sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Novas tecnologia para reduzir o uso de água na criação de porcos
A produção de suínos utiliza a água para o consumo dos animais e limpeza das instalações. Os dois usos podem gerar grandes perdas se não forem seguidos os passos recomendados. De acordo com o pesquisador Julio César Palhares, já é possível utilizar equipamentos e modelos de produção que exigem menos água. "Esse é um ponto importante. Nos últimos anos cresceu a preocupação ambiental e já existem meios para conseguir os mesmos resultados com menor quantidade de água", explicou o pesquisador.
A suinocultura é uma atividade agropecuária que demanda muito água. Ao mesmo tempo, é uma das que mais ameaçam as fontes de água pela grande quantidade de dejetos animais que gera. Nas duas situações, a forma como o produtor de suínos lida com a água faz toda a diferença. "Ele tem que evitar o desperdício na hora que usa a água dentro da instalação e depois não permitir que o dejeto líquido chegue até os rios", alertou o pesquisador Julio César Palhares, da Embrapa Suínos e Aves.
O produtor pode utilizar sistemas de limpeza das instalações mais eficientes, equipamentos com regulagem adequada, instalações de transporte de dejetos melhores e outras medidas que diminuem a quantidade de água consumida diariamente na propriedade. Outra alternativa é o acompanhamento do gasto. A sugestão é que o suinocultor calcule o consumo de água feito pelos animais e na limpeza da propriedade para montar um sistema de monitoramento, essencial para a implantação de boas práticas de manejo relacionado à água na suinocultura.
Dois exemplos servem para deixar essas possibilidades mais claras. Um bebedouro mais moderno evita que o animal jogue água fora. O suíno, especialmente no verão, gosta de brincar com a água para se refrescar. Por isso foi desenvolvido um equipamento que faz com que o animal precise morder um dispositivo para que a água seja liberada. Assim, ela já cai dentro da boca do suíno, minimizando o desperdício. Nos bebedouros mais antigos, o animal toca com o focinho para liberar a água, facilitando o uso indevido.
No caso da limpeza, o mais indicado é que as instalações sejam lavadas com máquinas que liberam a água sob pressão, mais conhecidos como lava-jatos. "A mangueira gera um gasto bem maior. Porém, mas significativo que o equipamento é a freqüência com que a instalação é lavada. A sugestão da Embrapa é que a lavagem somente aconteça depois que o lote deixar a instalação, antes da entrada de novos animais. Antes disso, basta fazer a raspagem do dejeto liberado diariamente pelos animais", afirmou Júlio Palhares.
Até mesmo o produtor que cria poucos animais, às vezes para consumo próprio, deve ter cuidado com a água. Apesar dos problemas serem bem menores, valem as mesmas recomendações, como não deixar água sem controle à disposição dos animais e não lavar freqüentemente as instalações. "Os cuidados com água também se referem à qualidade dela. No caso da suinocultura menos tecnificada, às vezes a água vem de rios ou de fontes com risco de contaminações diversas. Sem água boa, os animais também ficam doentes", alertou o pesquisador.
da redação do Nordeste Rural

Nenhum comentário: