domingo, 31 de julho de 2011

PARA PENSAR:
“Ninguém pode achar que falhou a sua missão neste mundo, se aliviou o fardo de outra pessoa”
Charles Darwin

PARA REFLETIR:
“Onde não falta vontade existe sempre um caminho”
John Lennon

Sobre a Caprinocultura na Paraíba

Respondendo algumas indagações aos internautas sobre a caprinocultura na Paraíba, gostaria de salientar:
Não sou Paraibano;
Não dependendo de coisa alguma deste estado nordestino;
Não tenho ramificações familiares na Paraiba;
Mas conheço um pouco do  trabalho que a velha Paraiba faz com relação a caprinocultura;
Sei que o Nordeste Brasileiro cresceu bastante no Agronegócio em 2010 e a velha Paraiba teve um grande desempenho devido a caprinocultura;
Sei também que os governos paraibanos tem incentivado por demais o setor que não para de crescer.
Resumindo: Temos tudo para  realizar também um ótimo trabalho em nosso estado. O que falta? Políticas públicas? Vontade política? Com a palavra o governo do estado do RN.
Excelente Trabalho
CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO CAPRINO E
OVINO NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO ESTADO DA PARAÍBA. BRASIL
CHARACTERIZATION OF THE GOAT AND SHEEP PRODUCTION SYSTEM IN THE
SEMI-ARID REGION OF THE STATE OF PARAÍBA. BRAZIL
Costa, R.G.1, C.C. Almeida2, E.C. Pimenta Filho2, E.V. Holanda Junior3 e N.M. Santos4
1Universidade Federal da Paraíba. Centro de Formação de Tecnólogos. Departamento de Agropecuária.
Areia. PB. Brasil. betogermano@hotmail.com
2Universidade Federal da Paraíba. Centro de Ciências Agrárias. Departamento de Zootecnia. Areia. PB.
Brasil.
3Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMPRAPA. Caprinos). Brasil.
4Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia. Areia. PB. Brasil.
PALAVRAS CHAVE ADICIONAIS
Análise multivariada. Bovino. Caatinga. Caprinos.
Manejo nutricional. Ovinos.
ADDITIONAL KEYWORDS
Multivariate analysis. Bovine. Caatinga. Goats.
Feeding handle. Lambs.
RESUMO
Objetivou-se caracterizar o sistema de
produção caprino e ovino na região semi-árida do
estado da Paraíba, quanto ao seu funcionamento
e abrangência. Foram utilizadas informações de
152 entrevistas realizadas em dez municípios do
Cariri Paraibano. Os dados obtidos foram agrupados,
por meio de análise multivariada (cluster), em
cinco grupos de produtores. A área das
propriedades variou de 4 a 1452 ha. Cerca de 94
a 98% do uso da terra destinava-se a pecuária. Os
rebanhos caprinos e ovinos eram predominantemente
produzidos em regime extensivo com o uso
da vegetação nativa (caatinga) como base para
a alimentação, sendo praticada por 92 a 100% dos
produtores. Não se observou um procedimento
definido de manejo alimentar para os animais no
período de seca. O sistema de produção animal
praticado nos cinco grupos baseava-se em diversas
combinações entre caprinos, ovinos e bovinos,
com destaque para exploração de caprinos
e bovinos destinados a produção de leite, e ovinos
para a produção de carne.
SUMMARY
We aimed at the characterization of goat and
sheep productive systems in the semi-arid region
of the state of Paraíba, analyzing their operation
and scope. Information from 152 interviews,
realized in ten countries of Cariri of Paraíba was
used. Obtained data were grouped, through
multivariate analysis (cluster), into five groups of
producers. The area of the properties varied from
4 to 1452 ha. About 94 to 98% of the land usage
was destined to cattle. The goat and sheep cattle
were predominantly produced under extensive
regimen, using native vegetation (caatinga) as the
base for feeding, being applied by 92 to 100% of
producers. No defined procedure was observed
in feeding handle to the animals during periods of
drought. The animal production system practiced
in the five groups was based in various
combinations between goat, sheep and bovine
cattle's, standing out the exploration of goat and
sheep cattle destined to milk production, and sheep
cattle to meat production.
INTRODUÇÃO
Ao longo de décadas, a caprinovinocultura
foi considerada uma atividade marginal
ou de subsistência na região Nordeste
do Brasil, normalmente com baixa produtividade
e realizada por produtores desprovidos
de capital financeiro e de recursos tecnolóArchivos
de zootecnia vol. 57, núm. 218, p. 196.
COSTA, ALMEIDA, PIMENTA FILHO, HOLANDA JUNIOR E SANTOS
gicos. Entretanto, atualmente, a produção
destes pequenos ruminantes vem se caracterizando
como uma atividade de grande
importância cultural, social e econômica para
a região, desempenhando um papel crucial
no desenvolvimento do Nordeste.
De acordo com Moraes Neto et al. (2003),
a caprinovinocultura representa uma boa
alternativa de trabalho e renda, visto a
produção de alimentos de alto valor biológico
(leite, carne e vísceras), bem como de
pele de excelente qualidade, além da
adaptabilidade dos animais aos ecossistemas
locais. Embora, segundo os autores,
em virtude do elevado grau de incertezas e
riscos, a pecuária nordestina torna-se
dependente de uma reformulação dos modelos
tradicionais de planejamento e
administração.
Ao iniciar as investigações partindo dos
sistemas de produção existentes se percebe
suas possibilidades de expansão, a partir da
identificação dos pontos de estrangulamento
tecnológico, dos recursos subutilizados
e das inter-relações que podem ser
melhoradas (Abramovay, 1985). Logo, torna-
se necessário, inicialmente, um conhecimento
prévio dos sistemas de produção,
atualmente utilizados no Semi-Árido nordestino,
de maneira a verificar os principais
problemas existentes, e numa etapa posterior
solucioná-los, permitindo um desenvolvimento
sustentável da atividade na
região (Castel et al., 2003).
Objetivou-se com o estudo, caracterizar
os sistemas de produção de caprinos e
ovinos na região semi-árida do estado da
Paraíba, identificando os tipos de unidades
de produção encontradas.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada na região do
Cariri paraibano, abrangendo 10 municípios:
Boa Vista, Cabaceiras, Gurjão, Monteiro,
Prata, São Sebastião do Umbuzeiro, Santo
André, Sumé, Taperoá e Zabelê, por meio da
aplicação de questionários que objetivaram
coletar informações sobre tamanho das
propriedades, uso da terra, raças caprinas e
ovinas, estrutura dos rebanhos, estratégias
utilizadas para enfrentar a seca, sistemas de
exploração e de produção animal.
DESCRIÇÃO DA ÁREA AMOSTRADA
Localizada no centro do estado da
Paraíba, a região do Cariri ocupa uma área de
11235 km2, distribuídos em trinta municípios,
e apresenta a maior densidade de caprinos
(19,19 cabeças/km2) e ovinos (14,79 cabeças/
km2) do continente americano (FIBGE,
2000). Ressalta-se que os dez municípios
selecionados para a pesquisa concentram
em torno de 50% do rebanho caprino e ovino
da região. O Cariri está inserido no Semiárido
brasileiro, com clima quente e seco,
temperatura média acima de 26ºC à sombra
e pluviosidade irregular entre os anos e
entre os meses do ano, com valores variando
de 250 até 700 mm/ano. Os solos são em
geral, rasos, pedregosos e secos (Guimarães
Filho et al., 2000). A vegetação natural predominante
é a caatinga, rica em espécies
forrageiras nos seus três estratos, herbáceo,
arbustivo e arbóreo, com estudos revelando
que acima de 70% das espécies
botânicas da caatinga participam significativamente
da composição da dieta dos
ruminantes (Araújo Filho et al., 2002).
AMOSTRAGEM E COLETA DOS DADOS
As informações quantitativas primárias
foram obtidas a partir de questionários resultantes
de entrevistas conduzidas em 159
propriedades, escolhidas de forma aleatória
nos 10 municípios citados. Os 159 proprietários
visitados representaram 30% dos
produtores de caprinos e ovinos da região.
Após os testes de consistência e eliminação
de questionários, a amostra foi constituída
por 152 entrevistas. Embora priorizasse a
pecuária caprina, ovina e bovina, o questionário,
com 1556 questões fechadas e 13
abertas, continha informações sobre outras
atividades agropecuárias desenvolvidas nas
propriedades. O tempo das entrevistas
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 218, p. 197.
CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO CAPRINO E OVINO NO BRASIL
variou de uma hora e vinte minutos a quatro
horas e cinqüenta minutos. As entrevistas
foram realizadas por uma única pessoa e
com igual sistemática, evitando, assim, erros
de interpretação. Aplicados os questionários,
uma revisão foi efetuada por técnicos
que não participaram das entrevistas,
com o intuito de direcionar normativas às
informações obtidas.
BANCO DE DADOS E ANÁLISE (FORMAÇÃO DOS
GRUPOS HOMOGÊNEOS DE PRODUTORES)
Os dados foram digitados utilizando-se
o módulo FSP do SAS (1999). O sistema
constituiu-se de 15 arquivos, relacionados
entre si através de variáveis chaves. Um
segundo programa reuniu todos os 15
arquivos em um único arquivo, contendo
1569 variáveis (com 1556 questões fechadas
e 13 abertas), que possibilitaram a
elaboração de variáveis não obtidas
diretamente do questionário (tabela I).
Utilizou-se a análise de agrupamento
(Duran e Odell, 1974) para proceder à
formação dos grupos homogêneos. Foram
selecionadas para a formação dos grupos,
as variáveis; número de caprinos, ovinos e
bovinos, em unidade animal (UA), e área da
propriedade destinada à pecuária, em
hectares.
Para a formação dos grupos utilizou-se
um método multivariado não hierárquico
com base no método k-means (proc fastclus).
A partir das variáveis selecionadas, realizouse
a análise de cluster, tomando por base o
exposto por Khattree e Naik (2000). Após o
agrupamento, foi realizada uma análise discriminante
canônica visando caracterizar
os grupos obtidos. Foi utilizado o Pacote
Estatístico SAS System for Windows V8.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CARACTERIZAÇÃO DOS AGRUPAMENTOS E
USO DA TERRA
Foram identificados cinco grupos
homogêneos representativos das atividades
agropecuárias desenvolvidas na região
(tabela II). A metodologia adotada permitiu
explicar que a variável, número de ovinos
teve 79,24% de sua variância explicada, a
variável, número de caprinos teve 68,52%, a
variável área com pecuária 67,83% e a
variável, número de bovinos 34,52%.
A análise discriminante indica que os
grupos formados se diferenciam quanto ao
Tabela I. Estrutura do questionário de campo. (Structure of the field questionnaire).
Respostas
Nº fechadas abertas
Tipos de perguntas
1. Indicadores físicos da propriedade rural 197 194 3
2. Indicadores sociais do proprietário e família 34 27 7
3. Indicadores do financiamento rural 12 11 1
4. Lavouras praticadas 10 10 -
5. Atividades de pecuária
5.1. Manejo alimentar 697 695 2
5.2. Manejo reprodutivo 116 116 -
5.3. Manejo produtivo 81 81 -
5.4. Manejo sanitário 154 154 -
5.5. Manejo genético 37 37 -
5.6. Rentabilidade da exploração 220 220 -
6. Fatores mais importantes 11 11 -
Total 1569 1556 13
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 218, p. 198.
COSTA, ALMEIDA, PIMENTA FILHO, HOLANDA JUNIOR E SANTOS
tamanho da exploração, crescendo do grupo
I ao V, e quanto a relação número de
caprinos/número de ovinos, sendo maior
nos grupos V e III e menor nos grupos II e,
principalmente, IV. As propriedades foram
plotadas em função dos dois primeiros
vetores canônicos. O primeiro vetor (CAN1)
representa o tamanho da exploração e o
segundo (CAN2), a relação caprinos/ovinos
(figura 1). Quanto maior o valor de CAN1,
maior é o tamanho da exploração. Já em
termos de relação caprinos/ovinos, quanto
maior o valor de CAN2 maior o número de
caprinos em relação ao de ovinos. Valores
inferiores a zero indicam que o rebanho
ovino é maior que o caprino.
A área média das propriedades variou de
57 (grupo I) a 1141 hectares (grupo V), sendo
esta ultima semelhante a área média de
exploração de caprinos no Norte e Leste da
Espanha (Acero de la Cruz et al., 2003).
Sabe-se que o tamanho das propriedades
representa um fator importante quanto a
decisão do que e como explorar, além de ser
um limitante que precisa ser adequadamente
estudado, sobretudo no que tange a peculiar
zona semi-árida nordestina.
Constataram-se nos cinco grupos a
utilização de lavoura entre dois e seis por
cento, com a pecuária entre 94 a 98% da área
total. A lavoura praticada compreendeu o
plantio de feijão (Phaseolus vulgaris L.),
milho (Zea mays L.) e algodão (Gossypium
barbadense L.), caracterizando-se como de
subsistência, com índices de comercialização
muito baixos (0-11%), normalmente em período
de chuvas e quando produzido excedentes.
A área composta pela caatinga bruta
predominou nos cinco grupos, variando de
Tabela II. Características gerais dos grupos pesquisados. (General characteristics of the
searched groups).
Grupos I II III IV V
Porcentagem de produtores 47 22 18 9 4
Área média das propriedades (ha) 57 116 314 407 1141
Proprietário das terras (% de produtores) 90 94 93 100 100
Recebeu assistência técnica (% de produtores) 39 41 43 62 60
Disponibilidade de água nas propriedades (meses) 9 9 11 12 20
Disponibilidade de energia elétrica
Monofásica (% de produtores) 72 62 46 31 20
Trifásica (% de produtores) 18 38 50 69 60
Mão-de-obra familiar (%) 84 65 64 51 34
Mão-de-obra permanente contratada (homens) 0 1 1 1 2
Número de caprinos (cabeças) 59 88 208 202 432
Número de ovinos (cabeças) 26 64 50 216 86
Renda bruta anualdos produtores (R$)
Caprinos 2060 3657 7335 7117 12234
Ovinos 369 1496 679 5979 1370
Bovinos 2699 3037 5607 5821 5610
Outras atividades
Dentro* 14 7 0 800 2740
Fora** 3650 3955 11300 6777 22080
Total 8792 12152 24921 26494 44034
*Outras atividades dentro da propriedade (venda de esterco e lenha); **Outras atividades fora da
propriedade (prestação de serviços com pecuária, prestação de serviço em outras atividades,
aposentadoria e outras).
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 218, p. 199.
CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO CAPRINO E OVINO NO BRASIL
63 a 77%; seguida pelas áreas de capoeira,
7 a 19%; palma (Opuntia sp.), 2 a 10%; caatinga
trabalhada, 3 a 10%; e pastagens artificiais
de buffel (Cenchrus ciliaris L.) e brachiaria
(Brachiaria decumbens), de 0 a 5%.
Para o capim de corte a área foi de 0 a 2%
em todos os grupos, sendo que as variedades
mais usuais foram o capim elefante
(variedade Napier, Penisetum purpureum
Schum.) e o capim andrequiçé ou marrequinha
(Paspalum conjugatum), com
ausência de pastejo direto pelos animais.
No grupo I, 2% da área se destinava ao
plantio de capim elefante e sorgo (Sorghum
vulgare), objetivando a confecção de
silagem. Nos demais grupos aproveitam-se
outras plantas nativas para tal finalidade ou
simplesmente não se utiliza procedimento
de ensilagem.
Procede-se no grupo IV o plantio de
algaroba (Prosopis juliflora) em 6% da área.
Nos demais grupos a presença dessa planta,
decorre de plantios não planejados, por
invasão de sementes de propriedades
vizinhas ou de sementes presentes nas fezes
dos próprios animais.
ESTRUTURA DOS REBANHOS
O sistema associativo, com produção de
caprinos, ovinos e bovinos, caracterizou-
Figura 1. Gráfico dos grupos plotados segundo os coeficientes das propriedades para os dois
primeiros vetores canônicos: CAN1 - tamanho da exploração e CAN2 - relação caprinos -
ovinos. (Graph of the located groups according to coefficients of the properties for the two first canonic
vectors: CAN1 - size of the exploration and CAN2 - relation goats lambs).
Tabela III. Efetivos médios dos rebanhos. (Average cash of the flocks).
Grupos I II III IV V
Total de caprinos, ovinos e bovinos (nº) 78 161 290 439 560
Propriedades sem caprinos (%) 8 6 0 0 0
Propriedades sem ovinos (%) 19 0 18 0 0
Propriedades sem bovinos (%) 25 24 14 15 40
Relação caprina/ovina 3,32 1,28 4,18 0,94 5
Relação caprino + ovino/ bovino 10 11,31 7,87 19,92 12,34
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 218, p. 200.
COSTA, ALMEIDA, PIMENTA FILHO, HOLANDA JUNIOR E SANTOS
se como o esquema mais utilizado pelos
produtores. Considera-se este tipo de
pecuária integrada uma vantagem, visto que
representa uma diversificação positiva para
efeito de oportunidades de mercado.
Os efetivos médios dos rebanhos
consistiram de valores crescentes em relação
a área total das propriedades, observadas
pela variação do grupo I ao grupo V (tabela
III). A variação de 78 (grupo I) a 560 animais
(grupo V) se deve, possivelmente, a
diferença encontrada na área média das
propriedades, que variou de 57 a 1141 ha.
A maioria dos rebanhos apresentou uma
quantidade de reprodutores inferior a
necessária para cobrir o número de fêmeas.
Quanto as matrizes, observou-se que a sua
reposição praticamente não era feita, com
animais ultrapassando o momento de serem
descartados (seja por idade, baixa produção,
etc.), talvez em decorrência da elevada taxa
de mortalidade dos animais jovens.
MANEJO REPRODUTIVO DOS ANIMAIS
Foi observada uma grande variedade de
raças caprinas e ovinas, como também uma
miscigenação entre estas raças, principalmente
em caprinos.
Verificou-se uma falta de direcionamento
produtivo, não havendo distinção quanto
às aptidões de cada raça (leite, carne, ou
leite e carne), nem qual a mais indicada para
a referida produção, confirmando as
observações de Arias e Alonso (2002). Podese
citar como exemplo, um rebanho formado
por fêmeas com padrão racial bem caracterizado
como Alpino e utilizado por três
reprodutores: um Saanen, um Pardo Alpino
e um Boer.
Não foi observado em nenhum dos grupos,
métodos de seleção e de manejo
reprodutivo visando a melhoria da produção
ou mesmo no sentido de padronização do
rebanho. De acordo com as afirmações de
Camacho Vallejo et al. (2002), sistemas de
manejo inadequados ou deficientes representam
uma das principias razões da baixa
produtividade.
Os únicos rebanhos formados exclusivamente
com raças puras foram a Parda
Alpina (1%) e Anglonubiana (8%), com
muitos dos criadores realizando, inclusive,
registro genealógico na Associação Brasileira
dos Criadores de Caprinos.
O uso de reprodutores e fêmeas de origem
Alpina predominou nos rebanhos onde se
queria renovar a função leiteira, uma vez que
ao longo de séculos, estes animais passaram
por um processo de seleção natural,
possivelmente negativo do ponto de vista
produtivo. Além disso, dos dez municípios
pesquisados apenas Taperoá não estava
ligado a algum programa do leite, quer seja
de âmbito municipal, estadual ou federal.
A utilização de reprodutores e fêmeas
Anglo-Nubianos ocorreu com maior
intensidade onde os rebanhos eram mais
voltados para a produção de carne, embora,
alguns produtores também os utilizem visando
um incremento na produção leiteira,
tendo em vista que a raça é considerada
como de dupla aptidão, carne e leite.
Steinbach (1987) afirma que, em geral,
importam-se raças em decorrência do
desconhecimento do potencial produtivo
dos animais autóctones e que na maioria
dos casos, as raças nativas têm seu desempenho
produtivo mascarado por práticas
inadequadas de manejo, sendo prejudicadas
pela ausência de uma análise econômica
global. Segundo Camacho Vallejo et al.
(2002), o bom nível de formação dos
produtores de leite de cabra no norte de
Córdoba, Espanha, em geral decorre do
conhecimento adquirido com a produção
bovina, porém informações específicas sobre
o manejo caprino seriam necessárias
para que os produtores pudessem superar
as deficiências existentes no setor.
Embora com menor expressão, os métodos
de seleção e de manejo reprodutivo com
raças ovinas, também não representam
práticas comuns na região. A raça ovina
predominante foi a Santa Inês (51%), inclusive,
sendo utilizada no cruzamento com as
demais raças. Ficou evidenciado o prevaArchivos
de zootecnia vol. 57, núm. 218, p. 201.
CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO CAPRINO E OVINO NO BRASIL
lecimento das raças deslanadas, provavelmente
em decorrência de sua rusticidade,
prolificidade, adaptabilidade aos ecossistemas
e excelente qualidade de carne e peles.
MANEJO NUTRICIONAL DOS REBANHOS CAPRINO
E OVINO
De um modo geral, o manejo alimentar
das espécies caprina e ovina foram
semelhantes. No inverno, com a incidência
de chuvas e abundância de pasto, os animais
são normalmente produzidos em regime exclusivamente
extensivo.
Constatou-se que a base alimentar dos
animais era a caatinga (em seus estados:
bruta, trabalhada e capoeira), utilizada por
92-100% dos produtores, e em regime de
pastoreio conjunto para todos os ruminantes,
sendo em algumas propriedades
praticamente a única fonte alimentar ao
longo de todo o ano. No período de estiagem,
como afirmaram Mesquita et al. (1988), a
produção de fitomassa é reduzida a valores
muito baixos, com perdas que podem
alcançar os 60% da produção da área. Neste
período, as folhas secas que caem das
árvores, disponíveis para os animais no
solo, representam importante componente,
tanto na proteção do solo quando ocorrem
as primeiras chuvas, como também na
alimentação dos animais, quando oriundas
de plantas forrageiras.
Associada ao uso da caatinga, a palma,
representa um recurso forrageiro largamente
utilizado no período seco. A cultura do
milho, feijão e algodão como suplemento
alimentar para o rebanho, embora citado
pela maioria dos produtores (50-79% para
caprinos e 41-78% para ovinos) é totalmente
dependente das chuvas, e quando
produzidas, normalmente são utilizados
primeiramente para bovinos (basicamente
as vacas em lactação), chegando apenas
para os caprinos e ovinos quando normalmente
existe capacidade para absorver todas
as espécies animais produzidas.
O bagaço de cana hidrolisado foi utilizado
por apenas 2% dos produtores do grupo
I para caprinos e ovinos, provavelmente em
decorrência da falta de conhecimento técnico
e da baixa condição financeira dos
produtores.
Os produtores utilizaram feno para os
caprinos entre 8-20% e ovinos entre 9-20%,
embora não tenha sido utilizada por
produtores do grupo IV. A silagem, não
usada nos grupos IV e V, apresentou um uso
máximo de 11% no grupo III para caprinos e
de 4% para ovinos. Silva et al. (2004)
afirmaram que as técnicas de conservação
de forragem apresentam um baixo índice de
adoção na região, sendo a fenação mais
utilizada que a ensilagem, talvez pela aparente
simplicidade do processo.
O sistema de produção extensivo voltado
à exploração da caatinga se fundamenta em
processos meramente extrativistas, embora
a manipulação desse ecossistema, baseado
em práticas de conservação dos recursos
naturais, pode aumentar a disponibilidade
de forragem.
O concentrado utilizado pelos produtores
para caprinos e ovinos na realidade
consistiu no fornecimento de concentrados
prontos e de farelos de milho, trigo, soja,
algodão e torta de algodão, sendo, geralmente,
cada ingrediente desses fornecido
isoladamente, sem maiores preocupações
com o atendimento das exigências nutricionais
por categoria (animais em fases de
crescimento, lactação, reprodução, etc.).
Ocorre o fornecimento de concentrado pronto
apenas nos grupos I e II (ambos com 3%
para caprinos), e apenas no grupo I (2% para
ovinos). O uso de concentrado nas
produções de caprinos e ovinos ocorre
normalmente quando os animais estão em
fase de lactação ou nos períodos de
estiagem, numa tentativa de salvar os
rebanhos da morte por desnutrição.
O fornecimento de vagens de algaroba
para a produção de caprinos, variou de 15 a
60% em todos os grupos, enquanto para
ovinos foi de 15 a 40%, caracterizando como
uma importante fonte nutricional para os
animais na época seca (período de frutiArchivos
de zootecnia vol. 57, núm. 218, p. 202.
COSTA, ALMEIDA, PIMENTA FILHO, HOLANDA JUNIOR E SANTOS
ficação das algarobeiras).
Em virtude da baixa produção de grãos
na região Nordeste (Ferreira et al., 2004) o
uso de subprodutos da agroindústria,
constitui uma importante alternativa para
alimentação dos rebanhos em sistemas intensivos
e semi-intensivos. Representando
uma fonte alternativa de nutrientes, o uso
de subprodutos industriais na alimentação
animal também promove à redução da
contaminação ambiental e barateia os custos
de produção, devido ao seu preço ser, normalmente,
inferior aos suplementos convencionais.
ESTRATÉGIAS PARA ENFRENTAR A SECA
As estratégias utilizadas para enfrentar
a seca na realidade consistem em práticas
realizadas de forma não técnica e sem
procedimento definido (28%), com venda
de animais na maioria das vezes (21 a 25% em
todos os grupos), aquisição de alimentos,
uso do mandacaru (Cereus jamacaru P.
DC.) ou associação entre dois ou mais métodos
citados anteriormente. Deve-se
ressaltar que todas as estratégias postas em
prática são iniciativas dos produtores, sem
nenhuma participação ou esforço de
racionalização por parte de instituições de
política agrícola, ensino e pesquisa, e de
fomento. De acordo com as observações de
Acero de la Cruz et al. (2003) o principal
problema das explorações caprinas analisadas
no Norte e Este da Espanha consistia
na gestão deficiência que os produtores
desenvolviam em suas propriedades. Normalmente
uma gestão inadequada decorre
do baixo nível educacional dos produtores
(Bedotti et al., 2005).
Queiroz et al. (1986), em trabalho sobre
ecologia e manejo do sistema de produção
de pequenos ruminantes no Sertão do Ceará
no Nordeste do Brasil, encontraram que no
período de seca, os produtores administravam
seus estoques de forragens reduzindo
o número de animais e mudando a composição
das espécies na propriedade, ocorrendo
assim principalmente a redução dos bovinos
e aumento no número de caprinos, com
o rebanho ovino praticamente não se alterando.
Embora os bovinos pareçam importantes
para a renda e produção global da fazenda
na região, a produção de ovinos e principalmente
de caprinos provavelmente garantem
a renda e a sobrevivência dos produtores.
SISTEMAS DE EXPLORAÇÃO
Verificou-se predominância das explorações
extensivas, sem uso de técnicas de
manejo e praticamente sem nenhuma
escrituração zootécnica. Hernández (2000),
afirma que os sistemas de exploração caprina
no México são baseados predominantemente
no pastoreio extensivo, tendo como principal
finalidade a produção de carne. Na
Espanha, a produção de ovinos de corte
baseia-se no sistema de exploração puramente
extensivo, principalmente em virtude
das características de rusticidade e adaptabilidade
dos animais nativos as condições
climáticas características da região (Martín
Bellido et al., 2001). Os autores também
afirmaram que esse sistema tradicional de
produção a pasto promove a obtenção de
produtos de melhor qualidade quando comparados
com os produtos obtidos com a
produção intensiva.
Os sistemas de exploração com caprinos
leiteiros na área analisada foram muito variados,
incluindo desde sistemas intensivos
(não muito freqüentes) até os extensivos,
sem suplementação alimentar, levando
a produções estacionais que se limitam ao
período de inverno. Para os caprinos e ovinos
de corte prevalecem os sistemas extensivos.
O sistema intensivo é utilizado apenas
nos grupos I (3%) e III (8%), o que retrata a
sua baixa utilização pelos caprinocultores.
No caso do grupo I, provavelmente em
decorrência do tamanho das propriedades
(área máxima de 57 ha). O sistema semiintensivo
com 33% decorre da necessidade
de suplementação dos rebanhos no período
de seca. Por fim, o sistema extensivo (65%)
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 218, p. 203.
CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO CAPRINO E OVINO NO BRASIL
caracterizando-se como o método de
produção mais usual na região, evidenciando,
um direcionamento para a exploração da
carne e pele. Monroy et al. (2003), avaliando
a situação da produção de cabras na
Califórnia do Sul, encontraram que 93% dos
seus produtores utilizaram também o sistema
de exploração extensivo.
Embora muito semelhantes aos dos
caprinos, os sistemas de exploração dos
ovinos apresentam pequenas variações, com
uma média total de 29% no sistema semiintensivo
e 69% no extensivo. Pode-se inferir
de tal informação, que mesmo os ovinos
manejados a maior parte do tempo juntamente
com os caprinos, o fato de se explorar
nas cabras também o leite, faz com que estas
sejam privilegiadas no momento da racionalização
do manejo.
CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE
PRODUÇÃO
Verificou-se um sistema de produção
associativo; com caprinos, ovinos e bovinos,
produzidos em 65% das propriedades
pesquisadas. A criação de caprinos estava
presente em 96% das propriedades, onde
47% dos animais eram destinados a produção
de leite e 49% para carne. Os ovinos
estavam presentes em 81% das propriedades
e os bovinos em 79%, com 61% para a
produção de leite e 18% para o corte.
Propriedades com produção apenas de
caprinos representaram 10% e apenas
ovinos 1%. A criação exclusiva de bovinos
não foi encontrada em nenhuma das
propriedades pesquisadas.
Existe uma tendência de substituição no
grupo I das demais atividades pela produção
de leite de cabra, visto que a demanda pelo
produto está se consolidando com relativa
rapidez na região. O grupo II destacou-se
pela maior representação no sistema de
criação de caprinos e ovinos (18%).
Observou-se no grupo III uma grande
concentração de atividades destinadas a
produção de leite caprino e bovino. O grupo
IV concentra suas atividades na exploração
dos bovinos leiteiros, caracterizando-se
como uma atividade tradicional decorrente
da maior disponibilidade de terras.
Detendo a maior área das propriedades,
com disponibilidade de água e área construída,
o grupo V caracteriza-se como o que
mais sub-utiliza os recursos das propriedades
e seus respectivos potenciais. Predomina
a exploração de leite caprino e carne
ovina, seguida pela produção de leite bovino.
Dados similares aos encontrados neste
estudo foram reportados por Holanda Júnior
(2004), trabalhando com caracterização
zootécnica e de renda nos sistemas de
produção de caprinos e ovinos praticados
no Sertão da Bahia.
Verificou-se com a pesquisa que muitos
fatores têm contribuído para a baixa
produtividade de caprinos e ovinos na
região, destacando-se entre eles, a utilização
de técnicas inadequadas de manejo alimentar
e reprodutivo, o uso de métodos extensivos
de produção com baixa inversão de
capital e com a idéia de que estes pequenos
ruminantes podem assegurar na pastagem
nativa sua nutrição.
CONCLUSÕES
O sistema extensivo caracterizou-se
como o mais usual em todos os grupos
avaliados, com o ecossistema da caatinga
utilizado de maneira extrativista.
A falta de manejo alimentar adequado,
necessário para atender as exigências
nutricionais dos animais, e o sistema de
produção associativo, com a utilização de
caprinos, ovinos e bovinos, caracterizaramse
como fatores dominantes.
A ausência no grupo IV de práticas de
conservação de forragens, como fenação
ou ensilagem, para fornecimento aos animais
no período de escassez de chuvas, representa
um ponto crítico da atividade pecuária
neste grupo.
Promover o cultivo de forrageiras nativas,
para a confecção de silagem e feno
deve ser priorizada no grupo I. A maior
Archivos de zootecnia vol. 57, núm. 218, p. 204.
COSTA, ALMEIDA, PIMENTA FILHO, HOLANDA JUNIOR E SANTOS
disponibilidade territorial para o plantio de
variedades nativas, em todos os demais
grupos, viabilizaria uma maior oferta de alimentos
para os animais no período de
estiagem e garantiriam a sustentabilidade
do sistema produtivo na região.

A Caprinocultura na Paraiba-Simpósio Internacional

Simpósio internacional trará à PB especialistas em caprinos e ovinos

O Governo do Estado, através da Secretaria estadual de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca e da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária (Emepa) lançou na noite desta quinta-feira (28) da programação do 5º Simpósio Internacional sobre caprinos e ovinos de Corte (Sincorte) e da Feira Nacional do Agronegócio da Caprinovinocultura de Corte (Fenacorte) que serão realizados no período de 24 a 28 de outubro no Hotel Tambaú, em João Pessoa.

Durante o Sincorte, especialistas de todo o país e de outros países ministrarão palestras abordando temas variados sobre a cadeia produtiva da capronocultura. O diretor técnico da Emepa, Wandrick Hauss de Sousa, disse que a programação inclui a realização do 3º Fórum Nacional da Caprinocultura Leiteira e da 2ª Mostra Tecnológica de Produtos Derivados da Capinocultura de Base Familiar do Nordeste, além da Ilha de Gastronomia Caprina e Ovina, que reunirá várias atividades, inclusive uma cozinha alternativa.

Várias autoridades participaram do lançamento dos eventos, entre elas os secretários Marenilson Batista, da Agropecuária e da Pesca; Alexandre Eduardo de Araújo, executivo da Agricultura Familiar; presidente da Emepa, Manuel Duré; Júlio Rafael, do Sebrae; Mário Borba (Faepa); Hermes Ferreira (Ministério da Agricultura); Francisco Cavalcante (BNB) e o presidente da Famup, Rubens Germano. A solenidade ocorreu no auditório da PBTur, em João Pessoa.

Meta do Governo – O secretário Marenilson Batista garantiu que a expansão da caprinocultura da Paraíba é meta do Governo do Estado, salientando que toda a tecnologia existente na Emepa deve ficar a serviço do produtor do estado.

Outro ponto salientado pelo secretário é que o governo pretende trazer os propagadores dessa cadeia produtiva e extensionistas para o Sincorte, de maneira a divulgar as técnicas para o desenvolvimento da atividade. O secretário disse que será instalada a câmara setorial para identificar as potencialidades e promover o diálogo do setor da Caprinoovinocultura.

Para a realização do 5º Sincorte, o Governo do Estado firmou parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, (Embrapa), a Federação da Agricultura do Estado da Paraíba (Faepa), o Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e o Governo Federal.


Secom-PB

Excelente Comentário

Assisti, ontem a PALESTRA com o professor ALBERTO da equipe “TRILHAS POTIGUARES” sobre a  CAPINOCULTURA. Ótima a palestra aonde o mesmo enfocou sobre a SANINDADE ANIMAL, HIGIENE, ALIMENTAÇÃO, ETC. Já  havia assistido este tipo de palestra com o Professor ALBERTO e por esta razão voltei a assistir. Trata-se de um grande professor. Vi nesta reunião pouquíssimos criadores. Uns revoltados por não receberem dinheiro, outros em sinal de protesto bão compareceram. Eu acho que não é fugindo do problema  que se resolve. Vejo com preocupação a cada dia que se passa a CAPRINOCULTURA morrendo.Se nenhuma providencia for tomada, eu aformo que em, DEZEMBRO/2011, AFONSO BEZERRA-RN  não estará prosuzindo o 500 litros de leite dia  Tenho dito que a CAPRINOCULTURA de AFONSO BEZERRA já não acabou, pois ainda não chegou ninguém com um caminhão e dinheiro para comprar 90% do rebanho daqui. O criador esta endividado. O BB do Brasil tem oferecido muito ao criador: ameaças, arrochos, cobranças , que em parte a própria instituição de uma forma irresponsável fez operações. Digo isto, e se alguém por parte da instituição quiser me interpelar, pode marcar o dia e a hora na Câmara de Vereadores que irei reafirmar. Só não vou ao BANCO pois quero as coisas com transparência na  presença dos criadores. Quem não lembra no passado que muitas costureiras, repentistas e  trovadores, motoristas, fizeram empréstimos  como sendo criadores? Teve gente que fez empréstimo para cabra sem ter aonde criar, e foi logo em seguida aconselhado: venda as cabras e compre vacas. Porque isso? Porque o banco não estava financiando vacas e sim cabras. Este cidadão que me contou isto  obedeceu. Vendeu as cabras e comprou vacas e ate hoje cria na periferia e aqui dentro da cidade por falta de terra. Falei com Marcelo esta semana sobre algumas criticas sobre a assistência Técnica ao Homem do Campo e o mesmo me disse: A secretaria de Agricultura não tem nada  a ver com Assistência Técnica e sim a EMATER. Se for pela EMATER com esta crise vivida pela instituição o homem não vai receber 100% já que mesmo sem condições seus funcionários tem procurado fazer o melhor. Mas falta INTERNET, GASOLINA RACIONADA. A inadimplência alta(em parte culpa do Banco do Brasil local), preço alto da ração, preço injusto do leite, inadimplência por parte do GOVERNO FEDERAL aonde esta  com 03 meses de atraso no pagamento, estão levando a uma situação desesperadora,  por parte dos Produtores. TERÇA FEIRA(02.08.2011) na Câmara de Vereadores de Afonso Bezerra-RN haverá reunião com os criadores de bovinos e Caprinos, aonde vamos  decidir se pela paralisação da entrega do leite ou o fechamento da BR nas imediações de  Lajes –RN no dia  12.08.2011 das 06:00 da manhã ás 17:00 horas.ESTA LUTA  É DE TODOS. ABRACE-A
Nota do blog:
Excelente o comentário do colega blogueiro Fernando Soares. O nossaterra a tempos que vem batendo nesta tecla sobre as condições que se encontra a nossa caprinocultura. Na caprifeira de Afonso Bezerra, assistindo uma palestra de um técnico da EMATER-RN, aleguei essa situação e fiz um comparativo com o vizinho estado da Paraiba que possui uma caprinovinocultura forte, responsável por um % alto no nordeste no agronegócio. Fizeram ouvido de mercador. Parabéns Fernando, pessoas como vc merece toda nossa atenção. Essa luta é de todos, vc tem razão. Anilton Souza.blog nossaterrafp

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Estrume de Gado. Técnicas Usadas

Secador do estrume do gado da umidade elevada

Descrição Introdução de secador do estrume da vaca: Com o desenvolvimento da agricultura, os subprodutos agriculturais têm tomado mais atenção. A poluição de Manure´s no ambiente está aumentando, mas o estrume é rico nos nutrientes e nos elementos de traço que é um bom fertilizante orgânico. Acobardar o estrume como um fertilizante do composto orgânico, girando não somente waste no tesouro, mas igualmente pode reduzir a poluição ambiental e impedir a propagação da doença. Igualmente tem bons benefícios econômicos e sociais. Nosso secador do estrume da vaca como um equipamento do corolário da linha de produção do fertilizante do composto orgânico, pode fazer partículas finas. Entrementes pode ser usado não somente como o meio de cultura, plantando o agaricus fungus comestível bisporus, mas igualmente pode ser usado como a produção da alimentação da tartaruga, peixe, caracóis, galinha, pato, o secador do estrume da vaca etc. é uma máquina de secagem do Baixo-combustível-consumo e de eficiência elevada. Pode ser usado para secar o estrume com índice de umidade 70%-80% a um final abaixo de 13% somente uma vez. O processo inteiro em um sistema fechado, reduz-se desse modo para poluir o ambiente. O secador do estrume da galinha é satisfeito pelo fonte de calor, máquina de carregamento, alimentador, tubo giratório do rolamento, descarregando armários da máquina, do ventilador, do descarregador e de distribuição do poder. O material molhado é põr no secador após a desidratação. O material pode dispersar-se uniformente e contatar inteiramente com o ar quente no secador com o stirring da placa que está no rolo. Quicken assim a velocidade da secagem, calor que transfere e que transfere maciço. No processo de secagem, o material pode ser mandado pela válvula de descarregamento da estrela que está na outra extremidade do secador sob a ação da placa do inclinação e da massa quente. As caraterísticas principais 1. secadores do estrume da vaca têm um alto nível da mecanização, da grande capacidade de produção e da operação contínua. 2. A estrutura era simples e excelente. Materiais que funcionam lisamente com a resistência dos cylinder´s. O funcionamento é conveniente. 3. Baixo mau funcionamento, mais baixo custo de manutenção, consumo das baixas energias. 4. Espaço de aplicação largo, boa uniformidade dos produtos de secagem 5. Quando está secando ao mesmo tempo pode conseguir a finalidade da esterilização e da desinfeção. Especificação técnica:
Specification of the common equipmentYXC800YXC 1200YXC 1500YXC 1800YXC 2000YXC 2200Note
The output of drying chicken manure2-5T10-22T18-24T25-30T30-38T38-48TMoisture content below 75%
The output of drying cow dung3-5T12-24T20-25T28-32T32-40T40-50TMoisture content below 65%
Total installation power7.5kw15kw22kw28kw32kw37kw
Commonly used size range:diameterΦ0.8-3,length 8-15m

Estrume de Gado. Como Aproveitar







Este artigo não procura desencorajar vegetarianos e vegans na promoção de alimentos orgânicos, pois o cultivo por meios
químicos é prejudicial à Terra, aos animais e à nossa saúde.

Existem, porém, passos que vão além da cultura orgânica tradicional, mais compatíveis com os conceitos vegetarianos.
As pilhas de composto e os canteiros na fazenda de Will Bonsall indicam que ele se dedica à agricultura orgânica. Porém, uma observação mais cuidadosa revela não apenas a falta de sacas de fertilizantes químicos, mas também a ausência de qualquer adubo animal. Nos últimos 20 anos, Bonsall tem se dedicado ao cultivo vegan, um termo (e método) desconhecido até para muitos vegetarianos. Bonsall avançou ainda mais no cultivo orgânico evitando o uso de subprodutos de origem animal.
Por que os agricultores orgânicos utilizam fertilizantes de origem animal, como estrume e subprodutos do abatedouro? Esses produtos têm valor fertilizante, pois contêm nutrientes essenciais como nitrogênio, fósforo e potássio e a matéria orgânica do estrume ajuda a melhorar a estrutura do solo. Esse tipo de fertilizante sempre esteve disponível nas comunidades rurais a custo baixo ou zero e agricultores que também criam animais têm seu próprio esterco em abundância. Horticultores e agricultores orgânicos consideram a decomposição de produtos animais um componente natural do processo orgânico.
Embora agricultores orgânicos sejam encorajados a obter estrume em "fazendas orgânicas", isso não é requisito para obter o certificado de produtor orgânico. Os horticultores, às vezes, conseguem obter adubo orgânico quando residem em áreas rurais, mas muitos compram adubo de animais criados em confinamento não orgânico.
O aumento explosivo da criação de gado em confinamento tem provocado um aumento paralelo de dejetos de origem animal e esse excesso constitui um grande problema. Nos Estados Unidos, o gado produz 105 toneladas de estrume por segundo e o nitrogênio desses dejetos é convertido em amônia e nitratos que se infiltram na água de superfície e subterrânea, contaminando poços, rios e cursos d'água.
"O fazendeiro que cria animais em confinamento tem uma quantidade enorme de estrume da qual precisa se livrar e ele deveria arcar com todos os custos relacionados à poluição do solo, da água e do ar", diz Scheps. "Se essas despesas forem pesadas, talvez ele se dedique a algo menos prejudicial para o meio ambiente como, por exemplo, cultivar couve" afirma.
E o que dizer do estrume da vaca que vive em um estábulo tradicional? Para que uma fazenda de gado leiteiro seja comercialmente viável, precisa manter muitos animais em um espaço limitado e, portanto, terá problemas com o estrume. Embora as condições não sejam tão ruins como no confinamento, as vacas leiteiras são forçadas a manter os ciclos de gravidez / lactação e os bezerros machos são geralmente vendidos aos produtores de carne de vitela logo após o nascimento. Quando não são mais consideradas produtivas, a maioria das vacas leiteiras é abatida para que sua carne e couro sejam aproveitados. Quando usamos estrume dessas fazendas, ajudamos a explorar os animais.
Mas, como obter nitrogênio?
A primeira pergunta que muitos fazem quando querem fazer horticultura sem produtos animais é "Como podemos compensar a falta de estrume?" Isso corresponde a perguntar a um vegetariano como ele obtém proteínas em quantidade suficiente.

Fazer a pergunta "como compensar" significa inferir que os produtos animais como comida ou fertilizante são o que há de melhor. Os vegetarianos sabem que são muitas as razões pelas quais a alimentação baseada em vegetais é superior à alimentação a base de carne e, para os vegans, os motivos éticos são óbvios. Muitos, porém, desconhecem todos os outros benefícios da adubação usando somente plantas.

Fertilidade e uso da terra
A fertilidade do solo não vem dos animais, vem das plantas na base da cadeia alimentar. A nutrição humana também não tem origem animal. Quando uma pessoa come carne, obtém nutrientes daquilo que serviu de alimento para o animal. Obter nutrientes dessa forma não só é nocivo à saúde, como também constitui uma maneira ineficiente de utilizar energia e recursos. A carne, por exemplo, não contém nada das fibras que o animal comeu e seu teor de proteína é elevado demais. Da mesma forma, quando o capim é "filtrado" através de uma vaca, quase todo o nitrog ênio é perdido pela urina.
Se colocarmos o capim destinado a alimentar uma vaca diretamente na pilha de composto, obtemos todo o nitrogênio necessário, além de outros nutrientes que não são encontrados no estrume. Usando o capim, vamos obter mais matéria orgânica do que com o estrume e, portanto, mais fertilizante. Colher a fertilidade na fonte é uma maneira bem mais eficiente de obter nutrientes.
Eliot Coleman vem usando adubo orgânico há mais de 40 anos, sendo que nos últimos 15, usou métodos vegans. No início dos anos 90, Coleman recebeu uma verba para pesquisar a produção em escala comercial usando composto vegetal em vez de adubo animal. Por meio da pesquisa, Coleman determinou o número de hectares de feno necessários para fertilizar um hectare de plantas alimentícias. Descobriu que a relação é de um hectare para produzir o feno por um hectare para produzir alimentos. Isto no Maine, EUA, onde o solo é rochoso e difícil de arar.
Se fosse usado adubo animal em vez de capim, o espaço necessário para fertilizar aquele hectare usado para cultivar alimentos precisaria ser quatro vezes maior — considerando o espaço para o pasto e a forragem para os animais. A pastagem excessiva tem levado à erosão e à formação de desertos nos quatro cantos do mundo. E a imensa quantidade de fertilizantes e agrotóxicos, usados na produção de alimentos para os animais, acaba poluindo águas superficiais e subterrâneas.
Agricultores orgânicos que dependem das vacas para obter fertilizantes precisam de muito mais terra do que aqueles que usam métodos vegans. À medida que a população aumenta, depender de animais no cultivo vai levar à derrubada de mais florestas e à conseqüente destruição do habitat da fauna para dar ainda mais lugar a pastos e cultivos para animais. Mais de 25% das florestas tropicais da América Central já foram destruídos para criar pastos para o gado.
Mais razões para adotar métodos vegans!
O interesse de Coleman pelo cultivo vegan não se deve ao vegetarianismo, pois ele não é vegetariano. Seu interesse provém da praticidade de cultivar seu próprio fertilizante e não ter que depender de fontes externas para obter adubo.
O estrume de gado confinado muitas vezes tem preço elevado devido aos custos de tratamento, embalagem e transporte. Não deixa de ser irônico que o estrume seja caro, apesar do excesso! Outro motivo para o preço elevado do estrume é a demanda crescente, porque o público vê o adubo animal como necessário. Como o interesse em horticultura e agricultura orgânica está aumentando, a demanda por adubo "orgânico" poderá vir a exceder a oferta e afetar os preços atuais.
Solo equilibrado, plantas saudáveis
Muitos agricultores acreditam que aplicar adubo em excesso pode provocar um desequilíbrio no solo, plantas doentes e problemas com predadores. Coleman e Scheps descobriram que adubos vegans não causam os problemas com pragas que afetam as hortas onde empregam adubo orgânico não vegan.
"A superalimentação do solo, além de ser um desperdício, pode ser prejudicial" escreveu o agricultor vegan David Phillips, Ph.D. "Colocar uma camada grossa de adubo faz com a planta o mesmo que o excesso de comida faz com o corpo humano — crescimento super estimulado, durante certo tempo, depois o desequilíbrio que causa condições patológicas."
O agricultor pode optar entre controlar ou aprimorar a natureza. As pessoas podem matar ervas daninhas com um herbicida. Entretanto, esse produto químico também destrói os microrganismos encontrados no solo e as plantas ficam mais suscetíveis a doenças. Para aprimorar a natureza, usamos barreiras físicas que evitam ervas daninhas (por ex.: cobertura verde, uso de energia solar), extirpamos as ervas daninhas ou simplesmente convivemos com elas.
Mesmo hortas com solo equilibrado podem ter insetos indesejáveis, mas nessas hortas seus predadores naturais acabam aparecendo. Se nada for feito contra os pulgões, eles atrairão as joaninhas que deles se alimentam. E, às vezes, esses insetos podem até se tornar úteis: há um tipo de lagarta que se alimenta das folhas da salsa, porém, mais tarde, a larva se transforma em uma borboleta que poliniza as plantas.
As plantas que crescem em solo equilibrado nem sempre estão livres de imperfeições. Quando se trata de aceitar falhas, existe uma questão de ordem econômica. Quem planta sua própria horta não se importa com alguns furinhos na folha de alface, mas quem cultiva para fins comerciais vai considerar essa alface imprópria para venda.

Fazer a rotação de culturas, produzir cobertura, evitar monoculturas e produtos químicos, adicionar constantemente matéria orgânica são fatores críticos para uma horta bem equilibrada.

Questões de saúde
O estrume da maioria dos animais domésticos aloja doenças intestinais e parasitárias e pode conter resíduos de antibióticos. Animais ruminantes, às vezes, abrigam a bactéria Escherichia coli 0157:H7 no intestino, que pode ser transmitida às pessoas através das fezes.

Mesmo os defensores do estrume concordam que, principalmente o estrume, cru, constitui uma ameaça à saúde e aconselham que seja manuseado com cuidado.

O futuro do método vegan
"Hoje, o principal problema da agricultura vegana", diz Bonsall, "é a dificuldade em encontrar informações a respeito". No mundo inteiro, muitos agricultores utilizam os métodos vegans (mesmo sem conhecer o termo!), mas não há comunicação entre eles. O escritor inglês Geoffrey Rudd cunhou o termo "vegan" há quase 50 anos e existem diversos livros sobre o assunto, mas muitos agricultores que usam apenas fertilizantes a base de plantas não conhecem essas obras.

Muitos vegetarianos que cultivam sua horta com certeza usam métodos vegans. Entretanto, no mundo inteiro, é impossível encontrar esses produtos nos supermercados, porque as pessoas os cultivam apenas para consumo próprio.

Há vinte anos era difícil encontrar produtos orgânicos, mas agora já os vemos por toda parte, atendendo à maior procura. As coisas boas merecem que se lute por elas. Precisamos colocá-las em prática e também informar a população. Quem sabe, um dia, encontraremos couve e pepinos marcados com um "V" de vegan no supermercado.
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domingo, 24 de julho de 2011

Touros/RN - Importante Podutor Nacional de Abacaxi - Assentamentos de Reforma Agrária São os Responsáveis

Aproveitando uma reportagem da Tribuna do Norte sobre a produção de abacaxi nos assentamentos localizados nos municípios de Touros/RN e São Miguel do Gostoso (link aqui), resolvi abrir os dados sobre o produto aqui no estado.

O produto é um dos principais líderes da pauta do estado, com valor anual da produção em 2009 de cerca de R$ 80 milhões, mas com a produção concentrada em 4 município: Touros, Ielmo Marinho, Pureza e São Miguel do Gostos. Juntos esses municípios respondem por aproximadamente 95% da produção do RN.

Nacionalmente, segundo estimativa preliminar para 2010 e 2011, o RN ocupa a 6ª posição no ranking nacional e a segunda no Nordeste (atrás da PB). Em 2009 o RN produziu 120 milhões de frutos, mas as estimativas preliminares para 2010 e 2011 apontam para uma queda para o patamar de 75 a 85 milhões.



Touros/RN, em 2009 (última informação disponível á nível municipal) ocupou a 3ª colocação no ranking dos maiores produtores de abacaxi do país, atrás de Floresta do Araguaia (PA) e de Monte Alegre de Minas (MG). Todavia, com a queda da produção em 2010 e a perspectiva para 2011, é possível que essa posição já tenha sido perdida. Mesmo assim, o município é um dos maiores produtores nacionais de abacaxi.

Não sabemos quanto, mas temos certeza que os assentamentos de reforma agrária na região do Litoral Nordeste do estado (onde estão localizados os municípios de Touros, Pureza e São Miguel do Gostoso) são importantes vetores de disseminação e crescimento da produção de abacaxi no estado.

Quem já andou pela zona rural daquela região, sobretudo nas áreas de assentamentos, vê as plantações de abacaxi alastradas por todos os lados, contribuindo para a geração de riqueza, emprego e renda na região. Ainda não conheço in loco a produção de Ielmo Marinho (que já foi o principal produtor do estado), mas no ano passado eu andei pela zona rural de Touros e São Miguel do Gostoso e fiquei impressionado com a quantidade de  plantações existentes lá.

O Abacaxi

Origem

Origina-se da América Tropical, sendo também cultivado em outros países de clima tropical e subtropical. Pertence à mesma família botânica do gravatá e da samambaia conhecida como barba-de-velho,da família das bromeliáceas. Frutificação: durante o ano todo.

Caracteristicas

Planta herbácea, terrestre, de até 1 metro de altura, com caule pouco desenvolvido, folhas lineares, alongadas, em forma de calhas e dispostas em torno de um eixo central. Flores de coloração roxo-purpúrea, reunidas em inflorescência terminal, de eixo grosso, carnoso e cônico-oval. Abertas as flores, as pétalas se desprendem e as sépalas, junto com outras partes das flores e da inflorescência, soldam-se formando o fruto. Trata-se de uma inflorescência denominada sorose (nome de origem grega, derivado de soros, que significa agrupamento). Conhecido mundialmente como ananás e no Brasil como abacaxi.

ABACAXI

Partes aproveitadas

Toda a fruta

Indicações

Energeticamente é refrescante, de sabor doce e ácido. Acalma, abaixa a pressão, é diurético e nutritivo, é importante para a formação óssea dos adolescentes, fluidificante de secreções de vias aéreas, indicado nas bronquites e gripes.

Utilidades Medicinais

Anemia

A acidez do abacaxi favorece,na digestão, a absorção de ferro.
O anêmico pode, no intervalo das refeições, usar um pouco de suco de abacaxi diluído em água e adoçado com melado de cana.

Diurese

O suco de abacaxi é excelente diurético.

Inapetência

O suco de abacaxi, sem açúcar,tomado em pequena quantidade uma ou duas horas antes da refeição, ajuda a abrir o apetite.

Nefrolitíase

Para auxiliar na eliminação de cálculos, há tratamentos naturais específicos.
O suco de abacaxi pode participar juntamente com outros sucos e chás.
Pode-se passar alguns dias com dieta exclusiva de abacaxi,e tomar chás como o de quebra-pedra, folha de abacate, cana-do-brejo e cavalinha. Convém, entretanto, seguir orientação médica para cada caso

Abacaxi

É eupéptico, germicida, oxidante forte, desobstruente do fígado, antiictérico, antiartrítico, antihidrópico, antidiftérico, bom contra as afecções da garganta e contra a arteriosclerose.

Na culinária

O abacaxi é utilizado na indústria para produzir essências.
De sua poupa são feitos inúmeros pratos saborosos.
Seu sumo é empregado em sucos e doces
Sua casca é aproveitada para fazer um delicioso licor .
Propriedades Nutritivas por 100 gramas da fruta(polpa)
Vitamina A
(mg)
Vitamina B1
(mg)
Vitamina B2
(mg)
Vitamina C
(mg)
Niacina
(mg)
Calorias
(Kcal)
4,00
51,00
17,00
10,90
0,245
52,00
Glicídios
(g)
Proteínas
(g)
Lipídios
(g)
Cálcio
(mg)
Fósforo
(mg)
Ferro
(mg)
13,70
0,40
0,20
18,00
8,00
0,50
Fonte: br.geocities.com
Abacaxi

Valores Nutricionais

Porção 100g
Kcal 52.0
HC 13.7
PTN 0.4
LIP 0.2
Colesterol 0
Fibras 1.4
A planta, cujo nome científico é Ananas comosus, pertence à família das bromélias e o fruto é, na verdade, uma frutescência: cada gominho é um fruto independente que se juntou com os demais durante o processo de crescimento.
É famoso em todo o mundo pelo seu perfume delicioso, pelo seu sabor acre-doce e por seu grande valor nutritivo.
O abacaxi é uma fruta deliciosa, muito apreciada em todos os países tropicais. Sua polpa saborosa é ligeiramente ácida, e muito refrescante. Ao lado das qualidades organolépticas, que o distinguem universalmente, há o seu alto valor dietético, comparável ao das melhores frutas tropicais. Por exemplo, o suco de abacaxi é um alimento energético, pois um copo (150 cm3) propicia, em média, cerca de 150 calorias ao organismo humano. O teor de açúcar do suco varia, em geral, em trono de 12 a 15%, dos quais aproximadamente 66% são de sacrose e 34% de açúcares redutores (glicose e frutose).
O abacaxi contém, principalmente, potássio, além de magnésio e cálcio. As vitaminas presentes são muito numerosas. Considera-se o suco de abacaxi uma fonte de vitaminas: A (0,3mg em 100g de suco), vitamina B1 e uma fonte aceitável de vitamina C (8,5mg em 100g em média), porém não contém vitamina D.
É um adjuvante da digestão, em cirtude de conter a bromelina, uma mistura de enzimas proteolíticas (que desdobram proteínas), que em meio ácido ou alcalino ou neutro transforma as matérias albuminóides em proteoses e peptonas (fragmentos resultantes da destruição enzimática da proteína).

Valor nutritivo

É uma fruta com alto teor de vitamina C.
Além disso, contém celulose, uma substância indispensável para o bom funcionamento intestinal, e bromelina, uma outra substância que facilita a digestão das carnes. Também é bastante rico em sais minerais, como cálcio, fósforo e ferro.

A Cultura do Abacaxi na Paraiba

O assentamento Santa Lúcia, no município de Araçagi, no brejo paraibano, sediou, na tarde desta quinta-feira (7), a reunião que deu início ao Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) para a abacaxicultura na Zona da Mata Norte do Estado. Trata-se da maior região produtora da fruta na Paraíba. O projeto se baseia nas normas do Comércio Justo (Fair Trade) e Solidário e nos princípios do desenvolvimento sustentável, com atividades focadas nos três pilares de desenvolvimento: social, econômico e ambiental.

O objetivo, de acordo com Marta Batista Alves, da Capacitar Consultoria, é trabalhar junto a assentados e agricultores familiares da Cooperativa dos Hortifrutigranjeiros de Araçagí, Itapororoca, Lagoa de Dentro e Adjacências (Cooperfruta), sediada no assentamento Santa Lúcia, por meio da gestão organizacional e de produção. "Buscamos trabalhar os princípios do Comércio Justo e ainda o planejamento da produção e a garantia da qualidade e da comercialização dos produtos", explicou a técnica.

A estratégia de execução implantada enfoca o planejamento participativo e a assistência técnica integrada às atividades que já estão sendo desenvolvidas na área por entidades como o Sebrae, o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater-PB), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).

A programação do encontro foi aberta com a palestra de implantação do DRS apresentada por Edvaldo Barbosa, do Banco do Brasil. Em seguida, o agricultor José Manoel do Nascimento, presidente da Cooperativa dos Agricultores das Frutas da Paz (Cooapaz), que reúne agricultores familiares do Assentamento Fazenda da Paz, em Maxaranguape (RN), proferiu palestra sobre os benefícios da certificação Comércio Justo.

Trabalho em cooperativa

Para o diretor de vendas da Cooperfruta e presidente da Associação de Produtores de Abacaxi do Município de Itapororoca, Francisco Alves de Paiva, o trabalho em cooperativa cria novas oportunidades para o agricultor. "Sozinho, o agricultor não tem condições de negociar tão bem quanto em coletividade. Quando eu junto a minha produção com a de outros as portas se abrem", afirmou.

Segundo Francisco, somadas, as 32 famílias de assentados e agricultores familiares vinculadas à Cooperfruta possuem 100 hectares plantados com abacaxi, o que significa uma produção de cerca de 300 mil frutas a cada 15 meses.

"É um experiência nova, mas que já mudou muita coisa no nosso modo de pensar. Agora temos que decidir em coletividade, como organização. Antes a gente pensava de outra forma, agora pensamos muito no meio ambiente e no consumidor que vai adquirir nossos produtos, que precisam ter qualidade", concluiu o agricultor.

A intenção da Cooperfruta é, primeiramente, de acordo com Francisco, atender o mercado interno e aumentar a quantidade e a qualidade do abacaxi produzido pelas famílias cooperadas.
Cooperfruta
A Cooperfruta, situada no assentamento Santa Lúcia, zona rural de Araçagí, foi criada em junho de 2010 com a finalidade de desenvolver as atividades hortifrutigranjeiras dos assentados da região, especialmente da cultura do abacaxi.

A maioria das 32 famílias cooperadas pertence ao assentamento, mas também participam da Cooperfruta sete famílias de agricultores de Itapororoca (maior produtor de abacaxi da Paraíba, com três mil hectares plantados) e de Araçagi (com dois mil hectares), e outras quatro de Lagoa de Dentro.

O abacaxi da Paraíba

Segundo a Embrapa, aproximadamente 40 municípios paraibanos produzem abacaxi e os maiores produtores são, respectivamente, Itapororoca, Santa Rita e Araçagi. Cerca de 60% da produção é comercializada no Nordeste; o restante segue para estados do Sudeste e do Sul do país.

A abacaxixultura é um dos destaques da produção na Paraíba - que é o maior produtor do Brasil, com aproximadamente 9,5 mil hectares de área plantada.

Comércio Justo

De acordo com a Solidarium, uma empresa social que atua com uma rede de criação, produção e distribuição de produtos alinhados aos princípios do Comércio Justo por meio de grandes varejistas em todo o território nacional, a diretriz do programa é uma estratégia de combate à pobreza e de desenvolvimento sustentável.

Seu objetivo é criar oportunidades para pequenos produtores economicamente desfavorecidos ou marginalizados pelo sistema de comércio convencional ao promover parcerias comerciais diretas, transparentes, democráticas e participativas.

Para receber a certificação do Comércio Justo, os produtores devem se organizar em associações, adotar um processo democrático de decisões, respeitar as leis trabalhistas e ambientais e a igualdade entre homens e mulheres, e ainda estimular o desenvolvimento sustentável, o cooperativismo e o associativismo. As empresas que compram pelo sistema de Comércio Justo se comprometem a adquirir matérias-primas certificadas, a pagar um preço mínimo para possibilitar a produção, a pagar bônus para investimentos em projetos sociais e fechar contratos a longo prazo com os agricultores.

Os produtos certificados são geralmente comercializados a preços até 20% superiores aos produtos sem a certificação. O valor adicional fica com as cooperativas, para investimentos em projetos sociais.

 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Programa de Aquisição de Alimentos

Este recurso permite que organizações adquiram a produção dos agricultores familiares. O objetivo é que as cooperativas e associações formem seus próprios estoques para comercialização em condições mais favoráveis, seja pelo beneficiamento e agregação de valor ao produto, ou por sua oferta em momentos mais oportunos, em que o preço de mercado esteja mais atrativo para a cooperativa/associação.

O acesso ao recurso se dará por meio da modalidade de Apoio à Formação de Estoques pela Agricultura Familiar (CPR/Estoque), executada pelo MDA, em parceria com a Conab. Em 2010, o MDA disponibilizou cerca de R$ 57 milhões e foram beneficiados cerca de 11 mil agricultores familiares. A meta agora é atender mais de dez mil agricultores familiares. Esta modalidade permite que cada cooperativa e associação da agricultura familiar acesse, anualmente, recursos até o limite de R$ 1,5 milhão. O limite por agricultor familiar associado é de até R$ 8 mil por ano. As cooperativas e associações devem encaminhar a proposta de participação para a Sureg no estado em que estão sediadas.

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

O Apoio à Formação de Estoques dialoga diretamente com a lei nº 11.947/09, que regulamenta o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). As cooperativas e associações, ao formarem seus estoques, conseguem atender com segurança e regularidade a entrega dos produtos diretamente às escolas das redes públicas de ensino municipal e estadual.

Ao acessar o recurso, as organizações podem estocar e beneficiar os produtos para vendê-los para o Pnae. À medida que o produto é entregue às escolas ocorre a garantia do pagamento permitindo que a cooperativa e associação realize, após 12 meses, a quitação do recurso financiado junto ao MDA. O agricultor familiar pode acessar os dois programas, pois são direcionados para mercados distintos.

No 1º de julho de 2011, o PAA completou oito anos de existência. Uma das principais ações de apoio à produção e de melhoria da segurança alimentar, o programa já movimentou mais de R$ 3,5 bilhões na aquisição de 3,1 milhões de toneladas de alimentos de cerca de 160 mil agricultores por ano. Os produtos abastecem anualmente 25 mil entidades. Para 2011, o orçamento do programa é de R$ 640 milhões.

Criado em 2003, o programa tem como objetivo garantir o acesso a alimentos em quantidade e regularidade necessárias às populações em situação de insegurança alimentar e nutricional. Visa também contribuir para formação de estoques estratégicos e permitir aos agricultores familiares que armazenem seus produtos para que sejam comercializados a preços mais justos, além de promover a inclusão social no campo. É executado pelo MDA e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

MDA Responde Sobre as Casas Digitais





Territórios Digitais abre prazo para confirmação de dados das Casas Digitais
18/07/2011 02:40
O Ministério das Comunicações, em conjunto com a coordenação do Telecentros.BR vai verificar os espaços que receberão novas Casas Digitais. A ação pretende confirmar e corrigir dados para avaliar se os espaços designados estão preparados para receber a estrutura. Como o processo de entrega das Casas já foi iniciado, os dados vão corrigir problemas e, se necessário, será criada uma nova etapa para atender as demandas das comunidades que ainda não se prepararam para receceber os computadores e a capacitação.



A iniciativa convida as delegacias do Ministério do Desenvolvimento Agrário e os responsáveis pelas Casas Digitais a confirmar e corrigir dados até o da 21 de julho, confirmando se o local está adequado e preparado para receber a estrutura.

Mais informações pelo email da equipe do Territórios Digitais: territoriosdigitais@mda.gov.br ou através da comunidade do Territórios Digitais no site do Territórios da Cidadania: http://www.territoriosdacidadania.gov.br/dotlrn/clubs/territriosdigitais/one-community?page_num=0
Fonte: http://www.nead.org.br/portal/nead/calendario/cal-item-view?cal_item_id=8179984
Nota do blog: Gostaria que o MDA procedesse uma vistoria nas instalações das casas digitais que foram prometidas e selecionadas. A Associação Pelo Sinal II está com uma sala toda pronta para receber os equipamentos. A comunidade continua ansiosa, pois houve um investimento(custo) nas instalações, de acordo com as normas impostas pelo MDA na época. Vamos aguardar minha gente, pelo menos já responderam o nosso apelo. E a luta continua.


domingo, 17 de julho de 2011

Incra promove modernização do Sistema Nacional de Cadastro Rural PDF Imprimir E-mail


Entre os dias 18 e 29 de julho o Incra realizará o recadastramento geral dos operadores do Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR). O objetivo é a implantação do Novo Módulo de Usuários, desenvolvido para ampliar a segurança das informações constantes no SNCR, que sistematiza a coleta, a pesquisa e o tratamento dos dados sobre o uso e a posse da terra no Brasil, contendo atualmente 5,5 milhões de imóveis cadastrados.


Em função das mudanças a serem implementadas, desta quarta-feira (13) até a sexta-feira (15), o sistema estará indisponível para consultas e operações. Nesses três dias, no entanto, a sociedade terá garantido o serviço de emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), que consiste no "documento de identidade" do imóvel. O acesso é feito pela internet, no endereço www.incra.gov.br.

Entre o público alvo do recadastramento estão os servidores que atuam no SNCR na sede do Incra, em Brasília (DF), nas superintendências regionais da autarquia e no Terra Legal, programa de regularização fundiária para a Amazônia Legal. Também estão incluídos os servidores de órgãos conveniados, como Receita Federal, Advocacia-Geral da União (AGU), Controladoria-Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Unidades Municipais de Cadastramento (UMCs).

Com a implantação do Novo Módulo de Usuários do SNCR haverá a modernização do trabalho da equipe do cadastro rural. A novidade possibilitará a criação de uma rotina automatizada, que vai permitir às unidades regionais do Incra em todo o país terem acesso aos totais de atualizações cadastrais processadas e de emissões de CCIR mensais.

"Consequência disso é a maior agilidade na produção de relatórios sobre o trabalho de cadastro dos imóveis rurais, garantindo um conhecimento imediato dessas informações que são utilizadas como indicadores de gestão", afirma o diretor de Ordenamento da Estrutura Fundiária do Incra, Richard Torsiano.

Recadastramento

Para o recadastramento, dados pessoais de todos os servidores que acessam o SNCR serão convalidados. Nesse período haverá a suspensão de todas as senhas de acesso ao sistema.

Durante os dias 13, 14 e 15 de julho, quando o SNCR ficará indisponível para acesso, não será possível realizar atualizações cadastrais ou qualquer operação que dependa da utilização do sistema. Durante esse período, o corpo técnico da Coordenação Geral de Cadastro Rural realizará testes de comportamento do Novo Módulo.

"Por esta razão, esperamos a compreensão da sociedade uma vez que se tratam de ações afirmativas que estão sendo implementadas, a exemplo da modernização da emissão de CCIR e da Consulta de Autenticidade do CCIR (leia aqui), que propiciaram maior segurança às informações cadastrais sob responsabilidade do Incra", explica Torsiano.

No dia 18 de julho, tem início o recadastramento dos servidores que atuam no âmbito do Incra, no Terra Legal e nos órgãos conveniados.

O Sistema e sua finalidade

O SNCR, instituído pela Lei nº 5.868, em dezembro de 1972, tem como finalidade primordial o levantamento sistemático dos imóveis rurais, para conhecimento das condições vigentes na estrutura fundiária das várias regiões do país.

Entre os pontos principais, visa fornecer elementos que orientem a formulação das políticas agrícola e agrária e, em especial, para orientar a execução do Plano Nacional de Reforma Agrária; levantar as condições efetivas da distribuição e concentração, assim como do regime de domínio e posse da terra; revelar as reais formas de uso temporário da terra, de maneira que se possa avaliar sua adequação ao princípio da função social da propriedade, previsto na Constituição Federal; atualizar os registros cadastrais existentes e aperfeiçoar os métodos, além de ser um instrumento de pesquisa, coleta e tratamento de dados e informações rurais.

Plano Safra - 2011/2012

Plano Safra 2011/2012: a agricultura familiar alimenta o Brasil que cresce

Foto: Ubirajara Machado / MDA

Plano Safra 2011/2012: a agricultura familiar alimenta o Brasil que cresce

A presidenta Dilma Rousseff assinou nesta terça-feira (12) mensagem que encaminha ao Congresso Projeto de Lei no valor de R$ 300 milhões para a Política de Garantia de Preços Mínimos para a Agricultura Familiar (PGPM-AF). Os recursos garantem a compra de produtos da agricultura familiar a preços justos. A assinatura foi durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012, em Francisco Beltrão, no Paraná.
Confira aqui as principais medidas do Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012.

“Agora os agricultores familiares têm a sua política de preços mínimos”, destacou a presidenta Dilma Rousseff, durante discurso no lançamento do Plano Safra que oferece desde o dia 1º de julho R$ 16 bilhões em créditos para a agricultura familiar. A nova política, específica para a agricultura familiar, diminui a volatilidade de preços nos mercados regionais porque utiliza instrumentos de comercialização que garantem ao produtor familiar um preço mínimo do produto (pré-fixado no início da Safra).
A presidenta afirmou que o Plano agrega políticas que garantem produção de qualidade e renda para os agricultores e que a agricultura familiar ajuda a sustentar a economia do país com produção de alimentos e distribuição de renda. "A agricultura familiar é responsável por um feito extraordinário, a redução das desigualdades do país. Ela cria um país mais democrático, que tem na base produtores familiares capazes de levar o aumento de renda e a melhoria produtiva para todo o nosso país".
Organização econômica
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, apontou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012 como um avanço em todos os instrumentos e políticas disponíveis para o setor. “O Plano Safra avança na organização econômica da agricultura familiar brasileira, que conquista uma dimensão superior para o próximo período. Avançamos no apoio à comercialização, criamos condições mais atrativas no crédito, na industrialização, nos seguros".
Florence ressaltou que os instrumentos do plano reforçam a geração de renda da agricultura familiar, com avanços nas políticas de comercialização como o aumento de recursos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escola (PNAE). "Os agricultores sabem que podem plantar porque vão ter garantia de renda.”
A presidenta Dilma também assinou alterações no decreto que dispõe sobre as regras do Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA). As mudanças simplificam a fiscalização dos produtos da agricultura familiar. O objetivo é ampliar o mercado das famílias para além de seus municípios. "Queremos que a agricultura familiar agregue valor, se expanda, que possa vender seus produtos para a maior parte das pessoas no Brasil".
Importância econômica
A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, exaltou a escolha de Francisco Beltrão para o lançamento do Plano por ser um berço da organização da agricultura familiar no país, “a agricultura que coloca comida na mesa do brasileiro”. O governador do Paraná, Beto Richa, lembrou a forte vocação agrícola do estado e destacou a importância da agricultura familiar para a economia do Paraná. “Os estabelecimentos familiares representam 82% das unidades produtivas do estado", lembrou o governador. "Aqui temos a força da agricultura familiar conquistada com muito trabalho e que melhora a qualidade de vida da população", reforçou o prefeito de Francisco Beltrão, Wilmar Reichembach.
O presidente da Unicafes, José Crisóstomo, destacou a articulação das políticas de crédito, comercialização e assistência técnica e apontou o cooperativismo como um instrumento de força para o setor. Alberto Broch, da Contag, disse que valorizar a agricultura familiar significa desenvolvimento, superação da fome e um Brasil mais justo. Elisângela Araújo, da Fetraf, comemorou a criação da PGPM-AF.