terça-feira, 20 de novembro de 2018

Preocupação dos cientistas para reflorestar a Mata Atlântica brasileira

EMBRAPA
Green coasts and blue water in UbatubaUm dos principais entraves à restauração florestal é a baixa oferta de sementes e mudas nativas com qualidade e diversidade adequadas para serem plantadas. Por isso, a formação dos viveiros é uma ação fundamental, como explica a pesquisadora da Embrapa Juliana Müller. “O papel de instituições de pesquisa como a Embrapa é providenciar essa fonte para aqueles que buscam reflorestamento com qualidade genética”, comenta.
Pensando nisso, pesquisadores da Embrapa Agrobiologia estão trabalhando para criar viveiros de espécies florestais nativas da Mata Atlântica. O objetivo é restaurar as áreas a serem recuperadas de reserva legal e de preservação permanente do bioma, que somam 12,5 milhões de hectares, segundo estimativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Estudos com algumas espécies florestais já comprovaram que a baixa qualidade genética das sementes influencia no desempenho das árvores e pode afetar a sustentabilidade do plantio, tornando-o mais suscetível a pragas e doenças, além de menos capaz de se adaptar às mudanças climáticas. “Não estamos pregando que todos os reflorestamentos sejam feitos com sementes de alta diversidade genética, pois muitas vezes o plantio, mesmo com baixa diversidade genética, pode recuperar a capacidade do ambiente de se regenerar sozinho”, pondera Müller.
Além de estabelecer o poviveiro, a intenção é elaborar protocolos para cada espécie e assim auxiliar o trabalho dos produtores de sementes e mudas florestais. O estudo envolve a coleta de sementes com qualidade genética em três estados (Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo), testes de procedência com o plantio de espécies coletadas em uma região e plantadas em outra para verificar o comportamento da planta, avaliação do armazenamento, tolerância e secagem. No laboratório é feito acompanhamento periódico para ver quanto tempo será possível armazenar a semente.

Entre as espécies vegetais envolvidas na pesquisa estão o Angico vermelho, angelim-doce, Angelim-rosa, Angelim-do-mato, Mata-baratas, Pau-de-morcego, Pau-mamona-do-mato ou Pinhão-do-mato, Garapa ou Grápia, Vinhático, Vinhático-do-campo, Amarelo, Amarelo-gengibre, Amarelinho, Pau-amarelo, Oiteira, paricazinho, Pau-de-candeia, Acende-candeia ouVinhático-chamalot,  Jatobá,  Ingá, Ingácipó, Ingá-de-metro, Ingá-doce, Ingáde-macaco, Ingá-macarrão ou Rabo-demico, Braúna, Braúna-preta ou Garaúna, Pau-de-bálsamo, Angico-vermelho, pau-jacaré, Pau-cigarra, Caqueira, Aleluia, Canafístula, Angico-Branco, Acácia, Amarelinho(a), Chuva-de-ouro, Pau-fava, Piúna ou Cássia verrugosa e o Jacarandá-da-bahia.

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