sábado, 29 de agosto de 2015

Trabalhadores rurais comemoram novo Programa do Leite

                Duas federações que representam trabalhadores rurais do Estado divulgaram nota de apoio às novas normas do Programa do Leite. A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar  do Rio Grande do Norte (Fetraf-RN) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (Fetarn) divulgaram nota à população elogiando o Decreto 25.447/2015 que institui as mudanças no Programa do Leite, determinadas pelo governador Robinson Faria.
         “O ingresso no Programa do Leite do Governo do Estado era um pleito antigo da Agricultura Familiar, porém, desde que foi implantado, apenas os grandes criadores eram contemplados. Agora, finalmente, através do novo decreto que regulamenta o programa, publicado no último dia 19, fomos incluídos como fornecedores”, diz a nota da Fetraf-RN. “São muitas as dificuldades enfrentadas pelos agricultores familiares potiguares e são necessários incentivos como este para que possamos estimular a permanência do pequeno produtor no campo”, continua.
         Organizada por intermédio de Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, em mais de 160 municípios, representantes de mais de 100 mil agricultores, a Fetarn disse através de nota reconhecer como uma grande conquista da agricultura familiar o novo Programa do Leite. “As várias mobilizações sociais - Grito da Terra, Marcha das Margaridas, Jornadas de Lutas, entre outras, já cobravam do Governo do Estado, há bastante tempo, uma participação da agricultura familiar no Programa do Leite, mas historicamente esse grito não era ouvido por aqueles que estavam "no andar de cima". Agora, essa luta se transforma em conquista”, afirmou.
         O novo Programa do Leite, que será lançado neste sábado (29) no bairro de Mãe Luiza, terá gestão compartilhada entre a Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sethas) e a Emater. Dentre as mudanças estipuladas pelo decreto estão: pelo menos metade do leite adquirido pelo programa será proveniente da agricultura familiar; o leite adquirido será exclusivamente produzido no Rio Grande do Norte e ainda que nenhum fornecedor (laticínio) poderá entregar, mensalmente, quantidade de leite superior a 10% do total adquirido pelo programa.
         Diariamente são distribuídos cerca de 88 mil litros de leite do Governo do Estado e 19 mil litros/dia do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Leite, do Governo Federal. Totalizando 107 mil litros de leite. Por ano, o Governo do Estado investe R$ 47 milhões no programa. De acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, o Rio Grande do Norte possui cerca de 12 mil estabelecimentos agropecuários de médio e grande portes e 71 mil da agricultura familiar. As novas regras atingem diretamente cerca de 100 mil famílias de pequenos produtores.



sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Excelente Artigo

O tempo que voa, o planejamento que para e o meio ambiente que sofre


Jared Diamont , em seu livro “Colapso” (Ed. Record, 2013) deixa claro quando enuncia o seu modelo de análise da sobrevivência das sociedades que já habitaram e habitam o planeta, em 5 grandes pilares: os danos que as pessoas em um determinado momento infligem ao meio ambiente, a mudança climática, os vizinhos hostis redundando em conflitos ou na competitividade do capitalismo selvagem, os parceiros comerciais que compram e vendem gêneros, e a resposta que o estado/governo dá aos problemas sociais.

O tempo analisado na interatividade humana é sempre contado em muitas décadas, séculos ou milênios o que nos confere ainda mais a sensação de insignificância em face da luta pela vida que carrega ideais e (presumíveis) melhorias que não acontecem, ou sempre ficam aquém do esperado.  Essa é a linha comum de todas as eras e em todas as partes do globo, e atualmente, bem representada pelas instancias políticas do curtíssimo prazo. Nessas, como ampliadas numa lente de aumento poderosa, conferimos a insensatez e a inconsequência na representação dos oportunistas de cada uma das épocas e civilizações, que conseguem tomar decisões, sem qualquer valor moral ou conduta ética. A história é a mesma, tudo por uma vida boa hic etnunc (aqui e agora)!

Nos tempos atuais, a visão de futuro ou a preocupação com as novas gerações, com poucas ações concretas no planeta, parece um discurso bolorento de 50 anos atrás, coisa de hippie doidão. Mas, como a omissão é um pecado tão mortal quanto a destruição da natureza, o alerta continua sendo dado por alguns altruístas (organizações e pessoas) que teimam em confrontar a exploração irresponsável. A obstinação se aproxima do mito de Sísifo que foi obrigado pelos deuses a rolar uma pedra montanha acima, embora ela sempre, ao chegar no cume, rolasse montanha abaixo reiniciando o sofrimento. Em outras palavras, existem lutas que se arrastam há décadas e a sociedade ainda não conseguiu concluir, a exemplo da devastação dos madeireiros na Amazônia, das denúncias às mineradoras que aniquilam os rios e lençóis freáticos, a insanidade da pesca dos navios baleeiros, o crime de exploração de petróleo no Ártico, ou ainda, mais perto de nós, a sanha desenfreada de empreiteiros na devastação dos cinturões verdes urbanos.

Com o problema da seca que atinge os principais mananciais das grandes metrópoles do país, o governo atual acredita que a única ajuda que pode vir do céu é a chuva. De desculpinha em desculpinha, o programa espacial brasileiro empacou novamente após a revogação, em julho de 2015, do decreto do Projeto comum Brasil-Ucrânia Cyclone 4, e depois desses países terem investido (?) algo em torno de um bilhão de reais. A dependência tecnológica dificulta o sensoriamento remoto de regiões degradadas em imagens captadas por satélites e o gerenciamento meteorológico, monitorando o avanço ilegal da produção agrícola de culturas de sobrepasteio como a degradação da caatinga, a desertificação pela monocultura comercial (cana e soja principalmente) e a agonia lenta da floresta amazônica. A palavra mais utilizada de quem não sabe planejar e depende da sorte proveniente da incompetência e corrupção, é contingência. As contingências mudaram (e não foram ao menos pensadas), assim pede-se mais verba contingencial para ações emergenciais de uma acomodação plena. Mudar esse método de desgoverno é tão encorajador como ensinar música a um macaco.

Com o corte de 70 bilhões de reais do Orçamento por conta do ajuste fiscal, é nítido que a contrapartida é uma dívida pública que não para de crescer; de 2004 a 2013 seu crescimento foi de 8,98% aa., ao passo que o PIB cresceu no mesmo período 3,64% aa.. É a cobra que engole o próprio rabo, isto é, o superávit primário serve apenas para aumentar e rolar a própria dívida de um governo que massacra a educação, a pesquisa, saúde, ciência e tecnologia, e sabe-se lá o que mais. O mercado já assinala aos investidores que o risco Brasil está aumentando, uma vez que agencias de classificação rebaixaram a nota de crédito do país em moeda estrangeira (BBB- para BB+, Austin Rating). O significado disto, não só para a recuperação da credibilidade econômica como para investimentos necessários que só trazem seus resultados no longo prazo, é o caos na gestão imediatista que se instala nas decisões de mentalidade e prazo curtos.
Márcio Bambirra Santos
Administrador e Economista. Professor doutor no CEFET-MG 

Brasil já utiliza técnicas para tornar a água salgada em água potável-Artigo


Na última reportagem da série ‘Água – Planeta em Crise’, o repórter Tonico Ferreira mostra como a agricultura está sobrevivendo à falta de água e como técnicas para tornar a água salgada em água potável já estão sendo utilizadas no Brasil.

Para produzir quase tudo o que consumimos usamos grande quantidade de água, não tanto a água que sai da torneira, mas a água invisível, virtual, aquela que foi gasta, em quantidade impressionante, na produção de um bem ou de serviço.

Por exemplo, para produzir apenas uma banana são gastos 160 litros de água. Um ovo, 200 litros. Uma pizza (marguerita), 1.260 litros. Um litro de etanol (de cana de açúcar), 2.100 litros. Uma camisa de algodão, 2.500 litros e um único quilo de carne, 15.400 litros.

É por isso que de toda a água consumida no mundo, 70% vai para a agricultura. A indústria fica com 20% e, no uso doméstico, gastamos apenas 10%. Se as cidades sofrem com a seca, o que não dizer do campo?

Uma fazenda em Quixeré, CE, hoje pode-se dizer que virou fazenda fantasma. Dois anos atrás era uma empresa agrícola modelo na produção de frutas, mas tudo foi desativado por falta de água e o que hoje é um campo tomado por mato, já foi uma grande plantação de melões. As mangueiras de irrigação abandonadas ainda estão no local e o que sobrou do sistema de canalização de água e da plantação de bananeiras representa um prejuízo irrecuperável.

Califórnia – Na Califórnia, nos Estados Unidos, que entrou no quarto ano seguido de seca, o corte de água para irrigação é o maior da história do estado.

A Califórnia tem 78 mil fazendas e é o maior celeiro de alimentos dos Estados Unidos. Neste ano, metade das fazendas irrigadas vai receber só 20% ou menos do suprimento normal de água que vem pelos canais.

O sistema de barragens e transposição de águas construído nos últimos 100 anos, que conta com um aqueduto com mais de 700 km, entrou em colapso. A neve acumulada nas serras, que ao derreter contribui com 1/3 do abastecimento de água do estado, baixou neste ano para apenas 5% do volume histórico.

Felícia Marcus, do Conselho de Recursos Hídricos do estado, diz que a saída agora é economizar, reusar, capturar água de chuva e dessalinizar água do mar. Felícia reconhece que a situação é desesperadora e diz que as obras grandiosas de engenharia deram uma falsa segurança hídrica aos californianos. “O nosso sucesso em ser capaz de levar água com segurança através de longas distâncias é agora nosso ‘calcanhar de Aquiles’ na tentativa de como convencer as pessoas a intensificar a economia de água durante a seca”, diz.

Austrália – A Austrália acaba de sair de uma seca que durou 10 anos e conseguiu preservar sua posição de grande exportadora de produtos agrícolas.

Os fazendeiros passaram a usar plantas geneticamente modificadas, irrigar com mais controle e aperfeiçoaram o sistema de recolhimento de água de chuva de cada gota que cai. Os fazendeiros têm direito a retirar uma determinada quantidade de água da natureza e essa água pode ser comercializada. Quem tem sobrando vende para quem precisa.

No auge da crise, Margot vendeu parte da água a que tinha direito para o próprio governo, que queria ajudar os rios que estavam secando. “Agora nós somos muito mais eficientes e o governo tem muito mais água para cuidar dos pântanos e dos rios. Isso foi uma bela troca”, explica a fazendeira Margot Henty.

Mesmo assim, Margot paga cada litro de água que usa. A entrada é controlada pelo governo via rádio e é cara: cerca de R$ 160 mil por ano.

Brasil – No Brasil, a cobrança pela retirada de água dos rios está apenas começando. É efetiva em algumas bacias de rios do Nordeste e do Sudeste.

Nas bacias em São Paulo, dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, onde a cobrança é pioneira, a água custa R$ 0,01 por metro cúbico captado, R$ 0,02 quando não volta para a natureza e outros R$ 0,10 por quilo de poluição jogado no rio.

“Através da cobrança nós caracterizamos a água como um bem de valor econômico e finito. E, através da cobrança, ou seja, de um controle pelo bolso, nós reduzimos os consumos”, conta Francisco Lahoz, secretário-executivo do Consórcio PCJ.

O Ceará é o estado que melhor cobra: arrecadou R$ 77 milhões no ano passado. Para enfrentar os períodos de seca, o estado fez obras de engenharia importantes, por exemplo, enquanto embaixo passa o canal do trabalhador, por uma ponte acima passa o Eixão das Águas. São duas obras construídas para alcançar um objetivo que é fundamental: interligar o sistema de abastecimento de água do estado.

Os projetos começaram em 1993, com a criação da companhia que gerencia os recursos hídricos do Ceará e tiveram continuidade independentemente das mudanças de governo, o que é raro no Brasil.

Dessalinização – Além de usar melhor os recursos de água existentes, está na hora do Brasil olhar para a dessalinização.

“Não é uma solução de curto prazo, mas eu acho que é uma solução que tem que ter, o botão está disponível para ser apertado, usando um termo mais fácil de entender, quando você tiver uma necessidade urgente porque é um processo que demora para ser concebido, para ser implementado”, explica Newton Azevedo, representante do Brasil no Conselho Mundial da Água.

No Nordeste brasileiro até existem cerca de 3,5 mil pequenas unidades de dessalinização em poços de água salobra, mas como não há manutenção preventiva, pelo menos 60% delas estão paradas por falta de filtro, bombas quebradas e equipamentos entupidos.

Cingapura – Cingapura tem duas enormes usinas de dessalinização que atendem até 25% da demanda de água da ilha. É uma parceria do governo com uma empresa privada. “Para dar certo, é preciso ter eficiência energética, manutenção, empréstimos de longo prazo e garantia de compra da água pelo governo”, diz Winnifred Heap, vice-presidente executiva da Hyflux.

Governo ativo, parcerias com a iniciativa privada, controle do uso e do preço de um lado, de outro, o uso consciente, a despoluição, o reuso e a dessalinização. Tudo isso já está sendo feito junto ou separado em algum lugar deste planeta.

O tempo de água farta acabou e não há como escapar. O destino da nossa espécie no planeta depende agora da nossa capacidade de proteger essa fonte da vida, que é a água. 
 
(Fonte: G1)

Concentração de soja influenciou PIB da agropecuária




A queda de 2,7% no Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no segundo trimestre de 2015 em relação aos três meses anteriores foi puxada pelo menor volume da produção de soja e pela perspectiva de baixa na safra de café, explicou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Em relação à soja, 61% da safra é concentrada no primeiro trimestre e outros 36% no segundo trimestre. É bem menor do que no primeiro. Além disso, neste trimestre entra a safra de café, que tem perspectiva de baixa no ano", afirmou Rebeca.
Em relação ao 2014, porém, a soja é um impacto positivo na alta de 1,8% no PIB agropecuário no segundo trimestre. A perspectiva para a safra de soja é de aumento de 11,9% no volume produzido, segundo o IBGE. Para o café, é esperada queda de 4,1%.

Maior exposição raça nelore no Brasil vai dar descontos de inscrição até segunda feira


nelore mochoTermina na próxima segunda-feira, dia 31 de agosto, o prazo de inscrições com desconto para 44ª Expoinel, que este ano acontece no Parque Fernando Costa, em Uberaba, Minas Gerais, entre os dias 17 e 27 de setembro. Em sua 44ª edição, a exposição vai reunir os principais criadores de Nelore, técnicos, estudantes, jurados de pista e todos os amigos da raça Nelore, para trocas de experiências e informações, e para fortalecer os laços do Nelore.
Para quem quiser participar e expor seus animais, as inscrições podem ser realizadas através do e-mail ranking@nelore.org.br ou pelo telefone da associação (11) 3293-8900, pelo valor de R$275,00 para sócios da ACNB, com suas obrigações sociais em dia, e R$325,00 para não sócios. Após esta data, o valor sobe para R$325,00 para sócios da ACNB e R$375,00 para não sócios. O prazo final para as inscrições é no dia 18 de setembro.

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), promotora da exposição, fecha o ano-calendário de exposições com a realização da Expoinel – evento que nos últimos anos se posicionou como o maior da raça Nelore no Brasil, de participação obrigatória para criadores e expositores que disputam o Ranking Nacional Nelore. A ACNB promove dez dias de exposição com aproximadamente mil animais da raça Nelore. Durante a semana acontece a entrada dos animais no parque, as pesagens e diagnósticos de gestação, os julgamentos do Nelore e Nelore Mocho, 10 leilões oficiais e, neste ano, o Circuito ExpoCorte. 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

11ª Feira de Turismo Rural - Ruraltur 2015





Um abacaxi resistente a pragas e com boa produtividade

abacaxi vitóriaA fusariose é causada por um fungo, e é a principal ameaça às lavouras de abacaxi, no Brasil. A doença é responsável por perdas de até 40% na produção. Para vencer essa praga, o Instituto Capixaba de Pesquisas, Assistência Técnica e Extensão Rural desenvolveu uma cultiva que é resistente a fusariose. Ela foi batizada de “Vitória” e possui elevada produção por área, ótimas características de sabor e pode ser utilizada tanto para o consumo in natura, quanto para atender à indústria.
Por ser resistente à fusariose, o abacaxi “Vitória” não necessita de aplicação de agrotóxicos, fato que traz vantagens para a saúde de produtores e consumidores. Em conseqüência, os custos de produção das lavouras são bem inferiores, o que possibilita maior competitividade dos fruticultores, principalmente os de base familiar.
O pesquisador do Incaper, José Aires Ventura, explica que entre outras vantagens do abacaxi Vitória, uma é que o manejo no campo não á diferente daquele adotado pelas culturas tradicionais.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

ITR 2015

Já está disponível o site do ITR 2015, para o devido preenchimento da declaração, relativo ao ano de 2015. O Prazo vai até 30 de setembro do corrente ano. Não deixe para última hora. Apos o dia 30, o produtor terá que pagar uma multa, o que não é nada interessante para o produtor rural.

EXPOLAJES 2015-De 28 a 30.08

EXPOLAJES 2015, conheça a Programação completa do evento


PROGRAMAÇÃO
SEXTA-FEIRA
08h00min
RECEPÇÃO DOS ANIMAIS
SEXTA-FEIRA
18h00min
19h00min
APRESENTAÇÕES CULTURAIS
INAUGURAÇÃO DA SALA DA CIDADANIA E  POSSE DOS MEMBROS DOSIM(SERVIÇO DE INSPEÇÃO MUNICIPAL).
SEXTA-FEIRA
20h00min
ABERTURA DA EXPOLAJES
SEXTA-FEIRA
22h00min
CONCURSO GAROTA EXPOLAJES
SEXTA-FEIRA
00h00min
FESTA DO PRODUTOR, COM ARNALDO FARIAS E OS MANOS DO FORRO.
SÁBADO
07h00min
TORNEIO LEITEIRO (1ª ORDENHA)
SÁBADO
07h30min
ABERTURA DA FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR- SEMAGMA.
SÁBADO
08h00min
VISITA DOS  ALUNOS DAS ESCOLAS MUNICIPAL DO ENSINO FUNDAMENTAL NO PARQUE DE EXPOSIÇÃO (SEMEC-LAJES).
SÁBADO
08h30min
AUDITÓRIO-A
PALESTRA SOBRE  EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE LAJES COM APRESENTAÇÃO DO TEATRO DE  MAMULENGO – SECRETARIA DE AGRICULTURA DE LAJES.
SÁBADO
09h00min
AUDITÓRIO-A
PALESTRA DE REUSO DE ÁGUAS – PARA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS ANIMAL (SENAR).
SÁBADO
09h00min
AUDITÓRIO-B
PALESTRA PROGÊNETICA – PALESTRANTE: AUGUSTO RODRIGUES (EMATER).
“PÚBLICO ALVO MÉDIOS PRODUTORES.”
SÁBADO
09h40min
AUDITÓRIO-A
PALESTRA SOBRE CAR RURAL (CADASTRO AMBIENTAL RURAL) SENAR.
SÁBADO
10h00min
AUDITÓRIO-  B
PALESTRA SOBRE BARRAGENS SUBTERRÂNEAS – PALESTRANTES: WILSON DANTAS, EVILASIO FARIAS E FERNANDA SANTANA. (EMATER)
“ PÚBLICO ALVO PRODUTORES COM BARRAGEM.”
SÁBADO
10h30min
AUDITÓRIO-A
PALESTRA SOBRE CRÉDITO RURAL E RENEGOCIAÇÃO DE DIVIDAS RURAL (BNB).
SÁBADO
11h30min
AUDITÓRIO-A
-PALESTRA DE AVICULTURA BÁSICA (EMPARN).
OBS.: DISTRIBUIÇÃO DE PINTOS DE UM DIA PARA PRODUTORES QUE PARTICIPAREM DO CICLO DE PALESTRAS.
SÁBADO
19h00min
TORNEIO LEITEIRO (2ª ORDENHA)
SÁBADO
A partir das 22h00min
FESTA DO PRODUTOR COM SHOWS DE:
GUGU DO ACORDEON,
BRILHANTE DO FORRO E
BRIOLA.
DOMINGO
07h00min
TORNEIO LEITEIRO (3ª ORDENHA)
DOMINGO
08h00min
TORNEIO PEGA BODE
DOMINGO
10h00min
ENTREGA DAS PREMIAÇÕES
DOMINGO
12h00min
ENCERRAMENTO
REALIZAÇÃO – GOVERNO DO ESTADO DO RN – SAPE – ACOSC – PREFEITURA DE LAJES.
CONTATO PARA RESERVA DE CURRAL ANCOC-3272-4223, ACOSC- 99965-0361.

O produtor rural pode ganhar mais conservando árvores na propriedade

arvore no cercadoA presença das árvores no campo reduz a erosão e aumenta a presença de água no solo, além de representar um aumento de renda pela comercialização da madeira. Na pecuária, a sombra das árvores proporciona conforto térmico aos animais, que se tornam mais produtivos. Dessa forma, a integração representa uma possibilidade de diversificação da renda para o produtor. Para o engenheiro agrônomo da Embrapa Florestas, Ives Clayton Goulart, a sombra gerada pela copa das árvores contribui para reduzir a temperatura do solo, fazendo com que a evaporação da água seja menor. A própria presença das árvores proporciona melhor infiltração da água no solo, que é utilizada pelas culturas anuais. As árvores também melhoram as condições físicas e químicas do solo, protegendo-o contra a erosão. “Tais fatores em conjunto ajudam o desenvolvimento das culturas, por isso, é importante que o produtor tenha em mente que a área a ser ocupada pelas árvores também gera renda, compensando a menor produção de grãos”, detalha Goulart.
O engenheiro agrônomo da Embrapa Florestas destaca ainda que os sistemas integrados trazem diversos benefícios ao meio ambiente, pois aumentam a fixação de carbono no sistema, intensificam a ciclagem de nutrientes de camadas mais profundas do solo, além de reduzirem a erosão pela cobertura vegetal. “São benefícios que serão observados na propriedade ao longo do tempo”, completa.

Economicamente, os sistemas integrados trazem vantagens para os três componentes: animal, agrícola e florestal. No componente animal, destacam-se a produção de carne e leite de qualidade; no agrícola, a obtenção de variedades de grãos e silagem; e no florestal, a obtenção de lenha, madeira para diversos fins, óleos essenciais, dentre outros, variando conforme as espécies plantadas. “Essa diversidade traz estabilidade produtiva para a propriedade rural, pois quando um produto está com um preço baixo no mercado, normalmente o outro compensa e gera a renda necessária para o período”.

Governo Federal inicia integração do cadastro de imóveis rurais


Foto: Giovani Antonio Capra/Embrapa
O Incra e a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) iniciaram a integração das bases de dados fundiária e tributária das propriedades e posses no País, passo fundamental para implantação do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR).
Ao apresentar a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) do exercício de 2015, que deve ser entregue de 17 de agosto a 30 de setembro deste ano, os proprietários e possuidores de áreas rurais serão comunicados do prazo e da obrigatoriedade de atualizar o cadastro de sua propriedade ou posse e de vincular o código do imóvel do Incra com o correspondente na Receita Federal para integração cadastral.
Cada titular de imóvel rural (pessoa física ou jurídica) deve atualizar os dados de sua propriedade ou posse por meio da Declaração para Cadastro Rural (DCR), disponível no sítio www.cadastrorural.gov.br. A declaração permite alterar os dados dos imóveis que constam no Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR) do Incra. O usuário sem acesso à internet deve procurar a rede de atendimento da autarquia agrária: sedes das superintendências regionais nas capitais, unidades avançadas, unidades municipais de cadastramento e salas da cidadania em diversos municípios. Caso o imóvel não esteja cadastrado no SNCR é necessário providenciar o cadastramento em uma unidade da rede Incra.
Ao preencher a Declaração para Cadastro Rural (DCR) é necessário informar o número do imóvel junto à Receita Federal na aba “Vincular NIRF” para assegurar a vinculação dos códigos dos dois órgãos e a integração dos dados. Quem atualizou os dados cadastrais junto ao Incra antes de 3 de agosto deve acessar a declaração para efetuar a vinculação sem necessidade de envio de documentação comprobatória, desde que não tenham ocorrido novas alterações.
Os dados atualizados e os códigos vinculados vão constituir a base do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR), que terá um núcleo estrutural e informações específicas produzidas e gerenciadas pelas instituições participantes.
Prazos
A Instrução Normativa Conjunta Incra/RFB nº 1.581/2015 estabeleceu prazos para a realização da atualização cadastral e da vinculação dos códigos em razão da área total do imóvel rural, conforme cronograma no quadro abaixo. A obrigatoriedade inicia para as áreas acima de mil hectares com prazo estabelecido de 17 de agosto a 30 de setembro de 2015. O prazo para as áreas igual ou inferior a 50 hectares será estabelecido posteriormente em ato normativo conjunto do Incra e da Secretaria da Receita Federal. A falta de vinculação nos prazos indicados gerará pendência cadastral.
A vinculação está dispensada para imóvel cadastrado no SNCR com área total inserida no perímetro urbano do município e imóvel onde não é desenvolvida atividade rural conforme informado na declaração do ITR do exercício 2015 e posteriores.

Prazos para atualização e vinculação cadastral dos imóveis rurais
Área Total do Imóvel Rural
Período
Acima de 1.000 hectares
De 17 de agosto a 30 de setembro de 2015
Acima de 500 até 1.000 hectares
De 1º de outubro a 31 de outubro de 2015
Acima de 250 até 500 hectares
De 3 de novembro a 31 de dezembro de 2015
Acima de 100 até 250 hectares
De 4 de janeiro a 29 de abril de 2016
Acima de 50 até 100 hectares
De 2 de maio a 19 de agosto de 2016

Portal
O Portal Cadastro Rural foi criado pelo Incra e pela Secretaria da Receita Federal para assegurar aos proprietários e possuidores de imóveis rurais o acesso a informações e a serviços relacionados ao cadastro rural.
Na primeira versão disponibiliza os seguintes serviços: emissão do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), Declaração para Cadastro Rural (DCR) para atualização cadastral junto ao Incra, Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), Coletor Web do Cafir para atualização do imóvel junto à Receita Federal e acesso ao Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) para certificação do georreferenciamento dos imóveis rurais.

Assessoria de Comunicação do Incra

Desenvolvimento Agrário

Agricultura Familiar Alimenta o Brasil que Cresce

Boletim Informativo

Boletim Informativo - MDA
Em vinte anos, o crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) transformou a realidade de mais de 2,6 milhões de unidades familiares de produção, gerou renda e potencializou o uso da mão de obra familiar. O crédito foi utilizado para a ampliação da área plantada e a utilização de tecnologias que propiciaram o aumento da produção e da produtividade de mais de 55 alimentos consumidos pelos brasileiros. Também foi importante para a agregação de valor à produção, pelo apoio à industrialização dos produtos agropecuários dos empreendedores familiares individuais e das cooperativas da agricultura familiar, bem como para o turismo rural e a produção de artesanato.
Na trajetória do Programa foi ampliado o número de tomadores dos financiamentos e a capilaridade da política pública, com o aumento dos contratos efetuados e do volume de recursos utilizados.
A agricultura familiar mantém cerca de 12 milhões de pessoas economicamente ativas no campo, produzindo, gerando renda, interiorizando o desenvolvimento e alimentando os brasileiros. Segundo o diretor de Financiamento e Proteção à Produção da Secretaria da Agricultura Familiar do MDA, João Luiz Guadagnin, o Pronaf comemora 20 anos com indicadores de excelência. A inadimplência é menor que 1%, o que demonstra que os agricultores familiares sabem gerenciar seus empreendimentos, produzir, comercializar, obter renda e honrar seus compromissos. 
O Programa se consolidou como uma política de crédito presente em 4.963 municípios rurais brasileiros de todas as regiões. Em duas décadas, foram aplicados R$156 bilhões em 26,7 milhões de contratos, nas diferentes modalidades, para diferentes tipos de agricultores familiares. Aproximadamente, 30% dos contratos são feitos por mulheres agricultoras e 17% por jovens. 
Os recursos foram disponibilizados para operações de investimento (Pronaf Mais Alimentos, Agroecologia, Florestas, Semiárido e Agroindústria) e para custeio da produção e do capital de giro de cooperativas. Os agricultores familiares adquiriram máquinas agrícolas, tratores, colheitadeiras, animais, implantação de sistemas de armazenagem e de irrigação, projetos de melhoria genética, adequação e correção de solo e recuperação de pastagens. Também investiram no beneficiamento, industrialização ou comercialização da produção. Os financiamentos de custeio serviram para as despesas das atividades agrícolas e pecuárias, como a aquisição de insumos, realização de tratos culturais e colheita, produção de mudas e sementes certificadas e fiscalizadas, aquisição de vacinas, ração e sêmen.

As condições de acesso ao crédito do Pronaf, formas de pagamento e taxas de juros correspondentes a cada linha são definidas, anualmente, a cada Plano Safra da Agricultura Familiar, divulgado entre os meses de junho e julho e são definidas com amplo diálogo e negociação com as representações dos agricultores familiares, instituições de assistência técnica e extensão rural, ministérios das áreas econômicas e agentes financeiros.  
O relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado neste ano, realçou o Pronaf entre as principais medidas em favor da agricultura familiar. O documento destaca que as operações são apoiadas por outros programas, como o de Garantia de Preços da Agricultura Familiar, que proporciona descontos em contratos de crédito para compensar quedas na renda devido a reduções nos preços dos produtos; o Seguro da Agricultura Familiar, que cobre as despesas e a renda dos agricultores familiares quando fenômenos climáticos provocam perdas da produção agrícola; e os programas de acesso aos mercados públicos como os programas de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Alimentação Escolar (Pnae). 
Guadagnin salienta que outra ação fundamental e que tem papel relevante na gestão das unidades familiares e no sucesso do crédito rural do Pronaf, na melhoria dos processos de produção e de comercialização e no aumento da renda, é a assistência técnica e extensão rural (Ater). O objetivo é identificar as necessidades e potencialidades de cada família, com atendimento continuado, além de apoiar o uso correto dos recursos naturais, especialmente o solo e a água, o cooperativismo e a agroindústria familiar, entre outras políticas.
História
O movimento sindical dos trabalhadores rurais há muitos anos vinha defendendo uma política agrícola diferenciada aos pequenos produtores. Em 1994, depois da Jornada de Luta (atual Grito da Terra), liderada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), foi criado o Programa de Valorização da Pequena Produção Rural (Provape). 
No ano seguinte, a proposta foi aprofundada com definição de taxa de juros, fonte de recursos e foco no agricultor familiar. Foi instituído, então, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), por meio da Resolução 2.141, de 24 de agosto de 1995, "destinado ao apoio financeiro às atividades agropecuárias exploradas mediante emprego direto da força de trabalho do produtor e de sua família".
De acordo com o coordenador de Reordenamento Agrário (SRA/MDA) e ex-presidente da Contag, Francisco Urbano, o Pronaf começou a se consolidar em 1997 como instrumento de geração de emprego e renda e desenvolvimento do campo. As operações, que antes eram apenas de custeio, passaram a ser feitas também para investimento. Os movimentos sociais intensificaram o diálogo com os ministérios da área econômica e os bancos.
Em 1999, foi criado o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A cada ano se apresentaram melhorias e avanços. Na safra 1999/2000, por exemplo, o valor financiado foi de R$ 6,6 bilhões, em mais de 930 mil contratos. A partir de 2003, aumentou a força política e o conhecimento efetivo do programa, servindo de referência mundial. Na safra 2004/2005, o montante chegou a R$ 7,4 bilhões, em 1,7 milhão contratos.
Na última década, a classificação diferenciada dos agricultores permitiu que as regras de financiamentos, de custeio e investimento, fossem mais adequadas à realidade de cada segmento social. Há linhas especiais direcionadas, por exemplo, à agroindústria, agroecologia, sistemas agroflorestais, semiárido, mulher e jovem. Os agricultores de mais baixa renda podem contar com o microcrédito rural, que permite o financiamento das atividades agropecuárias e não agropecuárias geradoras de renda. 
O ano de 2014 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional da Agricultura Familiar, confirmando o reconhecimento ao setor. Na safra 2014/2015, o volume financiado alcançou R$ 23,9 bilhões, em 1,8 bilhão de contratos.  Na atual safra 2015/2016, foram disponibilizados R$ 28,9 bilhões para o crédito rural do Pronaf, que comemora 20 anos, apoiando os agricultores familiares que alimentam o Brasil que cresce.
 

Assessoria de Comunicação Social

Na Folha: Crédito escasso atinge agronegócio e ameaça competitividade do campo


O aperto no crédito chegou ao agronegócio. A menos de um mês do início do plantio da nova safra, produtores de soja se queixam de dificuldades para obter empréstimos para custear a produção. Morosidade na análise de crédito, aumento das exigências dos bancos, alta nos juros –com um “mix” entre recursos subsidiados e crédito livre com taxas elevadas– e até venda casada são relatadas por agricultores. As dificuldades provocaram atraso na compra de insumos necessários para o início do plantio, como sementes e fertilizantes, e aumentaram os custos de produção. Se o problema persistir, poderá interromper os sucessivos ganhos de produtividade do setor nos últimos anos.
A situação é pior em regiões onde há mais produtores com dívidas pendentes, como no Rio Grande do Sul, Bahia e Goiás. Mas, segundo o presidente da Aprosoja Brasil (Associação dos Produtores de Soja), Almir Daspasquale, o aperto é generalizado. “O dinheiro vem vindo a conta-gotas para todas as agências do Brasil”, diz. O problema teve origem no primeiro semestre, quando os produtores começam a se preparar para o plantio da safra seguinte. Nessa fase, eles buscam recursos nas linhas de pré-custeio, voltadas à compra de insumos.
DESAFIOS DOS PRODUTORES DE SOJA EM 2015 
APERTO NO CRÉDITO
Atraso na liberação de recursos e maiores exigências limitam o acesso a empréstimos com juros subsidiados
Preços em baixa
Cotações da soja caem mais de 20% em 12 meses com aumento nos estoques, alta do dólar e desvalorização do yuan
Oscilação cambial
A alta do dólar encarece insumos, como defensivos e adubo. Por outro lado, eleva a renda do produtor em reais

Fonte: Folha de S. Paulo          

Mesmo a preços menores, volume exportado pelo agronegócio segue crescente


Cepea, 24 – O agronegócio segue dando sua contribuição para a balança comercial. No primeiro semestre, mesmo com a queda de aproximadamente 10% dos preços em Real (a queda em dólar foi de quase 17% e o câmbio efetivo melhorou apenas 8%), o volume exportado aumentou 4,74% no comparativo com o primeiro semestre do ano passado, conforme cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Em junho, especificamente, o setor representou de 45,9% das exportações totais do País.
Refletindo esse desempenho, cálculos do Cepea apontam que o faturamento em dólar das exportações do agronegócio brasileiro baixou para a casa dos US$ 43 bilhões, o que representou queda de aproximadamente 12% frente ao mesmo período de 2014. Em moeda nacional, a diminuição da receita agregada foi de aproximadamente 5%.
Nos seis primeiros meses de 2015, grande parte dos produtos apresentou crescimento no volume de vendas externas frente ao primeiro semestre de 2014. Um dos destaques foi o suco de laranja, que teve seus embarques ampliados em 23,7% – principais compradores foram Bélgica, Holanda, Estados Unidos e Japão. Outros produtos que também tiveram aumento do volume embarcado foram: farelo de soja (11,74%), frutas (11,28%), madeira (7,74%), óleo de soja (5,35%), celulose (4,53%), carnes de aves (3,15%), açúcar (2,23%) e soja em grão (1,40%). Os embarques de café se mantiveram praticamente estáveis (0,32%), enquanto caíram as vendas externas de etanol (32,28%), das carnes bovinas (17,94%) e suínas (5,02%), além do milho, que teve diminuição de 0,61%.
O câmbio real do agronegócio (calculado pelo Cepea com base numa cesta de 10 moedas) teve alta de aproximadamente 8% na comparação semestral – média do primeiro semestre/2015 contra primeiro/2014 –, enquanto os preços em dólares caíram mais de 17%. O café foi o único produto analisado que não teve redução dos preços em dólar.
Diante dessa combinação, os preços internalizados em reais (IAT-Agro/Cepea), que representam a atratividade das exportações agro, baixaram cerca de 10% no primeiro semestre de 2015 frente a igual período de 2014. Pesaram para esse resultado as quedas (em moeda nacional) das carnes de aves e suína, açúcar, etanol e de todo o completo soja (grão, farelo e óleo), que se sobrepuseram à variação positiva dos preços internalizados do café, suco de laranja, celulose, madeira, carne bovina, frutas e milho.
A desvalorização do Real pouco acima de 8% na média do semestre colaborou para a atratividade de boa parte dos produtos exportados pelo agronegócio nacional nesse primeiro semestre de 2015, amenizando o efeito da forte redução dos preços médios de exportação sobre o faturamento do setor. Com isso, os preços internalizados em reais (IAT-Agro/Cepea) do café, suco de laranja, celulose, madeira, carne bovina, frutas e milho tiveram variação positiva. No caso das carnes de aves e suína, açúcar, óleo de soja, etanol, soja em grão e o farelo de soja, os preços em reais permaneceram com variações negativas, porém bem mais amenas do que os valores externos desses produtos.
Cepea - Exportações
Índice de Atratividade da Exportação para Produtos Específicos (IAT-Agro/Cepea) – variações percentuais referentes a comparações entre os seis primeiros meses de 2015 e o mesmo período de 2014.
Fonte: Cepea/Esalq-USP
A China permanece como o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, com a pauta bastante concentrada nos produtos do complexo da soja, explicam pesquisadores do Cepea. Esse país absorveu no primeiro semestre deste ano 76,5% da soja em grão exportada pelo Brasil, 0,02% do farelo de soja e 14,8% do óleo de soja. No caso do mercado de óleo de soja, o destaque em termos de destino das exportações nacionais foi a Índia, que comprou 45,4% do produto.
O mercado de café teve como principais destinos no primeiro semestre os Estados Unidos e a Alemanha, enquanto as carnes de aves seguiram, em especial, para a Arábia Saudita, Japão, China, Emirados Árabes Unidos, Holanda, Hong Kong e Coréia do Sul. A carne bovina teve como compradores principais Hong Kong, Rússia, Egito, Venezuela, Irã e Chile; e a carne suína continuou concentrada na Rússia (aproximadamente 50%).  
DE 2000 PARA CÁ – Analisando os últimos 16 anos, pesquisadores do Cepea destacam que o ciclo de alta dos preços internacionais das commodities agropecuárias chegou ao fim em 2011. Porém, os preços em dólares (IPE-Agro/Cepea) dos produtos exportados pelo agronegócio ainda apresentam alta de 73,3% no acumulado deste período (até jun/15). De 2002 a 2008, houve tendência de crescimento, com queda pontual em 2009 devido à crise internacional. Em 2010, os preços em dólares voltaram a se recuperar, atingindo em 2011 a maior valorização do período. A partir de então, a tendência tem sido de baixa, comentam.
A taxa de câmbio efetiva real do agronegócio (IC-Agro/Cepea), ou seja, tirando-se o efeito da inflação, o Real se valorizou 45% na comparação da média do primeiro semestre de 2015 com a de 2000. Observe-se, a propósito, que a moeda nacional se manteve mais estável em termos reais de 2011 a 2014, com tendência a maior desvalorização em 2015 – na média do primeiro semestre de 2015, houve perda de 7,6% frente ao ano de 2014.
Os preços internalizados (em reais), que representam a atratividade das exportações nacionais (IAT-Agro/Cepea), diminuíram aproximadamente 6%, comparando-se a média do primeiro semestre de 2015 com a de 2000. O volume exportado (medido pelo IVE-Agro/Cepea), por sua vez, apresentou crescimento de mais de 234% no período como um todo. Em resumo, nos últimos 16 anos, os preços em dólares aumentaram 73,3%, o câmbio em termos reais (deflacionado) caiu perto de 45% e os preços internalizados diminuíram pouco mais de 4%, caracterizando significativa estabilidade. Mesmo assim, o agronegócio aumentou o volume anual exportado em 235% aproximadamente e o faturamento anual em dólares em 480% (Figura 1).
Cepea - Exportações
Índice de Preços de Exportação do Agronegócio (IPE-Agro/Cepea) em dólar, Índice de Volume de Exportação do Agronegócio (IVE-Agro/Cepea), Índice de Atratividade das Exportações do Agronegócio (IAT-Agro/Cepea) e o Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea).  Dados anualizados. Para o ano de 2015, considera-se a média de janeiro a junho.
Fonte: Cepea/Esalq-USP       
Para os próximos meses, caso se mantenha a desvalorização do Real, as quantidades exportadas devem continuar se recuperando. No entanto, pesquisadores do Cepea alertam que, diante das condições atuais de oferta, não são esperados grandes aumentos de preços. Isso ocorreria caso houvesse mudanças significativas de demanda ou reduções na produção dos principais produtores, causadas por eventos climáticos adversos.  
Fonte: Cepea          

 Vacinação contra aftosa atinge 98% do rebanho

tribunadonorte.com.br/
Brasília - O Brasil mantém  bons resultados na imunização contra a febre aftosa, avalia o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na primeira etapa da campanha nacional de vacinação contra a doença, realizada no primeiro semestre deste ano, o índice de cobertura foi de 98,04%. Foram vacinados cerca de 164,7 milhões de bovinos e bubalinos, de um total previsto de 168 milhões de cabeças. Os dados foram divulgados esta semana. No Rio Grande do Norte, o índice ficou em 92,95%. 

No Rio Grande do Norte, o índice de vacinação do rebanho ficou em 92,95%, abaixo do nacionalNo Rio Grande do Norte, o índice de vacinação do rebanho ficou em 92,95%, abaixo do nacional
Segundo o Mapa, com base em dados dos serviços veterinários estaduais, os índices de 2015 superam os do mesmo período de 2014. No primeiro semestre do ano passado, foram imunizados 164 milhões de cabeças, com índice de vacinação de 97,63%.A primeira etapa da campanha nacional de vacinação começou em março nos municípios de Faro e Terra Santa, no Pará, e terminou em junho, no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Rondônia teve o melhor índice de vacinação, com 99,96% dos bovídeos imunizados (5 milhões de cabeças), seguido de Mato Grosso, com 99,82% (12 milhões de cabeças), e de Goiás, com 99,72% (21 milhões de cabeças).

No Acre, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná, Rondônia e São Paulo foram vacinados apenas bovinos e bubalinos com até 24 meses. A vacinação não ocorreu no Amapá (AP), que tem o procedimento realizado somente uma vez ao ano, no segundo semestre, e em Santa Catarina (SC), zona livre de febre aftosa sem vacinação. Com isso, estavam previstos para ser vacinados 168 milhões de cabeças na primeira etapa da campanha. Os 3 milhões de animais que não foram imunizados na primeira fase estão sendo vacinados. Na segunda etapa, o restante do rebanho – exceto o de SC – será imunizado.

A cobertura vacinal alcançada no país é considera satisfatória, segundo o Ministério. “Isso reflete o resultado do esforço conjunto e da eficiência do trabalho dos governos federal e estaduais e da iniciativa privada, que executa a vacinação”, avalia a Coordenação de Febre Aftosa do Mapa.

A segunda etapa de imunização iniciou em julho deste ano em algumas regiões do Amazonas, do Pará e de Tocantins. A maior parte desta fase será realizada em novembro e a previsão é que seja concluída em 15 de dezembro, no Pantanal.

Erradicar

Em maio deste ano, o governo federal anunciou a intenção de erradicar a febre aftosa do Brasil até agosto deste ano. A expectativa divulgada na época era que os estados que ainda não estavam livres da doença pudessem se equipar com a infraestrutura necessária para a prevenção e o combate. Essa é uma das metas  do Plano Nacional de Defesa Agropecuária, lançado pela presidenta Dilma Rousseff.

Na época do lançamento, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, informou que os estados do Amazonas, de Roraima e do Amapá receberam R$ 2 milhões, cada um, para que possam cumprir as exigências nacionais. A previsão da ministra era que “em agosto, se tudo correr bem na fiscalização [do ministério], nós possamos ter 100% do Brasil livre da febre aftosa com vacinação”.

O Rio Grande do Norte já está enquadrado nessa categoria.

O queA febre aftosa é uma doença que causa febre, seguida de aftas, principalmente, na boca e nos pés de animais como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. 

Por que?

Devido ao alto poder de difusão do vírus, os países estabelecem fortes barreiras à entrada de animais susceptíveis e seus produtos oriundos de regiões com ocorrência da febre aftosa. 

Crédito escasso atinge agronegócio e ameaça competitividade do campo




O aperto no crédito chegou ao agronegócio. A menos de um mês do início do plantio da nova safra, produtores de soja se queixam de dificuldades para obter empréstimos para custear a produção. Morosidade na análise de crédito, aumento das exigências dos bancos, alta nos juros –com um “mix” entre recursos subsidiados e crédito livre com taxas elevadas– e até venda casada são relatadas por agricultores. As dificuldades provocaram atraso na compra de insumos necessários para o início do plantio, como sementes e fertilizantes, e aumentaram os custos de produção. Se o problema persistir, poderá interromper os sucessivos ganhos de produtividade do setor nos últimos anos.
A situação é pior em regiões onde há mais produtores com dívidas pendentes, como no Rio Grande do Sul, Bahia e Goiás. Mas, segundo o presidente da Aprosoja Brasil (Associação dos Produtores de Soja), Almir Daspasquale, o aperto é generalizado. “O dinheiro vem vindo a conta-gotas para todas as agências do Brasil”, diz. O problema teve origem no primeiro semestre, quando os produtores começam a se preparar para o plantio da safra seguinte. Nessa fase, eles buscam recursos nas linhas de pré-custeio, voltadas à compra de insumos.
Foi quando secou o dinheiro das contas-correntes e da poupança que, no caso do Banco do Brasil, vai para o financiamento do agronegócio. O banco estatal destina 73% da chamada poupança rural (90% do total da caderneta) para o crédito agrícola com juros subsidiados de 8,75% ao ano. Nas demais instituições financeiras, 65% da poupança vai para o crédito imobiliário, que neste ano também teve restrição de recursos especialmente na Caixa. Além da poupança rural, o agronegócio conta com o direcionamento de 34% dos depósitos à vista (conta-corrente) de todos os bancos. Com a alta dos juros, tanto a poupança como as contas-correntes perderam depósitos para outras aplicações. Para reverter a situação, Caixa e BB fizeram campanhas para estimular os depósitos. (Folha)

Barreiras ao desenvolvimento do coqueiro

hortifruti_coqueiro_coco (Foto: Drawlio Joca / Ed. Globo)
Parte dos poucos frutos que vingam da minha plantação de coco anão cresce até certo tamanho e depois cai. Os que se desenvolvem, ficam pequenos. Há alguma solução para a fruteira?

Rafael Teixeira, Bonfinópolis, GO

De maneira geral, a queda de frutos imaturos na cultura do coqueiro está relacionada com fatores climáticos, como baixas temperatura, radiação solar e umidade relativa do ar, além de desnutrição das plantas e ocorrência de pragas, em destaque o ácaro da necrose do coqueiro. Diante de tantas possibilidades, é preciso fazer uma avaliação das condições locais de plantio e do estado geral do coqueiral. Algumas mudas são plantadas sem nenhuma seleção com relação à origem do material genético e, em muitos casos, apresentam pouco potencial produtivo, ainda que sejam proporcionados os tratos culturais necessários.

O amarelecimento das folhas e a queda prematura de frutos podem indicar um sintoma típico de desnutrição da planta. A recomendação é realizar regularmente adubação com base em análise de solo. Na ausência de um exame, a sugestão é de usar a formulação N-P-K (20-10-20), ou similar, em uma dosagem de aproximadamente 3 a 4 quilos por planta. Em exemplares adultos, a dosagem pode ser fracionada em duas aplicações ao ano. O adubo deve ser aplicado entre 0,5 e 1,5 metro de distância do tronco do coqueiro e incorporado ao solo com boa umidade. Recomenda-se também realizar adubação orgânica com esterco na quantidade de 10 a 20 quilos por planta. O aumento de produção tende a ser registrado cerca de dois anos após a primeira adubação. No caso de ocorrência de queda de frutos causada por ácaro da necrose, é indicado pulverizar mensalmente a mistura de óleo de algodão (1,5%) com detergente neutro (1,0%), dirigindo o jato para os cachos novos.

CONSULTOR: HUMBERTO ROLLEMBERG FONTES, engenheiro agrônomo, pesquisador em fitotecnia da Embrapa Tabuleiros Costeiros (CPATC), Av. Beira Mar, 3250, Bairro 13 de Julho, Caixa Postal 44, CEP 49025-040, Aracaju, SE, tel. (79) 4009-1311, humberto.fontes@embrapa.br 
 
Por João Mathias, GR Responde

Kátia Abreu e ministro da Alemanha alinham posição sobre acordo de livre comércio

Ministra destaca importância do governo alemão para o êxito da negociação entre Mercosul e UE


Kátia Abreu: parceria com a Alemanha é fundamental para o Brasil  (Antônio Araújo/Mapa)
A ministra Kátia Abreu e o ministro federal de Alimentação e Agricultura da Alemanha, Christian Schmidt, alinharam nesta quinta-feira (20) suas posições em relação ao acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, que está em fase de negociação entre os blocos. A reunião dos dois ministros, que ocorreu na sede do Mapa, está no contexto da visita da chanceler alemã, Angela Merkel, ao Brasil.
Durante a reunião, a ministra afirmou que a Alemanha é um país “fundamental” na tomada de decisão sobre o acordo de livre comércio. Destacou que o governo brasileiro é “unânime” sobre a “importância e a força” que o país germânico dará à proposta. Schmidt, por sua vez, demonstrou ampla receptividade em estreitar as relações comerciais dos dois blocos.
Kátia Abreu prevê que, com a efetivação do tratado, as exportações do agronegócio brasileiro cresçam cerca de 20%. “Mas ainda se mantivéssemos apenas o que exportamos hoje, o que não vai ocorrer, teríamos o enorme benefício de acabar com os impostos. Hoje, temos tarifas muito altas nas exportações”, assinalou a ministra.
Schmidt disse que Mercosul e União Europeia devem estreitar suas relações comerciais e que a Alemanha pretende ser um parceiro “de igual para igual”. Ponderou que a competitividade entre determinados produtos é “natural”, mas destacou a importância de reduzir tarifas de exportações.
“Sabemos que comércio aberto significa competitividade. Concorrência é uma coisa que sempre vai existir, temos que achar uma maneira”, disse. “Queremos ser parceiros de igual importância, de igual para igual, e o segredo é a desoneração de taxas aduaneiras e outras taxações”, acrescentou o ministro alemão.
Acordo sanitário
A ministra pediu apoio do governo alemão ao acordo sanitário e fitossanitário apresentado pelo Mapa durante visita à sede da União Europeia, em maio. Pela proposta, Brasil e países membros do bloco europeu vão harmonizar normas de defesa agropecuária, conferindo maior agilidade aos trâmites comerciais.
Em setembro, os comissários europeus para Saúde e para Comércio virão ao Brasil para desenhar o acordo. “Isso não vai influir em taxas. Continuaremos com as mesmas, mas significa que harmonizaremos procedimentos documentais para exportação e importações”, explicou Kátia Abreu.
Schmidt apoiou o pleito brasileiro e disse que levará o assunto ao Ministério da Alimentação e Agricultura da Alemanha e a autoridades da União Europeia. “É importante buscarmos a simplificação nas regras e na legislação para que todos saibam do que se trata”, observou.
Ao reduzir a burocracia e harmonizar regras, o acordo sanitário poderá contribuir com o amplo tratado de livre comércio, disse Kátia Abreu. “Podemos quem sabe partir para um prelisting”, acrescentou a ministra, apontando que carne, frutas, suco de laranja e café poderiam entrar em um eventual prelisting.
Kátia Abreu disse ainda ao ministro alemão que espera que a União Europeia reconheça os estados de Rondônia, Tocantins e o Distrito Federal como zonas livres de febre aftosa – reconhecimento obtido da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) há 12 anos. “Esses estados fizeram um esforço imenso para erradicar a doença anos atrás e até hoje não foram reconhecidos, estando impedidos de exportar carne para o bloco.”
Kátia Abreu e Christian Schmidt demonstraram empenho recíproco em dar prosseguimos a outras questões, como c ooperação em pesquisa por meio da Embrapa, parcerias em laboratórios de saúde animal e rotulagem.



Ministra destaca, na reunião, importância de desburocratizar comércio entre os dois blocos

A eficiência dos fogões ecológicos


Elka Macedo/ONG Caatinga
Silvanete, de Exu: forno sob medida
BOAS PRÁTICAS//Tecnologia permite menor consumo de lenha e reduz a emissão de fumaça, além de evitar danos à natureza.



Para a maioria das pessoas, cozinhar é uma tarefa simples. Fogão, gás, quase tudo à mão. Mas essa não é a realidade para a maior parte das famílias das zonas rurais no Nordeste do Brasil, onde 85% das famílias utilizam a lenha. Além da necessidade de manejo adequado na extração da lenha, a preparação de comida nesses fogões causa danos à saúde, devido ao alto índice de emissão de fumaça.

É por causa desta realidade que os projetos “Fogões do Araripe: Eficiência Energética na Propriedade Familiar”, realizado pela ONG Caatinga na mesorregião do Araripe, e “Fogões Geoagroecológicos = - Lenha - CO2 + O + H2O + Vida”, desenvolvido pela ONG Agendha (Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza, Desenvolvimento Humano e Agroecologia) na mesorregião de Xingó, têm um papel muito importante.

VIOLÊNCIA E RISCOS
Os dois projetos são realizados em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), por meio do Departamento de Combate à Desertificação (DCD), Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) e Fundo Socioambiental da CAIXA. Segundo o diretor do DCD, Francisco Campello, uma mulher precisa dedicar em torno de 18 horas semanais na busca de lenha para o preparo dos alimentos, expostas em algumas situações a violência e riscos de morte por acidentes. “Os principais objetivos dos projetos são tornar o uso de lenha sustentável, além de evitar problemas de saúde, melhorar a qualidade de vida destas famílias e conservar a paisagem”, explicou.

Campello destaca que a lenha representa 70% da energia para o preparo dos alimentos no Semiárido. A utilização de fogões rústicos e pouco eficientes provoca uma série de impactos à saúde das pessoas, principalmente em virtude da fumaça e fuligem que se acumulam no interior das residências (de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a exposição à fumaça é a quarta causa de morte nos países em desenvolvimento como o Brasil).

 “A fumaça causa danos à saúde da mulher, como glaucoma, problemas na coluna, pressão e enfisema pulmonar. Além de tornar o ambiente domiciliar saudável, os fogões geoagroecológicos apresentam uma alta eficiência energética. Também é feito um processo de orientação e um planejamento de gestão ambiental para a coleta sustentável da lenha, que é um biocombustível sólido renovável e de baixo custo”, explica.

VANTAGENS

A lenha utilizada nos fogões rústicos contribui ainda, de forma significativa, para o desmatamento da Caatinga. Estudos realizados pelo MMA demonstram que o consumo domiciliar foi consideravelmente maior que a soma do consumo industrial e comercial.

A demanda principal nessa região da Caatinga é por fogões a lenha mais eficientes e menos danosos à saúde humana e ambiental, considerando que boa parte da população utiliza fogão a lenha tradicional, sobretudo nas regiões periurbanas e rurais.

MENOR CONSUMO
A agricultora Silvanete Lermen, da Serra dos Paus Dóias, em Exu (PE), conta as principais diferenças que percebeu no processo de construção dos fogões geoagroecológicos. “O forno foi feito de acordo com o tamanho da minha forma. Eu acompanhei toda a construção. O fogão consome realmente menos lenha e foi feito dentro da minha realidade, por isso pedi que ele fosse mais alto, porque aqui a lenha às vezes é mais grossa. Ele diminuiu bastante a emissão da fumaça”, afirma.

Nesse contexto, a difusão de tecnologias socioambientalmente sustentáveis como os fogões à lenha de maior eficiência energética, além do benefício ambiental devido à economia de até 40% de lenha (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis), também melhora a qualidade de vida da população vulnerável. “Esse fogão é melhor do que o fogão a lenha que a gente usava. Aqui não fica nada preto, nem a parede e nem as panelas, e não tem mais fumaça dentro de casa”, conta Maria Iraci, do Sitio Primavera, em Bodocó (PE)

COMO FUNCIONAM

Os fogões geoagroecológicos permitem a substituição de lenha de grossa por gravetos (galhos finos das árvores), que podem ser catados nas florestas e/ou colhidos através da poda, sem haver necessidade de derrubada através por corte raso.

Maurício Lins Aroucha, criador desta tecnologia socioambiental sustentável e coordenador técnico do projeto da Agendha, explica que se pode utilizar também resíduos agrícolas (manivas de mandioca e macaxeira; pés, palhas e sabugos de milho; catembas, palhas, cascas e cocos de diversas palmeiras; e “outros restos de roçados”), bem como resíduos florestais (lascas, cascas, raízes, serragem e pó de serra). “Isso contribui para a manutenção das coberturas florestais e para a conservação e utilização socioambientalmente sustentável da biodiversidade e dos solos”, destaca.

Os fogões possuem uma chaminé externa, permanente, que não estraga com facilidade, levando a fumaça para fora da cozinha e têm um sistema de isolamento térmico que evita o aquecimento acima da temperatura ambiente. Tudo isso ajuda a prevenir a instalação de doenças respiratórias.

Para o técnico Diolando Saraiva que acompanha as construções, a implantação desta tecnologia tem trazido diversos benefícios para as famílias que residem na zona rural. “O fogão ajuda na questão ambiental por conta da utilização de menos lenha, se comparado ao convencional, e a parte mais importante é a retirada da fumaça de dentro das casas o que resulta na melhoria da saúde e qualidade de vida das famílias”, destaca.

Na construção dos fogões é utilizada uma metodologia participativa num processo de capacitação das comunidades beneficiárias e dos pedreiros (mestres fogãozeiros, aptos para construir novos fogões nas comunidades). Além da construção dos fogões, foram feitas capacitações com as famílias agricultoras participantes dos projetos sobre: a Caatinga, manejo sustentável da lenha e da biodiversidade, e práticas agroecológicas de combate à desertificação.

SAIBA MAIS

No âmbito dessa parceria entre MMA, FNMA e Caixa, foram desenvolvidos sete projetos, abrangendo: melhoria tecnológica dos fornos industriais para os polos gesseiros e ceramista, promoção ao manejo florestal comunitário em 15.000 ha e construção dos fogões geoagroecológicos para uso caseiro e de pequenas unidades de beneficiamento de alimentos.

Os projetos, no valor de R$ 6,3 milhões, estão relacionados à eficiência energética e ao uso sustentável dos recursos naturais. Mais de 1.400 unidades de fogões já foram montadas nas regiões da Chapada do Araripe (situada entre os Estados de Pernambuco, Piauí e Ceará); na Messoregião de Xingó (em 12 Municípios de Alagoas, da Bahia, de Pernambuco e de Sergipe); e no Vale do Jaguaribe (Ceará).
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)