Como reduzir a mortalidade de bezerros recém-nascidos |
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Um
estudo realizado nos Estados Unidos, mostrou que mais da metade, ou
seja, 56% da mortalidade de bezerros resultam de problemas digestivos,
diarreia ou outros. De acordo com a zootecnista Flávia Hermelina da
Rocha Santos, na nutrição de ruminantes, alguns antibióticos são
utilizados com o objetivo de manipulação da fermentação ruminal e no
controle de microorganismos que possam reduzir o desempenho e aumentar a
mortalidade, em bezerros.
No
entanto, o fornecimento de determinados compostos pode apresentar
possíveis desenvolvimentos de resistência de cepas bacterianas. Diante
disso, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ),
Flávia propôs-se a testar um produto potencialmente comercial, em
substituição aos antibióticos utilizados normalmente e que podem
promover resistências às bactérias.
O
aditivo utilizado no estudo, à base de compostos/metabólitos
secundários de plantas e denominados de óleos essenciais, possui ação
antimicrobiana para diversos organismos, incluindo aqueles que colonizam
tanto o rúmen quanto o intestino. Segundo a pesquisadora, atualmente o
produto é utilizado em suínos, com potencial de uso na criação de
bezerros leiteiros, devido algumas similaridades do trato
gastrointestinal entre as duas espécies durante a fase de aleitamento e
problemas sanitários.
O
projeto foi desenvolvido entre outubro de 2012 a janeiro de 2013, no
bezerreiro experimental “Evilásio de Camargo”, do Departamento de
Zootecnia (LZT) da ESALQ, com 30 bezerros machos da raça Holandês. Os
animais receberam 6l de dieta líquida diariamente, divididos em duas
refeições (7h e 18h), composta por sucedâneo lácteo, além de concentrado
inicial e água a vontade.
Os
bezerros foram divididos em três tratamentos, sendo: 1) Controle – sem
nenhuma suplementação com óleos essenciais; 2) Suplementação – 400 mg/kg
de óleos essenciais no sucedâneo lácteo; 3) Suplementação – 200 mg/kg
de óleos essenciais no sucedâneo lácteo e 200 mg/kg de óleos essenciais
no concentrado inicial.
Foram
realizadas avaliações de desempenho que incluíram pesagens, medições
corporais, consumo de concentrado inicial e avaliação do escore e
componentes das fezes. “Além disso, contamos os principais
microrganismos intestinais, bem como avaliamos a fermentação e
microrganismos ruminais”, comenta a pesquisadora. Também foram feitas
análises do metabolismo animal (glicose, proteínas totais e
β-hidroxibutirato) por meio de coleta de sangue.
A
autora do trabalho observa que não houve efeitos no desempenho ou na
saúde dos animais que receberam óleos essenciais, seja por meio do
concentrado inicial ou sucedâneo lácteo. “A flora intestinal avaliada
não apresentou diferenças em resposta à suplementação com os óleos
essenciais, no entanto, a contagem das bactérias ácido láticas foi
superior a das enterobactérias, durante todo o período experimental”,
afirma.
Portanto,
a comparação entre os microrganismos benéficos (bactérias ácido
láticas) e os prejudiciais (enterobactérias) levou à conclusão de que a
flora intestinal dos bezerros esteve predominantemente povoada de
bactérias que ajudam a manter o equilíbrio e o funcionamento normal do
intestino.
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da redação do Nordeste Rural |
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