A importância do colostro para o desenvolvimento dos bezerros |
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O
colostro é a primeira secreção da glândula mamária após a parição e,
além de seu papel na transferência de imunidade passiva, é uma
importante fonte de fatores nutricionais, antimicrobianos e de
crescimento para o bezerro. O colostro é formado pela síntese de
componentes no interior da glândula mamária e por transferência de
imunoglobulinas pré-formadas (principalmente IgG), sendo seu
fornecimento imprescindível para bezerros recém nascidos, resume a
professora Carla Maris Machado Bittar, do Depto. de Zootecnia,
ESALQ/USP.
A
qualidade do colostro é de fundamental importância e já está comprovado
que colostro de boa qualidade, contendo altos níveis de IgG, e
fornecido o mais breve possível reduz a susceptibilidade à doenças e
mortalidade neonatal. Um outro aspecto importante e muitas vezes
ignorado por alguns produtores é o volume de colostro produzido pelas
vacas. Devemos lembrar que a produção de colostro na vaca começa cerca
de 4 a 5 semanas antes do parto, o que torna ainda mais importante um
período seco bem manejado, principalmente no que diz respeito a
alimentação e conforto da vaca pré-parto. O volume de colostro produzido
está altamente relacionado à qualidade do período seco, complementa a
Doutoranda em Ciência Animal e Pastagens/ESALQ-USP.
As
duas pesquisadoras apresentam alguns dos fatores que podem influenciar
negativamente o volume de colostro produzido e, em alguns casos, sua
qualidade desse material. A duração do período seco está intimamente
relacionada com o volume de colostro produzido, principalmente quando
este período é menor que 40 dias. Em primíparas, o impacto é ainda
maior, pois além do volume reduzido, as concentrações de Ig também são
afetadas. Os animais necessitam de no mínimo 4 semanas para produzir
colostro de boa qualidade, e quando o período seco é muito curto (<
21 dias), ou não se adota este período, certamente o colostro será de
baixa qualidade.
Deve-se
programar com antecedência o período seco de cada animal pra que fiquem
no mínimo 45 dias em descanso. Ficar atento também a novilhas de
primeira cria, partos gemelares, fatores causadores de estresse, data de
parição de cada animal, a fim de proporcionar ao animal tempo
suficiente para a produção de um bom colostro. Outro aspecto importante é
não se utilizar na primeira mamada dos recém nascidos colostro
proveniente de animais com período seco muito curto, mesmo que o
colostrômetro indique ser de boa qualidade (>50 g/L IgG). Nestas
situações não houve tempo suficiente para que estes animais respondessem
às vacinações e transferirem anticorpos específicos para o colostro.
O
final do período seco é marcado por um aumento no crescimento fetal,
elevação da pressão interna dos órgãos digestivos e redução do espaço a
ser ocupado pelos alimentos, além de grande variação hormonal. Todos
esses fatores associados, principalmente a questão hormonal e
conseqüente alteração no metabolismo, levam a uma queda no consumo de
matéria seca em até 30%.
Uma
medida para compensar a redução no consumo de alimentos, é a elevação
da densidade energética da dieta no final do período seco,
aproximadamente 21 dias antes do parto, aumentando assim a relação
concentrado x volumoso.
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da redação do Nordeste Rural |
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