terça-feira, 21 de outubro de 2014

A importância do colostro para o desenvolvimento dos bezerros
O colostro é a primeira secreção da glândula mamária após a parição e, além de seu papel na transferência de imunidade passiva, é uma importante fonte de fatores nutricionais, antimicrobianos e de crescimento para o bezerro. O colostro é formado pela síntese de componentes no interior da glândula mamária e por transferência de imunoglobulinas pré-formadas (principalmente IgG), sendo seu fornecimento imprescindível para bezerros recém nascidos, resume a professora Carla Maris Machado Bittar, do Depto. de Zootecnia, ESALQ/USP.
A qualidade do colostro é de fundamental importância e já está comprovado que colostro de boa qualidade, contendo altos níveis de IgG,  e fornecido o mais breve possível reduz a susceptibilidade à doenças e mortalidade neonatal. Um outro aspecto importante e muitas vezes ignorado por alguns produtores é o volume de colostro produzido pelas vacas. Devemos lembrar que a produção de colostro na vaca começa cerca de 4 a 5 semanas antes do parto, o que torna ainda mais importante um período seco bem manejado, principalmente no que diz respeito a alimentação e conforto da vaca pré-parto. O volume de colostro produzido está altamente relacionado à qualidade do período seco, complementa a Doutoranda em Ciência Animal e Pastagens/ESALQ-USP.
As duas pesquisadoras apresentam alguns dos fatores que podem influenciar negativamente o volume de colostro produzido e, em alguns casos, sua qualidade desse material. A duração do período seco está intimamente relacionada com o volume de colostro produzido, principalmente quando este período é menor que 40 dias. Em primíparas, o impacto é ainda maior, pois além do volume reduzido, as concentrações de Ig também são afetadas. Os animais necessitam de no mínimo 4 semanas para produzir colostro de boa qualidade, e quando o período seco é muito curto (< 21 dias), ou não se adota este período, certamente o colostro será de baixa qualidade.
Deve-se programar com antecedência o período seco de cada animal pra que fiquem no mínimo 45 dias em descanso. Ficar atento também a novilhas de primeira cria, partos gemelares, fatores causadores de estresse, data de parição de cada animal, a fim de proporcionar ao animal tempo suficiente para a produção de um bom colostro. Outro aspecto importante é não se utilizar na primeira mamada dos recém nascidos colostro proveniente de animais com período seco muito curto, mesmo que o colostrômetro indique ser de boa qualidade (>50 g/L IgG). Nestas situações não houve tempo suficiente para que estes animais respondessem às vacinações e transferirem anticorpos específicos para o colostro.
O final do período seco é marcado por um aumento no crescimento fetal, elevação da pressão interna dos órgãos digestivos e redução do espaço a ser ocupado pelos alimentos, além de grande variação hormonal. Todos esses fatores associados, principalmente a questão hormonal e conseqüente alteração no metabolismo, levam a uma queda no consumo de matéria seca em até 30%.
Uma medida para compensar a redução no consumo de alimentos, é a elevação da densidade energética da dieta no final do período seco, aproximadamente 21 dias antes do parto, aumentando assim a relação concentrado x volumoso.

da redação do Nordeste Rural

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