QUEREM O FIM DAS VAQUEJADAS
E chora todo o sertão
Uma noticia que abala
Os vaqueiros de plantão
A corrida tão sagrada
Em parques de vaquejada
Terá fim, diz os jornais,
Uma luta esquecida
A cultura foi ferida
É dor que não passa mais.
Vamos voltar ao inicio
E contar como surgiu
Este esporte fascinante
Que dominou o Brasil
Quem sabe as autoridades
Não tire a felicidade
Das corridas de mourão,
Das pega de bois em beco
Sem medo dos galhos secos
Nas quebradas do sertão.
Na época dos coronéis
A muito tempo passado
Vaqueiros se reuniam
Para as pegas de gado
As cercas não existiam
Os bois desapareciam
Em meio ao mato fechado,
E buscando seu espaço
Voltavam com o boi no laço
Os gigantes do cerrado.
Nas brenhas da mata virgem
Veloz atras de um touro
Vaqueiros malabaristas
Chapéu, e gibão de couro
Sem medo de arranhões
Pra dar orgulho aos patrões
A disputa começava,
Dezenas de fazendeiros
Cada qual com seu vaqueiro
E o melhor se destacava.
Cidade de Currais Novos
O berço das vaquejadas
Das festas de apartação
Pra separar a boiada
Por isso foi consagrado
Devido a festa de gado
Como berço dos vaqueiros,
Dando um passo importante
Em um futuro distante
Orgulho dos fazendeiros.
O Rio Grande do Norte
Quem deu o primeiro passo
Nas festas de apartação
Pegava boi pelo laço
E logo se expandiu
Tomando todo o Brasil
Amantes das vaquejadas,
O tempo foi se passando
As regras foram chegando
Ficou mais organizada.
A primeira vaquejada
Ocorrida neste mundo
Eu por ser um nordestino
Sinto um orgulho profundo
Segundo alguns relatos
E uma serie de fatos
Hoje já temos a prova
Sinto orgulho em falar
Estado do “Ceará”
Cidade “Morada Nova.”
Hoje em dia este evento
Atrai grandes multidões
Um esporte lucrativo
Que movimenta milhões
Que sustenta locutores
Juízes e tratadores
Muitos vivem desta arte,
Vaqueiros patrocinados
Já tem em vários estados
Da vaquejada faz parte.
Tão tristes nossos vaqueiros
Estes heróis do sertão
Se por fim às vaquejadas
Lágrimas banharão o chão
Mais estamos otimista
Depois de tantas conquistas
Sei que não vai acabar,
Do contrario, a vaquejada
Triste, será sepultada
No estado do Ceará.
Ironia do destino?
Ou a pura traição?
O Ceará deu inicio
As corridas de mourão
Depois de anos passados
Gente do próprio estado
Agora quer acabar,
Por fim a nossa corrida
Parece que deste a vida
E agora quer matar.
APELO DE UM VAQUEIRO AO (STJ)
E AO PROCURADOR DA REPÚBLICA
RODRIGO JANOT.
- Procurador da República
Não feche nossas porteiras
Pois é com esse dinheiro
Que eu faço a minha feira
Monte uma comissão
Leve o povo do sertão
Esse povo encorajado,
Nós amamos esses dois
Tanto cavalos ou bois
Já mais serão maltratados.
- Se achar que há excesso
Com a nossa criação
Mande um regulamento
Ou a fiscalização,
Nos dando mais estrutura
Não assassine a cultura
Respeite o bom vaqueiro,
Represento todos nós
Não faça calar a voz
Do gigante boiadeiro.
Autor: Valdeilson Ribeiro
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