sexta-feira, 30 de novembro de 2018



“Meio ambiente será questão de Estado, e não de governo”, diz Evaristo de Miranda, da Embrapa

O pesquisador, que coordena o grupo técnico sobre o tema no governo de transição, diz que a ordem será a sinergia entre os ministérios.


Depois de ter anunciado por duas vezes a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, ideia rejeitada tanto pelos ruralistascomo ambientalistas, o presidente eleito Jair Bolsonaro decidiu chamar os “universitários” para cuidar da questão ambiental.
À convite de Bolsonaro, o pesquisador Evaristo Miranda, chefe da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Monitoramento por Satélite, formou um grupo “exclusivo e específico” com a missão de elaborar uma proposta de ação para o futuro Ministro do Meio Ambiente, a ser anunciado nas próximas horas pelo presidente eleito. Evaristo era um dos mais cotados para assumir a pasta, mas recusou o convite.

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“Meio Ambiente será um assunto de Estado, e não de governo”, disse à GLOBO RURAL Evaristo de Miranda, que conta em seu grupo com técnicos do Ibama, ICMBio, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Agricultura.
A estratégia do governo na área ambiental será a transversalidade, segundo Miranda. “A ideia é criar uma sinergia como nunca houve entre os ministérios no que diz respeito às questões ambientais, reduzindo os conflitos”.
Miranda diz que o diagnóstico feito pelo grupo mostra um grande desperdício de recursos no Ministério do Meio Ambiente.  Uma boa parte do dinheiro é dirigido para as atividades meio, como viagens e repasses para as ONGs (organizações não-governamentais), em vez de atividades fim. O grupo buscou detalhar os conflitos entre os Ministérios da Agricultura e Meio Ambiente, na tentativa de eliminar os enfrentamentos entre as duas áreas.

O grupo espera concluir seus trabalhos no próximo dia 5 de dezembro. O presidente eleito já declarou que não quer um “xiita” no Ministério do Meio Ambiente, numa clara alusão que não vai nomear alguém com perfil ambientalista. Dois nomes estão sendo aventados – Ricardo Sales e Xico Graziano. Os dois foram secretários do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Ontem, o presidente eleito anunciou que o Brasil não vai mais realizar a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP 25, no ano que vem, devido a problemas orçamentários.

Aplicação indiscriminada de antibióticos provoca resistência das bactérias que causam mastite em caprinos

SONY DSCA constatação é de um estudo da Embrapa Caprinos e Ovinos (CE), no qual testes com microrganismos isolados mostraram, em alguns casos, resistência das bactérias de até 100% para alguns medicamentos, o que pode ser causado pela aplicação indiscriminada dos antibióticos. O estudo constatou que as bactérias causadoras da mastite caprina, que é a inflamação nas tetas das fêmeas, estão apresentando resistência aos antibióticos mais utilizados contra a doença.
“Essa resistência pode estar associada à administração indiscriminada de antibióticos, sem a prescrição de um médico veterinário, proporcionando com isso a resistência a drogas antibacterianas”, alerta a médica-veterinária Viviane de Souza, pesquisadora da Embrapa e integrante da equipe que conduziu os testes com o rebanho. Ela acredita que o êxito na terapia das mastites vem sendo prejudicado pelo crescente número de cepas resistentes.
No estudo, foram isoladas cepas da bactéria Staphylococcus aureus, uma das principais causadoras da mastite, obtidas a partir de 160 amostras de leite de cabras com mastite subclínica, que é a manifestação da doença com alterações na composição do leite. Ela só pode ser diagnosticada pela utilização de testes auxiliares, pois alguns dos principais sintomas não são visíveis a olho nu. O material foi coletado de 40 cabras das raças Saanen e Anglo Nubiana do rebanho da Embrapa Caprinos e Ovinos. As cepas foram submetidas aos testes de sensibilidade (antibiogramas) aos antibióticos mais utilizados nos tratamentos contra mastite: Azitromicina, Cefoxitina, Ciprofloxacina, Clindamicina, Cloranfenicol, Eritromicina, Gentamicina, Linezolida, Penicilina G, Rifampicina e Tetraciclina.
Para cada um dos medicamentos, as cepas foram classificadas como sensíveis, que são aquelas quando há eficácia do medicamento contra o microrganismo testado; Cepas resistentes, quando o medicamento testado não se mostra eficaz; ou cepas intermediárias, quando o medicamento poderá não apresentar eficácia no controle dessa doença. Para a Penicilina G e Rifampicina, foi encontrada resistência de 100% por parte dos microrganismos. Para Eritromicina e Tetraciclina, foi encontrado percentual de resistência de 75%. Os demais variaram entre 25 e 50%. Somente o Cloranfenicol não encontrou indicadores de resistência no rebanho avaliado.
O rebanho de caprinos do Brasil está estimado em 8,2 milhões de cabeças, segundo o último Censo Agropecuário produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os animais estão concentrados em três regiões: Nordeste, com 7,6 milhões de cabeças; Norte, com 188 mil; e Sul, com 152 mil. A produção nacional de leite de cabra girou em torno de 25 milhões de litros em 2017.
Segundo o zootecnista Fernando Lucas de Mesquita, pesquisador do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), esses dados não chegam a surpreender, em virtude de uma realidade já visível de uso indiscriminado de antibióticos. “A resistência já existe. É muito comum a aplicação indiscriminada de medicamentos. Na maioria dos casos, os produtores não procuram auxílio técnico e aplicam de forma errada”, ressalta.
Até o fim deste ano, testes semelhantes conduzidos pela Embrapa estarão em andamento, em criatórios nos estados da Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo, cujos resultados devem ser concluídos nos próximos meses. Viviane de Souza acredita que indicadores semelhantes de resistência apareçam em rebanhos comerciais, uma vez que resultados parecidos foram observados até mesmo em outro rebanho da Embrapa, que adota práticas regulares e orientadas de prevenção.

Na avaliação da pesquisadora, as dificuldades no controle e tratamento da mastite, a partir de uma realidade maior de resistência dos agentes causadores, preocupam o setor produtivo, principalmente porque há perda de qualidade do leite nas cabras com mastite e a possibilidade de contaminação para consumo humano, o que pode acontecer inclusive durante períodos de tratamento, quando o leite não deve ser aproveitado. “Os laticínios remuneram produtores pela qualidade. Esse mercado penaliza quem não produz leite com as características desejadas”, afirma a cientista.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

George Soares se reúne com Ministério Público do Trabalho sobre produção da Carnaúba


O deputado estadual George Soares (PR) participou nesta quarta (28), de audiência em Mossoró, com o Procurador do Ministério Público do Trabalho, Gleydson Gadelha, e o superintendente do ministério do Trabalho, Eder Praxedes, para tratar junto de produtores e trabalhadores da extração da folha da Carnaúba.
Essa atividade econômica tradicional da região gera emprego e renda há muito tempo para a população do Vale do Açu e teve sua produção suspensa há duas semanas, devido a uma fiscalização conjunta do MP do Trabalho, polícia federal e MinT por causa das condições de trabalho.
Devido a essa interdição, uma comitiva com representantes do setor e autoridades da região procuraram o Ministério Público para encontrar os meios para regulamentar a atividade e voltarem a produzir o pó da carnaúba, produto base para a fabricação da cera que serve para as indústrias de cosméticos, automobilística,  espacial e tecnológica.
-- "Intermediamos o entendimento entre Ministério Público do Trabalho e produtores para que a colheita da carnaúba desse ano, que já foi retirada, não seja perdida. Porém os produtores terão que cumprir algumas exigências do MP, como assinar as carteiras dos trabalhadores, providenciar melhores instalações de maquinário, de higiene e alimentação para os mesmos, com a formulação de um Termo de Ajustamento de Conduta para a adequação na próxima colheita de carnaúba" afirmou o deputado George.

Agência australiana aponta 70% de chance de ocorrência do fenômeno El Niño

O departamento meteorológico atribui a possibilidade do fenômeno climático às temperaturas da superfície do oceano, na parte tropical, acima dos limites históricos


Litoral do Oceano Pacífico na América do Sul (Foto: Stuart Rankin/Flickr/CC 2.0)
Há 70% de chance de o fenômeno climático El Niño se formar no Oceano Pacífico até o fim deste ano, de acordo com projeção da Divisão de Clima da Austrália (Aussie, na sigla em inglês). O departamento meteorológico do governo australiano atribui a possibilidade de ocorrência do fenômeno climático às temperaturas da superfície do oceano, na parte tropical, acima dos limites históricos.
>> El Niño e La Niña: o que são, como ocorrem e por que afetam a produção agrícola
A Aussie, contudo, observa que outros indicadores, como ventos alísios e nebulosidade, ainda não mostraram sinais de El Niño. O desenvolvimento do fenômeno historicamente acarreta condições mais quentes e secas para partes da Austrália e do Sudeste Asiático, prejudicando a produção agrícola.

Nota do Blog: Notícia pessima para o semiárido nordestino.

Um boi gigante chama atenção dos internautas de todo o mundo

boi gigante 1
O gigante se destaca entre os outros animais no pastejo. Knickers, como é chamado, tem cerca de 1,4 mil kg e 1,94 metros de altura, da raça Holstein-Friesian – significativamente mais alto que a média. Ele vive na Austrália e é considerado o maior boi do país. O engraçado da história é que o seu tamanho acabou sendo sua salvação. Quando Geoff Pearson, seu dono, tentou colocá-lo à venda em leilão no mês passado, os frigoríficos que processam carne disseram simplesmente que não tinham a infraestrutura necessária para lidar com ele, devido ao tamanho, e só por isso, o animal escapou do matadouro.
Outra curiosidade do animal é o nome. Knickers, que quer dizer calcinha em inglês. Para o proprietário dele, que tem um rebanho de 20 mil cabeças, “Quando ele era novo, logo que o pegamos, tínhamos um gado (da raça) Brahman que era amigo dele”, explica Pearson. “O nome dele era Bra (sutiã)… então nós tínhamos bra (sutiã) e knickers (calcinha).  E não imaginávamos que ele iria se transformar em uma ‘calcinha grande’.” De acordo com o Guinness Book, o livro dos recordes, o boi mais alto ainda vivo é Bellino (da raça Chianina) – que tinha 2.027 metros de altura quando foi medido, em 2010, na Itália.
“Calcinha”  agora vai viver o resto da vida pastando no confinamento de Lake Preston em Myalup, 136 km ao sul de Perth, na Austrália. Para o proprietário “Knickers continua vivo, ele sempre foi um excelente guia para os outros, um pouco maior do que o resto”, diz Pearson. Embora “alguns de seus companheiros” tenham sido enviados para o abate ainda jovens, “ele ainda se destacava, então pensamos em deixá-lo lá, não estava machucando ninguém”.
Pearson – que possui cerca de 20 mil cabeças de gado – calcula que Knickers ainda tem alguns anos pela frente. Ele é um sucesso com os outros gados, que o seguem no pasto. Muitos gados são wagyu e marrom escuros. Knickers, que é preto e branco, se destaca ainda mais na multidão por causa de sua cor. (informação do Bol)

)Boi gigante
Os próximos passos do Sistema CONTAG diante do atual cenário político do Brasil

Continua nesta quinta-feira (29), em Brasília, o último Conselho Deliberativo da CONTAG de 2018, com a presença de 84 delegados(as) de 19 Federações do Sistema Confederativo.

O Conselho teve início na tarde desta quarta-feira (28), com uma mística que retratou a importância do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS) diante do atual cenário político do Brasil.

E seguiu com uma análise de conjuntura feita pelos candidatos orgânicos do Movimento Sindical reeleitos em 2018 (Bohn Gass PT- RS e Heitor Schuch PSB-RS), os eleitos pela primeira vez, (Vilson da Fetaemg PSB-MG e Airton Faleiro PT-PA), o senador eleito Weverton Rocha PDT-MA, e coordenação de falas do presidente da Confederação, Aristides Santos.
PARLAMENTARES
Os candidatos eleitos destacaram a importância estratégica da CONTAG na defesa dos direitos dos agricultures(as) familiares  e  apresentaram elementos importantes da atual conjuntura política do Brasil, a serem apreciados, debatidos e refletidos pelo Movimento Sindical.
 
“Foi através da luta da CONTAG junto com a esquerda, aos movimentos populares e ao governo democrático do ex-presidente Lula, que colocamos as políticas públicas para a Agricultura Familiar no centro das discussões do Brasil. Portando, devemos continuar na luta por direitos e pela Previdência Social Rural. Não aceitamos a invisibilidade para quem produz alimentos para o nosso país. Queremos o Brasil com liberdade e não subjugado ao imperialismo capitalista”, destacou o reeleito deputado federal pelo PT-RS Bohn Gass.  
 
 
 
Heitor Schuch PSB-RS, reeleito deputado pelo PSB-RS, fez uma análise voltada para a renovação dos deputados(as) no Congresso Nacional. “Dos 55% novos deputados(as) federais, a maioria virá com uma bíblia ou com uma arma debaixo do braço”, demonstrando o perfil conservador e alinhado com as pautas neoliberais da Câmara Federal, após as Eleições de 2018.  E encerrou convocando os(as) presentes para não esmorecer diante da atual conjuntura, mas enfrentar os desafios postos e defender a causa Agricultura Familiar como um sacrifício de todo o conjunto do Movimento Sindical. 
 
 
Eleito para o seu 1º mandado a deputado federal, Vilson da Fetaemg, PSB-MG, afirmou que apesar da eleição de um governo contrário aos ideais do Sistema CONTAG, é preciso: “mesmo com a difícil conjuntura e as várias ameaças de retirada de direitos, sentar com o governo federal eleito e de cabeça erguida discutirmos o futuro do país, sobretudo no que se refere à pauta dos povos do campo e a defesa da democracia”, ressaltou.
 
 
O ex-secretário da CONTAG e candidato eleito pelo PT-PA, Airton Faleiro, afirmou que o resultado das Eleições de 2018 trata-se de um movimento internacional onde o Capitalismo se movimenta para destituir qualquer governo que seja popular e democrático. E aproveitou a oportunidade para convocar os(as) presentes para: “mobilizar as forças vivas da sociedade com  formação e ações de base”.
 
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Após agradecer a oportunidade dada pela CONTAG, o recém-eleito senador pelo Estado do Maranhão, Weverton Rocha do PDT, alertou sobre a importância que a CONTAG deve ter nos processos de negociação com o governo eleito. Destacou ainda a unidade do campo progressista para a disputa política e de sociedade no Brasil, e colocou o mandato à disposição da CONTAG. “Estou à disposição do Sistema CONTAG, do movimento organizado e do campo progressista. Reafirmo meu compromisso na luta para preservamos as conquistas históricas do povo campo e de toda a classe trabalhadora”, pontuou o senador eleito, Weverton Rocha PDT-MA.   
 
 
Ainda colaboraram com a análise de conjuntura, a secretária de Saúde do Trabalhador da CUT/Nacional, Madalena Margarida da Silva; e o secretário de políticas Agrícola e Agrária da CTB/Nacional, Adriano Gelsleuchter.
 
DIRETORIA CONTAG 
Em nome da Diretoria da CONTAG, o presidente da Confederação, Aristides Santos, agradeceu a presença de todas as representações das Federações e também as contribuições dos parlamentares eleitos. “Agradeço cada companheiro e companheira aqui presente no nosso último Conselho Deliberativo da CONTAG de 2018. Agradeço também as contribuições dos parlamentares com proposições importantes para o nosso futuro, e que ao mesmo tempo nos encorajam a seguirmos na luta pela Reforma Agrária, pelo fortalecimento da Agricultura Familiar, pelos Direitos Ambientais, pelo dignidade de toda a classe trabalhadora do Brasil, etc.”, ressaltou o presidente da CONTAG, Aristides Santos. 
 
 
 
Após saudar a todos(as), a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais, afirmou o papel estratégico da Marcha das Margaridas de 2019 diante de tantas ameaças aos direitos da classe trabalhadora, sobretudo das mulheres. “Companheiras e companheiros, diante de tantos retrocessos e um cenário ameaçador no país, reafirmamos o papel de resistência e denúncia que tem a 6ª edição da Marcha das Margaridas. Portando contamos com o compromisso, a mobilização e o envolvimento de todas e todos do Sistema CONTAG com a maior ação de massa organizada pelas mulheres brasileiras. Vamos juntas(os), RumoaMarchadasMargaridas2019”. 
 
 
PROGRAMAÇÃO: Conselho Deliberativo da CONTAG
Na programação do Conselho, entram em pauta: a Previsão Orçamentária da CONTAG para o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2019; o Planejamento das Atividades para o exercício de 2019; Ações da ENFOC; e Lançamento da Cartilha do Programa Jovem Saber.  
As temáticas: Meio Ambiente/Combate aos Agrotóxicos; Atualização do Estatuto do Idoso; Resolução da Ação entre Amigas e Amigos – Marcha das Margaridas 2019; Alteração Estatutária da CONTAG; Sustentabilidade Político Financeira; e a Década da Agricultura Familiar aprovada pelas Nações Unidas. E informes das Secretarias:  Agrária e Agrícola. 
 
FONTE: Comunicação CONTAG

Secretaria de Defesa Agropecuária completa 41 anos e lança livro sobre controle de pragas e doenças

Evento

Estudo foi feito pela doutora Tânia Lyra que foi titular da SDA e da Secretaria Nacional de Produção Agropecuária

Capa do livro lançado pela SDA
Capa do livro lançado pela SDA

A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), completa 41 anos, nesta quarta-feira (28), tratando dos desafios e evolução no controle de pragas e doenças. As ações que envolvem a segurança alimentar são descritas no livro “Defesa Agropecuária: histórico, ações e perspectivas”, da doutora Tânia Lyra, ex dirigente da Secretaria de Defesa Agropecuária, lançado em cerimônia na Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
De acordo com o Secretário da SDA, Luís Rangel, “A autora foi desafiada a reconstruir uma história rica e complexa. E sua trajetória lhe permitiu realizar esse objetivo. A única mulher que ocupou o cargo de Secretária de Defesa Agropecuária, nos seus 41 anos de existência como instituição, pôde retratar, com seu estilo catedrático, uma típica odisseia que nos permitirá aprender, para ir além.”
Conforme Tânia Lyra, conhecer o sistema de defesa agropecuária adotado no Brasil, contribui para a atuação, no presente e no futuro, no controle de pragas e doenças, fazendo com que o país continue no ranking dos maiores exportadores mundiais de alimentos”. No prefácio da edição, o ministro Blairo Maggi afirma ser “fundamental conhecer a história para preparar o futuro”.
Maggi destacou que a Defesa Agropecuária teve papel fundamental e prioritário durante sua gestão. “O registro da história feito pela Tânia Lyra representa um espelho dos desafios enfrentados e superados por milhares de profissionais espalhados pelo país, seja nos mais distantes rincões, na pesquisa ou nos gabinetes, discutindo a formulação de importantes políticas públicas adotadas no setor”.
Tânia Lyra é graduada em Medicina Veterinária pela UFRRJ, com mestrado em Medicina Veterinária Preventiva pela UFMG e doutorado em Ciência Animal pela UFMG. Foi Secretária Nacional de Produção Agropecuária e Secretária de Defesa Agropecuária.
O livro “Defesa Agropecuária: histórico, ações e perspectivas” remonta à participação da agropecuária na história econômica do Brasil, demonstrando que a proteção das cultivares e da saúde animal está presente em todas as fases do nosso desenvolvimento cultural e socioeconômico, atuando como determinante do sucesso do agronegócio, que contempla a pequena propriedade, a produção de alimentos básicos e os demandados pelo comércio internacional, desde meados do século 18.
Os Departamentos de Produção Animal e Vegetal desenvolviam as atividades relacionadas até que, em 1977, foram unificados na Secretaria de Defesa Agropecuária.
A publicação foi dividida em oito capítulos, onde são descritas as atividades desenvolvidas do Brasil Colônia até 2018, sendo relatadas as dificuldades e os sucessos na erradicação de doenças, os gargalos para o desempenho da defesa agropecuária.
Medalha
Para reconhecer o trabalho de servidores, o Mapa vai premiá-los com medalhas. Neste ano, os agraciados com a distinção são: Jonas Bandeira da Rocha, Francisco Basílio Freitas de Souza, Carlos Alexandre de Oliveira Gomes, Daniela Soares de Almeida Bueno, Lúcio Akio Kikuchi, Álvaro Nunes Viana e Eliseu Alves.

Tecnologia NIR seleciona frutas, caracteriza caju e analisa compostos medicinais em plantas

A Espectroscopia no Infravermelho Próximo, ou NIR (Near-Infrared Spectroscopy, na sigla em inglês), é uma das mais versáteis e promissoras ferramentas do setor agrícola. Seu emprego tem auxiliado a caracterizar material genético de caju, analisar compostos de plantas medicinais e até agilizar a seleção de frutas, aprimorando o controle de qualidade. Todas essas aplicações feitas com velocidade muito maior do que os métodos convencionais.
Uma pessoa bem treinada consegue selecionar uma fruta por segundo, em um centro de embalagem e distribuição de frutas. Utilizando a NIR, é possível ampliar a produtividade de seleção para mais de 50 frutas por segundo.
As frutas seguem em uma esteira e passam pelo aparelho, que capta comprimento de onda e a intensidade da absorção de luz infravermelha. Os resultados são estimados por meio dos espectros captados. De acordo com modelos matemáticos e parâmetros previamente estabelecidos que associam as respostas obtidas a atributos de qualidade, as frutas são rapidamente selecionadas e separadas para diferentes destinações. O método permite a determinação simultânea de vários atributos de qualidade, tais como doçura, acidez, vitaminas, firmeza e, até, compostos funcionais
“Estudos realizados com aplicação de NIR em frutas mostram que se consegue selecionar 70, 80 até 100 frutas por segundo”, diz o pesquisador Ebenezer Silva, da Embrapa Agroindústria Tropical (CE), responsável por estudos que utilizam a técnica para melhorar o controle de qualidade em diversas aplicações agroindustriais.
Silva explica que a técnica tem sido usada na chamada “Indústria 4.0”, ou quarta revolução industrial, para realizar o controle de qualidade em tempo real. As aplicações estão cada vez mais próximas dos consumidores. Existem estudos para embarcar a tecnologia em smartphones. Assim, usando equipamentos NIR do tamanho de um chip, associado ao Big Data armazenado na nuvem, o consumidor poderá selecionar, com uma foto, as melhores frutas em uma gôndola de supermercado. Será possível saber, por exemplo, quão doce e suculento está um melão.
O NIR é capaz de realizar análises de forma rápida, sem destruir as amostras, eliminando a necessidade de realização de testes laboratoriais sofisticados e caros. O pesquisador esclarece, ainda, que é importante investir no desenvolvimento de modelos de calibração, já que esses protocolos podem custar caro. “A tecnologia é cara se vai buscar modelos de fora, porque os modelos são patenteáveis”, salienta.

Método facilita organização de material genético de cajueiro

A técnica NIR está em uso desde 2015 para acelerar a organização do Banco Ativo de Germoplasma do Cajueiro (BAG Caju) da Embrapa, que reúne os exemplares de plantas utilizados no Programa de Melhoramento Genético do Cajueiro. A expectativa é reduzir drasticamente os custos e o tempo de caracterização do banco, bem como facilitar futuras pesquisas com novos usos da planta.
“Seria uma forma de turbinar a caracterização do banco, de investigar aspectos de interesse de cada acesso, mesmo quando só temos uma árvore”, diz a pesquisadora Ana Cecília Ribeiro de Castro, coordenadora do BAG Caju.
O trabalho começou com a construção de um banco de espectros dos pseudofrutos e castanhas. Depois, os pesquisadores correlacionaram o banco de espectros com os dados obtidos em laboratório para determinadas características de interesse. No futuro, a caracterização de acessos do BAG Caju poderá dispensar a necessidade de realização de demorados e dispendiosos testes de bancada nos laboratórios.
“Podemos caracterizar o banco só com a captura dos espectros. Isso leva um tempo, mas é infinitamente mais rápido e ordenado do que analisar fruto a fruto no Laboratório de Pós-colheita”, explica a pesquisadora Ana Cecília Castro. “Quanto mais dados eu tenho, mais fácil será a utilização do acervo para outros fins. Seja a aplicação direta na química, seja para o melhoramento genético. Por isso, a caracterização é uma atividade contínua, que se aprimora com ferramentas analíticas como NIR”, detalha a pesquisadora.

Análise de planta medicinal sem usar reagentes

Outro estudo com NIR realizado na Embrapa resultou em um método para identificar diferentes quimiotipos de macela-da-terra (Egletes viscosa), planta da família do girassol que possui propriedades farmacológicas. O aparelho capta os espectros de luz infravermelha de um pequeno punhado de inflorescências e identifica características da amostra. O procedimento dura poucos minutos e não usa reagentes.
Silva acredita que o modelo desenvolvido para macela-da-terra pode, no futuro, passar por ajustes para utilização na indústria. “É útil para controlar algumas características ou compostos de interesse em alta velocidade e com alta precisão”, afirma.
No caso da macela-da-terra, a composição química do óleo essencial, que é uma característica intrínseca para cada quimiotipo, pôde ser determinada indiretamente por meio de modelos matemáticos aplicados aos espectros de infravermelho de suas inflorescências. No método convencional, seria necessário extrair o óleo, um processo que demora de três a quatro horas, e em seguida analisá-lo em um equipamento de bancada (cromatógrafo gasoso com espectrômetro de massas), processo que poderia demorar mais de uma hora.
Por enquanto, o modelo desenvolvido para macela-da-terra está em uso no laboratório para seleção de material utilizado em um projeto que estuda o potencial da planta para tratamento de problemas gastrintestinais. Mas o protocolo também poderá ser aplicado, futuramente, na indústria para o controle de qualidade da matéria-prima.
O projeto, em curso no Laboratório Multiusuário de Química de Produtos Naturais em Fortaleza (CE), deve avaliar a atividade gastroprotetora dos dois quimiotipos (exemplares que apresentam características químicas diferentes). Pretende, ainda, desenvolver métodos de autenticação botânica dos diferentes tipos da planta para avaliar qual o mais eficiente. “Uma vez que eles realmente apresentem diferença significativa em atividade biológica, será necessário um método que permita a seleção e o controle de qualidade”, explica o pesquisador Kirley Canuto.
O pesquisador acredita que esse tipo de teste rápido é útil para o controle de qualidade na indústria de processamento de plantas aromáticas e medicinais. “Uma mesma planta pode ter diversos quimiotipos, que muitas vezes não são identificáveis a olho nu”, explica o pesquisador. “Por esse motivo, são necessários métodos para garantir que aquele produto contém o quimiotipo que apresente o conjunto de substâncias ativas”, explica.

Embrapa Agroindústria Tropical

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

 EAJ: Inscrições para cursos técnicos em Agroindústria e Agropecuária se encerram dia 30





Imagem: Divulgação/EAJ
A Escola Agrícola de Jundiaí (EAJ) está com inscrições abertas até sexta-feira (30) para o Processo Seletivo dos cursos técnicos em Agroindústria e Agropecuária.

Para se inscrever, adianta informação da assessoria de imprensa da instituição, o interessado deve ter concluído o Ensino Médio ou concluí-lo até dezembro deste ano.
A ficha para inscrição está disponível no endereço eletrônico www.eaj.ufrn.br e deve ser preenchida e enviada para o e-mailsubsequenteinscricao.eaj2018@gmail.com ou deixada na Sala da Assessoria de Políticas Acadêmicas, no prédio da direção, juntamente com um documento que comprove a conclusão do Ensino Médio.
A prova será aplicada no dia 09 de dezembro, um dia de domingo, das 14h às 17h, no Setor de aulas da Graduação na EAJ, em Macaíba.
Serão vinte questões objetivas contextualizadas nas Ciências Agrárias e na Matemática, além de uma redação.
Os candidatos que obtiverem pelo menos 30% de acerto nas questões objetivas terão a redação corrigida.
São 30 vagas para Agroindústria e 30 para Agropecuária com ingresso no primeiro semestre de 2019.
Metade das vagas é reservada para quem cursou todo o Ensino Médio em escolas públicas, desse percentual, 50% serão direcionados para quem tem renda familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio.
Também há cotas para autodeclarados pretos, pardos e indígenas.
A EAJ dispõe de auxílios residência, alimentação, transporte e moradia para os alunos regularmente matriculados em cursos técnicos presenciais como forma de apoio à inclusão, permanência e êxito dos estudantes.

Uma técnica de inoculação que permite crescimento das proteínas do capim- braquiária


capineira inoculadaA tecnologia consiste na inoculação do capim com Azototal, primeiro produto comercial com registro para braquiárias. Trata-se de um inoculante que contém estirpes selecionadas da bactéria Azospirillum brasilense. “Com a inoculação, as forrageiras poderão dispor de 25% a mais de proteína, o que irá melhorar a qualidade nutricional da alimentação dos animais”, relatam os pesquisadores da Embrapa Mariangela Hungria e Marco Antonio Nogueira, que participaram do desenvolvimento da tecnologia.
A nova tecnologia foi desenvolvida pela Embrapa Soja, em parceria com a empresa Total Tecnologia, pode promover o incremento na produção de biomassa e no conteúdo de proteína do capim-braquiária, aumentando-a de 15% na produção e 25% a mais biomassa.  “Esses números são excepcionais e podem impactar positivamente a agropecuária”, afirma Mariangela Hungria. A Azospirillum brasilense é classificada como “bactéria promotora do crescimento de plantas”. O principal efeito desse microrganismo é a produção de fitormônios, que resultam, principalmente, em incrementos consideráveis na biomassa de raízes. “Com o maior crescimento das raízes, a capacidade da forrageira para explorar o solo em busca de nutrientes e água é ampliada e permite, inclusive, maior aproveitamento do fertilizante aplicado”, explica a cientista da Embrapa.

Estima-se que o Brasil tenha cerca de 180 milhões de hectares ocupados por pastagens, a grande maioria com braquiárias. Desse total, cerca de 70% encontram-se em algum estágio de degradação. “A recuperação de áreas com pastagens degradadas de braquiárias, usando a combinação de fertilizante nitrogenado e Azospirillum pode trazer, com baixo custo para o agricultor, um grande impacto na agropecuária brasileira, não só pela maior produção de biomassa, mas também por meio da melhoria na qualidade proteica na alimentação do gado”, relata a pesquisadora.
EMBRAPA

Orientações para o agricultor recuperar as florestas e salvar o meio ambiente

reflorestamento
Durante muitos anos, diversas regiões do Brasil foram devastadas e desmatadas de forma predatória e aleatória, resultando na morte de várias espécies de animais silvestres. Por isso, é cada vez mais importante, que os produtores rurais assumam o compromisso de promover o  reflorestamento para a recuperação de áreas degradadas. Uma das instituições que promove bem essa consciência é a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). De acordo com o engenheiro agrônomo, Edvaldo dos Santos Reinando Filho, o produtor que deseja fazer o reflorestamento deve demarcar áreas degradadas de sua propriedade, próximas a nascentes, riachos e rios,  por exemplo, isolá-las  e realizar o plantio de espécies nativas de lento e rápido crescimentos.
“Precisamos fazer o reflorestamento urgente em virtude de começarmos a sofrer as consequências de problemas que estamos vivenciando atualmente como o aquecimento global,  o assoreamento de rios e enchentes, a poluição e a falta de água”, ressalta Edvaldo Reinaldo Filho.
Para o engenheiro agrônomo da EBDA é possível fazer o reflorestamento utilizando produtos da propriedade, por exemplo, produção de mudas com adubação orgânica e coleta de sementes nativas da propriedade. Dentre os passos indicados por Edvaldo para se fazer o reflorestamento destacam-se os seguintes: demarcar a área a ser reflorestada; isolá-la de animais; escolher espécies adaptadas à região; observar o clima, o solo e o uso que foi dado à terra anteriormente para verificar a necessidade de uma adubação orgânica mais intensa; utilizar em torno de 50% de espécies pioneiras, com rápido crescimento; e privilegiar árvores frutíferas com o objetivo de atrair a fauna da região.

“É importante diversificar ao máximo as espécies plantadas para se chegar o mais próximo possível ao ambiente natural. Essa diversificação é fundamental”, ressalta Edivaldo Reinaldo Filho. Ele lembra, ainda, que quando a área ainda está pouco devastada é possível fazer a regeneração espontânea. “Isso acontece quando você isola a área. As plantas irão ressurgir se houver florestas ao redor, pois as sementes serão carregadas pelos pássaros e pelo vento”.

APASA - ELEIÇÕES



Incidência de diarreia em bezerros aumenta em períodos de chuva e calor

Gisele Rosso - Os bezerros ficam separados no piquete para evitar o contato direto entre os animais, o que facilita a transmissão de doenças.
Os bezerros ficam separados no piquete para evitar o contato direto entre os animais, o que facilita a transmissão de doenças.
O clima é um dos fatores que aumenta a incidência da diarreia em bezerros. A umidade e temperatura alta favorecem a proliferação dos diferentes microrganismos transmissores da doença facilitando a contaminação. De acordo com a pesquisadora Ana Carolina Chagas, da Embrapa Pecuária  o produtor precisa ficar atento nesta época do ano para reduzir os riscos de ocorrência da diarreia.
As condições climáticas são determinantes. Um levantamento realizado no centro de pesquisa apontou que cerca de 70% das mortes de bezerros leiteiros lactentes concentram-se entre os meses de novembro e março, período que apresenta as maiores médias pluviométricas.
No mundo, a taxa de mortalidade de bezerros devido à diarreia infecciosa passa de 30%. A desidratação e a desnutrição prejudicam o desenvolvimento dos animais e podem levá-los à morte. As primeiras duas semanas de vida são as mais críticas, quando o sistema imunológico ainda não está estabilizado. Além disso, a debilidade deixa o filhote suscetível a adquirir outras infecções, como a pneumonia por exemplo.
Com o manejo correto, controle e prevenção dos microrganismos é possível reduzir significativamente os prejuízos com a diarreia.
Segundo Ana Carolina, quando o animal apresentar sintomas da doença, ele deve ser isolado e tratado com medicamentos adequados e dieta balanceada.
A prevenção ainda é a alternativa mais simples e de baixo custo. Garantir que o animal receba o colostro nas primeiras seis horas de vida é essencial para sua imunidade. A higiene é extremamente importante na prevenção da diarreia. Os bebedouros e comedouros devem estar suspensos para evitar sujeira e contaminação e devem ser limpos periodicamente.
Outra recomendação da pesquisadora é trocar os animais de lugar toda vez que o piso se apresenta inadequado em consequência do pisoteio, com formação de barro ou sem cobertura de pasto. “Eles devem ser alocados individualmente por meio de estacas de metal fincadas ao solo. Os bezerros são conectados às estacas por meio de cordas de nylon de aproximadamente 2,5 metros de comprimento. A disposição dos bezerros no piquete busca permitir o contato visual e evitar o contato direto entre os animais, o que facilita a transmissão de doenças”, explica Ana Carolina.
Essas medidas reduzem as chances de o bezerro ser infectado com a doença e diminuem os prejuízos físicos e financeiros que a diarreia pode causar.
Embrapa Pecuária 

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

ATENÇÃO CRIADORES DE BOVINOS >> Campanha contra Febre Aftosa segue até o dia 30 no RN



 

O Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (IDIARN) reforça que a segunda etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa segue até o dia 30 desse mês em todo o estado.

Nessa etapa a vacinação será obrigatória apenas para os animais de 0 a 24 meses, porém, os demais animais também deverão ser declarados. "O produtor cadastrado junto ao IDIARN deverá adquirir sua vacina em uma das lojas autorizadas a comercialização e, após isso, vacinar seus animais e declarar o rebanho em um dos nossos escritórios, EMATER ou Secretárias Municipais de Agricultura", afirmou o diretor geral do Idiarn, Camillo Collier.
  
O RN tem hoje um rebanho bovino de 891.848 animais. Na primeira etapa da ação em maio o Estado vacinou 96,87% desse rebanho, mantendo os bons índices do ano anterior. Esses números permitem que o Rio Grande do Norte continue com status livre de febre aftosa com vacinação.

O RN foi reconhecido internacionalmente livre de aftosa com vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em maio de 2014. Desde que conseguiu a classificação, sonhada há décadas pelos criadores potiguares o estado passou a exportar seus animais.

Enviado por Assessoria de Imprensa Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN

EVENTO >> I Fórum Potiguar de Comitês de Bacias Hidrográficas


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I Encontro Estadual dos Comitês de Bacias Hidrográficas do RN e VII Seminário de Gestão Ambiental - UERN/IFRN  será realizado no período de 26 a 27 de novembro, no Auditório do Instituto Federal do Rio Grande do Norte - IFRN em Mossoró/RN.

O tema central do encontro discutirá como foco a Água, meio ambiente e o papel dos comitês de bacia para o desenvolvimento sustentável.

Um dos principais objetivos desse encontro é possibilitar aos Comitês de Bacias Hidrográficas seu fortalecimento e promoção da gestão integrada das águas, de forma participativa e descentralizada de modo a apontar para a sociedade a efetiva sustentabilidade dos recursos hídricos. O Fórum Potiguar pretende reunir representantes do Governo (Federal, Estadual, Municipal), Agência Nacional das Águas (ANA), Usuários, ONGs, Universidades e Institutos Técnicos para trocar de experiências exitosas de boa gestão dos recursos hídricos.

O Fórum Potiguar dos Comitês de Bacias Hidrográficas é uma entidade que reúne, atualmente, os 04 comitês que atuam no estado do Rio Grande do Norte, a saber: os comitês estaduais do rio Apodi-Mossoró, do rio Pitimbu e do rio Ceará Mirim; e o comitê federal do rio Piancó-Piranhas-Açu. A realização do I Fórum Potiguar dos Comitês de Bacias Hidrográficas é um marco fundamental na afirmação simbólica da luta pela gestão participativa das águas do Rio Grande do Norte e uma meta anual a ser seguida a fim de possibilitar o encontro dos membros dos 04 comitês em meio a atividades como: palestras, mesas redondas, capacitações, reuniões, etc. Já o VII Seminário Temático de Gestão Ambiental é um evento tradicional da região Oeste Potiguar e conta com o apoio dos cursos de graduação em Gestão Ambiental da UERN e do IFRN.

I Fórum Potiguar de Comitês de Bacias Hidrográficas terá como tema central: “Água, meio ambiente e o papel dos comitês de bacia para o desenvolvimento sustentável”, tendo como objetivo:

· Realizar debates sobre a conjuntura da gestão das águas no Rio Grande do Norte;
· Estabelecer metas conjuntas para os comitês de bacia do estado;
· Capacitar membros sobre os temas: água, meio ambiente e gestão participativa;
· Chamar a atenção da sociedade potiguar para a importância das discussões sobre o uso das águas por bacias hidrográficas;
· Articular com as universidades e com o ministério público parcerias de trabalho para a promoção do desenvolvimento sustentável das bacias hidrográficas.

Tereza Cristina confirma criação da Secretaria de AssuntTereza Cristina confirma criação da Secretaria de Assuntos Fundiários

Presidente da UDR, Luiz Nabhan Garcia, que chegou a ser cotado para ministro, deve ser o chefe do órgão subordinado ao Ministério da Agricultura

agricultura-ministerio-sede (Foto: Divulgação/Mapa)
A futura ministra da Agricultura, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), confirmou que o Ministério terá uma Secretaria de Assuntos Fundiários, incorporando as atribuições da gestão da Reforma Agrária no Brasil. O secretário deverá ser o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Nabhan Garcia.
A criação da Secretaria é uma das principais mudanças na pasta da Agricultura para o governo de Jair Bolsonaro. A própria Tereza Cristina vinha informando que estava em estudo incorporação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) ao Ministério, além das atribuições das Secretarias da Pesca e da Agricultura Familiar, atualmente na Casa Civil.
Ao jornal Folha de São Paulo, Nabhan Garcia declarou que pretende fazer uma política de reforma agrária “saudável” e com respeito à propriedade. Segundo ele, propriedades improdutivas serão desapropriadas, como manda a lei, e que a reforma não será “ideológica”, mas com “pessoas que têm vocação”.

O presidente da UDR é amigo de Jair Bolsonaro e chegou a ser citado como possível ministro da Agricultura logo no início da transição de governo. Mas a chefia da pasta acabou indo para Tereza Cristina, por indicação da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), a qual ela preside.
A indicação da deputada federal para a pasta da Agricultura foi confirmada em sete de novembro. Dois dias depois Bolsonaro divulgou um vídeo nas redes sociais comentando a sua escolha. Disse ter aceito de imediato a sugestão da bancada ruralista e afirmou que é preciso ter uma boa relação com os parlamentares do agronegócio, que são cientes das demandas do setor.

Sem citar diretamente Nabhan Garcia, o presidente eleito disse lamentar que “outro colega andou se excedendo, achando que devia ser ele” o ministro, embora tenha manifestado um agradecimento pelo apoio nas viagens pelo Brasil e pelas  informações que recebeu dessa “outra pessoa”.
“Lamento que outro colega aí, andou se excedendo, achando que devia ser ele o ministro porque representava melhor ou estava há mais tempo comigo. Se está há mais tempo comigo, tem que botar a minha mãe para ser ministra. Ela está comigo há 63 anos, me apoiou em tudo até hoje. Então minha mãe tinha que ser a ministra da Agricultura”, ironizou Bolsonaro.


 


Política quilombola do Incra oferece cidadania à população rural negra



 
Na semana do Dia da Consciência Negra, o Incra destaca as ações desenvolvidas pela autarquia em 2018 para assegurar o direito constitucional ao acesso à terra. A política de regularização fundiária de territórios quilombolas que o instituto executa visa proporcionar cidadania a esses grupos étnicos por meio da garantia jurídica de suas terras e, mais recentemente, do investimento em créditos produtivos para as famílias.
 
Por meio da portaria nº 175, de 19 de abril de 2016, regulamentada pela Nota Técnica Conjunta/DF/DD/DT/nº 10/2017, de 4 de setembro de 2017, o Incra passou a reconhecer os trabalhadores rurais quilombolas como beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA). Desta forma, as famílias que se enquadram nos critérios para acesso ao programa podem obter créditos para iniciar uma atividade produtiva nos seus territórios.
 
Até o momento, o Incra já reconheceu 3.276 famílias em 20 territórios quilombolas de várias regiões brasileiras como beneficiárias do PNRA. Com o reconhecimento, os agricultores puderam ser atendidos com a aplicação do Crédito Instalação nas modalidades Apoio Inicial e Fomento Mulher. O acesso ao PNRA também garante às famílias aptas investimentos em educação, agroindustrialização, assistência técnica e outros créditos.
 
Ponto de partida no processo de regularização fundiária quilombola, a elaboração de Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação (RTIDs) chegou ao número de 16 documentos publicados em 2018, correspondendo a uma área de 35,7 mil hectares, contemplando 1,7 mil famílias.
 
Na sequência, foram publicadas 15 portarias de reconhecimento, que delimitam o território quilombola, abrangendo uma área de 384,9 mil hectares, atendendo 1,1 mil famílias. Foram publicados ainda quatro decretos de interesse social para desapropriação de imóveis rurais incidentes nos territórios. Esta ação beneficiou 237 famílias em uma área de 2,6 mil hectares.
 
Dentre as portarias publicadas, o destaque foi para o avanço em uma questão emblemática no processo de regularização dos territórios Alto Trombetas I e II, em Oriximiná (PA). Em consenso entre o Incra, os representantes das 13 comunidades que compõem as áreas, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Fundação Cultural Palmares, definiu-se pelo reconhecimento dos territórios, que possuem parte de suas áreas incidentes sobre a Reserva Biológica do Rio Trombetas e a Floresta Nacional Saracá-Taquera.
 
Ainda em 2018 quatro territórios quilombolas receberam titulações parciais ou totais das áreas. Foram o Kalunga, em Cavalcante (GO); Acauã, em Poço Branco (RN); São Judas Tadeu, em Bujaru (PA); e Peruana, em Óbidos (PA).
 
“Nos últimos anos, o Incra avançou significativamente na política executada para atender a essa população historicamente à margem da sociedade. Com a terra titulada e o acesso a investimentos, as famílias quilombolas poderão desenvolver a produção, melhorar de vida de forma digna e resgatar sua tão merecida cidadania”, avalia o coordenador-geral de Regularização de Territórios Quilombolas do Incra, Antônio Oliveira Santos.
 
Parcerias
 
Em 2018 foram estabelecidas parcerias para o fortalecimento da política quilombola executada pelo Incra. Por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED), a Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR) destinou à autarquia agrária aproximadamente R$ 390 mil para a elaboração de peças técnicas que compõem o RTID de 16 territórios quilombolas nos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Maranhão e Goiás.
 
Outro avanço foi relacionado à publicação da Portaria Conjunta nº 02/2018, em 10 de maio, instituindo um grupo de trabalho conjunto com a finalidade de elaborar propostas de normativos e procedimentos visando a regulamentação da Portaria Interministerial nº 210, de 13 de junho de 2014, bem como de propor ações integradas ao aprimoramento do intercâmbio de informações no que se refere à regularização fundiária de territórios quilombolas.
 
A Portaria nº 210/2014 tem por objetivo a delegação de competência da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) ao Incra para a outorga de títulos de concessão de direito real de uso ou de propriedade relativos às áreas rurais da União de gestão da SPU a beneficiários de assentamentos da reforma agrária e a grupos remanescentes de quilombos. Por meio desta portaria já foram emitidos títulos nas comunidades quilombolas Pontal da Barra e Lagoa dos Campinhos, em Sergipe; Peruana e ARQUIOB, no Pará; e Santa Fé, em Rondônia.
 
 
 
Assessoria de Comunicação Social do Incra
Histórias de superação brotam em solo alagoano

Vêm lá do sertão alagoano as histórias de dois trabalhadores rurais, ou melhor, de famílias que lutaram e conquistaram o tão sonhado pedaço de terra. 
 
“Têm dois meses que a gente já assinou o contrato no Banco para termos acesso a terra. Já foram medidos e sabemos onde ficam os nossos lotes”. 
 
Quem compartilha com a gente é Jan Carla Ferreira dos Santos, presidente da Associação Riacho Seco 2, em Água Branca, sertão de Alagoas. A agricultora familiar lidera um grupo só de mulheres que representa 29 famílias. 
 
Jan conta que até a assinatura do contrato foram muitas dificuldades. “Enfrentamos muitos desafios. Em questão de organização, de documentação, de desistência de algumas pessoas que saíram antes da assinatura do contrato. Para as mulheres, o desafio se torna ainda maior, pois muitos olham pra gente e não nos vêem tomando conta de terra, e fica claro o preconceito dessas pessoas. Mas, estamos firmes e fortes! Estamos apostando tudo nesse Projeto. Vemos o nosso futuro naquelas terras”. 
 
Após a conquista da terra, as mulheres do Riacho Seco 2 querem ter casa e água encanada para fazer a irrigação das plantações que serão implantadas com recursos do PRONAF A, que já está no banco do nordeste, dentre outras melhorias para a Unidade de Produção.
 
Com a mesma alegria, o agricultor familiar e presidente da Associação Riacho Seco 4, Senisvaldo Alves dos Santos (Seni), também compartilha que tudo dará certo e que breve colocará os seus pés na almejada terra. “Estamos só esperando o topógrafo entrar em contato para vir marcar a divisão das áreas dos(as) beneficiários(as). Depois vão vir outras coisas boas... Graças a Deus!”.
 
Senisvaldo Alves dos Santos (Seni),  presidente da Associação Riacho Seco 4 - Florisval Guedes, vice-presidente, que também responde pelas Secretarias de Política Agrária e Meio Ambiente da FETAG/AL - Jan Carla Ferreira dos Santos, presidente da Associação Riacho Seco 2
 
 As histórias de Senisvaldo e Jan se entrelaçam com as de 75 famílias, que desde 2015, lutam com o apoio da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores e Agricultoras Familiares de Alagoas (FETAGAL) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), para serem beneficiadas pelo Crédito Fundiário nas fazendas Riacho Seco, áreas vizinhas, que juntas somam aproximadamente 1.200 hectares, localizadas nos municípios de Olho D'Água do Casado e Água Branca e que foram adquiridas para as 75 famílias que se distribuíram em quatro grupos de 29, 09, 08 e 29 famílias, sendo 02 grupos específicos de mulheres, 01 grupo de jovens e 01 grupo misto.  Áreas adquiridas com recurso do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). “É emocionante ouvir os depoimentos das famílias. Estamos felizes por ajudarmos na capacitação e organização delas para a conquista da terra. Felizes por contribuirmos para que as mulheres conquistem seus espaços e ampliem suas oportunidades. Tudo isso é resultado do envolvimento e compromisso da Federação de Alagoas na execução do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). Hoje, somos um dos Estados que mais garante aos trabalhadores(as) rurais o acesso a terra”,  ressalta o vice-presidente, que também responde pelas Secretarias de Política Agrária e Meio Ambiente da FETAG/AL, Florisval Guedes.
 
A mobilização da FETAG/AL e da CONTAG continuará para garantir que as famílias das Associações Riacho Seco 1, 2, 3 e 4 também tenham acesso à políticas públicas direcionadas para eles.
 
Oficina Estadual de Formação e Capacitação para acesso a Terra e Políticas de Permanência no Campo, realizada em Maceió - Alagoas
 
Os depoimentos dos representantes das famílias das associações Riacho Seco 2 e 4 aconteceram durante a Oficina Estadual de Formação e Capacitação para acesso a Terra e Políticas de Permanência no Campo, realizada em Maceió - Alagoas, que teve como objetivo principal apresentar as novas regras do PNCF e o passo à passo para os trabalhadores(as) rurais acessarem o crédito.
 
Oficina Estadual de Formação e Capacitação para acesso a Terra e Políticas de Permanência no Campo, realizada em Maceió - Alagoas 
 
Na Oficina os(as) trabalhadores(as) também apresentaram uma pauta aos representantes do Instituto de Terras do Estado de Alagoas referente a organização de espaços para comercialização da produção, como forma de gerar recursos para a manutenção da famílias e pagamento do empréstimo do PNCF. “Já são 16 Oficinas realizadas em todo o Brasil. Em todas elas temos proporcionado uma conversa direta entre acampados(as) e assentados(as) da reforma agrária e de beneficiários do PNCF com representantes do INCRA e dos Institutos de Terras de Reforma Agrária e de Unidades Produtivas do Crédito Fundiário, com foco nos temas da obtenção de terras e da infraestrutura dos Assentamentos. Nossa meta é levar o debate para os 27 estados e, cumprir nossa missão enquanto CONTAG: proporcionando que famílias como as do Riacho Seco tenham condições de viverem e produzirem alimentos saudáveis para todo o povo brasileiro”, destaca o secretário de Política Agrária da CONTAG, Elias D’Angelo Borges.
 
 

Um incentivo ao mercado de frutas exóticas

fruta do murici
Estamos falando do muruci, uma planta que ocorre espontaneamente na América do Norte e No Brasil, especificamente nas regiões Norte, Nordeste e parte da região Sudeste. O muruci produz  frutos que podem ser ácidos e doces e são consumidos ao natural ou na forma de doces, compotas, cremes e sorvetes no Brasil, por exemplo. Na América do Norte (México) seus frutos são usados como recheios de carnes e sopas.
O murucizeiro (Byrsonima) é um arbusto de 3 a 4 metros que nasce predominantemente em solos pobres arenosos. É uma planta rústica que responde bem quando é adubada.  É popularmente chamado de  muruci, na região norte do Brasil e  murici, no Nordeste. Existe também mais uma variante que é o  Muruxi, em Roraima. Na verdade, existem diversas espécies da mesma frutífera.
Como praticamente não existem plantios comerciais de murucizeiro no Brasil, a produção de frutos e polpas encontrada nas feiras e supermercados, com uma produção estimada de frutos  de 1.000 ton/frutos/ano) que é toda obtida em área extrativo, isto é, em locais onde a planta ocorre espontaneamente.

Para ampliar o cultivo dessa planta tradicional, os pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental desenvolvem um processo simples e rápido de produção de mudas de muruci, que dispensa equipamentos sofisticados e permite a geminação desta planta em menor tempo, algo entre 20 a 30 dias,  e em maior quantidade. Por meio desta tecnologia, o percentual de sementes germinadas é bem mais alto do que o que ocorre na natureza.  A tecnologia permite um cultivo racional em grande escala e uma certa regularidade na produção, o que beneficia pequenos, médios e grandes produtores que podem atuar no mercado de polpas de frutas exóticas, que começa a ser valorizado nacionalmente.

Dia de Campo na TV – Corantes naturais de frutas tropicais promovem benefícios à saúde

Cientistas desenvolveram corantes naturais a partir de cascas de jabuticaba, jambo e jamelão que ainda podem promover benefícios à saúde. De potencial para as indústrias de alimentos, farmacêutica e cosmética, os corantes foram criados por pesquisadores da Embrapa que há mais de cinco anos investigam novas funcionalidades para frutas como jabuticaba, jambo e jamelão. O esforço resultou na obtenção de produtos em pó, ricos em antocianinas, que podem ser utilizados como corantes naturais, suplementos alimentares e ingredientes funcionais pela indústria.

“Para o desenvolvido do produto em pó, as cascas dos frutos são submetidas a um processo de secagem. Trata-se de um processo simples e de baixo custo, podendo ser facilmente transferido para a pequena agroindústria”, relata Renata Borguini, pesquisadora da Embrapa. Após a secagem, são necessários alguns procedimentos para aprimorar as propriedades tecnológicas como granulometria, solubilidade e homogeneidade do pó, o que vem sendo trabalhado pela equipe que desenvolveu o produto.

EMBRAPA

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Como criar queixada

O animal exige poucos cuidados do produtor, que pode obter renda com a venda de carne, couro e matrizes da criação


Como Criar Queixada (Foto: Thinkstock)
Em um espaço com vegetação natural, o mamífero vive bem e exige poucos cuidados do produtor, que pode obter renda com a venda de subprodutos e matrizes da criação.
A mania de bater os dentes é a razão de ser chamado queixada (Tayassu pecari) o animal silvestre que tem muitas características adequadas para quem quer uma criação com o objetivo de melhorar os rendimentos da propriedade rural.
O manejo do mamífero tem aqui um comércio lucrativo com a venda de carne magra e de sabor suave para restaurantes refinados, de couro para a fabricação de vestuário e acessórios de luxo e de matrizes para a formação de outros plantéis. O preço de um reprodutor no mercado, que é comprado por produtores que estão iniciando ou ampliando a família de queixadas, é de cerca de R$ 900.


Se o destino da atividade for o abate, o valor pago por exemplar cai para a metade, mas ainda é considerado vantajoso para cobrir os custos necessários para desenvolver cada indivíduo, o que não exige muito investimento.
Cerca de 70% da alimentação do queixada é composta por qualquer tipo de fruta e hortaliça, cana-de-açúcar, capim e até vísceras de animais e soro de leite. Os demais 30% correspondem à ração servida no cocho, que também pode ser produzida na propriedade com milho e farelos de trigo e soja. Com engorda rápida, entre 10 e 14 meses de idade o queixada atinge de 30 a 35 quilos, peso ideal para terminação.
Embora solto na natureza seja agressivo, vivendo em bandos com 100 a 200 exemplares para se defender de predadores, o queixada tem bom comportamento quando confinado em cercados. Não chega a ser um animal dócil, mas apresenta condições de ser manejado em piquetes com estrutura apropriada e ambiente aproximado ao hábitat natural, formado por um espaço com vegetação, sombra, água fresca e barreiro para se refrescar.
Como Criar Queixada (Foto: Thinkstock)
O tratador tem passe livre para fornecer as refeições, porém deve usar equipamentos de contenção, como gaiolas e puçá, no caso de realizar outros cuidados. De três a quatro vezes por ano, é necessário fazer um controle de marcação do plantel exigido por lei, para monitorar o nascimento de filhotes em cativeiro.
O queixada tem baixo índice de mortalidade e é difícil ficar doente. Por ser bastante resistente, não precisa de vacinação periódica. Só é necessário administrar, em intervalos de 90 dias, o mesmo vermífugo utilizado para suínos, misturando o medicamento à comida.
Típico das florestas tropicais úmidas da maioria dos países da América Central e do Sul, o queixada é considerado o maior porco-do-mato do continente americano por conta da semelhança física, já que não faz parte da família dos suínos e javalis. Com topete, pelos brancos em torno da boca e cinza-escuro pelo corpo, cabeça grande, pernas delgadas e focinho alongado, mede de 0,95 a 1,40 metro de comprimento, enquanto a altura oscila entre 40 e 53 centímetros.
Como Criar Queixada (Foto: Thinkstock)
INÍCIO A instalação de um criatório de queixadas requer autorização legal, assim como a captura do animal na natureza, uma prática que contribui para reduzir a população da espécie em regiões onde é considerada praga agrícola. O produtor ainda pode comprar as matrizes de outros criadores devidamente legalizados. Recomenda-se contratar um profissional especializado para ser responsável pelo projeto.
AMBIENTE Deve ser o mais próximo do hábitat, com 80% de vegetação natural, como capoeira, cerrado ou mato. O queixada é um animal resistente, com boa tolerância a variações climáticas. Pode ser criado em baias de alvenaria, como na suinocultura, aproveitando instalações existentes, porém é mais recomendado a adoção do sistema semi-intensivo em piquetes e com presença de mato e pasto.
ÁREA De 50 x 50 metros é suficiente para abrigar até 15 matrizes e dois machos, quantidade para uma atividade comercial com viabilidade econômica. Mas, se a ideia é iniciar em um espaço menor, oito fêmeas e um reprodutor vivem bem em 20 x 20 metros, além do piquete de recria. O mínimo, no entanto, ainda podem ser duas áreas com 15 x 15 metros cada, sendo uma para reprodução, com cinco matrizes e um macho, e a outra para recria e engorda dos desmamados.
PIQUETE Ideal para a criação deve contar com cerca de tela de alambrado de malha de 5 centímetros de arame galvanizado, de fio 12 ou 14 e com 1,5 metro de altura, fixada em postes de concreto ou madeira, com 1,6 metro de altura e distantes 2 metros um do outro. Ajuda a conter o animal a construção de uma base de alvenaria para fixar uma tela. Em cada piquete, reserve 10 x 5 metros de área para um pequeno curral (brete de manejo) com cochos para alimentação, água e sal.
LAMEIRO Contribui para o bem-estar do queixada. Em uma vala de 3 x 4 metros, que pode receber água residual do próprio bebedouro da criação, o animal pode se banhar, aliviando o ataque de ectoparasitas, o calor e até estresse.
ALIMENTAÇÃO Pode ser obtida de plantações na propriedade, como milho, soja, sorgo, cana-de-açúcar, hortaliças e frutas. O queixada gosta de mandioca, abóbora e come sobras de hortas. Forneça também capim e sal mineral. A refeição diária ainda deve conter de 200 a 300 gramas por animal de ração, composta por milho desintegrado com palha e sabugo (70%), farelo de trigo (20%) e farelo de soja (10%). Disponibilize água limpa e fresca em bebedouros de alvenaria.
REPRODUÇÃO No criadouro inicia-se, em média, a partir de 9 meses de idade. São 150 dias de gestação para a fêmea gerar duas crias por parto, em média, o que ocorre duas vezes por ano. Aos 3 meses de vida, os filhotes são desmamados das mães, passando para o piquete de recria e engorda, onde ficam até a comercialização.
Como Criar Queixada (Foto: Thinkstock)
Como Criar Queixada (Foto: Thinkstock)