sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Assentados paraibanos aprendem como usar tecnologias alternativas para conviver com a seca


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Representantes dos 21 assentamentos do Vale do Paraíba participaram de um dia de campo no assentamento Novo Horizonte, em Juarez Távora, a 88 quilômetros de João Pessoa, na última quarta-feira (19), para aprender a usar tecnologias alternativas que facilitam a convivência com a estiagem.

Entre as tecnologias alternativas sociais repassadas para as famílias estão a fabricação de defensivos naturais, implantação de canteiro econômico, silo em sacos e a produção de blocos de nutrientes para suplementação da alimentação animal.

A atividade foi realizada pela Cooperativa da Agricultura e Serviços Técnicos do Litoral Sul Paraibano (Coasp), contratada pelo Incra para prestar assistência técnica nos assentamentos, em parceria com Instituto de Assessoria à Cidadania e ao Desenvolvimento Local Sustentável (IDS).

Canteiro econômico

O canteiro econômico é simples, de baixo custo e de fácil manutenção. É uma tecnologia alternativa em que a família cultiva diversas hortaliças utilizando pouca água. A economia de água com essa técnica chega a mais de 50% no uso da produção.

Blocos de nutrientes

A fabricação de blocos nutrientes, ensinada pelo Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), para suplementação da alimentação animal, é feita com produto obtido da maceração de grãos de milho, contendo em sua composição química carboidratos solúveis, aminoácidos, vitaminas e sais minerais.

Silo em sacos

Segundo o coordenador da Coasp, Rogério Oliveira, a oficina de produção de silagem em sacos, para alimentação animal, foi realizada para demonstrar aos pequenos criadores que essa tecnologia é acessível e tem grande importância para eles. “Durante a estação chuvosa, onde há forragem suficiente, principalmente das capineiras de capim elefante, é feito o armazenamento em sacos, utilizando apenas a mão de obra da família e com baixo custo de produção. Na época da estiagem, esse alimento vai suprir a necessidade dos animais”, disse Rogério.

Defensivos naturais

O objetivo da oficina com o manejo dos defensivos naturais foi ensinar aos assentados como ter uma produção agrícola mais saudável, evitando a contaminação do produto e do consumidor, além de manter o equilíbrio da natureza.
           
Assessoria de Comunicação Social – Incra-PB/MDA

IBGE: Inflação agropecuária sobe 2,98% no atacado em novembro

Índice de Preços ao Produtor registrou alta de 0,67% em outubro
A inflação do setor agropecuário acelerou no atacado no mês de novembro, no âmbito do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), divulgado nesta quinta, dia 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
Os preços subiram 2,98% ante alta de 0,90% em outubro. A inflação industrial atacadista também ganhou força, registrando alta de 0,62% na leitura divulgada hoje, ante redução de 0,01% no mês passado. O IGP-M de novembro registrou alta de 0,98% em novembro, ante avanço de 0,28% em outubro.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais subiram 0,69% neste mês, em comparação ao avanço de 0,52% no índice de outubro.
Os preços dos bens intermediários apresentaram alta de 1,21%, após subirem 0,04% em igual tipo de comparação. Já os preços das matérias-primas brutas avançaram 2,01% em novembro, contra aumento de 0,12% um mês antes.
Preços ao produtor sobem 0,67% em outubro
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou alta de 0,67% em outubro, conforme o IBGE. O IPP de setembro foi revisado de 0,94% para 0,95%. No acumulado de 2014, o indicador teve alta de 2,76%, e, em 12 meses, a taxa ficou em 4,04%.
A alta do IPP em outubro na porta de fábrica se deu em 17 das 23 atividades pesquisadas. As maiores contribuições para a taxa de 0,67% do mês foram de alimentos, cuja alta de 0,99% resultou num impacto de 0,19 ponto porcentual, seguidos de outros produtos químicos (com alta de 0,94% e impacto de 0,10 ponto porcentual), outros equipamentos de transporte (alta de 3,44% e impacto de 0,07 ponto porcentual) e veículos automotores (aumento de 0,61% e contribuição de 0,07 ponto porcentual).
Já as quatro maiores altas no mês foram registradas em fumo (3,63%), outros equipamentos de transporte (3,44%), madeira (3,43%) e calçados e artigos de couro (1,50%).
Alimentos sobem no IPP pelo 3º mês
Em outubro, os produtos alimentícios ficaram mais caros na porta de fábrica pelo terceiro mês consecutivo. No entanto, a atividade ainda acumula uma queda de 0,74% no ano, no âmbito do IPP.
O aumento de 0,99% em outubro foi o maior registrado pela atividade em 2014. Como resultado, o acumulado em 12 meses voltou a ficar positivo, em 0,87%, depois do recuo de 0,90% registrado nos 12 meses encerrados em setembro. No mês, os destaques foram as altas de derivados de soja e sucos concentrados de laranja. Já o leite esterilizado registrou recuo de preços.
– Os derivados de soja apresentam aumento de preço, que tem a ver com câmbio, mas também porque a oferta está menor. O momento é de plantio da soja. O suco de laranja, é somente questão de câmbio mesmo. No leite, a variação negativa deve-se à oferta grande de vacas leiteiras e aos estoques elevados na indústria – justificou Alexandre Brandão, gerente do IPP na Coordenação de Indústria do IBGE.

A redução dos intervalos de parto faz aumentar a produção de leite na fazenda

vaca e bezerroCom medidas simples os produtores podem obter importantes ganhos na produtividade do rebanho e maior renda para sua fazenda. Uma das medida é a redução do intervalo entre partos em bovinos. A média do intervalo entre os partos no Brasil é de 18 meses mas o ideal é que esse intervalo seja de 12 meses: um bezerro por ano, por vaca em idade reprodutiva. Essa redução pode representar um ganho de 50% na produção de leite.
A alimentação e as condições sanitárias do rebanho são pontos essenciais para melhorar a reprodução das vacas. Um animal bem alimentado tem mais condições de dar cria em menos tempo. E a manutenção dos animais em local limpo e com a vacinação em dia, livra o animal de doenças infecto-contagiosas. O rebanho também deve ter boas condições de pasto e acomodações confortáveis, para evitar o estresse.
Outro fator importante no manejo reprodutivo é a secagem das vacas. Ou seja, o animal deve parar de dar leite antes de parir. Os técnicos recomendam que a secagem do leite seja feita 60 dias antes do parto. Para isso é preciso parar de ordenhar o animal e não deixar mais o bezerro mamar na fêmea. Em duas semanas, a vaca não vai produzir mais leite.
A correta identificação do cio também ajuda a aumentar a capacidade reprodutiva dos bovinos. O produtor que maneja o rebanho deve estar atento para reconhecer os sinais característicos. Animais agitados, mugindo muito, cheirando e lambendo uns aos outros podem indicar o cio. Na fêmea, a vulva avermelhada ou presença de muco no períneo, logo abaixo da vulva, e também na cauda também são indicativos de cio.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Recomendações para evitar os riscos durante o uso na aplicação de defensivos agrícolas

Aplicacao_agrot_Estudos sobre técnicas de aplicação de agrotóxicos demonstram que 50% dos produtos que são aplicados em plantas não atingem adequadamente os alvos intencionados. Um dos cuidados na aplicação de defensivos é a correta calibração dos pulverizadores.
O objetivo da calibração dos pulverizadores é colocar a quantidade correta do agrotóxico no alvo, ou seja, no local onde ocorre o ataque das pragas e doenças. Se houver uma deposição eficiente, o controle será mais efetivo e o número de aplicações poderá ser reduzido.
O pesquisador Aldemir Chaim, da Embrapa Meio Ambiente, Unidade localizada em Jaguariúna, São Paulo, diz que a calibração correta dos pulverizadores permite evitar o desperdício dos fungicidas e inseticidas. Com isso, além do defensivo atingir seu alvo corretamente, terá uma ação mais eficiente.
O produtor, por sua vez, passa a utilizar uma quantidade menor do produto, representando mais economia para o seu bolso e mais eficiência para a aplicação dos agrotóxicos. Outra vantagem do método é a redução dos prejuízos que os produtos químicos causam ao meio ambiente.
Depois da pulverização, de acordo com Aldemir Chaim, é possível verificar se a pulverização está chegando ao seu alvo. A observação da deposição pode ser realizada com uso de cartões amarelos que contêm uma substância específica, um corante que aparece em cor azul quando entra em contato com a água. Esses cartões estão comercialmente disponíveis no mercado.
É assim que, depois da pulverização, o produtor consegue saber que partes da planta estão recebendo o produto, e mesmo se a planta está recebendo mais agrotóxico do que o necessário.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Pronaf deve ter fiscalização rigorosa
Senadores da Comissão de Desenvolvimento Agrário 
pedem acompanhamento mais cuidadoso
Os senadores querem mais rigor do Ministério do Desenvolvimento Agrário na fiscalização e concessão de créditos por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) realizou audiência pública para debater denúncias de fraudes que prejudicaram produtores rurais. Eles alegam estarem endividados com o Banco do Brasil apesar de não terem contratado crédito agrícola.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirma que investigações da Polícia Federal apontam desvios de R$ 80 milhões e prejuízo a mais de 6 mil agricultores por meio de transferências bancárias intermediadas pela Associação Santa-Cruzense dos Agricultores Camponeses (Aspac), suspeita de obter os empréstimos e não repassar aos agricultores.
“Estivemos ouvindo os agricultores e vários disseram que assinaram documentos sem saber com certeza do que se tratava. Eles confirmaram o que haviam dito à imprensa”, explicou o secretário-executivo do ministério, Laudemir André Müller

CASO ACONTECIDO NO RS
Uma agricultora gaúcha, dona de pouco mais de três hectares de terra, que se viu endividada após assinar inadvertidamente três empréstimos. Ela teve o nome negativado em órgãos de restrição de crédito.
http://tribunadonorte.com.br/

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Criadores de Guzerá do RN fazem bonito em Recife


Confirmando a tradição de que o Rio Grande do Norte possui um dos melhores criatórios de bovinos da raça Guzerá do Brasil, o tradicional criador João Dinarte Patriota, foi o melhor expositor e o melhor criador da raça na exposição de Recife.
O touro Collier de Reilloc, dos criadores Camillo Collier e Geraldo Alves, foi o Grande Campeão da raça.
No próximo ano, o Guzerá do Estado com certeza fará uma excelente apresentação na Expozebu, a maior exposição de gado Zebu do mundo, realizada no mês de maio, na cidade de Uberaba (MG).
Postado por: Marcelo Abdon

MP pode federalizar toda a inspeção agropecuária


Uma medida provisória que determina que a inspeção de produtos de origem animal passe a ser feita exclusivamente pelo governo federal deve ir à votação na próxima terça, dia 25, em uma comissão mista do Senado.
Segundo o relator da Medida Provisória 653, deputado federal Manoel Júnior (PMDB-PB), a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal deve ser concentrada na esfera federal.
Caso seja aprovada, a proposta vai acabar com as agências estaduais e municipais de defesa agropecuária e poderá resultar no fechamento de estabelecimentos menores.
Para entrar em vigor, a medida provisória precisa ser aprovada na Comissão Especial e nos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado até o dia 8 de dezembro, data em que perde a validade.
O presidente da Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA), Paulo Emílio Torres, diz que a medida é um absurdo e pegou todos de surpresa.
– Nós somos completamente contrários a mudar a redação do Artigo 1º da Lei nº 7.889/89, como propõe essa MP. Se isso acontecer, a inspeção passa a ser uma ação centralizada. Essa federalização já aconteceu no passado com bastante insucesso. Isto é um retrocesso – aponta Torres.
O primeiro artigo da Lei nº 7,889, citado pelo presidente da SBDA, diz que a prévia inspeção sanitária e industrial dos produtos de origem animal, "é da competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. A MP 653 altera esse ponto da redação para “é de competência da União, através do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.”.
Torres aponta ainda outro problema: a medida pode favorecer a clandestinidade, pois a União não tem funcionários suficientes para tratar de toda a inspeção agropecuária.
A proposta causou perplexidade, principalmente, porque toma carona em uma MP que trata de outro assunto totalmente diverso. Na sua origem, a MP 653 flexibiliza a Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014, que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas.
Além das modificações no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal, o relator também incluiu na mesma MP uma alteração na Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, que disciplina o regime jurídico das parcerias voluntárias, envolvendo ou não transferências de recursos financeiros, entre a administração pública e as organizações da sociedade civil.
Os dois temas não possuem conexão nenhuma com a flexibilização da exigência de um farmacêutico nas pequenas farmácias, objeto central da medida. (Canal Rural)

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Produção brasileira de algodão deve apresentar redução de 10,4%

Em termos percentuais, a maior redução será em São Paulo, de 43,8%
A área plantada com algodão na próxima temporada deve reduzir 10,4%, de 1,125 milhão de hectares para 1,007 milhão de hectares, de acordo com levantamento da Safras & Mercado. 
Em termos percentuais, a maior redução será no Estado de São Paulo (43,8%), seguido por Mato Grosso (12,4%), Goiás (12%), Mato Grosso do Sul (10,5%), Bahia (7,7%), Minas Gerais (7,1%) e Tocantins (6,3%). Na contramão, espera-se um aumento de 10,5% no Maranhão e de 8,3% no Piauí. Em termos absolutos, o maior recuo é em Mato Grosso (80 mil hectares), de 645 mil hectares para 565 mil hectares. Na Bahia, a queda será de 24,5 mil hectares, de 320 mil hectares para 295,5 mil hectares. 
Conforme o analista da Safras & Mercado, Élcio Bento, a justificativa principal para o recuo é a forte queda dos preços – cerca de 25% em relação ao mesmo período do ano passado.
– Assim, haverá uma migração, principalmente para a soja – aposta.
A escassez hídrica, atrasando o plantio da oleaginosa, também pode reduzir a área na safrinha. Com essa área, o potencial de produção no país recuaria de 1,722 milhão de toneladas para 1,607 milhão de toneladas (-116,1 mil toneladas). Em Mato Grosso, a queda seria de 95 mil hectares, para 900 mil toneladas, e na Bahia, de 8 mil toneladas, de 481 mil toneladas para 473 mil toneladas. Se confirmada, a queda da produção seria quase que totalmente compensada pela esperada elevação dos estoques iniciais na temporada comercial 2015/2016 de 112 mil toneladas.
Canal Rural

Com clima favorável, preços da soja despencam no Brasil

Clima no Brasil e nos Estados Unidos indicam alta produtividade
As chuvas recentes pressionaram as cotações da soja no Brasil, conforme dados do Cepea. O cultivo ganha ritmo e muitos passam a considerar que a produtividade ainda pode ficar em níveis satisfatórios.
clima mostrou-se favorável também à produção dos Estados Unidos, onde a colheita está na reta final e o tempo firme estimula os trabalhos. Como resultado, as altas observadas até a primeira quinzena do mês tornaram-se quedas na última semana.
No Brasil, esse comportamento dos preços foi influenciado também pela diminuição da procura por parte das indústrias esmagadoras, que estiveram bastante ativas anteriormente, em função da demanda por farelo de soja. O Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, que é baseado em negócios realizados na modalidade spot, referentes ao grão depositado no corredor de exportação, permaneceu arbitrado em R$ 61,17/sc de 60 kg.
No estado do Paraná, a média ponderada, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, teve forte queda de 3,36% em sete dias, indo para R$ 62,37/sc de 60 kg na sexta-feira, 21.

PIB do agronegócio cresce 0,03% em agosto

Levantamento da CNA/Cepea mostra que a alta acumulada foi puxada pela produção agropecuária
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio cresceu 0,03% em agosto e acumula alta de 1,95% nos primeiros oito meses de 2014, segundo levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). 
A alta acumulada foi puxada pela produção agropecuária, com aumento de 4,37%; pelos insumos, com 1,87%; e pela distribuição, com crescimento de 1,59% entre janeiro e agosto.  A agroindústria recuou 0,07% no período e foi único setor avaliado do agronegócio com PIB negativo no período.
Na abertura dos dados acumulados, o resultado negativo industrial do agronegócio ocorreu por conta da agroindústria para a agricultura, com recuo de 0,81% nos primeiros oito meses de 2014. A queda no segmento agroindustrial só não foi maior por conta da alta de 4,88% do PIB da indústria da pecuária entre janeiro e agosto de 2014.
Agricultura
O PIB da agricultura caiu 0,25% em agosto e acumula alta de apenas 0,37% em 2014. O segmento primário na agricultura cresceu 2,79% nos primeiros oito meses e foi o principal responsável pelo desempenho ainda positivo da cadeia produtiva agrícola. Além da queda de 0,81% no PIB da indústria da agricultura, o segmento de insumos teve uma variação positiva acumulada de janeiro a agosto de 0,61%, e o da distribuição recuou 0,21% no período.
Segundo a CNA e o Cepea, na agricultura os melhores resultados foram obtidos nas culturas de banana (alta de 33,89%), cacau (46,52%), laranja (44,90%), algodão (26,34%), trigo (24,60%) e café (13,96%). Nas culturas de banana, cacau e laranja a alta no PIB ocorreu por conta de preço e produção maiores. Para o algodão e o trigo, o aumento ocorreu por causa apenas da maior quantidade produzida, com preços menores. Apenas para o café o resultado positivo foi exclusivamente pelas cotações superiores da commodity.
Os destaques negativos para as culturas agrícolas foram milho, com recuo de 7,97% e cana-de-açúcar, com recuo de 4,20% no PIB acumulado de 2014. No milho, a queda ocorreu por conta da baixa de 1,96% na produção e de 6,13% nos preços. Já para a cana-de-açúcar a retração foi apenas por conta dos preços 4,24% menores, com cenário de produção estável.
Pecuária
Já o PIB da pecuária cresceu 0,66% em agosto e tem aumento acumulado de 5,59% nos oito primeiros meses de 2014. Além da alta de 4,88% na indústria pecuária, o PIB do setor básico da pecuária avançou 6,36% no ano, até agosto; o da distribuição cresceu 5,79%; e o PIB de insumos para o segmento registrou alta de 3,73% no período.
Segundo a CNA e o Cepea, a pecuária de corte cresceu 14,66% no período até agosto, a avicultura de postura, 10,72%, e a suinocultura, 12,24%.

Conab enviará nove mil toneladas de milho para municípios da Sudene

Leilão ocorre na próxima segunda, dia 1° de dezembro
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) irá realizar, na próxima segunda, dia 1°, leilão para contratação de frete para mais de 9,017 mil toneladas de milho que serão comercializadas pelo Programa Vendas em Balcão normal. A ação tem como objetivo atender aos municípios abrangidos pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), mas que não estão classificados como em situação de emergência no momento.
A operação visa contratar transporte de milho para os seguintes Estados e municípios: Acre (Rio Branco – 400 t); Goiás (São Luis de Montes Claros – 2,7 mil t); Maranhão (São Luís – 300 t); Minas Gerais (Juíz de Fora – 1 mil t; Montes Claros – 2 mil t); Rondônia (Porto Velho – 1,3 mil t; Cacoal – 1 mil t); Tocantins (Araguaina 317,4 t). O milho é em grãos, a granel e vinculado aos estoques de Contrato de Opção e Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).  A operação está detalhada no aviso nº 230/2014, disponível na página da Conab.

O feijão produz mais com uso da tecnologia de fixação biológica de nitrogênio

Feijao_SafrinhaDENTRO_2013516145055É uma alternativa muito importante para a cultura do feijão. Nas lavouras, é possível obter produtividade acima de três mil quilos por hectare, reduzir o custo de produção e o impacto ambiental das lavouras. Esses são os resultados que podem ser alcançados com o uso da tecnologia da fixação biológica de nitrogênio. Recomendada por pesquisadores da Embrapa, a tecnologia, quando bem aplicada, substitui a adubação convencional e garante o suprimento de nitrogênio para as plantas sem a necessidade de produtos químicos.
O pesquisador da Embrapa Enderson Ferreira afirma que “em lavouras comerciais cultivadas na terceira safra nas regiões de Unaí (MG), Formosa (GO) e no Distrito Federal, observam-se rendimentos muito altos considerando a média nacional, que é de mil quilos por hectare”. Contudo, o grau de adoção da tecnologia ainda é muito baixo se comparado com outras culturas, como é o caso da soja, na qual os fertilizantes nitrogenados na forma de ureia já foram praticamente substituídos em sua totalidade pela fixação biológica de nitrogênio.
Segundo Ferreira, um dos aspectos que podem incrementar o uso da fixação biológica do nitrogênio no feijão é a disseminação das técnicas para os produtores e, em especial, para a agricultura familiar. Ele destaca alguns aspectos importantes que devem ser observados por aqueles que desejam utilizar a tecnologia.
“Primeiramente, deve-se trabalhar com inoculante, produto comercializado com as bactérias fixadoras, que seja de qualidade. Este deve seguir a legislação brasileira e possuir a concentração adequada prevista na lei e expressa na embalagem. Além disso, o transporte e a conservação do inoculante demandam ambientes frescos e arejados. Também se recomenda realizar a semeadura logo após a inoculação da semente para buscar maior eficiência do produto”, explica o pesquisador.
Outro ponto relevante que deve ser considerado por aqueles que querem usar a fixação biológica de nitrogênio na cultura do feijão é o tratamento de sementes. Conforme Ferreira, o tratamento de sementes com fungicidas ou micronutrientes deve ser realizado antes da inoculação, pois já foi verificado que alguns produtos comerciais matam as bactérias presentes no inoculante.
Para o homem do campo, essa tecnologia faz muita diferença, pois é uma alternativa aos fertilizantes nitrogenados, uma vez que é impossível eliminar o suprimento de nitrogênio para as plantas, pois esse elemento está ligado ao crescimento das estruturas vegetais, à capacidade de formação de grãos e à produção rentável.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Consumo de grãos pode avançar com redução de juros na China

CANAL RURAL

China reduziu juros para incentivar crescimento; com isso, tendência é que compre mais produtos do Brasil.
O Banco da China anunciou redução nas taxas de juros para tentar incentivar o crescimento da economia do país. A perspectiva é que o consumo interno seja incentivado pelo corte nas taxas de juros. Se a China crescer mais, a tendência é que compre mais produtos do Brasil.
Para o consultor do SIM Consult, Liones Severo, haverá aumento na demanda por soja com a redução na taxa de juros chinesa.
– A redução da taxa de juros gera aumento de consumo. A primeira ponta de consumo são os alimentos. O avanço vai necessariamente recair sobre o aumento de importação de proteína que é a soja, aponta.
Na bolsa de Chicago os grãos operaram em alta durante esta sexta, dia 21, com sinais de demanda mais firme. O dólar encerrou com queda de 2,21%, cotado a R$ 2,51.
Na bolsa de Chicago os grãos operaram em alta durante esta sexta, dia 21, com sinais de demanda mais firme. A soja em grão com vencimento para janeiro de 2015 encerrou o dia cotada a US$ 10,39 o bushel, alta de 18,50 cents. Para julho de 2015 a cotação desta sexta ficou em US$ 10,56 o bushel, alta de 17,00 cents.
No mercado físico, segundo a Agência Safras, a saca de 60 quilos ficou em R$ 65,00 em Passo Fundo (RS). Na região das Missões, o preço estabilizou em R$ 64,50 a saca. No porto de Rio Grande, as cotações subiram de R$ 65,50 para R$ 66,00 por saca.
Em Cascavel, no Paraná, o preço da saca baixou de R$ 64,00 para R$ 63,00. No porto de Paranaguá (PR), a cotação permaneceu em R$ 63,00 a saca. Em Rondonópolis (MT), o preço ficou em R$ 60,00 por saca. Em Dourados (MS), a cotação passou recuou de R$ 62,00 para R$ 61,00 a saca.
O dólar encerrou o dia com queda de 2,21%, cotado a R$ 2,51.

Valor Bruto da Produção Agropecuária deverá crescer 4,9% em 2014

Setor agrícola pode faturar até o final do ano R$ 284,7 bilhões, crescimento de 3,8% em relação ao ano passado
O Valor Bruto da Produção Agropecuária deverá crescer 4,9% este ano, alcançando R$ 448,8 bilhões, em comparação com o desempenho de 2013, segundo mostra levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Se for levado em consideração apenas o setor agrícola, o faturamento estimado ao final de 2014 será de R$ 284,7 bilhões, crescimento de 3,8% em relação ao ano passado. Um dos destaques é a soja, cujo faturamento será 6,1% maior, R$ 92,3 bilhões, em comparação com o desempenho obtido no ano passado.
A pecuária é outro setor que tem apresentado bons resultados em 2014. Estima-se que o Valor Bruto da Produção Agropecuária, ao final deste ano, será de R$ 163,6 bilhões, crescimento de 6,8% em relação aos indicadores de 2013.  Só o setor de carne bovina, cuja demanda está em alta, terá faturamento de R$ 74,9 bilhões, crescimento de 14% em comparação com o ano passado. Segundo a Conab, se espera que a valorização do boi gordo permaneça pelo menos até o início de 2015, remunerando adequadamente o produtor.
O milho destoou do quadro geral e deverá ter queda de 5,6% no valor bruto da produção chegando a R$ 36,1 bilhões ao final de 2014, em comparação com o ano passado. Mesmo assim, vale ressaltar que os preços do produto, em outubro, tiveram valorização na maioria das regiões produtoras do país, contendo a trajetória de queda verificada ao longo deste ano.
Em razão da menor oferta de café, devido às intempéries climáticas, os preços do grão apresentaram alta no mercado interno este ano. O faturamento bruto do setor deverá ser de R$ 19,1 bilhões até o final de 2014, crescimento de 25,3% em relação ao ano passado. De acordo com o estudo da Conab, ainda não existe clareza sobre real impacto da seca nas lavouras cafeeiras e percentual das perdas da produção brasileira.

O crédito rural aumentou 16% no Brasil

Credito_Rural_03Até agora, os produtores rurais contratam R$ 42,5 bilhões para a safra 2014/2015. O valor representa um crescimento na liberação de crédito agrícola no Brasil de 16% de julho a setembro, deste ano. Isso representa 27,2% dos R$ 156 bilhões previstos pelo Plano Agrícola e Pecuário 2014/2015. Os dados foram divulgados pelo Departamento de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Os empréstimos de custeio e comercialização corresponderam a 28% dos R$ 112 bilhões programados, somando R$ 31,4 bilhões entre julho e setembro de 2014. As contratações referentes aos financiamentos de investimento alcançaram R$ 11 bilhões, o que representa 25% dos R$ 44,1 bilhões previstos.
As contratações de custeio para o médio produtor, no âmbito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) subiram 33,9% em relação ao ciclo agrícola anterior, alcançando R$ 3,9 bilhões nesses três meses. Já para operações de investimento, o programa aplicou R$ 1,3 bilhão, ou seja, 63,4% a mais que igual período do ano passado. O Pronamp, ao todo, conta com R$ 16,105 bilhões para a safra atual.
As cooperativas também ampliaram a contratação de recursos no período, com R$ 237,3 milhões por meio do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), alta de 77,5% sobre a mesma temporada de 2013. Esses recursos somam-se aos R$ 340,2 milhões aplicados pelo Procap-Agro. A disponibilidade de recursos ao amparo desses dois programas perfazem R$ 5,1 bilhões.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Febra Aftosa

A febre aftosa é uma doença infecciosa – altamente contagiosa – que acomete animais como os bovinos, ovinos, caprinos e suínos. A enfermidade pode ser transmitida diretamente por meio do contato com animais enfermos, via secreções e excreções, bem como pelas vias aéreas (vírus aerotransportado); ou indiretamente por meio de objetos, veículos ou vestuários que estejam contaminados, e até mesmo pelas mãos de pessoas que lidaram com animais doentes.
Os principais sinais clínicos da doença são febre e aftas (vesículas) na boca ou nos pés de animais de casco fendido. Outros sinais da contaminação são: inquietação, salivação, babeira, dificuldade de mastigar e engolir alimentos e tremores, dentre outros.
A doença nos bovinos acarreta grandes perdas produtivas diretas, que podem chegar a 25% da produção de carne e leite, abortos e mortes (no caso de animais mais jovens), além de importantes perdas indiretas como a interrupção da comercialização da carne e derivados, e de animais vivos para o mercado internacional. A ocorrência da doença afeta enormemente a abertura dos mercados aos produtos de origem animal. Para controlar e erradicar a doença é essencial preconizar o seu diagnóstico e notificar obrigatoriamente aos órgãos competentes. A partir destas medidas, é feito o isolamento da região, com a proibição de saída de animais ou venda de produtos de origem animal, sendo necessário o abate e incineração adequada de todos os animais da região contaminada. Concomitantemente ocorrem severas restrições impostas pelos principais países importadores desses produtos aos países afetados pela doença.
A OIE (World Organization for Animal Health) e o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), por meio do PNEFA (Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa), desenvolveram medidas e trabalhos no sentido de obter reconhecimento oficial para o Brasil como um país livre da doença. Dentre as principais medidas estão o estabelecimento da obrigatoriedade do uso da vacina duas vezes ao ano, e o controle e testes oficiais de qualidade para as vacinas produzidas no país.
A prioridade do governo é a erradicação da doença no país, valendo-se da prevenção por meio da vacinação. Essa medida é tomada efetivamente em mais de 85% do rebanho brasileiro, graças a uma ação firme do governo federal.

O que preconiza a OMS (Organização Mundial de Saúde)?

A OMS preconiza o controle da febre aftosa dentro de uma campanha geral de erradicação hemisférica. Esta ação é coordenada pela Organização Pan-Americana da Saúde OPS – OMS e o Centro Pan-Americano da Febre Aftosa, PANAFTOSA-OPS-OMS, situada no Rio de Janeiro e Centro de Referencia Para as Américas Sobre Febre Aftosa, sua epidemiologia, vigilância sanitária e controle e erradicação da doença.

O que preconiza o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)?

O MAPA legisla e regulamenta a Produção, Controle e Aplicação das vacinas contra a febre aftosa, controla a epidemiologia da doença no Brasil e determina o combate a doença com foco no controle e posteriormente a erradicação. Uma das formas de combater a doença é tornando obrigatória a campanha nacional de vacinação duas vezes no ano. O MAPA controla as vacinas utilizadas na campanha e define as exigências de qualidade que estas devem ter para serem utilizadas na campanha. Atualmente o MAPA esta priorizando o mantenimento do status atual da doença no Brasil para manter e ampliar o mercado internacional da carne brasileira.
Também implantou uma nova técnica de controle das vacinas que estuda o seu nível de purificação, estudando sua capacidade em gerar anticorpos contra Proteínas não Estruturais (vacinas testadas para 3ABC / EITB desde janeiro de 2009).

Termina dia 30 segunda etapa de vacinação de bovinos contra aftosa

Apenas nos Estados de Roraima e Rondônia, a campanha já foi finalizada e Santa Catarina está fora do calendário por ser zona livre sem vacinação
A segunda etapa da campanha de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa de 2014, conduzida pelo Ministério da Agricultura (Mapa), termina, na maioria dos Estados, no dia 30 de novembro. 
A meta é vacinar aproximadamente 150 milhões de cabeças de gado.
Em 14 Estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e São Paulo, a vacinação deve ser feita em todo o rebanho de bovinos e bubalinos. Nos Estados de Roraima e Rondônia, a campanha já foi finalizada.
Na Bahia, em Goiás, em Mato Grosso do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Tocantins, Sergipe e no Distrito Federal, a vacinação deve ser feita nos animais com idade abaixo de 24 meses. No Amapá, está sendo realizada a primeira vacinação anual de todo o rebanho. Apenas o Estado de Santa Catarina não está inserido no calendário, por já ser reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinação, informa o Mapa.
Após a vacinação, o produtor deve apresentar a relação dos animais vacinados e a nota fiscal da vacina nos escritórios do serviço veterinário oficial, para comprovar a imunização do rebanho. Os serviços veterinários estaduais têm o prazo de 30 dias para encaminhar ao Ministério o relatório das atividades da campanha de vacinação contra a doença.

Saiba como manter seu rebanho suíno saudável

Confira dicas sobre sintomas e controle de enfermidades que acometem a suinocultura
Aprenda a identificar comportamentos distintos e características físicas que podem comprometer a saúde dos animais. Umas das consequências mais graves de grande parte das enfermidades é o ataque ao sistema imunológico, que abre espaço para doenças secundárias. 
Pneumonia enzoótica
A pneumonia enzoótica suína é uma doença altamente contagiosa, caracterizada por tosse crônica e seca, baixa mortalidade e retardo do crescimento. A infecção é encontrada na mucosa respiratória. A transmissão ocorre pelo contato direto das secreções do suíno portador ou a partir de animais infectados em um rebanho livre. Práticas inadequadas de manejo, lotação inapropriada nas baias e falta de higiene das instalações podem aumentar a concentração de contaminantes. O médico veterinário Leonardo Burcius explica que cerca de 90% do rebanho nacional convive com a doença, e que a vacinação é o principal meio de prevenção. A enfermidade atinge animais a partir dos 40 dias de idade, e é mais prejudicial se ocorrer mais tarde.
Circovirose
A circovirose suína é causada por um vírus imune à maioria dos desinfetantes convencionais. No Brasil, o primeiro diagnóstico foi feito em 2000, pela Embrapa Santa Catarina. A doença atinge, principalmente, suínos depois do desmame, a partir da sexta semana de vida. Os sintomas são retardo do crescimento, anemia e icterícia. Limpeza, desinfecção e bem-estar animal previnem a doença, que em alguns casos pode ser fatal. A circovirose subclínica não é tão aparente, mas pode causar perda econômica grande em razão do baixo desempenho dos animais.

Coccidiose
Causada por um protozoário que invade as paredes intestinais dos animais e causa lesões nos tecidos da mucosa, a enfermidade afeta leitões entre a primeira e a terceira semana de vida, ocorrendo com maior incidência em épocas de calor e umidade. Os principais sintomas são diarreia amarela acinzentada, com consistência pastosa, desidratação e pelagem arrepiada, podendo durar de cinco a 10 dias. Nos adultos, o protozoário não causa sinais clínicos. Devido às lesões no intestino, a doença prejudica a absorção dos nutrientes da dieta, levando à diminuição dos índices de produção e gerando prejuízos econômicos nas granjas. Segundo a médica veterinária da Bayer Eliana Dantas, a coccidiose afeta suínos jovens, na fase da maternidade, podendo acontecer logo nos primeiros dias de vida se a baia estiver contaminada. A prevenção deve ser feita até o quinto dia de vida.

Diarreia epidêmica 
Em estudos recentes, depois dos prejuízos mundiais devido à diarreia empidêmica suína (PEDv), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) garantiu que a contaminação direta ocorre através da ingestão direta de fezes contaminadas pelo vírus, e não por plasma ou produtos derivados de sangue, como era apontado. Já a transmissão indireta ocorre por meio de veículos de serviço que podem estar contaminados, equipamentos ou outros objetos contaminados com fezes. O veterinário Luís Rangel explica que o plasma é seguro: “O momento que o leitão sai do lado da porca e vai para a creche é de grande estresse, é a transição do leite da mãe para a ração sólida. O plasma contribui para diminuir a tensão em que ele é submetido. Os animais que recebem essa fonte de proteína apresentam mais desempenho”. Causada pelo vírus Coronaviridae (PEDv), a enfermidade não oferece perigo ao consumidor nem interfere na segurança biológica da carne suína, mas pode impor grandes prejuízos aos produtores. A doença provoca mortalidade de quase 100% dos leitões recém-nascidos nas granjas infectadas. Menos de 24 horas após a contaminação, o vômito e a diarreia acentuadas provocam a morte por desidratação.

Mantenha seu rebanho sempre vacinado 
A produção de suínos exige alguns cuidados básicos e simples, começando pela vacinação. Boa alimentação, instalações adequadas e higiene são pontos que diferem no bem-estar animal. O manejo contempla o controle de parasitas e doenças de origem bacteriana e viral. A vacinação dos animais, principalmente dos leitões e das porcas prenhes, é uma rotina de extrema importância na granja. No caso das fêmeas, a imunização auxilia a produção de anticorpos no colostro, fazendo com que os leitões sejam prevenidos ao mamarem. É essencial aos leitões terem acesso ao leite logo nas primeiras horas de vida, uma vez que os anticorpos não são transmitidos pela placenta.

Um estilosante criado pela Embrapa ajuda a variar a dieta dos animais e melhora o desempenho

EstilosanteAlém de melhorar o desempenho dos animais, a leguminosa Campo Grande, desenvolvida pelos pesquisadores da Embrapa, aduba o solo recuperando áreas degradadas de pastagem. . Por ser rica em proteínas, possibilita maior ganho de peso para os animais. A leguminosa lançada pela Embrapa Gado de Corte, é o Estilosantes Campo Grande, e pode ser usada com sucesso para alimentar bois, vacas e até cavalos, carneiros, cabritos, ovelhas, cabras e outros animais.
Uma grande vantagem das plantas leguminosas é ajudar a diminuir os custos com a adubação de manutenção das pastagens, pois fixam no solo o nitrogênio encontrado na atmosfera. Adotando o Estilozantes Campo Grande o produtor gasta menos com insumos agrícolas e ajuda a diminuir os impactos negativos no ambiente, causados pelos fertilizantes químicos.
Segundo o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Celso Dornelas Fernandes, quando o produtor adota o Estilozantes Campo Grande numa pastagem, associado com uma braquiária, por exemplo, obtém como benefício direto o maior desempenho dos animais, seja na produção de leite, seja na produção de carne. “No caso da produção de carne, nós temos dados médios da ordem de 27% a mais de carne produzida numa pastagem consorciada comparada com uma pastagem somente com braquiáriSa”, informa Dornelas.
A implantação e manutenção dessa leguminosa são de baixo custo. São necessários três quilos por hectare, de sementes puras, para a formação de pastagens consorciadas. Os pesquisadores alertam que o estilosantes Campo Grande não deve ser plantado sozinho. Há que se reforçar o uso dessa leguminosa quanto ao aspecto ambiental, pois dispensa o uso de fertilizantes nitrogenados devido por promover a fixação biológica de nitrogênio. Além disso, melhora a qualidade da matéria orgânica incorporada ao solo, contribuindo para a diversificação e sustentabilidade dos sistemas de produção.

O Brasil ainda é deficitário na produção de carne de ovinos

 
O Anuário da Pecuária Brasileira 2013 (Anualpec) registra que de 2002 a 2011 houve aumento da produção nas principais regiões: 23% no Nordeste; 54% no Norte; 56% na região Sudeste. A produção nacional é de 172 mil toneladas de carne por ano, abaixo das 204 mil toneladas consumidas anualmente no País, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos.
O sabor diferenciado e características como maciez e suculência têm chamado atenção dos consumidores e a demanda pela carne ovina aumentou, principalmente, para atender nichos de mercado nos grandes centros urbanos. E apesar do crescimento da ovinocultura no País nos últimos anos, principalmente no Sudeste, a produção ainda não atende a demanda interna.

Comparando-se a outras carnes, o consumo não é tão alto, mas mesmo assim o País precisa importar carne ovina do Uruguai e da Argentina. O consumo per capita/ano é de 700 gramas, já o de carne bovina é de 37,6 quilos, segundo o Anuário da Pecuária Brasileira (Anualpec, 2007).

Uso do silo para alimentar os animais em época de seca

 
siloDiferentes tipos de forrageiras podem ser usadas para se fazer a silagem tais como capim, girassol, alfafa e cana. Animais que produzam até 12 litros de leite por dia podem ser tratados com silagem de Capim-elefante que, por ser uma forrageira perene, tem um menor custo de produção. Mas, à medida que o potencial de produção dos animais aumenta, torna-se mais vantajoso utilizar silagens de melhor valor nutritivo.
O silo é um importante alimento para ser usado, principalmente, nos períodos de seca, época em que costuma faltar capim. No Brasil, a silagem de milho ou de sorgo é o melhor volumoso a ser fornecido ao gado por trazer melhores resultados para os pecuaristas. Entre os motivos da preferência dos produtores pelo uso dessas forrageiras estão a alta produção e a facilidade para a formação das lavouras e para o ensilamento. Além disso, a silagem de milho e de sorgo apresenta um bom valor energético e é bem aceita pelo gado.
O sorgo produz uma silagem bem próxima à do milho. Embora tenha maior teor de fibra e seus grãos sejam de menor digestibilidade, sua silagem sustenta bem animais com potencial produtivo de até 18 litros de leite/dia. A vantagem do sorgo em relação ao milho é que a planta é mais tolerante a veranicos. Então, em regiões onde a chuva é menos abundante, é mais seguro plantar o sorgo em vez do milho para fazer a silagem.
O processo de ensilagem do milho e do sorgo é mesmo de outras silagens. “O produtor tem que ensilar no momento certo em que a lavoura dá condições para isso, tem que fazer uma boa picagem, uma boa compactação e, principalmente, iniciar e fechar o silo mais rapidamente possível”, resume o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Jackson Oliveira. Entre as orientações Oliveira lembra que o produtor nunca deve retirar silagem a mais, deixando para fornecê-la no dia seguinte. “Retire sempre a quantidade necessária para ser utilizada em um mesmo dia, isso tanto para a silagem de milho quanto para a silagem de sorgo”, esclarece.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Mais 85 mil agricultores familiares são incluídos no Garantia-Safra

Benefício é uma ação que visa auxiliar agricultores familiares que se encontram em municípios sujeitos a perdas de safra devido à seca ou ao excesso de chuva.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) autorizou o pagamento do Garantia-Safra para mais de 85 mil agricultores familiares de seis Estados.
Os Estados de Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte foram os contemplados. A informação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), da última quinta, dia 13, por meio da portaria 053
Os pagamentos são relativos à safra 2013/2014 e começarão a ser efetuados ainda em novembro, nas mesmas datas definidas pelo calendário de benefícios sociais da Caixa Econômica Federal.
O Garantia-Safra começou a ser pago em agosto deste ano. A cada mês, uma nova portaria é publicada incluindo novos beneficiários. Atualmente, mais de 698 mil pessoas estão aptas a receber o benefício, que é pago em cinco parcelas. O investimento é superior a R$ 118 milhões.
Garantia-Safra
O benefício é uma ação que visa auxiliar agricultores familiares que se encontram em municípios sujeitos a perdas de safra devido à seca ou ao excesso de chuvas. O programa abrange cidades em que forem verificadas perdas de, pelo menos, 50% do conjunto da produção de feijão, milho, arroz, mandioca, algodão, ou outras culturas definidas pelo órgão gestor do Fundo Garantia-Safra.
Podem participar do Garantia-Safra, agricultores familiares, com renda familiar mensal de, até, um salário mínimo e meio, que efetuem a adesão antes do plantio e que não detenham área superior a 4 módulos fiscais. A área total a ser plantada deve ser de, no mínimo, 0,6 hectares e, no máximo, 5 hectares.
Para aderir, o agricultor deve verificar se sua cidade participa do Garantia-Safra. Para isso, o município deve assinar o Termo de Adesão e definir a quantidade de agricultores que vão participar em sua jurisdição. Após esse processo, inicia-se o período de inscrição, seleção e adesão.

Apicultores podem receber kits especiais para produção de mel

Mel2014 KIt
Os kits produtivos adquiridos pela Codevasf e distribuídos entre os apicultores são de diversos tipos, variando de acordo com as características do apicultor, do clima, da área, da flora disponível. Há kits familiares com 10, 20 e 30 colmeias completas, além de kits comunitários e estruturantes, que poderão comportar unidades de extração de mel, entrepostos, unidades de beneficiamento de pólen ou de cera de abelhas e ainda equipamentos diversos, desde baldes até balanças, tanques e centrífugas.
Os investimentos da “inclusão produtiva” do Plano Brasil Sem Miséria envolvem a recuperação de pastos apícolas; fornecimento de colmeias, indumentárias e equipamentos apícolas, implantação de unidades de extração e beneficiamento de produtos apícolas e entrepostos. Além disso, incluem o apoio à participação de produtores e técnicos em seminários, congressos, eventos de divulgação.
Após a mobilização, cadastro e seleção dos apicultores, atendendo aos critérios estabelecidos pelo Plano, são distribuídos os kits, e esses apicultores são capacitados e acompanhados pelas equipes contratadas pela Codevasf. A assistência técnica é fornecida em parceria com prefeituras, governos estaduais e o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Canavieiros de Pernambuco fecham negociação salarial

canavieiro Canavieiros e patrões se reuniram sete vezes na atual campanha salarial, até chegar a um acordo onde o salário definido foi de R$784; um piso de garantia de R$ 14, e um valor de cesta básica de R$ 30. O diretor de Política Salarial da Fetape, Gilvan José Antunis, avaliou as negociações como positivas, especialmente se levada em conta a atual conjuntura do setor sucroalcooleiro. “Tivemos resultados muito importantes para os assalariados e assalariadas. Entre outras questões, conseguimos um reajuste do salário de 8%, acima da inflação”.
O processo de negociação dos 90 itens constantes na pauta de reivindicações da categoria contou com a participação da Fetape, Sindicatos dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais da Zona da Mata, secretaria de Assalariados da Contag e classe patronal, com o apoio do Dieese. A data-base da categoria, que é em 1º de outubro, foi mantida desde a primeira reunião.
Esta foi a 35ª Campanha salarial dos canavieiros, que trouxe como tema “ Fortalecer as bases para Garantir e Ampliar Direitos”. As negociações começaram no mês de julho, com um Encontro de Preparação, que subsidiou os dirigentes sindicais da Zona da Mata para o processo de negociação. Em agosto, aconteceu o Congresso de Delegados e Delegadas Sindicais, onde foram discutidas as prioridades da classe trabalhadora e elaborada a pauta. No mês de setembro, ocorreram assembleias de aprovação do documento. As negociações com a classe patronal começaram no dia 29 de setembro e terminaram na última sexta-feira.      

Criadores de Nelore promovem a maior festa da raça em dezembro

neloreA tradicional Nelore Fest, é considerada a maior festa comemorativa da raça e conhecida como Oscar da Pecuária Nacional. Este ano, a Nelore Fest está programada para acontecerá no dia 11 de dezembro, quinta-feira. A promoção é da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). A festa vai acontecer no Leopolldo Itaim, em São Paulo e deve reunir os principais representantes de um dos setores de maior importância para a economia nacional, a pecuária.
Para este ano, os organizadores esperam receber cerca de 400 convidados, de diversos setores da pecuária, entre criadores, expositores, pecuaristas, selecionadores de genética, recriadores, invernistas, confinadores, frigoríficos, assessores pecuários, consultores de campo, técnicos e pesquisadores. Também participam do evento personalidades, grandes empresários e investidores do mercado agropecuário.
De acordo com André Locateli, Gerente Executivo da ACNB – “A Nelore Fest é um momento de celebração de conquistas. Reunimos em um mesmo ambiente representantes dos diversos elos da cadeia produtiva, valorizando aqueles que trabalham em prol do melhoramento da raça e da atividade pecuária nacional”.
Durante o evento serão distribuídos prêmios em várias categorias, entre elas as tradicionais premiações aos vencedores do Ranking Nacional Nelore, Rankings Regionais, Circuito Boi Verde de Julgamentos de Carcaças, participantes em destaque no Programa de Qualidade Nelore Natural e das Copas Inter-regionais. Entre as homenagens que serão entregues, serão chamados os principais envolvidos nos 60 anos da associação.
Os interessados em participar da Nelore Feste poderão obter seus convites a partir do dia 10 de novembro pelo telefone (11) 3293-8900 da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB).

Os cuidados para o pasto que o cavalo deve consumir

Cavalos pastam
Para manter os cavalos em bom estado de saúde é importante que o produtor preste atenção à dieta dos animais, tendo em mente que forragens são mais adequadas, principalmente quanto aos valores nutricionais e à quantidade a ser fornecida. Um dos cereais mais utilizados na alimentação de eqüinos é o milho, que deve ser fornecido moído na forma de fubá grosso (o fino pode causar cólicas nos animais).
Já o feno deve ser oferecido picado e sem poeira, pois esta pode afetar o sistema respiratório dos cavalos. Quando usar a silagem, o produtor deve observar bem o estado de conservação do alimento: ele não pode apresentar nem vestígios de mofo. É importante destacar ainda que a alimentação fornecida ao gado nem sempre é a mais adequada para cavalos e, dependendo do alimento fornecido, o animal pode até adoecer.
Os suplementos minerais formulados para bovinos não são apropriados para eqüinos pois têm grande concentração de fósforo e baixo teor de cálcio e este é justamente o mineral mais importante da dieta dos cavalos.  
Para o pesquisador Haroldo Pires de Queiroz, difusor de tecnologia da Embrapa Gado de Corte,  uma alimentação errada ou desequilibrada pode levar a doenças graves, como a conhecida cara inchada.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Construção de Cisternas

O município de Fernando Pedroza foi contemplado com a construção de 100 cisternas de Placas e Calçadão, como é mais conhecida. A iniciativa é do Governo Federal , através da SEAPAC/CAICÓ e os Sindicatos de Trabalhadores Rurais.
Esta é a cisterna de placas, que tem a capacidade para 14 mil litros.
Outro modelo mais completo. É a chamada cisterna calçadão, que acumula 52 mil litros de água. Uma bênção para o homem do campo. Agora, é só esperar que chova, meu padim.

O Milho da CONAB- Boa Noticia

Novas remoções de Milho para o Nordeste sairão no leilão do frete acontecido hoje dia 14 do corrente para os municípios do NE afetados pela seca.
O produto oriundo dos estoques públicos, está armazenado no estado do Mato Grosso.
No total de 77 mil toneladas de milho, divididas em 14 lotes, serão removidas para diversas regiões da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. O produto será comercializado pelo Programa de Vendas em Balcão.
NOTA DO BLOG: Antes tarde do que nunca. Este leilão já era pra ter acontecido a meses. O produtor aqui da região central do estado, está se submetendo mais uma vez, a uma verdadeira humilhação para adquirir o milho. Primeiramente um funcionário da EMATER local, vai pegar os boletos em Lajes para serem pagos;  em seguida, se emite uma procuração para os servidores a disposição da CONAB em Lajes do Cabugi,  buscar o milho em Natal, pois em Lajes até agora não chegou; depois de tudo pronto, temos que solicitar do prefeito da cidade, um transporte para pegar o milho em Natal. Uma verdadeira dosagem de paciência para se comprar um terço do que lhe é devido. E o sertão continua a Deus dará.

Pesquisas revelam propriedades antioxidantes no sorgo

Foto: Guilherme Viana
Guilherme Viana -
O sorgo, fonte de nutrientes  para mais de 500 milhões de pessoas em 30 países, principalmente na África e na Ásia, mas ainda  desconhecido pela população brasileira, possui compostos bioativos que podem colocá-lo na lista dos alimentos com elevado potencial funcional. O quinto cereal mais produzido no mundo apresenta antocianinas, taninos e outras substâncias que inibem a proliferação de células de alguns tipos de câncer, como o de cólon e o de esôfago, além de contribuírem para a redução do colesterol e do diabetes tipo 2. 
 
O sorgo também é isento de glúten, podendo ser usado em dietas específicas para pessoas portadoras da doença celíaca. Rico em propriedades antioxidantes, seu valor nutricional é semelhante ao do milho em termos de proteína, gordura e carboidratos. Os resultados promissores relacionados ao uso do cereal na alimentação humana estão sendo identificados por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade de São João del-Rei (UFSJ) e Embrapa.
 
Segundo a pesquisadora Hercia Stampini Martino, da UFV, estudos in vivo mostram que as antocianinas presentes na composição do sorgo, especialmente nos de coloração negra, diminuíram a proliferação das células cancerígenas em experimentos conduzidos em ratos. "Em dietas fornecidas durante 10 semanas para ratos com níveis normais de colesterol e triglicérides, observamos diminuição do número de criptas aberrantes (relacionadas ao câncer) e aumento da atividade antioxidante quando são utilizados os farelos de sorgo negro e marrom", explica Stampini. 
 
De acordo com ela, as antocianinas têm uma espécie de "efeito protetor" ao induzir a produção de enzimas que metabolizam as células cancerígenas. Outra vantagem comprovada pelos pesquisadores é a tendência de redução da glicose sanguínea, do colesterol total e do chamado "mau colesterol" ou LDL em ratos que receberam uma dieta rica em gorduras. "O sorgo é um cereal com elevado valor nutritivo e ainda são necessários estudos para avaliar o efeito protetor e terapêutico do grão integral em humanos, incluindo a expressão de proteínas e genes", esclarece a pesquisadora.
 
Mais propriedades antioxidantes que as frutas
 
Cultivares de sorgo com tanino, substância cuja concentração depende da constituição genética do material e que é capaz de inibir o ataque de insetos, pássaros e herbívoros à planta, têm se revelado ainda mais promissoras. Essas cultivares possuem sabor amargo e adstringente, mas, por outro lado, inibem a proliferação de células de câncer de esôfago e cólon, segundo pesquisas recentes conduzidas na UFV. "Observamos redução de câncer de cólon em ratos alimentados com sorgo contendo taninos", descreve o pesquisador Frederico Barros, do Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade. 
 
Os níveis de antioxidantes encontrados no farelo do sorgo negro e na planta com alto teor de tanino são superiores aos de  qualquer outro cereal e também estão acima dos níveis registrados em muitas frutas, como no morango, na ameixa ou no mirtilo. Segundo o pesquisador, novos estudos in vivo estão em andamento. As últimas pesquisas, de acordo com ele, registraram novos compostos bioativos não somente nos grãos, mas também nas folhas e em outras partes da planta. 
 
Para pessoas diabéticas, o cereal apresenta outra vantagem. "Produtos feitos com a farinha de cultivares com tanino são digeridos mais lentamente. Isso contribui para um período maior de saciedade e plenitude gástrica em comparação com outros cereais. Em pesquisas com indivíduos diabéticos, percebeu-se ainda redução nos níveis de glicemia em razão do maior volume de fibras", diz a pesquisadora Hercia Stampini.
 
Segundo pesquisadores da Embrapa, o sorgo destinado a aves e suínos não pode conter tanino porque essa substância interage com proteínas e com o amido, o que diminui a digestibilidade e afeta o ganho de peso dos animais. No entanto, essa característica é muito interessante em humanos, pois, além da alta capacidade antioxidante dos taninos, há uma redução na digestibilidade do amido e proteínas, prevenindo doenças como obesidade, câncer e diabetes. "A presença de antioxidantes – como taninos e outros compostos fenólicos – associada à ausência de glúten pode ser o diferencial para que o cereal caia no gosto do consumidor", aposta a pesquisadora Valéria Queiroz, da área de Nutrição e Segurança Alimentar da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG).
 
Produtos estão em processo de desenvolvimento
 
Apesar das propriedades funcionais do sorgo, seu potencial na alimentação humana ainda é bastante desconhecido no Brasil. Para Valéria Queiroz, pesquisadora da Embrapa, apesar de ainda ser tímida, a demanda por informações vem crescendo por parte da indústria alimentícia, principalmente por empresas que produzem e comercializam produtos sem glúten. Segundo a pesquisadora, estão em fase final de desenvolvimento produtos elaborados a partir da extrusão dos grãos de sorgo, como biscoitos, farinha solúvel e cereal matinal, os quais, do ponto de vista tecnológico, vêm apresentando resultados satisfatórios para todas as cultivares BRS testadas. 
 
Em outros países, como nos Estados Unidos, o uso do sorgo na alimentação humana vem sendo estimulado, principalmente, pelos resultados das pesquisas que revelam os benefícios dos grãos do cereal.  A pressão por produtos saudáveis e sem glúten motivou o aumento da produção de alimentos contendo sorgo e, atualmente, barras de cereais, cookies, cereais matinais, cerveja, xarope, farinha, farelo, massa para pizza e pipoca já são encontrados nesse mercado. No Brasil, não há dados oficiais sobre o consumo humano do cereal. Especula-se que ainda seja nulo, motivado pela ausência da farinha no mercado. "Algumas pessoas celíacas têm importado a farinha de sorgo para consumo próprio", explica a pesquisadora.
 
A Embrapa possui projetos que estimulam a utilização do sorgo para a produção de alimentos sem glúten. Por apresentar valor nutricional semelhante ao do milho, ter menor custo de produção e possuir sabor neutro, o que é uma grande vantagem para a indústria de alimentos, os pesquisadores que trabalham com a cultura acreditam que a divulgação das informações sobre os benefícios do cereal impulsionará seu uso na alimentação humana. "A exemplo do que ocorreu com a soja, que inicialmente era cultivada para consumo animal e hoje faz parte da alimentação do brasileiro, acreditamos que o sorgo terá seu valor reconhecido", reforça Valéria Queiroz, da Embrapa.
 
Cereal é mais resistente à seca
 
Para o produtor, o sorgo é uma opção rentável durante a segunda safra, principalmente quando são registrados menores índices de chuvas. "Com as alterações no clima que estão ocorrendo, principalmente em relação à temperatura e à seca, o cultivo do cereal tende a trazer mais garantias no que se refere à estabilidade de produção", explica o pesquisador Cícero Beserra de Menezes, da área de Melhoramento Genético da Embrapa Milho e Sorgo. Dados da Empresa revelam que o custo de um hectare de sorgo é metade do custo de um hectare de milho,  e o sorgo ganha ainda em estabilidade e rusticidade. Apesar da média nacional de produtividade ser de 2,6 toneladas por hectare, produtores que utilizam mais tecnologia têm conseguido produzir o dobro.
 
Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) referentes à safra 2013/2014 mostram que a área total plantada com sorgo no País está em 731 mil hectares. A produção alcançada é de 1,9 milhão de toneladas e a produtividade média chega a 2,6 toneladas por hectare. Algumas regiões atingem números mais expressivos, como o Centro-Oeste brasileiro: 3,1 toneladas por hectare. A cultura, no entanto, carece de incentivos e políticas governamentais, a exemplo do milho e do trigo. Não há política de preços mínimos e o valor da saca de sorgo é cotado tendo como referência o preço do milho, sendo geralmente 25% mais barato. A Embrapa possui seis cultivares de sorgo granífero. 
 
Guilherme Viana
Embrapa Milho e Sorgo