa Ferraz. Foi mantida a opção de recolhimento sobre a folha (INSS) ou sobre a produção, a partir de 2019, para pessoas jurídicas, e a partir de 2018, para pessoas físicas.

Além da renegociação da dívida tributária, o projeto autoriza, até 27 de dezembro de 2018, a repactuação das dívidas em operações de crédito rural inscritas em dívida ativa da União, com o Banco do Nordeste ou Banco da Amazônia relativas a empreendimentos localizados na área de abrangência da Sudene e Sudam, e no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) em empreendimentos familiares rurais, agroindústrias familiares e cooperativas de produção agropecuária.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017


Semarh vai assinar ordem de serviço para desassoreamento do Canal do Piató



O Secretário Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Ivan Júnior, vai assinar, hoje (27), a ordem de serviço para início das obras de desassoreamento do Canal do Piató, em Assu. A solenidade inicia às 14:30, na Igreja da comunidade Porto Piató.
No inverno entre 2005 e 2009, devido a fortes chuvas que caíram na região, o estrutura do canal foi prejudicada e atualmente ele encontra-se obstruído. O projeto de desassoremanto foi elaborado pela própria secretaria e consiste na retirada de areia de pontos críticos, onde os levantamentos topográficos indicaram a necessidade de sua realização.
O Canal do Piató garante que a Lagoa do Piató, importante centro pesqueiro, possa receber continuamente água proveniente do Piranhas-Açu, em períodos de invernos normais, quando o leito do rio estiver num volume considerável.
A obra está orçada inicialmente em R$ 2,5 milhões. A empresa vencedora da licitação foi a construtora Cristal LTDA.

Modelo de crédito rural está com os dias contados, diz diretor do Banco Central

Executivo diz que mudança deve ocorrer, porque o volume dos depósitos à vista teve uma queda real, descontada a inflação, de 25% nos últimos cinco anos

marcelo-martins-sicoob (Foto: Divulgação)
O modelo de crédito rural vigente no país há quase 40 anos, que libera recursos a taxas subsidiadas para todos os produtores, está com os dias contados. O alerta foi dado na última terça-feira (21/11) em palestra a dirigentes de cooperativas por Claudio Filgueiras Pacheco Moreira, diretor do Banco Central responsável pelo Derop (Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações de Crédito Rural). A palestra integrou o evento “O Poder do Cooperativismo”, que foi organizado pelo Sicoob-Credicitrus  e reuniu mais de 300 lideranças em Bebedouro, no interior paulista.
O Plano Safra deste ano prevê a liberação de R$ 188,4 bilhões em financiamentos até junho de 2018, sendo R$ 116,25 bilhões com juros controlados (6,5% a 8,5% ao ano) e R$ 34 bilhões com juros livres, que dependerão de negociação entre o produtor e a instituição financeira. Do total anunciado, 13%, o equivalente a R$ 25 bilhões, já foram contratados no bimestre julho-agosto ante os 11% emprestados no mesmo período do Plano Safra anterior.
Segundo o representante do Banco Central, a mudança no crédito rural terá que ocorrer porque o volume dos depósitos à vista que ainda são a base dos recursos teve uma queda real, descontada a inflação, de 25% nos últimos cinco anos. “Como fazer o dinheiro do crédito rural crescer? Será que a tutela é realmente necessária para todos? O grande produtor rural que contrata crédito de R$ 800 milhões precisa da mão do Estado como o pequeno que financia R$ 50 mil? Essas questões foram colocadas como desafio aos cooperativistas pelo palestrante, alertando que, talvez, o Estado deva “segurar nas mãos” apenas os pequenos produtores.

Moreira disse que o conceito de crédito rural tem que evoluir e que cabe ao Estado dar segurança para o mercado operar, mas não necessariamente liberar dinheiro com taxas subsidiadas para todos os produtores. Segundo ele, os recursos provenientes de outras fontes têm crescido e devem ser mais utilizados. No caso das LCA (Letras de Crédito Agrícolas), o volume dobrou em dois anos e, hoje, praticamente ninguém contrata pelo teto das taxas. O juro pode ser mais alto para o pequeno produtor, mas para o grande fica quase equivalente ao do crédito subsidiado e é liberado de forma muito mais fluída e logo pode ser feita até eletronicamente.
O diretor ressaltou que qualquer alteração no crédito rural tem que ser aprovada por cinco setores: Banco Central, ministérios do Planejamento, Fazenda, Agricultura e Casa Civil. Disse ainda que uma mudança que já está em curso é a redução, com o uso da tecnologia de ponta, dos custos de observância e vigilância para concessão do crédito rural que, atualmente, em alguns casos chegam a ser maiores que o crédito concedido.
Lição de casa
No Brasil, 420 cooperativas operam crédito rural, segundo o Banco Central, mas a participação delas no mercado é de apenas 14% do volume, ante os 51,6% (já foi 82%) dos bancos públicos e 33,4% dos bancos privados. Segundo Moreira, um dado levantado na última sexta-feira pelo seu departamento, com base nos 3 milhões de contratos do crédito rural da última safra, o surpreendeu muito: as cooperativas de produção só buscaram 2,7% dos recursos nas cooperativas de crédito. Isso significa que há muito espaço a ser conquistado por esse segmento.
Marcelo Martins, porta-voz da Sicoob Credicitrus, anfitriã do evento, disse que o “puxão de orelhas” do diretor do Bacen foi motivador para o setor. “A cooperativa sabe como fazer o crédito rural porque está próxima do produtor, conhece as necessidades e os detalhes da operação do cooperado. Esse alerta vai nos motivar a conseguir quebrar algumas barreiras e avançar nesse segmento.”

Martins afirma que a Sicoob Credicitrus, com 34 anos de atividade e patrimônio líquido de R$ 1,3 bilhão, tem atualmente aproximadamente R$ 1,1 bilhão em crédito rural e o sistema Sicoob, R$ 11 bilhões. “Nós já estamos buscando aproximação com a cooperativa de produção para que ela foque realmente na produção e a cooperativa de crédito fique com a operação financeira.” A Sicoob Credicitrus é a maior cooperativa de crédito do país, com 81.613 cooperados e ativos totais de R$ 5,4 bilhões. Vai inaugurar em dezembro sua 60ª unidade, atingindo todo o interior paulista e mineiro.

La Niña faz temperatura oscilar no Brasil nos próximos dias

Algumas regiões podem ter forte calor, mas isso não deve persistir, de acordo com a Somar Meteorologia

O clima está sob os que os meteorologistas chamam de La Niña clássico. No Brasil, o fenômeno climático, marcado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, traz temperaturas mais baixas para o Sul e Sudeste e chuva para parte da região nordeste. Não impede o calor, mas provoca uma alternância maior de temperatura, explica Celso Oliveira, da Somar Meteorologia.

“Vai ter calor, mas não é algo persistente. No Centro-oeste, a temperatura é mais elevada, mas menor que no período anterior”, diz Oliveira, as máximas e mínimas previstas para diversas regiões do Brasil.
Na região Sudeste, por exemplo, as comemorações do Natal devem ser com temperaturas mais amenas e chuvas em algumas áreas, também consequência do fenômeno La Niña, que veio se consolidando ao longo dos meses. “Vamos ter declínio de temperatura e sensação de frio”, acrescenta ele.

live-somar-2212 (Foto: Reprodução/Facebook)

Mandioca vira iguaria da alta gastronomia na forma de tapioca, tucupi, polvilho e farinhas

O consumo de tapioca, por exemplo, saltou de 10 mil toneladas em 2010 para 58 mil em 2016

Mandioca (Foto:  )
Alimento presente na culinária de todas as regiões do Brasil, a mandioca tem sido cada vez mais utilizada na alta gastronomia brasileira. É o que constata a chef paraense Daniela Martins, proprietária do restaurante Lá em Casa, de Belém (PA). O uso da mandioca pelos chefs de cozinha tem aumentado consideravelmente, não só na forma de tapioca, mas também como farinhas e tucupi, que começaram a sair do Pará para restaurantes requintados em todo o Brasil. “Como chefs de cozinha, temos sempre de procurar novidades, e os produtos da Amazônia, onde a base da alimentação é a mandioca, são a grande descoberta da atualidade”, conta.



Daniela diz que, além das receitas tradicionais, começam a surgir novas descobertas, como o tucupi preto. “Trata-se de uma redução ao extremo do tucupi amarelo, feita por índios ou descendentes. Esse era um produto que estava sendo perdido”, conta a chef, que, com o auxílio da mãe e da irmã, pesquisa novos alimentos na região norte do país.
O restaurante Lá em Casa tem sido, ao longo dos últimos 45 anos, um grande laboratório para o preparo e a divulgação da comida tipicamente regional do Pará. Inspirado na culinária da avó de Daniela, Anna Maria Martins, ele oferece pratos com quase tudo o que vem da mandioca: maniva, beiju, tapioca, tucupi, farinhas, tucupi preto. “Só não usamos a casca, mas, se descobrirmos um uso para ela, passaremos a usar”, conta Daniela, que seguiu os passos do pai, Paulo Martins, chef de renome internacional. Entre os pratos com tapioca do restaurante, destacam-se o tacacá, que leva goma de tapioca, e o camarão empanado com farinha de tapioca.
Além da tapioca, já consumida em todas as regiões brasileiras, o tucupi (sumo amarelo extraído da raiz da mandioca) é outra iguaria paraense que vem sendo usada com mais frequência na alta gastronomia brasileira. “Existem formas interessantes que estão sendo usadas por outros chefs, que suavizam o sabor do tucupi, para que ele não fique muito agressivo ao paladar de quem não está acostumado, mas que mantêm as características do produto”, diz Daniela.
Ela acredita que a maniva (folha da mandioca),  usada na produção do prato típico conhecido como maniçoba, feito com maniva moída e cozida, acrescida de carnes de suínos e bovinos, também deve ganhar novos usos pelas mãos de chefs de outras regiões do país.
O exemplo mais marcante é a tapioca, produzida a partir da fécula de mandioca, que já caiu no gosto do brasileiro. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), nos últimos cinco anos a produção triplicou, reflexo da popularização dessa iguaria nordestina, que ganhou adeptos em todas as regiões brasileiras.
“Assim como aconteceu com o pão de queijo, feito com fécula e polvilho azedo de mandioca, que ultrapassou as fronteiras de Minas Gerais e ganhou o mundo, a tapioca começa a ser difundida fora do país”, conta José Eduardo Pasquini, vice-presidente da Abam.
Dados da Abam mostram que o consumo das indústrias que fabricam amido é de 4 milhões de toneladas de mandioca por ano, volume que rende 750.000 toneladas de amido. Deste total, 150.000 toneladas são destinadas à produção de tapioca, que respondia por 50.000 toneladas em 2012. “Atualmente, existem mais de 300 marcas de tapioca no Brasil, uma quantidade impensável anos atrás”, diz José Eduardo. São indústrias regionais que apostam na consolidação do consumo nos próximos anos. Só no Paraná, um dos maiores Estados produtores de mandioca, com safra estimada entre 3 milhões e 3,8 milhões de toneladas por ano, já existem 45  indústrias produzindo diversas marcas de tapioca.
A fabricação da tapioca é o quarto segmento que mais utiliza a fécula de mandioca industrial, setor que, no ano passado, teve um crescimento de 35% no faturamento, estimado em R$ 1,3 bilhão pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). A indústria de massa, biscoito e panificação é a que mais demanda a fécula, vindo em seguida as vendas no mercado atacadista e depois o uso pelos frigoríficos para a fabricação de embutidos.
Fábio Isaías Felipe, pesquisador do Cepea, acredita que a tendência é de crescimento do consumo de produtos elaborados a partir da mandioca nos grandes centros, graças ao valor cultural gastronômico e à funcionalidade do alimento, por não conter glúten e ser livre de organismos geneticamente modificados (OGM). “É um produto genuinamente brasileiro, o mais brasileiro dos alimentos”, diz ele.
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Valor da produção
Um estudo elaborado pelo Ministério da Agricultura calcula que o Valor Bruto da Produção da mandioca neste ano deve crescer 75% e atingir R$ 12 bilhões. O aumento se deve à alta dos preços da mandioca, que atingiram valores recordes em 2017.  Fábio Felipe explica que o cenário atual é reflexo da retração do plantio a partir de 2015, quando os baixos preços desestimularam os produtores.
O agricultor Vitório Fadel Neto mantém quatro propriedades na região de Echaporã, no interior de São Paulo, onde cultiva 1.700 hectares de mandioca de primeiro ciclo (colhidas 12 meses após o plantio) e de segundo ciclo (colhidas entre 18 e 24 meses após o plantio). “Todo ano, colho em torno de 600 hectares.”
Combinar variedades de ciclo normal e de ciclo longo foi a estratégia que o produtor encontrou para manter a safra nos mesmos patamares todo ano. Em 2017, a colheita somará cerca de 30.000 toneladas de mandioca, que serão entregues à Tereos Amido, de Palmital (SP). “Essa empresa era da minha família e foi vendida à Tereos uns anos atrás. Continuo fornecendo para eles”, conta Vitório, que também é agrônomo e presta consultoria para a Tereos. “O produtor rural comercializa para as indústrias de amido e dificilmente sabe qual será o destino da produção, se alimento, produto químico ou papel”, avalia.
Tapioca hidratada
O produtor Mauro Oliveira, que mantém 96 hectares cultivados com mandioca em Oscar Bressani, também em São Paulo, tem percebido que o aumento das vendas de tapioca no Brasil ajudou a manter os preços da mandioca em patamares mais altos. Ele é um dos fornecedores da Casa Maní, empresa que produz tapioca já hidratada em Tarabai (SP). Este ano, ele colherá 2.000 toneladas de mandioca, metade das quais será entregue à Casa Maní. “Trabalhar em parceria com a empresa me ajuda a planejar melhor o cultivo, pois temos garantia de preço mínimo em caso de queda brusca nas cotações”, conta Mauro.
O produtor Jairo Parron, de Itaguajé, no Paraná, também trabalha em parceria com uma empresa, a Pinduca Alimentos, para quem fornece 80% de sua safra. Com experiência de 20 anos no cultivo da raiz, Jairo acredita que qualquer produto que leve a mandioca como matéria-prima em sua composição contribui para melhorar os preços pagos aos produtores. Ele também mescla o plantio em suas propriedades entre variedades precoces, tradicionais e tardias. “Assim colho um pouco todo ano e mantenho a produtividade alta”, diz o agricultor, que já foi prefeito, vice-prefeito e vereador em Itaguajé.
Jairo, que 30 anos atrás trabalhava como diarista na colheita das lavouras de seu pai e em outras da região, resolveu investir em cultivo próprio em 1997. Nos últimos três anos, vem incrementando a área de produção, atualmente de 120 hectares. “Como o consumo de tapioca está ajudando a manter os preços mais firmes, consigo planejar a expansão da área.”
Mandioca (Foto:  )
Todos os paladares
Rica em amidos, o que a torna uma excelente fonte de carboidratos, com baixa quantidade de gorduras e livre de glúten, a tapioca, assim como o açaí, ganhou nova “roupagem” ao chegar às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Enquanto no Norte e no Nordeste a receita da massa contempla a farinha de mandioca crua misturada a água, que depois de pronta leva os recheios de queijo coalho, manteiga ou coco ralado, no Sudeste, por exemplo, há variações tanto na massa quanto no recheio. A massa, além do amido da fécula da mandioca, pode levar também ovos, espinafre ou grãos como chia e linhaça. Já os recheios são infinitos, criados na medida da criatividade de quem prepara o prato, com versões simples, como as nordestinas, que levam apenas manteiga, ou altamente calóricas, como as que carregam morango com brigadeiro, criadas para aliviar a tensão pré-menstrual (a famosa TPM) das mulheres.
Mandioca (Foto:  )
Na avaliação do professor e chef de cozinha Carlos Ribeiro, proprietário do restaurante Na Cozinha – A Casa do Picadinho, que estuda a preservação dos alimentos naturais, as primeiras versões da tapioca com leite condensado surgiram na década de 1980. “Foi uma época de aumento do turismo no Nordeste e as tapioqueiras começaram a acrescentar o leite condensado ao recheio da tapioca para agradar os turistas. Isso virou uma tendência”, conta o paraibano Carlos.
“Nas aulas que ministro, percebo que as pessoas têm uma enorme necessidade de trocar os ingredientes das receitas tradicionais. Não reprovo o uso de ingredientes naturais”, afirma o chef, que serve como entrada em seu restaurante a versão tradicional da tapioca, recheada apenas com manteiga de garrafa. A farinha usada na produção da tapioca ele costuma trazer quando viaja para a terra natal ou adquire nas mercearias nordestinas instaladas no bairro do Brás, em São Paulo.
Tapiocarias
O maior interesse pelo prato nordestino justifica o surgimento de diversas tapiocarias (inclusive nos shoppings) em São Paulo. A tapioca também entrou no cardápio de restaurantes famosos como Capim Santo, Casa de Maria Madalena e Bananeira, entre outros.
Uma das tapiocarias mais antigas da cidade é a Dona Tapioca & Cia, fundada em 2003. “Meus pais viajaram para o Nordeste e, quando retornaram, queriam investir em um novo negócio e resolveram apostar na tapiocaria”, conta o empresário Lucas Padovan Sabino Ferreira. Atualmente, a Dona Tapioca & Cia mantém um cardápio com cinco versões diferentes de massas e 70 tipos de recheios.
O carro-chefe da empresa é a tapioca salgada “sou italiano”, recheada com mussarela, tomate, azeitona, orégano e azeite. “No começo, tínhamos de explicar o que era nosso produto. Agora, todo mundo já conhece a tapioca”, diz o empresário, que montou uma segunda loja no bairro do Ipiranga para atender no sistema delivery (entregas). Para conferir características paulistas ao seu negócio, Lucas criou diversos “combos” para atrair a clientela. “Está dando certo. Em dias mais movimentados, as vendas chegam a 100 unidades, o dobro do registrado dez anos atrás”, diz.
A Pinduca Alimentos, do Paraná, especializada na produção de alimentos à base de mandioca, como farinhas, polvilhos industriais e amidos, percebeu alguns anos atrás um aumento nas vendas para as empresas do Rio de Janeiro e São Paulo. “Fornecemos amido para cerca de 100 pequenas indústrias e identificamos que algumas estavam fazendo massa pronta de tapioca. Resolvemos investir em uma marca própria também”, diz Cesar Fernando Paggi, diretor comercial da Pinduca Alimentos. Dentre os 57 itens que a empresa produz, 22 são à base de mandioca, sendo a tapioca hidratada a mais recente inovação da companhia. “A diferença entre o amido e a massa pronta da tapioca é que a massa é hidratada e com sal, pronta para ser consumida”, conta.
Na avaliação de Cesar, a facilidade no preparo da tapioca com a massa hidratada tem contribuído para o bom desempenho das vendas do produto. “Basta aquecer a frigideira e realizar o preparo. Não é preciso óleo e os recheios podem ser variados”, conta. Antes desse tipo de produto chegar ao mercado, as pessoas compravam o polvilho e tinham de hidratar a massa em casa e depois peneirá-la.
Mandioca (Foto:  )
Parceria
Na opinião do executivo, o consumo de tapioca é uma tendência que deve se consolidar nos próximos anos. “Desde que lançamos nossa marca própria, em 2014, registramos aumento entre 8% e 10% ao mês nas vendas do produto”, calcula Cesar, que planeja anualmente as compras de mandioca com os cerca de 40 produtores de mandioca que mantém como parceiros.
Cesar aposta em crescimento ainda mais vertiginoso nos próximos anos. “Como a popularização desse produto se deu em meio à seca no Nordeste, que elevou os preços da mandioca, a tendência é que, com a regularização da oferta nos próximos anos, os preços se acomodem um pouco e com isso a tapioca ficará mais barata, sendo viável para mais consumidores”, explica. Atualmente, 1 quilo da tapioca hidratada custa entre R$ 10 e R$ 18 nos supermercados paulistas, dependendo da marca.
Mandioca (Foto:  )
Mandioca (Foto:  )
Para Antonio Fadel, proprietário da Casa Maní, que produz a marca Tapiocando, a consolidação do consumo da tapioca é irreversível. Com uma experiência de mais de 20 anos na indústria de amidos, Antonio trocou a produção de amidos pela da tapioca. Na fábrica que mantém na cidade de Tarabai, em São Paulo, produz 15 toneladas de tapioca por dia. Além da marca própria, a empresa também industrializa outras sete marcas para outras indústrias.
Antes de apostar exclusivamente na confecção de tapioca, Antonio fez alguns estudos para identificar os entraves e desafios dessa cadeia de produção e entender seus consumidores. Descobriu o consumo nacional, que se situava em 10.000 toneladas de tapioca em 2010 e cresceu para 58.000 toneladas em 2016, que o cheiro azedo incomodava algumas pessoas, que os novos consumidores se sentiam bem por comer um produto sem glúten e que a praticidade da tapioca hidratada agradava a todos.
Mandioca (Foto:  )
Mandioca (Foto:  )
Ele investiu então na industrialização de um produto o mais fresco possível, desenvolveu embalagens a vácuo de diversos tamanhos, que aumentaram de 15 para 60 dias o prazo de validade do produto, criou um canal de receitas usando a tapioca e realizou degustações do produto em supermercados.
Os resultados? Excelentes. As vendas da Casa Maní devem crescer entre 10% e 15% este ano. E Antonio não mede esforços para manter o consumidor fiel ao produto. Além da embalagem a vácuo, desenvolveu a barrinha de tapioca, comercializada em embalagens de três unidades, e já está trabalhando para lançar o disco de tapioca pronto. “Agrega valor e é ainda mais prático que a tapioca hidratada”, conta.
Assim que for aprovado, deve – além de ser oferecido em 80% do mercado nacional onde a Casa Maní já está presente – ser exportado para Estados Unidos, Europa e Japão. “Já exportamos pequenos volumes de embalagens a vácuo para localizações onde há colônia brasileira”, diz.

Dom Helder Câmara atenderá 5.344 famílias no Ceará


A partir de 2018, o estado cearense passará a integrar o Projeto Dom Helder Câmara. Coordenado pela Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), o projeto corresponde a ações referencias de combate à pobreza e apoio ao desenvolvimento rural sustentável no Semiárido. Nesta quinta-feira (21), a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) firmou parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-CE). Com essa ação 5.344 famílias de agricultores familiares serão beneficiadas. 
A parceria foi assinada em ato solene no auditório Murilo Aguiar, na Assembleia Legislativa do Ceará. Serão investidos R$ 19.581.038,00 para as ações do eixo Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) que são realizadas pela Anater e serão executadas até o ano de 2020, em 102 municípios cearenses.
De acordo com o presidente da Anater, Valmisoney Moreira Jardim, a agência apresentou uma nova proposta de assistência ao agricultor familiar, integrada às políticas públicas voltadas para o setor, com diagnóstico, monitoramento e avaliação de resultados. “Chamamos essa proposta de Nova Ater, que possui um viés no desenvolvimento comunitário sustentável, visando gerar conhecimento dentro da própria comunidade. Essa nova forma de assistência vai possibilitar que a Anater leve para o campo uma nova estrutura, elevando a abrangência e a qualidade da assistência a ser ofertada aos agricultores e suas organizações econômicas”, ressalta o presidente.
As ações previstas no plano de trabalho do projeto visam assegurar oportunidades de integração econômica e social para agricultores familiares, indígenas, quilombolas, beneficiários do Crédito Fundiário e assentados da Reforma Agrária. Por meio da Ater, os agricultores familiares receberão apoio para capacitação tecnológica e gerencial em bases sustentáveis, incentivo e fomento para a instalação de unidades produtivas, contribuindo assim,para o resgate da cidadania e melhoria das condições de vida dos beneficiários.
Presente no evento, o secretário especial da Sead, Jefferson Coriteac, reforçou o valor da secretaria. “Nossa luta é sempre fazer o melhor para as pessoas, de forma especial aquelas que se dedicam à agricultura familiar, responsáveis por produzir 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. E eu falo com convicção: o crescimento do Brasil passa pela agricultura familiar. Logo, nosso objetivo é atender o agricultor familiar.”
Ater
O eixo Assistência Técnica e Extensão Rural é coordenado pela Anater, beneficiando 35 mil famílias de agricultores de 572 municípios dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe (Nordeste), Minas Gerais e Espírito Santo (Sudeste). Para esse eixo o investimento será de R$ 170 milhões, até abril de 2020.

Inscrição de lotes de assentamentos no Cadastro Ambiental Rural é prioridade em 2018


Representação da individualização espacial de lotes do PA Joséodon (RO) no CAR. 
Em 2018, o Incra empreenderá esforços para promover a regularização ambiental de cada lote da reforma agrária do país. O foco é na inscrição das parcelas no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que fornece um raio X da situação dessas áreas, possibilitando ao assentado corrigir eventuais passivos e ficar apto, por exemplo, a acessar programas de financiamento públicos e privados que tenham entre os requisitos a regularidade das terras onde produzem.
O cadastro das parcelas será efetuado no chamado CAR Lote, módulo do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) desenvolvido especificamente para atender a essa demanda de individualização da autarquia.
Criado por meio do Decreto n° 7.830/2012, o Sicar é destinado à integração e ao gerenciamento das informações ambientais dos imóveis rurais de todo o Brasil. Por meio do sistema, é emitido o Registro de Inscrição do Imóvel Rural no CAR, que confirma a realização do cadastramento e o envio dos documentos necessários para análise da Reserva Legal.
A inscrição dos lotes será feita a partir da coleta dos dados em campo. A ação, de responsabilidade do Incra, subsidiará um relatório a ser entregue aos beneficiários indicando ativos e passivos ambientais encontrados. Desta forma, eles conhecem a situação da parcela e, quando for o caso, se comprometem, por meio de termo circunstanciado, a recuperarem a área.
“Essa inscrição é feita sem custo algum para os assentados e representa um compromisso da autarquia com a preservação e utilização consciente dos recursos naturais dos projetos de reforma agrária, além de ser uma ferramenta útil para identificar situações irregulares na ocupação dos lotes”, afirma o diretor de Obtenção de Terras e Implantação de Projetos de Assentamentos do Incra, Clóvis Cardoso. Ele destaca que a ação será a maior iniciativa de regularização ambiental em curso no país e que beneficiará milhares de famílias.
Os dados ambientais devem ser monitorados de forma contínua e a inscrição precisa ser atualizada a cada alteração em relação à propriedade ou posse do imóvel.
Iniciativas
De acordo com a coordenadora-geral de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Incra, Ivana Silva Sobral, a primeira fase do trabalho, em finalização, consistiu na inscrição dos perímetros dos projetos de assentamentos e territórios quilombolas titulados no Sicar, por meio de parceria com a Universidade Federal de Lavras (Ufla). O resultado foi o cadastramento de 95% dos 7,5 mil assentamentos criados pelo Incra. Nos cadastros já efetivados constam dados como localização, identificação dos beneficiários, áreas de uso restrito e consolidadas, áreas de proteção permanente (APP) e de reserva legal.
O presidente do Incra, Leonardo Góes, ressalta que além de investir na consolidação de parcerias para viabilizar o cadastramento dos lotes, o Instituto vai contar com novos recursos tecnológicos, a exemplo da utilização de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) e dos recém-adquiridos receptores GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite), que realizam o mapeamento detalhado das divisas dos lotes, com celeridade e precisão milimétrica.
E no sentido de qualificar servidores da autarquia, além de profissionais de empresas e entidades de assistência técnica contratadas pelo Incra, foram promovidas, em duas ocasiões no ano de 2017, capacitações a distância sobre legislação ambiental com ênfase no CAR e no Programa de Recuperação Ambiental, assim como ambientação de uso do Sicar.
A expectativa é a de que análise dos dados do CAR e o correto uso do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural orientem o planejamento de ações do Incra e de parceiros, a gestão das informações ambientais nos assentamentos e o monitoramento da conservação, recomposição, compensação e supressão da vegetação nativa ou da cobertura vegetal nessas comunidades rurais.

Assessoria de Comunicação Social do Incra

Produção de cana brasileira deve enfrentar uma redução


colheita da canaOs dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que apresentou o 3° levantamento sobre a safra cana para 2017/2018. A estimativa traz também dados da área colhida, a produtividade e o percentual destinado a açúcar e álcool. Este ano os produtores brasileiros devem colher algo em torno de 635,59 milhões de toneladas, com um recuo de 3,3% frente às 657,18 milhões da temporada anterior.
A queda de produção é resultado da retração de área. O recuo só não é maior graças ao pequeno aumento de 0,2% na produtividade, que passou de 72,62 toneladas por hectare da safra anterior para 72,73 toneladas. A área colhida deve sofrer uma redução de 3,4%, passando de 9,05 milhões para 8,74 milhões de hectares. A disponibilidade menor tem a ver com a desistência e devolução de áreas de fornecedores que têm plantações distantes das unidades de produção, principalmente aquelas em que há dificuldade de mecanização.

A estimativa de açúcar deve atingir 39,46 milhões de toneladas, ou seja, 2% a mais que a safra passada. Agora, na reta final da safra, com 92,9% da cana já moída, as unidades aumentam a destinação para o etanol em função de sua melhor rentabilidade. No entanto, a produção ainda deve ser menor que a do ciclo anterior. A previsão é de 27,05 bilhões de litros de etanol, com um recuo de 2,7%. Enquanto o hidratado cai 5,2%, saindo de 16,73 para 15,87 bilhões de litros, o anidro sobe de 11,07 para 11,18 bilhões de litros, com aumento de 0,9%.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Verão

Chuvas do verão de 2018 deverão garantir a produção agrícola

Há previsão de grande pressão para pragas e doenças na agricultura
     
Excesso de calor deverá ser no mês de fevereiro
O verão começou oficialmente no dia 21 de dezembro, às 14h28, e vai até 13h15 do dia 20 de março de 2018, pelo horário de Brasília. A expectativa sobre o comportamento da chuva e da temperatura é maior em relação ao verão do que nas outras estações. É a chuva do verão que vai garantir o abastecimento de água para o consumo, para a produção agrícola, industrial e de energia hidrelétrica. Há ainda previsão de que haja grande pressão para pragas e doenças na agricultura. 

De acordo com o Instituto Nacional de Metereologia (INMET) Com a presença do fenômeno La Niña de intensidade fraca, essas condições poderão ser alteradas no decorrer do período, com chuva mais contínua nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, índices de chuva acima do normal nas Regiões Norte e Nordeste, e irregularidade na distribuição na Região Sul, essas são as condições médias da recipitação. Quanto a temperatura, poderá ficar acima do normal na Região Sul, normal a abaixo do normal nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, e dentro do normal nas Regiões Nordeste e Norte do País, são as condições médias.

Nos últimos meses, a temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial, mantiveram-se abaixo da média. Esse resfriamento vem sendo observado desde agosto de 2017 e indica a permanência do fenômeno La Niña pelo menos até março de 2018. Os modelos de previsão climática, gerados pelos principais centros de Meteorologia, indicam que as temperaturas da superfície do mar devem continuar abaixo da média até o mês de março de 2018, o que mostra uma tendência de continuidade do La Nina de fraca intensidade.

Conforme os dados do INMET, a maior parte da chuva no sudeste e no centro-Oeste ocorrerá principalmente na primeira metade do verão com risco elevado para enchentes.  O sul do Brasil, em média, deve ter chuva abaixo da média, mas não será completamente seco, diferente da região norte, que terá muita chuva na estação. A região nordeste terá muito calor e pouco chuva, porém nas áreas produtoras terão chuva suficiente. 


Conheça o melhor adubo para plantio de milho com sistema de fertirrigação

Como fonte nitrogenada, é comum a recomendação de ureia, nitrato e sulfato de amônio, nitrato de cálcio e potássio

milho_espiga (Foto: Ernesto de Souza/ Editora Globo)
Qual é o adubo indicado para o uso de fertirrigação em plantio de milho híbrido em uma área de 20 por 70 metros?

Para fertirrigação, geralmente, a preferência é pelos adubos de alta solubilidade, com pouca impureza e sem qualquer tipo de substância que possa causar empedramento. Como fonte nitrogenada, é comum a recomendação de ureia, nitrato e sulfato de amônio, nitrato de cálcio e potássio. O uso do cloreto de potássio, principalmente o branco, também é frequente.
O ácido fosfórico, que ajuda a limpar a tubulação e os gotejadores, no caso do sistema de irrigação localizado, é a indicação de fonte de fósforo. Junto também podem ser aplicados micronutrientes na forma de sais e quelatos. É importante prestar atenção quanto às concentrações máximas dos fertilizantes no preparo da diluição em água (calda), para não queimar as plantas.
Siga as orientações de adubação para a cultura do milho, sendo que a princípio a fertirrigação pode utilizar a mesma quantidade de fertilizantes em relação à aplicação do adubo sólido, embora na prática tem se observado que as doses são menores. Melhor se parcelar a adubação para o aproveitamento mais eficiente dos nutrientes, evitando a lixiviação.

Entre os diversos injetores de fertilizantes existentes, os mais comuns são os tanques pressurizados. Outros utilizados são as bombas injetoras hidráulicas e os venturis, que são peças baratas e com grande capacidade de injeção, porém requerem pressão extra no sistema.

Anater faz balanço das ações em 2017


O Conselho de Administração da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) reuniu-se nesta quarta-feira (20), em Brasília, quando foram apresentados os avanços registrados pela agência em 2017 e feita uma avaliação do planejamento para os próximos anos.
Ao abrir os trabalhos, o presidente do Conselho, Jefferson Coriteac, titular da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) agradeceu pela oportunidade de estar conduzindo uma reunião com uma pauta tão importante. “Esta é a primeira reunião do Conselho que presido desde que assumi como titular da Sead, em novembro passado. É uma honra fazer parte desse Conselho e ajudar a construir a história da Anater, cuja ação é tão salutar para a Agricultura Familiar, para o trabalho do profissional da Extensão e para a qualidade de vida do produtor rural”, destacou.
A Anater foi instituída em 2014, sob a forma de serviço social autônomo, como pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, de interesse coletivo e de utilidade pública.  Apesar de já estar instituída, o presidente Valmisoney Moreira Jardim explica que somente em 2016 é que a agência começou a construir os instrumentos e se estruturar para iniciar a operacionalização de suas ações. “No final de 2016, iniciamos o processo de contratação da equipe técnica e o planejamento dos projetos que hoje estão sendo executados.  A estrutura da Anater foi construída para fazer a gestão nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) e iniciamos a operacionalização das ações com a certeza de que estamos atendendo à expectativa de todos aqueles que trabalham incansavelmente pelo setor, especialmente os extensionistas rurais”, ressalta o presidente.
Avanços e conquistas
Ao apresentar os avanços registrados em 2017, o presidente Valmisoney Moreira Jardim explicou que a Anater já está executando as ações do Projeto Piloto, primeira ação da agência junto aos produtores, que está sendo realizada em 11 Estados de todas as regiões do País, beneficiando 10.500 famílias de agricultores, de 2.017 a 2.020, com investimento de cerca de R$ 50 milhões. “A diversidade e especificidade de cada região vão contribuir para aprimorar a proposta da Anater, de forma que todo o País possa ser assistido com a mesma eficácia nos resultados”, ressaltou.
O presidente informou que também está em andamento o projeto D. Helder Câmara, cujas ações estão sendo realizadas em 572 municípios de 11 Estados, prestando serviços de Ater a 34.921 famílias de agricultores, com investimento de R$ 169.289.372,86.
Segundo o presidente, a Anater também está trabalhando com o planejamento do programa Mais Gestão, que irá beneficiar 206 mil famílias, através de 1.032 cooperativas. Para o projeto, serão investidos R$175.068.411,00. “Os Instrumentos de Parceria já foram elaborados para os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e estamos aguardando apenas a assinatura do Aditivo ao Contrato de Gestão e liberação dos recursos para iniciar as ações”, completa.
De acordo com o presidente, já estão credenciadas 302 entidades prestadoras de Ater, que poderão participar das chamadas públicas que serão realizadas pela Anater a partir de 2018. “Também estão sendo realizados cursos de formação de extensionistas com objetivo de prepará-los para ir a campo e executar a proposta da Anater, que possui um viés no desenvolvimento comunitário, visando gerar conhecimento dentro da própria comunidade”. Segundo o presidente, em 2017, a Anater formou 101 gestores e 1.048 agentes de Ater.
Gestão de Ater
Para gerenciamento dos projetos, o presidente informou que a Anater criou o Sistema de Gestão de Ater (SGA), plataforma construída em ambiente de software livre, sem a necessidade de aporte de recurso, com solução tecnológica para análise, monitoramento e avaliação de todos os programas e projetos da Anater, e com capacidade de expansão e ampliação de recursos tecnológicos. Ao finalizar a apresentação, o presidente informou que foi liberada aos conselheiros uma senha de acesso ao SGA para que possam acompanhar os processos diretamente na plataforma.
Planejamento
Durante a reunião, os conselheiros deliberam sobre o planejamento estratégico e de demais instrumentos para as ações da Anater a partir de 2018. Representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o conselheiro Antoninho Rovaris sugeriu que seja feita uma reavaliação em relação à abrangência dos recursos aportados na Anater e propôs uma mobilização do Conselho nesse sentido.
O Conselheiro Argileu Martins, secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal e representante do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), reforçou a proposta do representante da Contag, para que seja aberta a possibilidade de a Anater receber recursos de outros Ministérios, de forma a fortalecer a agência.
O Conselheiro Luiz Silveira Rangel, representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), reiterou a proposta de reavaliação do Decreto de criação da Anater, de forma que o MAPA também possa aportar recursos para a Ater através da Anater. 
O presidente do Conselho, Jefferson Coriteac, destacou que é anseio da Sead é que haja essa abertura para entrada de recursos de outros Ministérios para a Anater e que a questão, inclusive, está sendo considerada no Aditivo ao Contrato de Gestão.