quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Suplementação mineral e mão de obra puxam alta dos custos de produção do leite em 2014


Os produtores de leite gastaram mais com a suplementação mineral de seus rebanhos e a contratação de mão de obra em 2014. Esses dois itens foram os que mais subiram entre as despesas que compõem os custos de produção, com altas de 8,15% e 7,91%, respectivamente, nos primeiros oito meses do ano. A alta decorre de fatores como a seca prolongada, a subida do câmbio e o reajuste do salário mínimo.
Foi o que apontou o boletim Ativos da Pecuária de Leite, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o estudo, estes dois grupos foram os que mais contribuíram para a alta de 2,28% do Custo Operacional Efetivo (COE), que engloba os gastos do dia a dia nas propriedades.
O estudo mostra que, além da seca prolongada, que puxou o aumento da demanda pelos sais minerais, principalmente os proteinados, a taxa de câmbio também sustentou a alta de matérias-primas utilizadas na fabricação deste insumo, como o fosfato bicálcico, uma vez que grande parte desta substância é importada e suas cotações variam de acordo com o comportamento do dólar.
Em relação à mão de obra, a alta no ano é justificada pelo aumento do salário mínimo, não apenas em âmbito nacional, mas também em estados onde o piso supera o valor definido na esfera federal.
A mão de obra responde por 15,62% do COE, ficando atrás apenas dos concentrados, que representam 42% do COE, mas que este ano tiveram aumento em menor ritmo, com variação de 1,63% em 2014. A suplementação mineral, apesar de registrar a maior alta nos custos de produção, tem peso de apenas 3,1% no COE.
Desafios
De acordo com análise da CNA e do Cepea, um dos principais desafios do setor leiteiro é o aumento de produtividade, o que poderia contribuir para a redução dos custos com a mão de obra.
– No Brasil, na maioria dos casos, a pecuária leiteira ainda é praticada com baixa tecnificação. Com aumento dos investimentos conscientes, as despesas com mão de obra acabam sendo diluídas em função do aumento da produtividade – ressalta o estudo. (Canal Rural)

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